segunda-feira, 21 de julho de 2008

A arte de não ler II

Querido Schopenhauer agradeço ex toto corde a colaboração que você deu ao meu humilde blog.
Não creio que seja preciso dizer que concordo com tudo que você disse em gênero, número e grau. Realmente a maioria das pessoas lêem obras que deviam ser jogadas no lixo.
Hoje em dia está em moda ler Harry Potter (ó tempora, ó mores!), O Código da Vinci e outras porcarias defecadas pelos dedos de Dan Brown, mas a febre do momento é o Segredo, um livro extremamente ridículo e supersticioso. Em tempo, outro livro que faz sucesso no momento é Deus Um delírio de Richard Dawkins, respeito o trabalho científico desse senhor, mas quando se mete a fazer filosofia é um verdadeiro desastre.
É isso que lêem as pessoas "cultas" do Brasil na primeira década do século XXI. Elas não lêem os clássicos nem literatura científica. Apesar de suas múltiplas leituras continuam burras e quanto mais lerem mais burras ficarão, porque essas obras não esclarecem, não ensinam, pelo contrário alienam e desensinam. Gastam seu dinheiro e tempo em coisas que não tem serventia alguma.

Faltam leitores de verdade, faltam leitores críticos!!!!!!

A arte de não ler

Deixarei que o meu grande amigo Arthur Schopenhauer fale sobre a arte de não ler. Aqui eu me calo para que fale Schopenhauer.

"Como as pessoas lêem sempre, em vez dos melhores de todos os tempos, apenas a última novidade, os escritores permanecem no círculo estreito das idéias que circulam, e a época afunda cada vez mais em sua própria lama.
Por isso é tão importante, em relação ao nosso hábito de leitura, a arte de não ler. Ela consiste na atitude de não escolher para ler o que, a cada momento determinado, constitui a ocupação do grande público; por exemplo, panfletos políticos ou literários, romances, poesias etc., que causam rebuliço justamente naquele momento e chegam a ter várias edições em seu primeiro e último ano de vida. Basta nos lembrarmos de que, em geral, quem escreve para os tolos encontra sempre um grande público, a fim de que nosso tempo derstinado à leitura, que costuma ser escasso, seja voltado exclusivamente para as obras dos grandes espíritos de todos os tempos e povos, para os homens que se destacam em relação ao resto da humanidade e que são apontados como tais pela voz da notoriedade. Apenas esses espíritos realmente educam e formam os demais.
Quanto às obras ruins, nunca se lerá pouco quando se trata delas; quanto às boas, nunca elas serão lidas com freqüência excessiva. Livros ruins são veneno intelectual, capaz de fazer definhar o espírito.
Para ler o que é bom uma condição é não ler o que é ruim, pois a vida é curta, o tempo e a energia são limitados".

Fonte: Parerga e Paralipomena

Por que Diário de um Bobo da Corte?

Os bobos da corte eram pessoas que tinham deformidades físicas ou sofriam de alguma doença mental. A função dos bobos era divertir a corte. Eles eram as únicas pessoas que podiam criticar a tudo e a todos sem sofrer ameaças de quaisquer tipos, afinal para que levá-los à sérios se são tão somente bobos?

Bom não tenho deformidade física, mas não sou nenhum modelo de beleza, também não me considero uma pessoa 100% normal, sou um maluco beleza. Por isso resolvi criar o meu diário, o diário de um bobo da corte onde terei a minha liberdade de manifestar meus pensamentos.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Cristianismo e Teoria da Evolução II

Santo Agostinho embora não fosse um evolucionista no sentido como conhecemos hoje disse:
"Segundo o que eu penso, Deus, no início, criou todos os seres ao mesmo tempo, uns realmente, outros nos seus princípios... Assim como uma semente contém de uma maneira invisível tudo mo que deve desenvolver-se com o tempo numa árvore, assim nós devemos imaginar que o mundo, no momento em que Deus criou simultaneamente todas as coisas, continha virtualmente e casualmente as coisas que a terra produziu antes que se desenvolvessem no tempo, como nós as conhecemos". DE GENESI AD LITTERAM

Segundo o testemunho de Ernst Mayr, Dobzhanski foi o maior evolucionista do século XX, e ele era cristão ortodoxo.

