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segunda-feira, 23 de junho de 2025

Sionismo, americanismo\capitalismo, protestantismo, maçonaria, ecumenismo, ONU, etc Análise cultural ou culturalista sobre a conjuntura atual ou sobre a possibilidade de uma terceira guerra mundial.





Tentarei fazer algo que é bastante difícil para o homem comum, apresentar uma análise cultural ou culturalista de uma possível terceira guerra mundial e porque caminhos ou veredas chegamos a ela.

Quero antes de tudo fazer algumas breves observações: Não tenho mínima intenção de estabelecer a veracidade da fé Católica\Ortodoxa, das igrejas apostólicas, da igreja romana ou do Cristianismo histórico\tradicional (E oposição ao agregado de seitas protestantes 'made in EUA'.). Embora para alguns possa parece-lo, de fato não é escopo deste artigo entrar em minudências religiosas. O quanto queremos salientar aqui é a relevância cultural dessas crenças ou ou da cultura específica produzida por elas em oposição a outros modelos de cultural como a sionista, a protestante ou americanista, a islâmica, etc 

A consciência em torno de um Deus Encarnado produz um tipo de consciência e de relações entre os seres humanos totalmente distintos da fé em torno de um Absoluto Transcendente apartado do mundo. A crença em que foi Deus supliciado e morto na carne estabelece outros tipos de reflexões em torno da vida, da morte, da agressão, da tortura, do assassinato, etc A crença ética na necessidade de obras (Ainda como frutos da graça.) ou da ação no plano da fé introduz outro tipo de enfoque. A ideia de uma redenção solidária da espécie estabelece outra direção, etc, etc, etc

Dá mesma forma a adoção de mitos judaicos de talhe mágico fetichista, a insistência no expiacionismo e em penas eternas, a afirmação de um agostinianismo radical (Calvinismo) - Um torno de pecado original, corrupção total, predestinação particular, etc - a negação total e absoluta das obras, a ideia de uma salvação individual, etc produz um outro tipo de cultura. 

Isto são dados e Max Weber começou a levantar a pontinha desse véu...

Portanto, uma coisa é negar o conteúdo da fé ou descrer e outra, totalmente distinta é questionar a relação entre os modelos de crença e determinados modelos de cultura e ignorar as 'Afinidades eletivas'. Fosse eu Deísta ou teísta naturalista, irreligioso, etc não mudaria em nada o conteúdo deste artigo. Parto da premissa segundo a qual as fés produzem culturas e que fés diferenciadas ou opostas produzirão modelos diferentes de cultura ou de convívio humano. Daí a importância de se estudar com máxima atenção e de se conhecer muito bem as crenças religiosos uma vez que plasmam tanto nossa vida mental (Ou as personalidades) quanto nossa vida social. 

Decorre disto algumas relações extremamente complexas e inacessíveis ao homem comum.

Quero devassa-las muito bem ou até quando possível.

Já colocaram a religião, a economia ou a política na base de todos os fenômenos socias. Marx - Herdeiro do empirismo ou do positivismo. - como todos estão cansados de saber, optou pela economia (E não se equivocou por completo, se é que equivocou-se quanto a sociedade ocidental contemporânea.), Coulanges (Na 'Cidade antiga') optou pela religião e os positivistas mais avançados pela política ou pela 'ciência'. 

Apenas os irmãos Weber, num primeiro momento, deram com essa outra coisa chamada cultural, que é um complexo de relações que envolve todos os fatores acima a elencados. Podemos no entanto dizer, me recordo de Toynbee, Parsons, Sorokin, Timacheff, etc admitir padrões de cultural básicos: Ideativo ou espiritual - Derivado das crenças religiosas e materialista, derivado da economia, e é claro que há o padrão realista, que busca equilibrar os dois primeiros ou realizar uma síntese harmoniosa. 

Podemos, de modo geral, quanto ao ocidente - A partir da Era Cristã. - aduzir dois modelos: Uma mais ideativo ou religioso - Prevalecente quiçá até o século XVII ou ao menos até o século XVI. - e outro materialista\economicista, prevalecente desde os séculos XVIII e XIX, assim a partir do liberalismo econômico ou do capitalismo e não do comunismo, do anarquismo, do fascismo, etc Quando comunismo, anarquismo, fascismo, nazismo e outras ideologias contemporâneas fizeram sua primeira aparição o materialismo era já uma tradição legada pelo capitalismo e identificada, pelo positivismo (Em oposição a fé e a Filosofia), com a ciência.

Precisamos dessas ferramentas para entender o ponto de partida da crise atual.

Porém, antes de entrarmos no assunto propriamente dito, precisamos tornar a História para entender com suficiência o que se passa na Palestina ou em Israel - Porque tal é o ponto de partida da crise ou o olho do furação.

Tudo começou há alguns milhares de anos, quando alguns nômades de origem semita que vagavam pelos desertos, acreditaram receber comunicações de um certo javé, o qual tomaram por deus sem negar os demais. A partir daí chegaram a crer que essa entidade os escolherá e lhes reservará uma terra, na já povoada Canaã, na qual de fato lograram instalar-se durante o colapso da Era de Bronze. 

Não tardaram a crer que esse javé os ajudava e portanto, para recompensa-lo, passaram a 'alimenta-lo'' com sacrifícios de sangue.

Como equivale-se, toda aquela região, a um Estado tampão, ficava, sua política, sendo bastante instável. De modo que esse povo, a princípio israelita e depois judeu, conheceu períodos de autonomia e de sujeição a potências estrangeiras. E como fossem henoteístas ou monoteistas, e os povos vizinhos politeistas, fizeram uma leitura mística ou mágico fetichista dos eventos políticos relacionando-a com a fidelidade ou a infidelidade deles mesmos. Quando eram leais ao javé ele os exaltava politicamente...

Por fim, sob a construção do Império romano (Na verdade um pouco antes.) foram esses judeus incorporados como súditos do Império romano. 

Importante salientar que durante aquele período, enquanto tinham intacto seu templo com sacrifícios, os judeus achavam humilhante ser dominados por povos de religião politeísta, pois aduziam que se o javé não lhes concedia o poder político é porque eles, judeus, não estavam fazendo as coisas direito. Portanto a sujeição reforçava um suposta culpabilidade e suscitava problemas de consciência.

Por outro lado, desde o tempo em que haviam sido dominados por Assírios, Babilônicos e Persas, haviam esses crédulos hebreus, elabog+-gyyyyyrando um tipo peculiar de cosmovisão ou melhor aprofundando esse tipo de cosmovisão, a qual só se completou ou chegou a maturidade durante as fases helenística e romana. Ora, nós conhecemos perfeitamente esse tipo de cosmovisão doentia e racista por meio da literatura apocalíptica. A peça mais remota foi o pseudo epígrafe de Daniel (Esse mesmo que consta no AT) e a mais completa o assim chamado Livro de Enoc... Em seguida apareceram dentre outros o de Baruc e Ezra.

A tese é prenhe de significados até nossos dias, pois em traços gerais assim se concebe: Quando o povo judeu emendar-se de seus erros e tornar a ser leal a javé este os restabelecerá na Palestina ou lhes concederá a autonomia política, de modo que os pagãos serão expulsos do solo sagrado, uma vez que representam uma mancha ou impureza que não se pode admitir. Mais - Como a Torá determina que os pagãos sejam exterminados, no grande dia, o próprio javé ou o povo por ele empoderado, obterá vitória sobre Edon, Gog, Magogue, etc e dominará a totalidade do mundo, exterminando ou escravizando os pagãos, os quais são descritos como lodo, lama, escarro, etc 

Examine o leitor atento essa literatura e tire por si só as conclusões a respeito de seu conteúdo doentio marcadamente racista - Nem poderia ser diferente esse conteúdo por partir de uma etnia ou povo que alega ter sido eleita pelo Deus do universo, em detrimento de todos os outros povos ou da humanidade como um tudo, encarada necessariamente como algo de natureza inferior ou desditosa. Por isso afirmamos que Jesus, com seu conceito universalista, católico ou anti etnico, não pode ser javé ou que javé não é a Mente suprema que concebeu este universo, mas o nume étnico dos hebreus e nada mais. enfim, que toda essa cosmovisão excludente e sectária deriva do que chamam de eleição, a qual deve ser entendida como um privilégio e como uma afirmação sutil de superioridade.

Movido por essa cosmovisão aberrante, os hebreus do século I desta Era, representaram, naquela conjuntura, o mesmo que os radicais islâmicos de hoje, já por exercerem um proselitismo intenso - Com conotações culturais anti romano. - já por proclamarem a rebelião violenta contra o Império romano. Importante salientar que esse ideal de rebelião não era meramente político, como o dos celtas por exemplo, mas marcadamente cultural, religioso e étnico, pois o pagão não era encarado como opressor apenas por dominar politicamente mas sobretudo, por não ser judeu e por não crer como eles.

Seja como for, após as revoltas dos anos 70 e 134 javé não apenas permaneceu inerte, permitindo que seus prediletos fossem esmagados pelos pagãos e convertidos em escravos dos politeístas, como foi despojado de seu majestoso templo e privado de seus deliciosos sacrifícios de sangue. Naquele instante perderam os judeus, por completo, não apenas sua independência política como sua capital religiosa. 

Diante disso foram os pagãos, sob a forma tradicional do Colonato, introduzidos na Judeia, pelo Império romano. E quando o Império passou do paganismo para o Cristianismo Ortodoxo, passou a Judeia cristianizada a ser comandada pelo Império Bizantino ou Romano do Oriente. 

Permaneceram as coisas nesse pé até o século VII d C quando foi esse espaço conquistado pelos árabe, comandados pelos maometanos, durante a sua primeira jihad ou expansão. Mais uma vez, com o passar do tempo, foi-se alterando o quadro religioso com o declínio da população Cristã e o aumento da população islâmica. Importa saber que ambas as populações: Cristã e Islâmica já se achavam instaladas na tal 'terra prometida' há mil e trezentos ou a dois mil anos quando os ingleses e yankees, por meio da ONU decidiram inserir novamente os judeus onde eles exigiam, o que ocorreu após a segunda grande guerra.

Quanto aos judeus étnicos, migraram para diversas partes do mundo, quais sejam Europa ocidental, Rússia, Norte da África, Oriente, e - Após sua descoberta - América. 

