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domingo, 17 de junho de 2018

De vera doctrina - Fragmentos da Encíclica "Graves de communi re" por Leão XIII > Contra os monarquistas/integralistas e CAPITALISTAS

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1 - O tecnicismo nada resolve:

"As mudanças, também, que as invenções mecânicas da época introduziram, a rapidez da comunicação entre os lugares e os dispositivos de todo tipo para diminuir o trabalho e aumentar o ganho, todos adicionam amargura ao conflito." I 


2 - O remédio é a doutrina pura do Santo Evangelho:

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Tornamos evidente que os remédios que são mais úteis para proteger a causa da religião, e para terminar a disputa entre as diferentes classes da sociedade, deveriam ser encontrados nos preceitos do EVANGELHO." II



3 - Sugestões concretas em favor dos mais humildes:

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Na ordem de ação, muito tem sido feito em favor do proletariado, especialmente naqueles lugares onde a pobreza era pior. Muitas novas instituições foram estabelecidas a pé, aquelas que já foram estabelecidas foram aumentadas, e todas colheram o benefício de uma maior estabilidade. Tais são, por exemplo, os escritórios populares que fornecem informações aos não instruídos; os bancos rurais que fazem empréstimos a pequenos agricultores; as sociedades para ajuda mútua ou alívio; os sindicatos de operários e outras associações ou instituições do mesmo tipo. Assim, sob os auspícios da Igreja, uma medida de ação unida entre os católicos foi assegurada..." III 

4 - Se os pobres são explorados pelos ricos?

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bem como algum planejamento na criação de agências para a proteção das massas que, de fato, são tão freqüentemente oprimidas pela astúcia e exploração de suas necessidades como por sua própria indigência e labuta." III 

5 - O nome Socialismo Cristão foi adotado pelos Católicos embora, segundo o Papa, seja ambíguo ou dúbio:

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O nome do socialismo cristão, com seus derivados, que foi adotado por alguns, foi muito bem permitido cair em desuso." IV 

6 - O nome 'Cristãos sociais' ou 'Católicos sociais' teve voga:

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Nos países mais preocupados com este assunto, há alguns que são conhecidos como cristãos sociais. Em outros lugares, o movimento é descrito como a Democracia Cristã e seus partidários como Democratas Cristãos, em oposição ao que os socialistas chamam de Democracia Social. Não é dada muita exceção ao primeiro desses dois nomes, isto é, cristãos sociais, mas muitos homens excelentes consideram o termo "democracia cristã" censurável." IV 


7 - O que o Papa considera equivocado no Socialismo ou na Social Democracia são o materialismo e o naturalismo:

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O que é a social-democracia e o que a democracia cristã deve ser, certamente ninguém pode duvidar. O primeiro, com a devida consideração pela maior ou menor intemperança de seu enunciado, é levado a tal excesso por muitos a ponto de sustentar que não há realmente nada existente acima da ordem natural das coisas, e que a aquisição e desfrute de corporalidade e externa bens constituem a felicidade do homem." V


8 - A Justiça é preceito sagrado. E o direito a propriedade pessoal:

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Portanto, para a democracia cristã, A JUSTIÇA É SAGRADA; deve sustentar que o direito de adquirir e possuir propriedade não pode ser impugnado..." VI9 - CONDENAÇÃO DO INTEGRALISMO MONÁRQUICO OU DA MONARQUIA DIVINA:

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Pois, as leis da natureza e do Evangelho, que por direito são superiores a todas as contingências humanas, são necessariamente independentes de todas as formas particulares de governo civil, enquanto ao mesmo tempo estão em harmonia com tudo o que não é repugnante à moralidade e justiça." VII"São, portanto, e devem permanecer absolutamente livres das paixões e das vicissitudes dos partidos, de modo que, sob qualquer constituição política, os cidadãos possam e devam respeitar as leis que os ordenam a amar a Deus acima de todas as coisas, e a seus vizinhos como eles mesmos. Esta sempre foi a política da Igreja. Os Pontífices Romanos agiam de acordo com esse princípio, sempre que lidavam com países diferentes, independentemente do que pudesse ser o caráter de seus governos. Portanto, a mente e a ação dos católicos devotados a promover o bem-estar das classes trabalhadoras nunca podem ser acionadas com o propósito de favorecer e introduzir um governo no lugar de outro." VII
10 - O TRABALHISMO não pode ser condenado sob qualquer alegação:
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que ninguém condene aquele zelo que, de acordo com as leis naturais e divinas, visa fazer a condição daqueles que trabalham mais toleráveis; permitir-lhes obter, pouco a pouco, os meios pelos quais podem prover o futuro; ajudá-los a praticar em público e em particular os deveres que a moralidade e a religião inculcam; para ajudá-los a sentir que não são animais, mas homens, não pagãos, mas cristãos, e assim capacitá-los a se esforçar mais zelosamente e mais ansiosamente pela única coisa necessária; ou seja, aquele bem final para o qual nascemos neste mundo." X11 - A questão social não é meramente econômica (ERRO POSITIVISTA) diz respeito a Ética e a Religião (conexão com a religião):

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Nós projetamos especificamente aqui a virtude e a religião. Pois, é opinião de alguns, e o erro já é muito comum, que a questão social é meramente econômica, enquanto na verdade ela é, acima de tudo, uma questão moral e religiosa, e por essa razão deve ser estabelecido pelos princípios da moralidade e de acordo com os ditames da religião." XI12 - O mandamento do amor fraternal abarca o que é necessário para o bem estar desta vida ou para a vida do corpo físico e não apenas o espiritual - CONDENAÇÃO DO ESPIRITUALISMO MANIQUEÍSTA:

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estar atento ao que Cristo tão amorosamente disse aos Seus:" Eu lhes dou um novo mandamento: que vocês se amem uns aos outros, como eu os amei, que vocês amem-se uns aos outros. Por isso todos os homens saberão que são meus discípulos, se vocês se amam um pelo outro. "(7) Este zelo em vir ao resgate de nossos semelhantes deve, é claro, ser solícito, primeiro para o eterno bem das almas, mas não deve negligenciar o que é bom e útil para esta vida." XIII
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Ele declarou que levaria em conta especialmente a caridade que os homens exercitavam um para o outro. E nesse discurso há uma coisa que excita especialmente nossa surpresa, a saber, que Cristo omite aquelas obras de misericórdia que confortam a alma e se referem apenas àquelas que consolam o corpo, Ele as considera como sendo feitas a Si mesmo: estava com fome e me deste de comer, estava com sede e me deste de beber, eu era um estranho e tu me acolheste, nu e me cobriste, doente e me visitaste , estive na prisão e viestes a mim. " XIV

13 - As antigas instituições sociais criadas pelos antigos com o objetivo de aliviar o sofrimento humano obedecem a LEI da caridade:


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Esta lei da caridade que Ele impôs a Seus Apóstolos, eles da maneira mais sagrada e zelosa colocada em prática; e depois deles aqueles que abraçaram o cristianismo originaram aquela maravilhosa variedade de instituições para aliviar todas as misérias pelas quais a humanidade é afligida. E essas instituições continuaram e aumentaram continuamente seus poderes de alívio e foram as glórias especiais do cristianismo e da civilização de que ela era a fonte, de modo que os homens de mente certa nunca deixam de admirar essas fundações, conscientes de que são da tendência dos homens se preocupar com os seus próprios e negligenciar as necessidades dos outros." XV14 - Buscar o BEM COMUM e não apenas o pessoal:

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Assim, a justiça e a caridade estão tão ligadas umas às outras, sob a lei suave e doce de Cristo, que formam um admirável poder coesivo na sociedade humana e levam todos os seus membros a exercer uma espécie de providência em cuidar dos seus próprios e em procurar o bem comum também. XVI"Pois ninguém vive apenas por sua vantagem pessoal em uma comunidade; ele também vive para o bem comum, de modo que, quando outros não podem contribuir com sua parte para o bem geral, aqueles que podem fazê-lo são obrigados a compensar a deficiência. A própria extensão dos benefícios que eles receberam aumenta o fardo de sua responsabilidade, e um relato mais rigoroso terá que ser prestado a Deus que concedeu essas bênçãos sobre eles. O que também deve exortar todos ao cumprimento de seu dever a esse respeito é o desastre generalizado que eventualmente cairá sobre todas as classes da sociedade se sua assistência não chegar no tempo; e, portanto, é que aquele que negligencia a causa das massas angustiadas está desconsiderando seu próprio interesse, bem como o da comunidade." XIX
15 - Instituições permanentes de auxílio:


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No que diz respeito não apenas ao auxílio temporário concedido às classes trabalhadoras, mas ao estabelecimento de instituições permanentes em seu favor, é de louvar que a caridade as realize." XVII16 - A caridade e a solidariedade não caem na esfera da liberdade, mas da ESTRITA OBRIGAÇÃO:


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Faríamos com que eles entendam que eles não são de todo livres para cuidar ou negligenciar aqueles que estão abaixo deles, mas que é um dever estrito que os vincula." XIX

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A alienação carnavalesca

Carnaval 2017




Se carnaval trouxesse algum benefício a sociedade brasileiro, a Globo certamente não apoiava. Pois a Globo só se preocupa com o que dá dinheiro ou trás lucro.

É comemoração mais descaracterizada do que o Natal.

Tendo perdido por completo suas raízes.

Nada mais patético do que relacionar carnaval com africanidade.

Com se lá na África a africanidade consistisse em negras nuas esfregarem-se publicamente com seus parceiros. Ademais onde se dança nu, a nudez encarada com naturalidade faz parte da cultura e a maior parte das danças são sagradas.

Tampouco era assim no Brasil Império, quando lundus e maxixes era dançados em torno das fogueiras junto as senzalas... sem atrizes anencéfalas como 'madrinhas de bateria', consumo de cerveja Z..., 'mulatas' sargentelianas rebolando seminuas, letras homenageando empresas, políticos ou times de futebol, velhos decrépitos babando diante das menininhas da favela, e todo este cenário de ridículo e horror conjugados transmitidos pela globela corporation...

A festa das tais escolas de sambas nas suas passarelas e sambódromos, para o maior gaudio de uma burguesia branca é pura falta de consciência negra e sinônimo de consciência alienada e cooptada que sente-me feliz por durante alguns dias poder desfilar para os brancos. Afinal a maior parte dos brancos da elite jamais consentiriam que suas filhas ou netas expusessem seus dotes publicamente na tal passarela. Que as negras ou 'mulatas' exponham-se para nós...

Jamais a mulher negar foi tão aviltada como no carnaval contemporâneo das tais escolas de samba. Afinal não se trata de expor a nudez com naturalidade no quotidiano, a exemplo das culturas africanas ou de nossos índios, mas de denudar-se durante alguns dias com o objetivo de deslumbrar uma clientela branca. A qual, encerrados os tais festejos carnavalescos, classificara as tais passistas como pervertidas e imorais.

Inclusive num sentido mais lato é o carnaval apoteose da hipocrisia. Onde a mesma sociedade que canoniza uma estrutura familiar abstrata, nega seu próprio corpo e muitas vezes sua sexualidade, durante alguns poucos dias põem em prática tudo quanto considera imoral. E isto sem dúvida é um problema. Porque se temos de aceitar o corpo e a sexualidade é durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano que temos de aceita-los. Agora se temos o corpo por mal e a sexualidade como algo condenável, o carnaval representa uma traição ao ideal.

Emancipar o homem por alguns poucos dias a cada ano para nada presta.

O homem deve viver sua sexualidade, livre, desimpedida e descomplexada; embora num contesto de vida mais amplo e mais rico, ao cabo do ano inteiro.

Exatamente por isso é o carnaval contraproducente.

E moralmente danoso na medida em que aparentemente torna lícito o que é ordinariamente condenável, instilando relativismo moral e hipocrisia na vida social.

No fim das contas tudo isso acaba é fortalecendo a repressão. Pois encerrados os dias da folia todos devem conformar-se com as vidas medíocres que detestam...