"Dobzhanski não era um adepto da ideologia do acaso e da necessidade. aceitava, é certo, uma teoria com essas características na sua síntese evolutiva, mas não deixava que ela pervertesse sua visão do mundo. Aproveito a ocasião para revelar um fato. quando cheguei aos Estados Unidos, pela primeira vez, em 1955, tive a oportunidade de assistir ao casamento da filha única do casal Dobzhanski em uma igreja ortodoxa russa e, ali, no meio da cerimônia, vi o cientista fazer o sinal da cruz no estilo ortodoxo. Nunca me esqueci desse fato. Na época, eu era um agnóstico marcado pelo preconceito de que um cientista não podia ter uma visão religiosa do mundo. aquele gesto simples de Dobzhanski permanece até hoje - luminoso e transparente - na minha lembrança.

Fonte: MAIA, Newton Freire-. Criação E Evolução Deus, o acaso e a necessidade. p.341-342. Vozes, Petrópolis, 1986.

O Cristianismo e a Teoria da Evolução

Tenho aqui alguns textos que escrevi há um bom tempo e gostaria de compartilhar com meus leitores. Quero demonstrar que é possível ser cristão e evolucionista, mas é impossível ser cristão e ser apegado a fábulas judaicas, já desmentidas pela arqueologia, geologia, etc...

Seguem os textos:

Já no longínqüo ano de 1929 escrevia o abade Moreux:"Em resumo: o que o dogma católico condenará sempre como oposto radicalmente à fé é a doutrina da evolução absoluta, com a negação da criação; mas de fato, o criacionismo se alia perfeitamente com certa evolução: evolução no mundo inorgânico, transformação da matéria; evolução no reino vegetal, donde espécies extintas tem sido tem sido substituídas por outras a miúdo melhor organizadas; evolução no mundo animal, com a condição expressa de não derivar a alma humana do animal meramente sensitivo"."a posição do católico com respeito à evolução se precisa muito claramente: salvaguardar a Deus e a alma humana"."Podem tranquilizar-se meus leitores. Nada tem a ver com o dogma católico, com o evolucionismo, ainda aplicado ao mundo vegetal e animal, desde que se respeite a criação da alma humana por um ato especial de Deus.A mesma filosofia não se acha precisamente interessada no debate; que haja uma evolução no reino vegetal e algo pareido no reino animal, são questões de ciência pura e há que se deixar aos sábios que se dediquem em paz as suas investigações sobre esses pontos particulares".

"A evolução tomada como hipótese científica, - diz o Pe. Wassman -, considera as três atuais espécies de animais e plantas não como formas criadas diretamente por Deus, mas como resultado final das múltiplas mudanças que experimentaram as espécies que existiram nos períodos geológicos anteriores.A evolução tão pouco estuda a origem da vida, mas limita-se a invstigar as relações genéticas que medeiam entre as espécies sistemáticas, gêneros e famílias, e esforça-se por catalogá-las ordenadamente segundo sua antiguidade.É uma das muitas teorias, e baseia-se em várias hipóteses entre si harmônicas, que oferecem uma explicação muito provável da origem das espécies orgânicas. Seria pueril negar a Teoria da Evolução só porque as espécies não evolucionam à nossa vista"."Trata-se de uma hipótese, e os sábios são livres em discitir os múltiplos problemas que tem originado.Como a Bíblia não é um livro de texto para estudar ciências, não deve recorrer-se à ela como árbitro supremo para decidir"."A evolução não contradiz o que os católicos opinam sobr a vida.O Padre Von Hammerstein escreve: 'Se o Criador, em vez de criar as espécies animais na forma que atualmente tem, fez que chegassem à ela por evolução lenta de umas espécies noutras, nem por isso o seu poder e sabedoria seriam menos admiráveis. Embora, portanto, a teoria da evolução, dentro de certos limites, fosse certa, far-se-ia sentir mesmamente a necessidade de um Criador, pois sempre seria necessária uma Causa-Prima da evolução das espécies orgânicas. É como se um jogador de bilhar quisesse mandar cem bolas em diferentes e determinadas direções.Que seria mais admirável: golpear uma das cem bolas de per si, enviando-as à meta desejada; ou golpear uma só e esta batendo noutras e estouta noutra, e assim sucessivamente, todas chegassem sem desvio ao ponto prefixo?'".

