quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A democracia, as revoluções e a cultura - uma breve resposta

Em seu texto A democracia, as revoluções e a cultura o sr. Domingos como bom marxista que é faz uma mistura entre determinismo e o ato de combater a intolerância religiosa como mostrarei a seguir.

Escreve o sr. Domingos: Quero dizer com isto que as intifadas liberais promovidas pelos EUA ou a ONU noutras unidades culturais são tão contraproducentes quanto o restauracionismo acenado pelos nobres franceses ou russos; emigrados após as revoluções francesa e russa de 89 e 17 ou quanto os golpes implementados pelos comunistas e anarquistas em diversos países. Uma vez que as formas políticas não passam de manifestações da dinâmica sócio cultural somos levados a concluir que sua evolução ou passagem embora possa ser atrasada - como reconheceram Polanyi e Hobsbawm - não pode ser adiantada ou antecipada (com sucesso). Nem pode ser o passado reproduzido ou restaurado nos mínimos detalhes como supõem os reacionários de todos os tempos.

Com seu vício hegeliano-marxista acredita ele que a história se move sozinha, que ela oferecerá sozinha e magicamente a solução para a sociedade num verdadeiro fatalismo que faria qualquer mulçumano invejá-lo: Maktub! Estava escrito!

Ele continua:

Revolucionários e reacionários encontram-se igualmente equivocados. Os primeiros porque pretendem adiantar a História recorrendo a elementos de natureza externa ou material, quais sejam armas e munições. Os segundos porque acreditam poder faze-la recuar empregando os mesmos recursos. Cuidam uns e outros que a polícia, o exército, as hostes ou hordas serão capazes de alterar o ritmo da História e que seus decretos prevalecerão face a dinâmica social e por isso nada edificam de duradouro. E seus golpes, lutas, guerras, combates, revoluções, etc revertem infalivelmente ao cabo de umas poucas gerações.
Reverteram as revoluções Francesa, Russa, Mexicana, Chinesa... como fracassaram todos os restauracionismos monárquicos. 


Essa tese é a tese de Marx que acredita que a revolução aconteceria nos países industrializados pela pauperização de quase todo o povo, acreditava que o capitalismo se destruiria por si mesmo graças as condições históricas mas se assim era por que Marx escrevia, por que participou da AIT? Por que seus discípulos formam partidos? Por que querem implantar a revolução à força? Se a história é a protagonista da própria história, onde fica a liberdade dos indivíduos? Somos então joguetes desse ser deificado pelos historicistas?  Se o sr. Domingos acredita mesmo nos processos históricos por que ataca com tanto afinco o islamismo e o neo-pentecostalismo? Ele não entende que são as condições históricas que vão destruir o fanatismo religioso? Que ele nada pode com seus discursos e escritos? Não compreende que não pode avançar na história? Pois é, ao criticar o fanatismo religioso do islã e neo-pentecostal ele cai em contradição é o caso aqui em que o Domingos hegeliano-marxista refuta o Domingos polemista sem que eu precise refutá-lo.


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