No entanto quem fica com a pior parte são sempre os negros ou a mulher negra, que hoje desfila nua e amanhã é classificada como vadia pela mesma sociedade hipócrita e doentia que acabou de aplaudi-la.

Alguns chegam a dizer que a grande oportunidade da negra 'bonita' é ser passista de escola de samba. Como a oportunidade dos meninos e jovens negros mais atilados seria o futebol, i é a ilusão de ser jogador. Lamento por essas meninas e meninos inteligentes e capazes que acabam sendo iludidos e desviados da verdadeira oportunidade que se lhes apresenta, a escola ou o estudo.

Mais do que qualquer outra parcela da população brasileiros os negros é que deveriam valorizar o estudo e pleitear uma vaga na universidade pública. Por cuja manutenção também pagam através dos impostos. Isto sim é índice de consciência e emancipação e não fazer o joguinho da elite branca desfilando para ela no sambódromo...

Distrair ou divertir a elite branca e carrear dinheiro para os empresários milionários jamais será índice de consciência negra. Colaborar servilmente com sistema capitalista de produção jamais será índice de consciência negra.

Imaginem a fortuna que essas escolas de samba não recebem por fora apenas para homenagear esses grã finos engomadinhos, sejam políticos, empresários, artistas ou jogadores... Ou vão me dizer que é pura e simples benemerência??? Tudo isso é feito em troca de um bom patrocínio e eu não acredito que sequer 1 porcento desse valor chegue as mãos das comunidades negras carentes! Fica tudo com meia dúzia de dirigentes... Para os quais evidentemente 'O carnaval é nossa vida, é nossa luz...' posto que vivem dele...

Mas não os músicos e passistas iludidos por tão baixo 'ideal'... Pois acabado o 'fascínio' a vida retoma a triste realidade de quem não tem emprego, estudo, ou chance alguma além de trabalhar carregando caixotes na feira ou como diarista lavando banheiro de branco endinheirado.

Pessoas, essas músicas não são as músicas cantadas pela resistência negra há século e meio... essas danças não são as danças executadas por eles... esse instrumentos não são os empregados por eles... esses trajes ou adereços nada tem a ver com os que eram utilizados por eles... Esse carnaval carioca de passarela vendido pela Globo nada tem a ver com a consciência ou com a resistência negra. É festa de opressores brancos para opressores brancos e festa da opressão, em que os negros são usados pura e simplesmente.

É algo que envolve apenas dinheiro e muito dinheiro. De que as comunidades negras dos morros do Rio não tiram proveito algum. Benefício social algum. Tudo quanto essas Escolas fazem tem por objetivo perpetuar essa cultura ou tradição servil, cujo objetivo é dançar para os brancos, em especial pelos estrangeiros.

Veja, os negros podem sambar nus, são livre e respeitados!

Só que não...

É apenas fantasia para inglês ver.

O carnaval ancestral, de raiz e relacionado com a resistência africana esta morto e bem morto há décadas... E por questão de coerência era bom ressuscita-lo.

Que dizer agora do carnaval de tradição européia com seus blocos e marchinhas?

De modo geral também perdeu muito de sua originalidade ancestral.

E até os pierrots e colombinas foram substituídos por super heróis importados dos estados unidos... a cuja perniciosa influência nada escapa neste país.

Por outro lado converteu-se também ele, especialmente nos clubes, numa festa sexual em que tudo é permitido. Como já dissemos é o tributo que se paga a hipocrisia maniqueista/puritana.

Carnaval tornou-se ainda sinônimo de embriagues... E as cervejarias agradecem.

Deveríamos beber sem afetação, com naturalidade e equilíbrio.

Mas carnaval é época de destempero.

Há ainda o problema da violência e das brigas, pois as pessoas estão cada vez mais agressivas, e mais agressivas ficam ainda quando bebem ou quando estão no cio...

Tornando-se o Carnaval de hoje, talvez mais do que nunca, copiosa fonte de agressões, conflitos, mal entendidos, e consequentemente de mortes inclusive.