Necessário dizer que em algumas parte promoveram revoltas e sedições políticas, como no Yêmen. O que de modo algum justifica - E queremos pontuar bem isto. - a forma grosseira com que foram tratados pelos Cristãos apostólicos (A partir de Justiniano) seja no Império Bizantino (Como cidadãos de segunda categoria.), na Europa ou na Rússia, onde sofreram pogrons ou linchamentos (Inclusive durante as Cruzadas). Queremos reiterar que não podem os Cristãos proceder odiosamente ou a maneira dos próprios judeus e muçulmanos e que a assimilação do comportamento deles é de todo injustificável uma vez que o fundador do Cristianismo determinou, na sua lei, que devem ser os inimigos amados, tratados com benevolência e respeitados. 

Agravou-se ainda mais essa situação, particularmente na Alemanha, após o surgimento do protestantismo ou da organização luterana. Fato foi, que a princípio, tanto Maomé na Arábia quanto Lutero na Alemanha, nutriam o sonho ou expectativa de converter os judeus, o que sem dúvida traria, a cada um deles, um prestígio colossal. E fato foi que falharam ambos miseravelmente, não sendo acolhidos pelos hebreus. A partir daí tanto Maomé quanto Lutero tomaram ódio a esse povo - Do que resultam as suratas de oposição no Corão e o panfleto contra os judeus de Lutero.

Portanto, o luteranismo, cujo fundador chegou a ser encarado como profeta! - recebeu toda um tradição ferozmente anti judaíca, a qual, como declarou Julius Streicher, (Dentre outros) no Tribunal de Nuremberg, ao secularizar-se, a partir do século XIX, converteu-se em Nazismo. Importante salientar o papel de Lutero e do luteranismo nesse processo, com o intuito de apontar os extremos a que chegou o protestantismo conduzido pelo método do livre exame.

Quanto a secularização do anti judaísmo na Alemanha, significou um passagem do imaginário Cristão > No sentido de que a totalidade do 'sangue' judeu era responsável por um ato de deicídio ou pelo assassinato de Jesus Cristo, para a compreensão materialista de que eram os judeus detentores da riqueza ou do poder econômico e portanto responsável pela miséria dos Cristãos - Explicação que os líderes políticos e particularmente os patrões ou empresários adoravam. De fato tempo houve em que os judeus também foram usados e manipulados pelos piedosos burgueses 'cristãos'...

Chegamos assim a segunda grande guerra, cujas atrocidades todos conhecemos muito bem.

Importante esclarecer que não apenas judeus foram exterminados na Alemanha de Hitler, mas comunistas, gays, opositores de consciência, etc Os judeus no entanto foram perseguidos e executados em maior número. 

Importante marcar que, sob pretexto algum, podemos negar a realidade dos fatos históricos - E portanto negar ou suavizar os hediondos crimes cometidos pelo regime nazista. 

Podemos no entanto, ou melhor devemos, questionar qualquer tentativa de monopolização dos fatos e sobretudo qualquer tentativa de manipulação feita 'a posteriori' com objetivos políticos.

Assim o uso ou melhor o abuso feito deles, isto é, dos fatos, pelos sionistas por exemplo.

Alias ser anti sionista ou anti americanista hoje equivale a ser, em certa medida anti nazista e é grave dever ser anti nazista e esconjurar o nazismo independentemente de quem sejam seus praticantes.

Dito isto, quero continuar sendo muito enfático, bastante enfático.

Por discordar de Balfour, dos ingleses, dos yankees e da ONU quanto a terem colocado, desastrosamente, os judeus, onde exigiam ser colocados - Isto é, na Palestina, ao lado de muçulmanos fanáticos, não negamos que uma porção de terra devesse ser dada ao povo judeu.

Não questionamos que os judeus merecessem um espaço, lar ou território. 

O que questionamos pontuadamente é que tivessem ou tenham o direito de exigir a posse do espaço - Já tradicional e bastante ocupado. - sancionado por sua mitologia. 

O que deploramos é que Israel tenha sido constituído numa terra a que, eles, os hebreus declaram lhes pertencer por direito divino ou sido dada pelo próprio deus.

Pois o significado dessa posse é fecundo... E desastroso.

De fato a poderosa Inglaterra, dona do império ''brutânico" bem poderia ter atribuído aos judeus qualquer parte remota e pouco povoada de seu império, e alias bem distante dos muçulmanos...

Melhor poderia ter feito e muito melhor, os EUA - Que tanta terra surrupiou aos naturais do Oeste e do México. - atribuindo aos queridos hebreus, uma pequena parcela de seu imenso território. 

Fácil é atribuir aos outros o que não nos pertence, porém de modo algum lícito.

Nem se alegue ou diga que tudo isso foi feito com sansão da ONU.

Que os romanos considerem, a luz da fé, o Vaticano infalível lá vai... Agora que a humanidade encare o tribunal da ONU da mesma forma i é como inquestionável ou infalível é perfeita miséria ou autêntico idiotismo.

Sabido é que Tribunal humano algum possa ser infalível. O que vale tanto para nossas comarcas quanto para o governo de qualquer país e para a própria ONU.

Mormente quanto a sede da ONU, não é, como por ser democrática ou isonômica, itinerante, mas fixada em um espaço gentilmente cedido pelos EUA.

Questionemos: Se não foram os EUA gentis para com o querido Israel, por que o foi para com a ONU senão para poder influencia-la senão comanda-la, politicamente, como um braço seu...

O que é amplamente demonstrado pelo uso que aquela república do Norte sempre fez, desse organismo 'internacional' contra a URSS e seu bloco, contra Cuba e ora contra a China e a Rússia e isto sem mínimo pudor...

Nada mais discutível que as decisões da ONU, discutidas antes e acima de tudo por Israel, a qual certamente as encara criticamente ou como muito falíveis - Mesmo quando aparentemente justas!

Portanto aqui não vem ao caso qualquer sansão da ONU, a guisa de poeira nos olhos...

A luz da consciência ou da lei natural, um decreto positivo qualquer (Emanado da autoridade.) só é válido quando justo e o oposto disso (Creonte) é tomar por padrão o poder. O que não cessamos de fazer por sermos dirigidos por líderes irracionalistas e, anti éticos.

Socratismo ainda assusta e sempre assustará esse tipo de gente.

Então devemos questionar por que deve a humanidade inteira ou todas as culturas pagar - No sentido de correrem o risco de serem riscadas da existência! - por uma exigência dos judeus ou melhor por uma canalhice seja de Balfour, da Inglaterra, dos EUA ou da ONU...

Pois tal nossa condição atual: Gregos, latinos, europeus, indianos, chineses, russos, etc todos corremos iminente e risco real de sermos varridos da face da terra porque os judeus foram colocados no lugar errado - Quando haviam tantos lugares disponíveis!!!

Repito: Problema não é Estado de Israel (Uma construção política necessária.) porém sua localização na Palestina, dádivas de seus protetores ou servidores "brutânicos''.

Penso e julgo ser absolutamente desnecessário descrever em pormenores a limpeza étnica executada pelos grupos terroristas judeus: Irgun, Stern, Haganah, etc - Cuja sanha feroz lançou-se não apenas contra muçulmanos fanáticos, mas inclusive, contra populações Cristãs nativas e pacíficas já molestadas, pelos radicais islâmicos... O que se sucede neste exato momento em Gasa!

A que se seguiram inúmeros conflitos, com o dos seis dias, o de Yon Kipur, etc, etc, etc

Naturalmente que, a partir daí houveram excessos de ambos os lados - Já porque ambas as fé estimulam a agressão e santificam a violência. - com civis judeus estourados com bombas ou metralhados pelos palestinos ou com populações palestinas inteiras sendo exterminadas pelos hebreus, o que corresponde ao que chamamos de limpeza étnica, algo peculiarmente hitlerista.

Quero todavia salientar uma coisa: Que não se trata da mesma coisa - Em certo sentido o judeu é um invasor. Pois lá já estavam os Palestinos, há séculos, com suas casas, propriedades, territórios, organizações, etc e tal não pode ser desconsiderados. Estranho que os defensores fanáticos da propriedade ignorem algo tão claro e simples: Os palestinos, sejam romanos, árabes ou o que se queira, lá já estavam, na posse da terra e do local - Passando desde então a ser desalojados a força, como se fossem eles os invasores, o que constitui uma aberração.

E pouco se dá que sejam eles muçulmanos ou fanáticos. Como pouco se daria caso fossem indianos, ganenses, japoneses ou argentinos, uma vez que não cessam de ser humanos e objeto de uma lei natural e de direitos naturais indeléveis por assim dizer. 

Portanto, apesar da ONU, dos discursos mitológicos e de todo poder político, tudo quanto Israel vem realizando nas últimas décadas se choca frontalmente com o rochedo divino da lei natural ou com o jusnaturalismo aduzido pela Razão.

Os palestinos, mesmo quando servindo-se de métodos condenáveis, estão lutando por um direito que é seu: Pela posse de sua propriedade, fruto do trabalho - Pela posse de seus bens, de seus lares, de sua dignidade e identidade. Portanto não é a mesma coisa: Aqui há defensores e agressores e tal dinâmica não pode ser ignorada.

Até aqui a exposição meramente histórica - 

Ainda hoje ou amanhã analisaremos o caráter atual do conflito e aprofundaremos mais e mais a questão da cultura e as conexões globais. 


sábado, 11 de março de 2023

Reflexões sobre o protestantismo, o antigo testamento, o odinismo e o Evangelho.





Acabo de ler mais uma obra de Georges Goyau intitulada 'Os Católicos alemães e o Império Evangélico' (Apud 'Revue des deux mondes' Vol XXXIV, 1916 ps 721 sgs). 

Curioso o meio porque cheguei a esta curiosa obra, atualmente que por completo esquecida.

Numa das minhas últimas idas a capital, tendo passado no Sebo do Messias, pus-me a garimpar diversas estantes, assim as de História, Sociologia, Filosofia, etc E já havia reservado diversas preciosidades quando numa pilha afastada e composta por obras sem capa, despedaçadas, sujas, etc deparei com um oitavo, cuja encadernação, por ser antiga e bela, chamou-me a atenção. Tratava-se de uma alentada publicação francesa, coisa dumas novecentas páginas, cujo título 'Pendant la guerre' vinha numa lombada pessimamente conservada. Bastante incrédulo folheei e percebi que se tratava duma coletânea - De cinco volumes. - de Sermões, pronunciados no Oratório de Saint-Honoré, pelos principais membros do clero protestante francês> Wilfred Monod, Charles Wagner, Henri Monnier e Jean Viénot dentre outros, e todos tratando da mesma temática: A primeira grande guerra mundial, então no auge.