Bibliografia: CONWAY, Bertrand L. Caixa de Perguntas. Edição da União Gráfica, Lisboa, 1957.MOREUX, Abade Th. Los Confines de La Ciencia y de La Fe. M. Aguillar Editor, Madrid, 1929.PINILLOS, José Luis. Segredos da Vida Mental. Editorial Verbo, Lisboa, sem data.

sábado, 5 de julho de 2008

Mulher objeto

O Brasil tem uma longa tradição machista, que é alimentada por mulheres objetos. Nos anos 70 fez sucesso a sra. Gretchen com seu talento de "rebolar" que requer muita habilidade. Recordo-me que nos anos 90 o apresentador Luciano Huck, lançou a "tiazinha" e depois a "feiticeira" que se tornaram objetos de fantasias dos homens. O Grupo é o Tchan lançou outras "bundudas" como Carla Peres, Mônica Carvalho e Sheila Carvalho. Essas mulheres contribuíram para o fortalecimento do machismo e contribuíram para que o mito de que a mulher é objeto persistisse. Mulher não é gente, é bunda! Inspiraram jovens a imitá-las e usarem os micro-shorts para que pudessem mostrar seus "atributos" (leia-se nádegas). Com a ajuda da mídia, fizeram uma caricatura da mulher. Mostraram que o tipo de mulher que os homens querem são as "vagabundas" e "gostosas", que não precisam ser inteligentes, nem muito bonitas de rosto, mas rebolar bem, muito bem. Essas mulheres ajudaram a fortalecer o mito de que as mulheres são inferiores aos homens, que não são pessoas, mas apenas objetos.



Aliás as mulheres que se preocupam em apenas malhar o corpo para se tornar objeto sexual são todas burras, e por sua burrice, estigmatizam todas as mulheres que não merecem essa injustiça.

Vejam por exemplo este vídeo da Carla Peres, no qual pergunta à telespectadora: i de iscola?

http://www.vidbr.net/v.php?id=5e1d9f0

Hoje temos a Mulher Samambaia, Garota Melancia, A Mulher Jaca e a Mulher Moranguinho. São frutas não pessoas, são frutas porque "gostosas", porque são desfrutáveis, não são pessoas, e isso é lamentável. Não tem nomes, são conhecidas por seus apelidos, não são indentificadas como pessoas, mas como algo comestível (exceção para a mulher samambaia). Elas são mais machistas do que os homens porque não lutam para combater o preconceito contra a mulher, pelo contrário se aliam aos preconceituosos, portanto são piores que os machistas.

Todas elas deveriam tomar vergonha na cara e trocar de nome, ao invés de mulher isso ou aquilo, todas elas deveriam se chamar de Mulher Objeto, pois é isso o que são. Elas são a vergonha para toda mulher que pensa, estuda e trabalha para acabar com o preconceito sexista.

É isso

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Porque não dou conselhos

Em minha curta existência já dei muitos conselhos para os que me pediram, mas hoje não mais faço isso. Conselhos são perigosos, criam vínculos. As pessoas que procuram um conselho, na verdade estão procurando um guia, um mestre. A pessoa que dá o conselho tem que saber que está lidando com uma vida humana.

O conselho pode dar certo ou errado. Se dá certo a pessoa aconselhada cria um vínculo de dependência com você; se dá errado ela lhe cobrará e lhe culpará pelo mau resultado. Não é bom que uma pessoa fique dependente de outra para viver e fazer as coisas, ela deixa de assumir responsabilidades e se torna uma alienada, isto é, uma propriedade de outro. Já não pensa por si, porque enxerga a si mesma como incapaz.

Você teria coragem de seguir seus próprios conselhos ou você que aconselhou vai buscar outro conselheiro? Já se pôs no lugar do outro?

Aprendi com a Orientação Não Diretiva ou antes na Abordagem Centrada na Pessoa, técnica de Carl Rogers, que não se deve dar conselhos, mas se deve ouvir a outra pessoa, acompanhar essa pessoa em seu processo de amadurecimento, mostrar que ela é capaz de achar as soluções para os seus problemas. Aprendi que não deve "achar" ou opinar por ela. Que o importante é ouvir o que ela tem a dizer e perguntar-lhe porque pensa de tal ou qual maneira, de modo que a encaminhemos para a auto-reflexão e possa se questionar e buscar dentro de si as respostas necessárias. O mais importante de tudo é a empatia, isto é, se colocar no lugar do outro, pois assim teremos cuidado para não aconselhar, mas apenas acompanhá-la nesse processo de auto-conhecimento. A Orientação Não Diretiva nos mostra que toda pessoa é capaz de encontrar soluções sem o auxílio de terceiros, desde que tenha um alguém disposto a ouvi-la e se tornar um espelho de modo que ela possa ver a si mesma de modo claro. Assim desse modo a pessoa poderá recuperar a estima por si e se tornar independente.