O próprio barulho excessivo, insuperável no tempo das caixas de som, colabora para criar uma atmosfera totalmente irracional, frenética e emocionalista em que os piores instintos, como o de agressão, acabam aflorando. O barulho torna as pessoas ainda mais nervosas interagindo com o alcool e potencializando atritos.

A crítica aqui vale para todos os tipos de música e para todos os ritmos, inclusive para a música pseudo religiosa que já aderiu as caixas de som e baterias, ou seja, a cultura do barulho.

O carnaval é o máximo exponencial (Mas não o único) dessa cultura neurótica.

Efetivamente o barulho é uma das melhores formas de deseducar e barbarizar uma alma qualquer. Nem barulho faz bem, nem o bem faz barulho pois o barulho é fuga do mundo e de si mesmo.

Por todos estes motivos todos também a folia 'lusitana' perdeu por completo sua razão de ser.

O Carnaval correspondia a uma função social quando os reis, senhores, déspotas, tiranos, ditadores, juízes e carrascos controlavam a sociedade com mão de ferro imponto o maniqueísmo como lei e oprimindo as consciências. Numa sociedade autoritária e inimiga dos prazeres havia de ter uma válvula de escape e esta eram os tais festejos carnavalescos, ocasião em que a moralidade vigente tornava-se mais lassa. Para os oprimidos do passado, para os servos, escravos e explorados carnaval era momento de descontração. Após o que, tornavam a conformar-se com o estado de vida que lhes era dado ou imposto pela Sociedade igualzinho os negros das escolas de samba.

Tratava-se portanto de uma estratégia destinada a perpetuar a dominação e o controle nos termos dos senhores.

Eram dias de tolerância em meio a uma sociedade totalitária ou autocrática e portanto correspondiam a uma função.

Nós no entanto que vivemos numa sociedade ao menos formalmente democrática em que podemos definir nossos gostos, que temos acesso a certas formas de distração, que fazemos jus a certos dias de repouso, que não temos mais nossas vidas completamente decididas e controladas por outros, precisamos de carnaval?

Claro que precisamos do descanso propiciado pelo feriado. Sem dúvida.

Mas será que precisamos de desfiles desses desfiles de escolas de samba com todo seu servilismo e hipocrisia ou mesmo de pular e saltar num salão?

Acho que o carnaval podia ser bem melhor aproveitado no cinema, no teatro, num museu, numa exposição... ou mesmo em casa ouvido boa música, lendo um bom livro, estudando, curtindo a família, cozinhando, visitando alguém, etc Há tantas maneiras de aproveitar-se um feriado com inteligência.

Então para que dispersar a si mesmo com risco da própria integridade física?

Compreendo que os pequenos tenham certo fascínio pelo carnaval, é perfeitamente compreensível e faz parte da idade.

Compreende-se que as crianças pulem ou brinquem o carnaval. O qual sempre pode ser organizado em casa com fantasias tradicionais (pierrot, colombina, bruxa, vampiro, pirata, etc) e marchinhas tradicionais, entrando comes e bebes inclusive, doces, refrescos etc Um carnaval saudável também pode ser organizado no condomínio, no prédio ou mesmo entre um grupo de famílias amigas. Importa fugir a ambos os extremos: prestigiar o carnaval imposto pela Globo, festa duma elite branca degenerada e de negros sem consciência e proibir as criança de brinca-lo ou o que é pior e mais danoso, envia-las aos execráveis retiros religiosos com sua cultura sagrada do barulho...

No caso dos pequenos é sempre melhor, sendo possível, criar uma atmosfera honesta, acolhedora e familiar em que possam brincar o carnaval com os amiguinhos.

E os adultos podem também brincar esse tipo de carnaval?

Penso que cada pessoa deva responder por si mesma segundo suas necessidades lúdicas ou afetivas. Pessoas há que não tiveram infância ou cujos pais, fanáticos religiosos, proibiam-nas de brincar e de pular carnaval. Neste caso é perfeitamente compreensível que desejem brincar com os filhos e netos, ou mesmo participar da folia em pleno sentido da palavra. Tais as péssimas consequências produzidas por uma educação ditada pelo fanatismo religioso. Outros talvez tenham mesmo um caráter mais extrovertido e por isso sejam atraídos por tais folguedos... Todas as coisas são boas desde que usadas com moderação.