A edição é de Fischbacher, Paris e as brochuras datadas todas elas de 1915.

Interessado folheei e li, com bastante atenção um dos Sermões pronunciados por Monnier 'Devant L'avenir'. Surpreendido com o conteúdo levantei a bibliografia desse pastor, falecido em 1941, e dentre as diversas obras citadas deparei com o seguinte título 'O deus alemão e a reforma protestante.'. Durante a infrutífera tentativa de localizar e examinar tão curiosa obra, dei com a de Goyau, pelo simples fato deste aludir a Monnier.

Já conhecia esse filão. 

Porém como meus estudos concentram-se nas áreas de Civilizações orientais, Civilizações clássicas, Literatura clássica, Filosofia clássica, Patrística, etc jamais havia reservado mínimo tempo para examinar tais obras mais de perto. Tendo a coleção da Fishbacher - Porque paguei míseros trinta reais (Está cotada em mais de mil reais!) - em mãos aproveitei e li, em um dia, a de Goyau.

Não é ocioso registrar que li, há algum tempo, as Atas dos julgamentos de Nuremberg editadas pela Ediouro.

Todas essas leituras transportaram-me a mente ao tempo em que não passava de um jovem adolescente, frustrado, desapontado, confuso e aspirando conhecer mais a História do protestantismo, fé ancestral em que fora criado... A bem da verdade eu jamais simpatizará com essa fé. No entanto, apesar de meu criticismo 'diabólico' resolverá dar ao menos uma chance a velha crença...

Para tanto, como é sabido, aprendi espanhol, italiano, francês e inglês - E devorei imensa quantidade de publicações de diversa lavra: Papistas, protestantes, espíritas, liberais, comunistas, fascistas, anarquistas, ateístas, etc

Nem preciso dizer que após ter passado por tão denso cipoal, dele saí completamente incrédulo e sem pingo de fé.

Após minha conversão a igreja romana, adquiri os nove volumes das Obras seletas de Lutero em espanhol...

Eis porque, ao chegar a Faculdade de História, na qual obtive Bacharelado e Licenciatura, tinha a opinião consolidada: Ao contrário do que me haviam dito os professores do ensino médio e essas porqueiras chamadas livros didáticos, o protestantismo me parecia, sob diversos aspectos, mais insidioso do que a Igreja romana ou a Igreja antiga (Católica Ortodoxa.). 

Costumo dizer e repetir ainda hoje que caso o Lachatrê - O qual escreveu uma alentada Enciclopédia sobre os crimes cometidos pelos papas romanos - quisesse poderia ter escrito uma Enciclopédia muito maior sobre os crimes cometidos pelos 'deformadores' protestantes e seus colaboradores, inclusive sem demasiado esforço, tal a fartura do material disponível.

Os comunistas, anarquistas e nazistas centraram suas baterias na igreja das sete colinas apenas porque nada temem das seitazinhas protestantes... O que por sinal pode ser um erro terrível... Mesmo velha e caduca (Após o Vaticano II) a igreja papalina ainda é bastante forte, e assusta. 

Uma coisa no entanto é absolutamente certa - E apenas ela explica o desencanto experimentado por tantos e tantos protestantes instruídos > Se Roma é de fato ruim, o protestantismo é muitíssimo pior. 

Leitura após leitura tenho constatado isso, e já a cabo de quase trinta anos.

Por isso sua derradeira e rematada expressão de politicagem barata - O Bolsonarismo, não me surpreende. 

Mesmo quando sabemos que parte do lixo carismático, a exemplo de parte dos papistas alemães durante a primeira e a segunda grande guerra, apoiou o tirano assassino, é fato estabelecido e indiscutível que o grosso de seus apoiantes - Inclusive dos golpistas que depredaram nosso patrimônio bem como dos militares e policiais omissos! - eram fundamentalistas bíblicos... Com a velha mentalidade teocrática, outra face de qualquer imperialismo político.

Ora isso não é coincidência ou fruto do acaso, mas uma espécie de Karma histórico ou de samsara acionada por João Calvino e que até hoje não tem cessado de girar e de esmagar, e de espatifar e de aniquilar milhões de seres humanos! 

Mesmo quando admitamos que ao menos parte daqueles que abraçaram e apoiaram a reforma protestante aspiravam por um retorno a puridade do Evangelho de Cristo, não há como negar que o próprio Lutero teve de pagar tributo político aos poderosos e que para escapar ao Papa romano caiu nas mãos dos príncipes alemães... Temo que a emenda tenha saído pior do que o soneto...

Quanto aos príncipes, caso num primeiro momento tenham crido, apressaram-se logo em despojar a igreja velha de suas riquezas multi seculares, para em seguida gasta-lo com torneios, orgias e guerras, principalmente guerras... Quanto ao bom povo, como frisam os socialistas, sequer viu umas migalhinhas. Tornando-se sua condição, inclusive, mais servil - O que servirá. inclusive, para formar a mentalidade bisonha e servil do alemão médio que partiu para Sadowa, Sedan e os campos das duas grandes guerras.

Lutero era de Paulo e Paulinista, portanto estatólatra de marca maior e partidário da opressão - Bastando ler seu livro Contra as hordas bárbaras de camponeses para ter ânsias de vómito. E esse Lutero pançudo, que tanto nos impressionava na juventude, é de fato uma florzinha, e sequer chegamos ao sisudo Calvino, o mentor intelectual de tudo e mestre dos matadores!

Em breve passarão nossos auto intitulados 'evangélicos' de Jesus ou de Paulo ao antigo testamento sob o brado de 'Toda bíblia' ou 'A bíblia toda', o qual, desgraçadamente ainda ecoa por aí - Pois o Bolsonarismo é eco seu!

Quando chegaram esses neo Cristãos ao antigo testamento, colocando-o em pé de igualdade com o nosso Evangelho ou mesmo acima dele consumou-se a desgraça. 

A grande prova disso é que mesmo os meigos luteranos, herdeiros desse Lutero por vezes tão tradicional e vanguardista, ao passo das gerações transformaram-se em autênticas bestas feras. 

Explico - Antes de concluírem por essa aberração sinistra que é a superioridade racial ou ariana, haviam eles (Guiados por uma leitura calvinista ou fundamentalista do Antigo testamento!! - Marquem isso!!!) chegado a crer que haviam sido predestinados para reformar o Cristianismo ou predestinados para receber o dom divino do luteranismo. Passado algum tempo concluíram os pastores luteranos que os alemães haviam recebido a dádiva da Reforma porque dentre todos os homens eram certamente os melhores, porque eram superiores... Linguagem que tornou-se recorrente nos púlpitos luterânicos, e que repercutia mais e mais no coração do homem médio ou comum...

Ainda me recordo de como outro George - Santayana traçou essa evolução, a que certa fé ou religião, pretensamente superior não é nem um pouco indiferente.

Pois quando essa religião puramente subjetiva principiou a declinar, cedendo passo ao positivismo cientificista ou ao comunismo ateu, parte significativa dos homens comuns, de espiritualmente superiores, passaram a crer que eram racialmente superiores. Por uma passe de mágica o espiritual cedeu espaço ao biológico... Quanto ao luteranismo, de modo geral servil e submisso ao Estado, apresentou-se ele mesmo como a outra face do pan germanismo e consequentemente do odinismo crasso, porquanto o próprio conceito de Deus fora esvaziado e preenchido uma dúzia de vezes - Ainda aqui com o beneplácito dos pastores luteranos! 

Vejamos agora com que palavras o luterano F X Foerster descreve tal quadro: 'Esse novo Império nasceu do espírito pagão, de um individualismo totalmente nacional e egoísta, a primeira posse da humanidade após a Renascença, o qual encontrou em Bismarck seu construtor mais genial e consequente, o qual deveria chegar fatalmente a uma catástrofe. E por que... Como sói tudo quanto o mundo aspira e constrói contra o espírito da verdade Cristã!" Goyau opus cit pp 756

Excelentes as iniciativas do papista Goyau e do protestante Monnier, os quais deram voz - Na França e no mundo! - a tais pastores, núncios do pan germanismo e do odinismo!

E no entanto a voz de um Streicher clamou até 1946 - Apontando para Lutero como o responsável por cada um desses transtornos. Serei generoso: Absolvo Lutero, não os luteranos degenerados ou o protestantismo. Lutero limitou-se a impulsionar ou a acionar um movimento cujo mais extremo fim não lhe era dado divisar... O protestantismo no entanto por suas consequências políticas, mostrou ser uma calamidade - Enquanto vetor ideológico de tantas e tantas guerras, batalhas e conflitos, a ponto de despejar um oceano ou dilúvio de sangue sobre a terra.

Natural que hajam guerras. Bizarro que a religião as deflagre. Monstruoso que a fé tire qualquer benefício ou proveito dela. 

Não tenho dificuldade alguma para no âmbito da política secular ou da profanidade, concordar com Sorel e admitir que a violência possa servir como meio a uma causa justa, o que alias foi antecipado por Agostinho, aqui acertadamente. Não é o caso de condenar a violência de modo absoluto - Não somos maniqueus! Outro o caso, totalmente distinto, da religião apelar a violência ou estimular a agressão com objetivos religiosos ou espirituais. Aqui temos a lição suficientemente clara do Evangelho, percebida dentre outros por um Bossuet (Nas Lições de política ao príncipe!): Quanto a questão das guerras nos devemos guiar pela luz do Evangelho e não pela lei dos judeus...

Outro o caso do protestantismo, cuja degradação foi dupla; uma vez que adulterou tanto a condição natural < Igualitária >
 dos seres humanos - Postulando (Com Calvino, aluno de Agostinho.) uma eleição espiritual restrita e particular, a exemplo da que reivindicavam os antigos hebreus! - quanto o caráter paternal, amoroso e benevolente da divindade.

