sexta-feira, 1 de abril de 2016

Por que deixei de ser simpatizante do anarquismo?

Em 2011 conheci o anarquismo depois de ter militado por dois anos no PCB, li várias obras sobre o anarquismo e sobre anarquistas, tudo muito bonito na teoria o problema é quando vem a prática. Eu mesmo escrevi contra o anarquismo quando estava no PCB, aqui e aqui. Depois de ter saído do PCB  comecei a estudar o anarquismo e escrevi coisas favoráveis porque acreditava nesse sistema como outrora acreditava no marxismo-leninismo. Em defesa do anarquismo escrevi: este texto, e este texto e tantos outros que inclusive um metido a anarco pegou uma de minhas postagens para publicar em sua timeline no facebook, texto que escrevi minha justificação porque passaria a votar nulo, coisa que que acreditava e já não acredito.

Após essa pequena digressão vamos ao que interessa, porque eu deixei de ser simpatizante do anarquismo ou pelo menos desse anarquismo que aí está. Deixei de ser simpatizante porque embora a teoria seja linda a prática não corresponde a teoria. No meio anarquista existem anarquistas que oprimem suas companheiras, existem aqueles que pregam um mundo novo mas sua prática é agir de modo antiético. Ainda há aqueles que estão infectados pelo individualismo burguês de Max Stirner e de Nietzche, os que defendem o pós-modernismo e tantos outros absurdos. Ademais de todas as coisas que ouvi e presenciei nunca vi por parte desses discursadores nenhuma transformação social, vi pelo contrário, vi que alguns deles não sabem argumentar, que são negacionistas frente a qualquer melhoria em favor dos mais carentes, chegam à beira do conspiracionismo e mais ainda criticando um governo que não é o ideal põem-se ao lado ao que há de pior no cenário político brasileiro: Rede Globo, Veja, Estadão, Folha de São Paulo, Silas Malafaia, Eduardo Cunha, Marco Feliciano, Rodrigo Constantino, Olavo de Carvalho, Raquel Sherazade e tantos outros.

Se pessoas como essas não são capazes de entender o que é uma bancada evangélica, o que é uma mídia venal e que acha que um Bolsonaro é igual à Lula ou que um Marco Feliciano é igual à Dilma não tem mais o que conversar com uma pessoa que está cega diante de tantas evidências e que as nega porque sua religião assim o manda, assim determina, o engraçado é um ateu ter religião.

Se tivéssemos golpe de Estado institucional ou militar queria ver como esses "revolucionários" sem armas, sem preparo lutariam para a derrocada do Estado.  E se o Estado de direito cessasse gostaria de ver esse tipo de anarquista dizer que ditadura militar é igual ao Estado de direito.

Enfim, para não me prolongar mais sobre o assunto posso dizer que rompi com o anarquismo pela falta de coerência e  falta de ética de certos anarquistas por aí, cujos discursos políticos muito assemelham-se aos discursos da direita. Vamos ver se o cidadão que adora denúncias vai publicar isto em sua timeline.