Acho supimpa ouvir marchinhas antigas e das umas cabrioladas pela casa, mas não é coisa que absorva-me a vida ou que constitua a razão do viver... O problema como já disse consiste justamente nessa ilusão de viver para o carnaval ou para a passarela, ignorando que o Carnaval seja provisório ou episódico e que a vida seja bem mais complexa.

Há coisas mais importantes e elevadas da que devotar a vida.

O que quero dizer é que a vida não é sambodromo ou passarela dada graciosamente por brancos, mas na maioria dos casos um calvário. Calvário da falta de leitos nos hospitais, calvário da falta de vagas nas escolas, calvário da falta de meios de transporte, calvário da violência, calvário da droga...

E aqui a mística do samba pode ser tão danosa quanto a mística das seitas religiosas, perpetuando cada um destes calvários contra os quais as consciências todas deveriam lutar.

O mundo vendido pela rede Globo é tão real quanto suas novelas de época ou ficção. É um carnaval perpétuo, mas isto não existe.

O carnaval só se torna perpétuo para os dirigentes espertos das grandes escolas que recebem subsídios da globo, do governo, das empresas e dos particulares que desejam ser reverenciados. Mas você negro pobre e negra pobre jamais verão esse dinheiro.

Então comecem a tomar consciência, a estudar e a prepararem-se para a Universidade, conselho de educador branco!

O recado tá dado e repito o que foi dito, no ano de 2017 não acho que qualquer tipo de carnaval seja necessário.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Motoristas da Piracicabana superexplorados


Quem nunca presenciou uma cena dessas aqui na baixada santista? O motorista com acúmulo de função, isto é, exercendo duplo ofício: motorista e cobrador. Uma monstruosidade não? Uma monstruosidade parida pela Piracicabana. A Piracicabana com sede de lucro instalou catracas eletrônicas, que tem passe põe o bilhete no orifício da máquina e quem tem o cartão é só encostar na parte indicada e passar. Instaladas as catracas para quê ter despesas com cobradores, se o motorista pode fazer o serviço de cobrador para ganhar apenas 3% daquilo que cobra?

Com esse acúmulo de função o motorista é obrigado a cobrar enquanto dirige para não atrasar muito, é obrigado a prestar atenção nas ruas e no troco que tem que devolver ao passageiro. Quando se tinha os cobradores, ele apenas se preocupava em recolher os passageiros, agora além de recolhê-los é obrigado a cobrar as passagens.

O trabalho do motorista em si já é estressante, por ter lidar com gente mal-educada, em fazer vistorias no ônibus antes de embarcar para não ter descontos em sua folha de pagamento, etc... Mas a empresa está pouco se lixando para seus trabalhadores, eles nada mais são do que coisas, peças, peças descartáveis. Se tem ou não estresse pouco lhes importa, seu compromisso não é com os trabalhadores, mas com o capital, o lucro desenfreado!

A empresa obriga os seus escravos motoristas a cometerem infrações e a empresa sabe disso. Se um guarda da CET ver um motorista de ônibus cobrando enquanto dirige, ele pode multar a empresa, e a empresa desconta a multa do salário do motorista "infrator". As culpas das infrações não são dos motoristas que são obrigados a cobrar enquanto dirigem mas da leviandade da empresa que retirou os cobradores dos ônibus. Além de receberem pouco por seu duro trabalho, são obrigados a infrigirem as leis do trânsito e a pagar multas que não propriamente suas.

Esse fato só vem a mostrar que essa empresa não tem compromisso nenhum com seus usuários e muito menos com seus trabalhadores que são superexplorados e devido a isso estão expostos ao estresse, neuroses, etc...

Como tinha razão Charlie Chaplin em sua crítica ao mundo capitalista em Tempos Modernos, parece que nada mudou de lá para cá..