Por um lado o protestantismo, com Calvino e o calvinismo (Cuja influência estendeu-se por todas as seitas, mesmo pela luterana!) estabeleceu um grupo de fiéis 'superior', os eleitos ou predestinados e um grupo de pessoas inferiores, os réprobos. Nos termos que tanto apreciam, os calvínicolas introduziram no jardim do Evangelho a distinção entre 'israelitas espirituais' e cananeus, ferezeus, amorreus, filisteus, etc 'espirituais': Os romanistas, os franceses, os índios norte americanos, o negros da África do Sul, os comunistas, etc pois o calvinismo sempre precisa de alguém ou melhor de algum grupo para demonizar e oprimir...

Como já foi dito, ao cabo de séculos os luteranos alemães e mesmo parte dos episcopais ingleses assimilaram tais conceitos, já porque massageiam o ego, já porque podem entrar como parte do enredo político e econômico, exatamente como as Varnas na Índia. E um aspecto curioso, tristemente curioso por sinal, deste processo é que na Alemanha Luterana os 'eleitos' espirituais ou da fé acabaram por voltar-se contra os pretensos eleitos originais i é, o povo judeu, o qual, sem ter relação com tudo isso, foi sacrificado - E o cutelo de sacrifício dos judeus outro não foi que o livre exame de Lutero e Calvino, por meio do qual o pretenso eleito original é substituído por um eleito espúrio, o qual no entanto, para reforçar sua posição, deve eliminar o eleito original...

No entanto ficaria a transformação do homem incompleta ou incompleto o sistema caso o Pai de Amor e bondade do nosso Evangelho não ceda espaço ao deus predestinador da Tanak ou da Torá, o terrível javé, parente próximo de Assur, Alla e Odin ou Wotan... 

Sendo assim, na medida em que o conceito de inspiração funcional é substituído pelo conceito de inspiração plenário/Linear... E que o conceito de Evangelho é substituído pelo conceito de bíblia unitária (Ou Corão 'cristão') a figura daquele Ser benevolente a que chamamos Jesus de Nazaré é paulatinamente substituída pela figura do velho rancoroso, vingativo e cruel javé - Senhor das guerras, lapidando o conceito monstruoso de uma jihad Cristã, no sentido de que pode a religião agredir ou atacar seus oponentes.

Aqui nada semelhante ao conceito medieval de cruzada, pautado no conceito de guerra justa ou defesa/resposta face a uma Jihad ou ataque que partiu do islã. 

Trata-se aqui da instituição Cristã tomar a iniciativa de atacar (E atacar em sua acepção primária ou literal: Fisicamente!) com propósitos religiosos ou espirituais - Algo totalmente estranho ao Evangelho, ao novo testamento ou na Tradição Cristã mas assente no antigo testamento ou na religião judaica, bem como no islamismo.

O protestantismo a partir do Calvinismo e de sucessivas transformações produzidas pelo conceito de bíblia unitária e livre exame 'cria' por assim dizer esse novo conteúdo agressivo e a partir dele dá suporte a uma série de eventos catastróficos que se prolongam até nossos dias com imenso saldo de mortes e sofrimento. 

Principiou esse quadro sinistro com a própria reforma quando particularmente na tentou suprimir a religião antiga na França ou quando logrou suprimi-la na Suíça e na Escócia. Para não mencionarmos certas paragens da Alemanha ou na Inglaterra Eduardina. O recurso a violência começou aí... Enquanto o Cristianismo primitivo iniciou sua marcha por meio do martírio. O protestantismo, guiado pelo antigo testamento, faz o caminho inverso - O da Jihad!

A partir daí a sangria protestante não para mais.

Pois temos a guerra dos trinta anos. A Revolução Inglesa. Os infames ataques a Irlanda por parte de O Cromwell. O Sonderbund em 1848. Sadowa. Sedan. A erradicação dos índios Norte Americanos pelo 'faroeste', a criação da KKK, as duas grandes guerras mundiais, o Apartheid, etc 

Aqui os cananeus são os irlandeses, ali os ferreseus são os franceses, austríacos ou belgas, mais adiante os índios são os filisteus e os negros do Sul da África os assírios, enquanto que eles, os protestantes - Calvinistas ou luteranos calvinizados com suas bíblias nas mãos - são sempre os predestinados, superiores, portadores das luzes e da civilização... 

Seja qual for o conflito o pano de fundo é sempre o mesmo: Os eleitos ou predestinados combatendo os réprobos ou 'inimigos de deus'... O inimigo aqui e acolá, muda de face ou nome. O herói ou mocinho é sempre o mesmo: O homem da bíblia com sua espada ou trabuco nas mãos a levar o novo e estranho evangelho...

Quiçá você, amigo leitor, não tome a sério minhas palavras ou creia que estou exagerando. 

Resta dizer-me que durante a primeira grande guerra o Kaiser Alemão Guilherme II (+1941) convocou todos os protestantes do mundo para associarem-se ao Império Evangélico alemão em sua cruzada contra a França papista e a Inglaterra liberal e semi Cristã...

Daí o título de uma obra publicada pelo pastor protestante francês Jean Viénot em 1915
  • Réponse à l’appel allemand aux chrétiens évangéliques de l’étranger, Paris

Como se pode ver o título acima já diz tudo -

A obra de Goyau tem o mérito de mostrar ao grande público o impacto causado por tal processo no seio do luteranismo - O qual, como já disse, é uma forma mais amena e civilizada de protestantismo. - alemão. 

Com que tato logrou ele, apesar de papista, vincular essa catástrofe ao vício protestante de priorizar a leitura do Antigo Testamento e desconecta-la do Evangelho e consequentemente de Jesus Cristo, provendo-a de uma autonomia que não tem e jamais poderia ter num contexto Cristão. 

Com que tato não diagnosticou G G a enfermidade de que padece o protestantismo e sua causa: A judaização e a leitura despreparada e irresponsável do antigo testamento sob a alcunha de bíblia. E só poderia ter sido mais exato caso aponta-se a crença na inspiração plenária/linear como sendo a grande responsável por tal calamidade. Caso tivesse identificado o conceito de bíblia unitária ou 'corão cristão' como o pivô sua abordagem teria sido absolutamente perfeita. 

Pois na medida em que Cristo, nosso Bom Jesus, cede passo ao javé guerreiro, vai-se abrindo - Ao menos na Alemanha Luterana - o caminho até o 'primo' Odin ou Wothan, deus guerreiro ou belicoso e ao odinismo i é a ideia de que a guerra é um bem desejável ou mesmo querido por Deus. O que corresponde a um recuo do conceito de Lei natural ou de racionalidade, ao padrão da força defendido já por Trasímaco, na República, como pelo próprio Nietzsche, filho e neto de pastores luteranos, no contexto por nós indicado. Ora o próprio Nietzsche não escondia sua admiração pelo teor violento do antigo testamento, face ao teor benevolente do Evangelho, o qual para ela equivalia a indignidade e fraqueza.

Há 1.500 anos aproximadamente, um Bispo alemão, Wulfilas, ariano, parece ter antevisto tais possibilidades. Pois aos que lhe perguntavam porque não traduzirá os livros dos Reis e das Crônicas ao gótico, respondeu que caso seus Alemães lessem ou ouvissem tais relatos de guerras e morticínios jamais abandonariam seus costumes bárbaros e odinistas - Profundo esse Wulfilas não... (E hoje entregamos traduções desses livros grosseiros a qualquer analfabeto tarado...)

Resta-me dizer que o antigo testamento é muito maior ou mais amplo que o Novo testamento, de que Nosso Evangelho - O livro dos Cristãos!!! - é parte. Que resultará caso tudo misturemos e confundamos numa só amalgama... O Evangelho se diluíra como uma gota de mel num barril de fel... O Cristo será perdido de vista e confundido com uma multidão de homens vulgares... A Lei do amor será perdida de vista e - O Cristianismo reverterá a judaísmo antigo (Antigo - Quem tem ouvidos para ouvir ouça!!!), os odres rebentarão, o vinho se perderá... e esses odres rasgados é Calvinismo, não Cristianismo.

O luteranismo, por diversas vias, assimilou isso e o resultado dessa assimilação, mesmo quando secularizado ou ao menos em parte secularizado, resultou em duas tremendas grandes guerras - 

Certo é que como dizem os Comunistas, o fator econômico também ali estava presente, em contato com o religioso ou ideal, e interagindo com ele. Agora o que não podemos fazer é ocultar ou ignorar o elemento religioso, mesmo quando certas formas religiosas limitaram-se a encobrir interesses políticos e econômicos, como que a sanciona-los socialmente. Ainda aqui, enquanto usado pelo poder secular, deve o elemento religioso ser questionado. Mormente quando um século depois o protestantismo continua a acusar hipocritamente a tudo e a todos - Em especial a igreja romana. - e a desfilar como herói diante da plebe inculta e analfabeta. 




segunda-feira, 8 de outubro de 2018

É Bolsonaro fascista?

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Faltando exatos vinte dias para as eleições presidenciais do segundo turno depara-mo-nos com diversas publicações em que o sr Jair Messias Bolsonaro, candidato do PSL, é apresentado como fascista, o que é repudiado tanto por parte de seus apoiantes como pelos fascistas em sua maior parte.

É que de modo geral, os brasileiros identificam os fascismo com o autoritarismo. A dar tal identificação por certa os Comunistas, que são igualmente totalitários - devido a doutrina da ditadura do proletariado e sua forma partidária - seriam fascistas e mais ainda dos fundamentalistas religiosos ou teocráticos, dos quais o Congresso Nacional converteu-se em província. A análise é superficial e injuriosa para com os autênticos fascistas, doutrinários, com os quais convivo e dialogo, em que pese minhas opiniões diametralmente opostas (sou pela democracia direta ou policracia).

O autoritarismo corresponde a um fenômeno psicológico e decorre das relações familiares estabelecidas durante a infância e de condições como a insegurança. Prescinde portanto de qualquer aparato teórico ou doutrinal, o Fascismo não, é um sistema doutrinário com pretensões intelectuais e, em que pese seus vícios, com uma excelente compreensão face ao problema da cultura. Bem definido não será de modo algum racista, mas culturalista, na medida em que a afirma a superioridade de uma dada cultura ou a identificação de um povo com determinada cultura.

Não entrarei em detalhes a respeito da doutrina Fascista uma vez que cada qual pode bem ir ao Bobbio. Mas é fato que no Brasil a doutrina fascista é muito pouco divulgada e conhecida, daí o número reduzido de seus partidários no pais. E a identificação apressada do autoritarismo ou do militarismo com o fascismo, pois também há entre nós um militarismo intuitivo e tosco, legado pela tradição. Mas nada disto é fascismo e dar o sr Bolsonaro por fascista seria de algum modo afirmar-lhe a intelectualidade, predicado a que não faz jus.

Bolsonaro mesmo disse nada saber a respeito de economia e temo que seus conhecimentos sejam ainda mais rasos no plano da Sociologia, da Psicologia, da Filosofia, da Doutrina política e de outros ramos do conhecimento que deve ter em conta de subversivos e ameaçadores. Portanto é seu autoritarismo um autoritarismo bronco...

Então que será ele?

Se ao autoritarismo bronco adicionarmos a fixação por armamentos, a apoio a tortura e a pena capital e sobretudo o racismo, chegamos facilmente a outra definição, ao Nazismo. Seria Bolsonaro um Nazista?

Tudo quanto posso dizer a respeito é que a doutrina nazista é infinitamente mais pobre que a Fascista, ignorando por completo os elementos da cultura e estabelecendo uma metafísica barata em termos de raça, pelo que se chega ao endeusamento da mítica raça ariana associado ao odinismo que é um apelo ainda mais insistente a força, a agressão, a violência...

De fato a doutrina de Hitler peca pela  miséria intelectual, a ponto de qualquer energũmeno poder ler o 'Mein Kampf' e professar a doutrina. Pois ela pouco ultrapassa o preconceito intuitivo e limita-se a tempera-lo com lendas e outras frioleiras. Qualquer retardado dá bom nazista e os testes de QI realizados em Nuremberg patenteiam-no...

Seja como for a mentalidade de Bolsonaro, a pesar quilombolas em arroba quais fossem peças de carne ou a declarar que seus filhos, bem educados, jamais namorariam moças negras, é tipicamente racista e portanto nazista. Caso consideremos os elementos odinistas de sua pregação, especialmente a sansão a tortura temos ai um novo Mengele, o Mengele dos trópicos. Nada mais que um Nazista ordinário ou medíocre.

E este nazista, que defende o armamento ostensivo, a tortura e a pena capital como soluções mágicas para nossos problemas sociais, conta com o apoio decidido de um vultoso número de Cristãos, majoritariamente protestantes é claro, mas também Católicos o que é ainda mais vergonhoso se temos em mente ou diante dos olhos o que os Católicos alemães tiveram de sofrer nas mãos dos nazistas. Pe Kentenich que o diga! Foram milhares de sacerdotes enviados a Dachau por questões de consciência i é por oposição ao Nazismo. A Igreja romana não sofreu pouco sob a dominação nazi mas pagou por não te-la travado quando podia.

Alias o discurso com que o matreiro Hitler seduziu e fisgou os Católicos ingênuos é o mesmo editado em nossos dias: O perigo do 'Comunismo' rsrsrsrs antes de tudo (Os pastores protestantes continuam reeditando estes discurso) e em seguida o moralismo ou puritanismo social. Assim questões tão delicadas quando divórcio, aborto e eutanásia... E os Católicos ingênuos ficaram encantados com a alta moralidade da Besta, e se venderam a ela... Alguns anos depois Faulhaber, Von Gallen e outros tantos tinha suas janelas apedrejadas, suas igrejas e mosteiros pilhados pelos partidários da moral e dos bons costumes. A Igreja e seus filhos conheceram o inferno e a porta foi o moralismo tosco, que os Católicos deveriam fixar em suas vidas e não num cenário político democrático ou laico marcado pela laicidade.

Tristemente os maus Católicos do Brasil de hoje mostram-se presos as mesmas ilusões de impor sua moralidade num contexto político laico, ao invés de limitarem-se a vive-la em suas vidas. Karl Rahner disse já há muito tempo a seus confrades: Inspirem a ação política ou esvaziem-na mas não tente controla-la. Bem os moralistas Católicos eram, são e sempre serão minoria no Brasil. Então para impor algo são obrigados a aproximar-se de outros grupos e negociar. Hoje cometem seu supremo erro, aproximando-se por via do ecumenismo, dos protestantes, pentecostais, calvinistas ou bíblicos, supremos adversários de sua fé. Os Católicos negociam a fé dos ancestrais, trocam-na por moralidades ou pelo puritanismo, exatamente como os protestantes desejavam que fizessem...

Hoje sobretudo, fazem uma política protestante, Que tende a assumir feições norte americanas, e assim nossa cultura é traída, pelo Bolsonaro é claro, uma vez que adota princípios e valores anglo saxônicos e norte americanos, e pelos pseudo Católicos que vão de carona, reforçando esta tendência absurda. No decorrer deste processo os Católicos vão mais e mais perdendo consciência quanto a especificidade de sua fé, a qual vai se diluindo, até que são engolidos pela outra fé ou cooptados. Alias quando a fé Católica perde noção dos mistérios e converte-se em moralismo banal ou puritanismo o Catolicismo esta morto, e o protestantismo calvinista vitorioso.

Tentando recuperar uma ilusão política de poder moral a igreja vende seu supremo tesouro - a fé...

Depois surgem as consequências. Como a perseguição nazi...

A conclusão é simples: Entre Catolicismo e nazismo não pode haver composição, são inimigos naturais e inconciliáveis. Nem pode a fé Cristã deixar-se contaminar por discursos políticos estruturalistas ou formalistas e ignorar que o conteúdo do nazismo é o mal supremo. A estrutura democrática conhece problemas e os socialismos naturalistas limitações, seja. O nazismo porém é a porta do inferno. Não queiram comparar problemas de democracia ou os defeitos do socialismo com racismo e tortura.

Não podemos sequer nos omitir face a abominação nazista. Todos terão de responder por sua conduta face ao nazismo perante o tribunal sagrado de Jesus Cristo, o qual nos perguntará: Que fizeste de teu irmão? Não devemos esperar o negro, o indígena, o homossexual, o dissidente político, etc ser levado ao cadafalso... pois o cadafalso chegará até nós mesmos. Por isso reforcemos a corrente do amor e do bem contra tantos quantos assumem tais valores corrompidos.

Afinal não é o nazismo uma doutrina com que se posse brincar distraidamente, é a negação dos direitos essenciais da pessoa humana, o repúdio a igualdade, a restrição arbitrária das liberdades, a negação da justiça, etc E observe que desta vez ele não vem só mas de braços dados com o liberalismo econômico ou com a servidão capitalista, um dualismo perverso que levará a extinção dos direitos do trabalhador, extinção com que acenou Mourão, vice de Bolsonaro, pronunciando-se contra as férias e o décimo terceiro salário, assim contra o regime específico do funcionário público; e a afirmação da reforma da previdência. Veja então leitor que eles conseguiram unir o inútil ao desagradável - os vícios horrendos e abomináveis do Nazismo aos vícios monstruosos do Capitalismo. Eis a obra acabada e perfeita do anti Cristo.

Portanto, como Cristão consciente jamais vota em nazista, repitamos como um só homem: Doutrina social SIM, Bolsonaro NÃO!!!

sexta-feira, 6 de julho de 2018

As fontes espirituais do Nazismo!

Antes de concluir a série de artigos sobre o Nazismo e o Papismo cumpre repassar o quanto já sabemos sobre o assunto - O protestantismo, enquanto crença responsável por ter lançado os fundamentos do nazismo foi muito mais vulnerável a ele do que a igreja romana, tendo colaborado em maior escala e sido perseguido em escala menor.

A Igreja romana esboçou uma resistência bem maior a Hidra nazista, a pondo de ser, mais uma vez, apontada como inimiga número um do povo alemão, como traidora, etc Discurso editado em 1543, em 1870 (kulturkampf) e pelos nazistas desde 1937/38.

Para compreendermos o pôrque do nazismo se ter afirmado a partir do protestantismo temos de acompanhar Nisbet apud "Os filósofos sociais" caput "A comunidade religiosa." top Lutero.  Que nos diz ele?

Lutero principiou enaltecendo a fé e mesmo espiritualidade individual, para acabar endossando o estatismo, o absolutismo, a tirania e o erastianismo/cesaropapismo... Ao afirmar que a igreja importavam apenas as coisas da fé de modo algum separou-a do Estado, antes criou condições ainda mais atraentes no sentido do Estado abraçar a fé que ele anunciará, pelo simples fato desta mesma fé auto suficiente, abandonar tudo mais nas mãos do estado - Assim a moralidade/ética, a orientação política e o serviço social, o qual alias não foi assumido pelo estado, cessando de existir com o abandono da fé antiga. De fato ao protestantismo primitivo, diz Cobett, pouco interessava assumir a demanda social, ao menos em parte, assumida pela igreja medieval. Vindo as antigas instituições - Asilos, orfanatos, dispensários, hospitais, escolas, etc a colapsar num primeiro instante e, num segundo instante, a compor um enorme exército de reserva, entregue a miséria mais abjeta ou a mendicância. É um fato - A 'magnífica' reforma protestante lançou multidões a sarjeta.

Tudo quanto o estado quis assumir foram os bens materiais da igreja antiga - dos quais as massas sofridas não viram um cobre furado! - e o controle não apenas sócio, político e econômico, mas moral ou ético daquelas sociedades. É claro que ao revindicar semelhante controle - O controle da consciência - numa perspectiva ética, tal estado tornou-se absoluto ou totalitário. Sem a concorrência ou rivalidade exercida pelo Bispo, o senhor, rei ou príncipe assume o controle de todos os aspectos da existência humana, e Lutero dirá que este senhor deve ser obedecido dócil e cegamente ou seja, sem qualquer questionamento... Antes o Bispo era uma espécie de rei ou monarca espiritual, agora o rei é uma espécie de Bispo profano. Da noite para o dia é o senhor ou o príncipe descrito como um servo ou representante de Deus face ao qual é terminantemente proibido resistir, quanto mais rebelar-se.

Nisbet dirá que o luteranismo, demolindo a noção de comunidade religiosa - responsável pela afirmação de valores éticos destinados a inspirar as diversas esferas da ação humana - converte o estado ou a organização política numa 'igreja secular'. E desta noção de uma igreja secular deriva toda uma mística construída em torno do Estado Alemão, que degenera na estatolatria nazista, no momento em que - por via de Hegel - este estado é divinizado ou passa a ser compreendido como uma manifestação divina. Negando que a igreja antiga, externa, visível e comunitária seja algo Lutero converte o estado em tudo... Em fonte de princípios e valores, numa instância responsável pela afirmação da ética e da moral.

Como o Luteranismo não se ocupa de absolutamente nada além da fé, e de uma fé sem obras ou apartada da ética, o estado alemão ocupa o vácuo deixado pela igreja antiga. Substitui-a e herda parte de seu prestígio.

Isto na menos pior das hipóteses pois em algumas regiões da Alemanha, nem mesmo a fé permanece nas mãos da Igreja, na medida em que o príncipe ou rei, que segundo Lutero, enquanto Cristão é também sacerdote, passa a portar as duas espadas ou a exercer a autoridade religiosa. Este acumulo de poder é concebido e teorizado pelo luterano T Erasto. Por meio do erastianismo o estado torna-se Onipotente. E nada se lhe pode opor ou resistir, pois resistir-lhe equivale sempre a um pecado ou a uma heresia. Submeter-se passivamente aos caprichos de um soberano protestante converteu-se em dever religioso e rebelar-se numa tremendo sacrilégio, como podemos ler no panfleto sobre as Hordas dos camponeses fanáticos, os quais ele, M Lutero, manda trucidar em no nome de Deus...

Paulo dissera que TODO governante era ministro de Deus empossado por ele. Os protestantes, sem pingo de vergonha, declaram que o rei Católico poder ser legitimamente derrubado (Knox) enquanto que a majestade protestante deve ser obedecida em todas as coisas. Por isso que governante 'cristão' algum conseguiu ser mais despótico do que um Calvino ou um Cromwell... Lutero, Calvino, Erasto, Cromwell... Cada líder protestante adicionou um tijolinho a este 'muro' e mesmo quando a fé deixou de existiu, ele sobreviveu enquanto construção secularizada. Fragilizado, o luteranismo tornou-se ainda menos resistente a este novo poder. A partir do século XIX vai se tornando ainda mais vulnerável a ele. Assim o único obstáculo que resta em 1870, é, de novo, a velha igreja romana, e assim em 1937... A velha igreja sempre se reencarna na mente germânica, religiosa ou secularizada, como representante do mal. Na medida em que se opõem as místicas totalitária, racista e neo pagã.

Lutero consagrou suas forças a abater a igreja 'paganizada', Bismarck a combater - por meio da Kulturkampf - a igreja ultramontana e Hitler e seus comparsas a igreja judaizada... Foi um combate comum ou sem quartel porque desde Lutero, como diz Santayana, o que se estava a construir-se eram uma religião secularizada ou uma mística germânica. Se é certo que durante algum tempo a seita solifideista dos luteranos aspirou substituir a organização papista ou veio a substituí-la breve e ocasionalmente, quem substituiu a velha igreja de fato foi o Estado Alemão criado por Bismarck. Após 1870 a própria palhoça luterana passou a ser considerada como rival pelos primeiros teóricos do sistema e se não foi perseguida e satanizada quanto a igreja romana é porque foi demasiado colaboracionista. Nem podia uma organização desprovida de Bispos, substituir com sucesso a igreja medieval... predissera Melanchton, deplorando da decisão tomada por Lutero, de extinguir a ordem episcopal. Grosso modo o Bispo sempre fora um contrapeso ao poder real ou secular, e uma autoridade paralela a que os fracos e oprimidos podiam recorrer...

Desde Lutero, uma igreja presidida por Reis e senhores, tornou-se uma força a mais nas mãos dos ricos e poderosos. No momento em que os príncipes se tornaram Bispos a opressão assumiu um nível jamais conhecido em qualquer parte da Europa - Ali na Alemanha de Lutero, onde o feudalismo assumiu formas ainda mais consistentes e manteve-se firme até 1800, quando foi abatido por Napoleão Bonaparte. Como já dissemos, o absolutismo só se tornou mais forte nos cantões calvinícolas, onde os líderes religiosos - como Calvino, Knox ou Cromwell - exerceram o poder, direta ou indiretamente. Por meio do protestantismo todos os antigos pontos de equilíbrio foram rompidos e se com Lutero, na Alemanha, forma-se uma religião estatal ou uma mística secular, com Lutero e o Calvinismo, a democracia (Suiça por exemplo) converte-se em teocracia, segundo o modelo judaico ou vetero testamentário que os nazistas deploram. E pode-se dizer que ainda aqui, o protestantismo criou e alimentou dois modelos extremistas: O cesaropapismo erastiano que deu lugar a estatolatria nazi e a teocracia Calvinista, sendo o homem esmagado num e noutro caso, em nome da liberdade e do individualismo - movidos contra a religiosidade comunitária do passado...

Quanto a questão do nazismo racismo, a explicação é semelhante. Mais do que a velha igreja romana, apresentou-se a comunidade Luterana como um Novo Israel, já espiritual, já sucessor do antigo. E esta consciência de ser um novo Israel, juntamente com o apreço ao antigo testamento, foi crescendo de uma tal maneira até tornar-se obsessiva, o que de modo algum ocorrera na igreja antiga. No seio do luteranismo esta identidade mística atingiu uma dimensão tal que a simples existência do Israel físico ou histórico - na Inglaterra irrelevante - levou os 'piedosos' luteranos ao paroxismo do ódio.

E quando o luteranismo colapsou, os alemães de origem luterana, enquanto comunidade étnica, passaram a encarar a si mesmos como um povo ou uma raça naturalmente superior a todas as outras. Mesmo quando o sentido religioso desapareceu o sentido de superioridade permaneceu, assumindo uma conotação naturalista. Não se tratava mais de um povo eleito para Deus, no sentido de salvar-se no além. Mas de um povo destinado a fazer grandes coisas neste mundo e a deslocar os povos inferiores, como o israel carnal deslocara os antigos cananeus. Os alemães, por via do luteranismo, perderam o sentido universal ou Católico do Cristianismo, assumiram uma ideologia judaica e levaram-na as últimas consequências. É o que diz Santayana. E foi uma catástrofe.




terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A alienação carnavalesca

Carnaval 2017




Se carnaval trouxesse algum benefício a sociedade brasileiro, a Globo certamente não apoiava. Pois a Globo só se preocupa com o que dá dinheiro ou trás lucro.

É comemoração mais descaracterizada do que o Natal.

Tendo perdido por completo suas raízes.

Nada mais patético do que relacionar carnaval com africanidade.

Com se lá na África a africanidade consistisse em negras nuas esfregarem-se publicamente com seus parceiros. Ademais onde se dança nu, a nudez encarada com naturalidade faz parte da cultura e a maior parte das danças são sagradas.

Tampouco era assim no Brasil Império, quando lundus e maxixes era dançados em torno das fogueiras junto as senzalas... sem atrizes anencéfalas como 'madrinhas de bateria', consumo de cerveja Z..., 'mulatas' sargentelianas rebolando seminuas, letras homenageando empresas, políticos ou times de futebol, velhos decrépitos babando diante das menininhas da favela, e todo este cenário de ridículo e horror conjugados transmitidos pela globela corporation...

A festa das tais escolas de sambas nas suas passarelas e sambódromos, para o maior gaudio de uma burguesia branca é pura falta de consciência negra e sinônimo de consciência alienada e cooptada que sente-me feliz por durante alguns dias poder desfilar para os brancos. Afinal a maior parte dos brancos da elite jamais consentiriam que suas filhas ou netas expusessem seus dotes publicamente na tal passarela. Que as negras ou 'mulatas' exponham-se para nós...

Jamais a mulher negar foi tão aviltada como no carnaval contemporâneo das tais escolas de samba. Afinal não se trata de expor a nudez com naturalidade no quotidiano, a exemplo das culturas africanas ou de nossos índios, mas de denudar-se durante alguns dias com o objetivo de deslumbrar uma clientela branca. A qual, encerrados os tais festejos carnavalescos, classificara as tais passistas como pervertidas e imorais.

Inclusive num sentido mais lato é o carnaval apoteose da hipocrisia. Onde a mesma sociedade que canoniza uma estrutura familiar abstrata, nega seu próprio corpo e muitas vezes sua sexualidade, durante alguns poucos dias põem em prática tudo quanto considera imoral. E isto sem dúvida é um problema. Porque se temos de aceitar o corpo e a sexualidade é durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano que temos de aceita-los. Agora se temos o corpo por mal e a sexualidade como algo condenável, o carnaval representa uma traição ao ideal.

Emancipar o homem por alguns poucos dias a cada ano para nada presta.

O homem deve viver sua sexualidade, livre, desimpedida e descomplexada; embora num contesto de vida mais amplo e mais rico, ao cabo do ano inteiro.

Exatamente por isso é o carnaval contraproducente.

E moralmente danoso na medida em que aparentemente torna lícito o que é ordinariamente condenável, instilando relativismo moral e hipocrisia na vida social.

No fim das contas tudo isso acaba é fortalecendo a repressão. Pois encerrados os dias da folia todos devem conformar-se com as vidas medíocres que detestam...

No entanto quem fica com a pior parte são sempre os negros ou a mulher negra, que hoje desfila nua e amanhã é classificada como vadia pela mesma sociedade hipócrita e doentia que acabou de aplaudi-la.

Alguns chegam a dizer que a grande oportunidade da negra 'bonita' é ser passista de escola de samba. Como a oportunidade dos meninos e jovens negros mais atilados seria o futebol, i é a ilusão de ser jogador. Lamento por essas meninas e meninos inteligentes e capazes que acabam sendo iludidos e desviados da verdadeira oportunidade que se lhes apresenta, a escola ou o estudo.

Mais do que qualquer outra parcela da população brasileiros os negros é que deveriam valorizar o estudo e pleitear uma vaga na universidade pública. Por cuja manutenção também pagam através dos impostos. Isto sim é índice de consciência e emancipação e não fazer o joguinho da elite branca desfilando para ela no sambódromo...

Distrair ou divertir a elite branca e carrear dinheiro para os empresários milionários jamais será índice de consciência negra. Colaborar servilmente com sistema capitalista de produção jamais será índice de consciência negra.

Imaginem a fortuna que essas escolas de samba não recebem por fora apenas para homenagear esses grã finos engomadinhos, sejam políticos, empresários, artistas ou jogadores... Ou vão me dizer que é pura e simples benemerência??? Tudo isso é feito em troca de um bom patrocínio e eu não acredito que sequer 1 porcento desse valor chegue as mãos das comunidades negras carentes! Fica tudo com meia dúzia de dirigentes... Para os quais evidentemente 'O carnaval é nossa vida, é nossa luz...' posto que vivem dele...

Mas não os músicos e passistas iludidos por tão baixo 'ideal'... Pois acabado o 'fascínio' a vida retoma a triste realidade de quem não tem emprego, estudo, ou chance alguma além de trabalhar carregando caixotes na feira ou como diarista lavando banheiro de branco endinheirado.

Pessoas, essas músicas não são as músicas cantadas pela resistência negra há século e meio... essas danças não são as danças executadas por eles... esse instrumentos não são os empregados por eles... esses trajes ou adereços nada tem a ver com os que eram utilizados por eles... Esse carnaval carioca de passarela vendido pela Globo nada tem a ver com a consciência ou com a resistência negra. É festa de opressores brancos para opressores brancos e festa da opressão, em que os negros são usados pura e simplesmente.

É algo que envolve apenas dinheiro e muito dinheiro. De que as comunidades negras dos morros do Rio não tiram proveito algum. Benefício social algum. Tudo quanto essas Escolas fazem tem por objetivo perpetuar essa cultura ou tradição servil, cujo objetivo é dançar para os brancos, em especial pelos estrangeiros.

Veja, os negros podem sambar nus, são livre e respeitados!

Só que não...

É apenas fantasia para inglês ver.

O carnaval ancestral, de raiz e relacionado com a resistência africana esta morto e bem morto há décadas... E por questão de coerência era bom ressuscita-lo.

Que dizer agora do carnaval de tradição européia com seus blocos e marchinhas?

De modo geral também perdeu muito de sua originalidade ancestral.

E até os pierrots e colombinas foram substituídos por super heróis importados dos estados unidos... a cuja perniciosa influência nada escapa neste país.

Por outro lado converteu-se também ele, especialmente nos clubes, numa festa sexual em que tudo é permitido. Como já dissemos é o tributo que se paga a hipocrisia maniqueista/puritana.

Carnaval tornou-se ainda sinônimo de embriagues... E as cervejarias agradecem.

Deveríamos beber sem afetação, com naturalidade e equilíbrio.

Mas carnaval é época de destempero.

Há ainda o problema da violência e das brigas, pois as pessoas estão cada vez mais agressivas, e mais agressivas ficam ainda quando bebem ou quando estão no cio...

Tornando-se o Carnaval de hoje, talvez mais do que nunca, copiosa fonte de agressões, conflitos, mal entendidos, e consequentemente de mortes inclusive.

O próprio barulho excessivo, insuperável no tempo das caixas de som, colabora para criar uma atmosfera totalmente irracional, frenética e emocionalista em que os piores instintos, como o de agressão, acabam aflorando. O barulho torna as pessoas ainda mais nervosas interagindo com o alcool e potencializando atritos.

A crítica aqui vale para todos os tipos de música e para todos os ritmos, inclusive para a música pseudo religiosa que já aderiu as caixas de som e baterias, ou seja, a cultura do barulho.

O carnaval é o máximo exponencial (Mas não o único) dessa cultura neurótica.

Efetivamente o barulho é uma das melhores formas de deseducar e barbarizar uma alma qualquer. Nem barulho faz bem, nem o bem faz barulho pois o barulho é fuga do mundo e de si mesmo.

Por todos estes motivos todos também a folia 'lusitana' perdeu por completo sua razão de ser.

O Carnaval correspondia a uma função social quando os reis, senhores, déspotas, tiranos, ditadores, juízes e carrascos controlavam a sociedade com mão de ferro imponto o maniqueísmo como lei e oprimindo as consciências. Numa sociedade autoritária e inimiga dos prazeres havia de ter uma válvula de escape e esta eram os tais festejos carnavalescos, ocasião em que a moralidade vigente tornava-se mais lassa. Para os oprimidos do passado, para os servos, escravos e explorados carnaval era momento de descontração. Após o que, tornavam a conformar-se com o estado de vida que lhes era dado ou imposto pela Sociedade igualzinho os negros das escolas de samba.

Tratava-se portanto de uma estratégia destinada a perpetuar a dominação e o controle nos termos dos senhores.

Eram dias de tolerância em meio a uma sociedade totalitária ou autocrática e portanto correspondiam a uma função.

Nós no entanto que vivemos numa sociedade ao menos formalmente democrática em que podemos definir nossos gostos, que temos acesso a certas formas de distração, que fazemos jus a certos dias de repouso, que não temos mais nossas vidas completamente decididas e controladas por outros, precisamos de carnaval?

Claro que precisamos do descanso propiciado pelo feriado. Sem dúvida.

Mas será que precisamos de desfiles desses desfiles de escolas de samba com todo seu servilismo e hipocrisia ou mesmo de pular e saltar num salão?

Acho que o carnaval podia ser bem melhor aproveitado no cinema, no teatro, num museu, numa exposição... ou mesmo em casa ouvido boa música, lendo um bom livro, estudando, curtindo a família, cozinhando, visitando alguém, etc Há tantas maneiras de aproveitar-se um feriado com inteligência.

Então para que dispersar a si mesmo com risco da própria integridade física?

Compreendo que os pequenos tenham certo fascínio pelo carnaval, é perfeitamente compreensível e faz parte da idade.

Compreende-se que as crianças pulem ou brinquem o carnaval. O qual sempre pode ser organizado em casa com fantasias tradicionais (pierrot, colombina, bruxa, vampiro, pirata, etc) e marchinhas tradicionais, entrando comes e bebes inclusive, doces, refrescos etc Um carnaval saudável também pode ser organizado no condomínio, no prédio ou mesmo entre um grupo de famílias amigas. Importa fugir a ambos os extremos: prestigiar o carnaval imposto pela Globo, festa duma elite branca degenerada e de negros sem consciência e proibir as criança de brinca-lo ou o que é pior e mais danoso, envia-las aos execráveis retiros religiosos com sua cultura sagrada do barulho...

No caso dos pequenos é sempre melhor, sendo possível, criar uma atmosfera honesta, acolhedora e familiar em que possam brincar o carnaval com os amiguinhos.

E os adultos podem também brincar esse tipo de carnaval?

Penso que cada pessoa deva responder por si mesma segundo suas necessidades lúdicas ou afetivas. Pessoas há que não tiveram infância ou cujos pais, fanáticos religiosos, proibiam-nas de brincar e de pular carnaval. Neste caso é perfeitamente compreensível que desejem brincar com os filhos e netos, ou mesmo participar da folia em pleno sentido da palavra. Tais as péssimas consequências produzidas por uma educação ditada pelo fanatismo religioso. Outros talvez tenham mesmo um caráter mais extrovertido e por isso sejam atraídos por tais folguedos... Todas as coisas são boas desde que usadas com moderação.

Acho supimpa ouvir marchinhas antigas e das umas cabrioladas pela casa, mas não é coisa que absorva-me a vida ou que constitua a razão do viver... O problema como já disse consiste justamente nessa ilusão de viver para o carnaval ou para a passarela, ignorando que o Carnaval seja provisório ou episódico e que a vida seja bem mais complexa.

Há coisas mais importantes e elevadas da que devotar a vida.

O que quero dizer é que a vida não é sambodromo ou passarela dada graciosamente por brancos, mas na maioria dos casos um calvário. Calvário da falta de leitos nos hospitais, calvário da falta de vagas nas escolas, calvário da falta de meios de transporte, calvário da violência, calvário da droga...

E aqui a mística do samba pode ser tão danosa quanto a mística das seitas religiosas, perpetuando cada um destes calvários contra os quais as consciências todas deveriam lutar.

O mundo vendido pela rede Globo é tão real quanto suas novelas de época ou ficção. É um carnaval perpétuo, mas isto não existe.

O carnaval só se torna perpétuo para os dirigentes espertos das grandes escolas que recebem subsídios da globo, do governo, das empresas e dos particulares que desejam ser reverenciados. Mas você negro pobre e negra pobre jamais verão esse dinheiro.

Então comecem a tomar consciência, a estudar e a prepararem-se para a Universidade, conselho de educador branco!

O recado tá dado e repito o que foi dito, no ano de 2017 não acho que qualquer tipo de carnaval seja necessário.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Os que não quiseram ser salvos... A História de uma mulher anônima e de um professor judeu que souberam ser imitadores perfeitos de Jesus Cristo





Ontem a noite estava refletindo sobre uma conversa que tive com o estimado professor Absolon, o qual dignou-se vir até a casa para trocarmos algumas ideias.

Centralizei o pensamento no sermão do monte, mais especialmente neste trecho:

"Bem aventurados os misericordiosos, porque obterão a misericórdia."

E refiz a pergunta como foi relatada pelo nobre amigo:

"Quem é o bem aventurado?"

O que tem fé? O religioso? O devoto? O remido? O igrejeiro?...

Não. De modo algum. A bem aventurança aqui é reservada ao misericordioso.

Agora - Quem é o misericordioso?

O ateu? O budista? O protestante? O espírita? O papista? O judeu? O Ortodoxo? O agnóstico?

Misericordioso é aquele que exerce a misericórdia...

Simples assim.

De fato qualquer um pode ser misericordioso: O branco, o negro, o vermelho, o amarelo, o rico, o pobre, o cristão, o judeu, o budista, o irreligioso, o velho, o novo, a mulher, a criança...

E aquele que é misericordioso é bem aventurado.

Mas e a fé? Como pode ser isto? Como alguém pode ser bem aventurado sem a fé?

Vai perguntar pra Jesus?

Então a fé já não é tudo?

Caso a fé fosse tudo não haveriam oito bem aventuranças, mas uma apenas: Bem aventurado quem tem fé...

A fé até pode ser alguma coisa, mas também existem outras realidades.

Daí o oráculo divino: "Na paciência salvareis as vossas almas!"

Como se vê a fé nem é a única realidade religiosa em termos de Cristianismo e tampouco basta ou salva sozinha...



Alguns se aproximam do Senhor de modo mais íntino por uma fé viva ou a adesão a verdade doutrinal associada a Caridade. Outros se aproximam doutros modos... mas também se aproximam.

Por outro lado só podemos comparar um Ortodoxo ou um Católico sem caridade, misericórdia, senso se justiça, etc aos mestres judaicos que passaram a largo do homem ferido...

Pois eles - apesar da fé - não foram designados como bons pelo divino Mestre. Bom mesmo foi o samaritano, isto é, o cismático ou herético sensível e compassível.

Aqueles, o sacerdote, o levita e o fariseu eram portadores da religião teórica ou superficial. Porque não é a verdade que atinge e toca o que há de mais profundo e nobre no ser humano... O samaritano apenas, inda que na ignorância da verdade, era representante da religião pura e sem mancha diante do Pai celestial: "Socorrer o órfão, o estrangeiro e a viúva em suas necessidades."

Claro que uma coisa não exclui a outra. Pouco no entanto são aqueles que logram concilia-las... Sendo assim, melhor ficar com o essencial que é a caridade, a benignidade, o amor a justiça, a sensibilidade, a humanidade...



Destarte quando penso em um padrão elevado de religião só posso pensar no Pe Maximiniano Kolbe, em Oscar Schindler, em Alexander Schmorell, em Madre Maria Skobtosova... a respeito dos quais escrevi já diversas vezes.

Hoje quero adicionar mais dois heróis a esta gloriosa galeria, dos quais sobre um nada sabemos em termos de fé, já o outro era judeu.

Penso se necessário registrar isto pelo simples fato de que todos estão perfeitamente cônscios a respeito de minha opinião a respeito do judaísmo enquanto cultura ou melhor da cultura semita como um todo pois minhas críticas tocam igualmente a cultura árabe e até com maior intensidade. Jamais ocultei - e não tenho porque oculta-lo - minha posição a respeito da notação e valor da cultura, meu repúdio marcado ao relativismo cultural, meu apresso e apego a cultura greco, romano, cristã, etc

Sempre tenho afirmado a inferioridade e miséria das culturas semitas em comparação com a cultura européia> greco, romana, católica, francesa...  Sempre tenho defendido a superioridade de nossos valores ancestrais como a democracia, a ética justicionista, o humanismo, a noção de bem comum, a liberdade sexual, a liberdade pessoal (esta afirmada pelos catolicismos), o conceito de alteridade, o jusnaturalismo, etc Os quais para mim correspondem a valores essenciais, imperecíveis e perenes. Neste sentido a contribuição das culturas semitas, religiosamente obcecadas em termos de formalismos religiosos, parece-me nula.

O próprio construto sincrético da religião judaica não me parece majestoso, embora não deixe de ser interessante. Ao menos até o advento daquela espiritualidade farisaica que tudo envenenou e que posteriormente veio a instalar-se nos domínios do Cristianismo... A exceção de certos elementos de ética contidos nos profetas e no Pirké abbot não nutrimos qualquer simpatia para com a fé dita abraâmica.

Todavia o foco de nossa crítica são os cristãos - em especial Católicos - que aderem a fé judaica e sobretudo aqueles que sem romper com a fé judaizam adotando os costumes do antigo testamento.

Ademais concordamos com o pronunciamento dos rabinos Ortodoxos segundo o qual ambas as fé não precisam misturar-se para tolerarem uma a outra.

Para além disto nossa opinião, ditada pelo liberalismo religioso, é suficientemente conhecida: Os judeus tem todo direito de professar sua fé ancestral e de manter seus costumes. Já Alexandre e Augusto haviam deixado isto bem claro e não somos doutro parecer. Como todos os homens - a exceção dos que santificam e abençoam a violência do como os muçulmanos sunitas - são credores de nossa tolerância e respeito, ponto e basta.

Por mais que detestemos as fés judaica, protestante e xiita reconhecemos que seus profitentes são seres humanos e que os seres humanos devem ser sempre acolhidos, compreendidos, amados e servidos; não odiados, nem oprimidos, nem perseguidos. Odiar as doutrinas e amar os homens deve ser nossa diretriz.

Ouso declarar enfim se um judeu entrega sua vida por amor de seu próximo também ele é imitador do Verbo Jesus Cristo e certamente herdeiro da bem aventurança e da paz espiritual, pois Jesus Cristo não é Senhor mesquinho e acanhado mas generoso e benevolente. Todo aquele que ama seu semelhante seja judeu, grego, chinês ou indiano esta na comunhão de Jesus Cristo, inda que jamais tenha ouvido falar dele, pois Jesus Cristo já o atingiu e incorporou a si ao assumir a natureza comum.

Ou não sabes que muitos daqueles que ouviram falar a respeito dele e fingem professar a fé desonram seu nome ensinando doutrinas de ódio, julgando, condenando, oprimindo, excluindo... Então se trata de um conhecimento inútil e duma fé para o juízo.

Feitas estas ressalvas passo a narrativa:




Não sei em que livro li esta narrativa, mas não poucas vezes, nas noites sem lua, tenho pensado sobre ela.

É uma historinha na plena acepção da palavra e no entanto uma das mais impactantes que já li ou ouvi.

Diz respeito ao famoso Transatlântico Titanic afundado a pouco mais de um século no fatídico ano de 1914.

Há tantas narrativas insipidas toscas a respeito dele, como aquela segundo a qual deus exercerá vingança sobre o navio devido a uma tirada feita por um dos proprietários ou pelo comandante, Esta predileta dos fanáticos...

Há algumas narrativas comoventes como a dá orquestra que não cessou de tocar até o instante final...

E há esta que segue e que para mim é a mais impactante de todas:

"Enquanto aquele navio imenso ia mergulhando nas gélidas águas do Oceano os botes iam se enchendo de gente.

Claro que as mulheres e crianças tinham a preferência e eu, que pertencia a esta última categoria, acabei testemunhando um evento a respeito do qual jamais haverei de esquecer enquanto viver.

Como alguns botes haviam sido lançados com poucas pessoas os que restavam estavam apinhados, inclusive o nosso.

O limite de ocupantes havia sido atingido e já não havia lugar para uma alma sequer.

Foi quando os homens aproximaram-se trazendo uma mulher cujos filhos haviam sido embarcados noutro bote e cujo esposo encontrava-se nos Estados Unidos, e já não restava lugar para ela.

E como a mulher chorasse e suspirasse eu vi uma jovem, uma mocinha levantar-se e dizer: Sou jovem solteira e sem filhos, ela é esposa e mãe, cedo meu lugar. E dizendo isto levantou-se e tornou ao navio prestes a adernar. O que quero dizer é que aquela jovem menina caminho para a morte certa e que entregou sua vida por uma desconhecida.

Por um bom tempo a voz daquela jovem soou nos meus ouvidos como um sino de ferro enquanto nosso bote se afastava e aquela mocinha tornava ao convés do navio.

Ela certamente morreu e eu jamais vim a saber quem fosse, qual era seu nome, sua origem, sua idade... "

Não meus senhores, não amigo leitor que me ouve, não se tratava duma pessoa idosa, vivida, enferma, frustrada, desgostosa mas duma menina, duma jovem, duma adolescente que mal começara a viver. E que mesmo assim num gesto de amor e nobreza aceitou morrer no lugar de uma mãe de família, de alguém que sequer conhecia...

Que significado imenso contido num evento tão breve.

De modo que eu, a semelhança daquela que presenciou este evento tão singular, pego-me não poucas vezes a imaginar qual fosse seu rosto, seu nome, sua origem, sua idade, suas ideias, esperanças, crenças, temores... E sobretudo em que pensava ela no instante crucial da decisão! E sobre qual teria sido o motivo que levou-a a abdicar da salvação em benefício de outra pessoa...

São justamente eventos como estes que me fazem questionar a crença ou fé materialista e a exemplo do grande Pascal apostar decididamente num Deus bondadoso em cujo Ser tais eventos são perpetuados e se tornam eternos, ao invés de tombarem no mais frio esquecimento.

E não tripudio afirmar que após os elementos deste planeta terem sido consumidos, que após todas as partículas deste sistema terem se dispersado, que após as galáxias e o próprio universo terem se dissolvido a memória desta ação permanecerá incólume a nível de consciência, duma consciência universal.

Certamente nem toda a imensidão deste universo material é digna de sentimentos tão elevados.



"Nós não estamos aqui para refletir teoricamente sobre os problemas sociais no espírito da ortodoxia mas para unir nosso pensamento social inspirado pela ortodoxia a vida do trabalho."

"Para muitos daqueles que frequentam a igreja nós estamos demasiado a esquerda, mas para os esquerdistas somos demasiado religiosos..."

"Guerra eterna e esse novo paganismo chefiado por um louco (Hitler) que precisa ser enfiado numa camisa de força e lançado numa sala forrada com cortiça de modo que seus uivos bestiais não destruam a paz do mundo."

"Erro essencial, não existe questão judaica mas questão Cristã porque toda questão de vida e morte é Cristã.... no fundo toda batalha que questiona o dom da vida é travada contra o Cristianismo? Se nosso Cristianismo fosse autêntico todos portaríamos uma estrela. A Idade dos mártires chegou."



"Se alguém aparecer por aqui buscando por judeus eu os levarei até o ícone da Mãe de Deus." Madre Maria Skobotzova, mártir imolada pelos nazistas

O segundo exemplo diz respeito a um professor e educador Janusz Korckzac judeu polonês de Varsow. Não vou falar agora sobre suas ideias acuradas e iniciativas geniais como a Escola ou pedagogia democrática suficientemente avaliada por Piaget... Afinal as ideias por geniais que sejam passam. Limitar-me-ei a narra sumariamente como também ele recusou-se a ser salvo. De fato enquanto cuidava dos órfãos do Dom Sierot no gueto foram-lhe oferecidas no mínimo duas oportunidades de fuga, uma por Newerly e outra por Maria Falska. Optou no entanto por não abandonar seus educandos e companheiros. E com eles em Agosto de 1942 foi conduzido ao matadouro de Treblinka onde veio a perder a vida. Segue-se o melhor comentário possível: Ninguém tem amor maior senão aquele que entrega a vida por seus irmãos!

Quando crianças, mulheres, velhos, enfermos e deficientes são assassinados não é questão de ideologia mas de psicopatia ou crueldade!