domingo, 28 de agosto de 2011

Considerações sobre o filme O planeta dos macacos: a origem


Não, não sou crítico de cinema todavia gosto de assistir aos filmes com um olhar filosófico e o filme "Planeta dos macacos" é um filme que me permite tecer algumas considerações filosóficas.
O filme fala de um cientista obececado por descobrir um remédio contra o mal de alzheimer, uma vez que seu pai é vítima dessa doença. Ele cria um remédio que supostamente cura o cérebro e aumenta a inteligência e essas drogas são testadas em chimpanzés, chimpanzés que são caçados nalgum lugar do continente africano e que servem apenas como cobaias.

O Planeta dos Macacos mostra-nos os chimpanzés servindo de cobaia e aí a gente pergunta: Por que eles servem de cobaia? Eles - disse um dos personagens - não são gente, sabia? Que direito tem os homens de fazer de outras espécies de ponte para uma vida melhor?

Outro fator importante no filme é que este mostra  que o interesse dos capitalistas não é ajudar a quem quer seja mas lucrar em cima de novas drogas, seria isso uma forma de cutucar as indústrias farmacêuticas?

Já no começo do filme a droga é testada em chimpanzés e uma das chimpanzés tem sua inteligência aumentada, o cientista tenta convencer os empresários a investir em sua ideia  e fazer com que a droga possa ser testada em humanos. ele quer demonstrar como a droga funcionou no cérebro da "macaca olhos brilhantes", mãe de César. Quando a chimpanzé foi retirada da cela a mesma reagiu de forma muito agressiva, destruindo tudo o que via pela frente até chegar no auditório onde estavam os empresários, até que um segurança a mata com tiros.

Depois disso o projeto do cientista é descartado, o sr, Jacobs deseja que todos os animais sejam sacrificados. Um dos ajudantes do cientista, encontra um bebê chimpanzé na cela da macaca de "olhos brilhantes" e aí ele descobriu que o remédio não tinha alterado o cérebro da macaca mas que ela estava protegendo o seu filhote. Seu ajudante o convence a salvar a vida de César. Com o tempo ele notou que César recebeu as mutações genéticas de sua mãe, por isso tinha uma inteligência avançada.

O pai do cientista sofria do mal de alzheimer e o cientista sofria com isso, por isso ele queria que a droga fosse testada em humanos, não por humanitarismo, mas porque seu pai sofria dessa terrível doença. Depois de ver os progressos de César, ele decide roubar a droga da empresa e aplicar-lhe em seu pai que tem uma melhora repentina. Após algum tempo a doença volta muito mais agressiva e ele deseja criar um vírus mais potente e conversa com Jacobs o megaempresário e o persuade a ajudá-lo com equipamentos, capital e tudo o que for necessário para continuar as pesquisas.

Certo dia, o pai do cientista já num estádio avançado do mal de alzheimer, vê o carro do vizinho aberto e pensa que é seu carro e bate o carro na parte dianteira e traseira e inicia-se uma discussão, césar vê tudo pela janela de seu quarto e fica revoltado e ataca o vizinho com grande ferocidade, depois disso o serviço de controle animal o recolhe e vai para um abrigo de primatas que sofrem muitos maus-tratos. A princípio César gostaria de voltar para sua casa, mas o cientista que o criou não consegue com o passar do tempo, César se sente traído e fica solidário aos outros macacos e se torna um líder. consegue fugir e vai até sua antiga casa e rouba uma variação da droga mais forte que deixa os macacos ainda mais inteligentes e aplica essa droga primeiro em si mesmo e depois em seus colegas.Após isso, ele lidera uma rebelião até conseguir voltar para a floresta.

O que nos ensina o filme? Que nós seres humanos usamos e abusamos dos animais para fazer nossas experiências como se eles fossem objetos e não animais que sofrem e tem sentimentos; Que muitos cientistas não tem ética, para conseguir seus objetivos persuadem seus patrocinadores a investir, suscitando-lhes o desejo de um lucro sem precedentes; Que os capitalistas não tem escrúpulos, pois se é para ganhar ainda mais dinheiro eles permitem pesquisas até não controladas, pois ficam cegos pelos lucros; Que os homens podem ser responsáveis por sua própria extinção, mas não necessariamente por fabricação de novos remédios, mas pela destruição do meio ambiente, por meio das guerras, etc... E que se o ser humano sumir da face da Terra como sugere o filme por causa da nova droga que funciona bem em macacos, mas péssimo em humanos, que não será o fim da Terra e que outra espécie poderá nos substituir, no filme quem substitui os humanos são os chimpanzés.

Enfim é um filme para fazer pensar, rico em reflexões, feliz de quem souber aproveitá-lo.



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ama e faze o que queres

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Hoje à tarde tive um desentendimento no facebook com uma madame que não aceita ser questionada, ela estava fazendo campanha contra uma comunidade supostamente pedófila, em primeiro lugar a parabenizei, a iniciativa da madame que posa de filósofa, depois eu perguntei como ela sabia daquilo e foi o quanto bastou para pesquisar meu perfil e fazer um ataque ad hominem, supondo de modo velado que eu sou pedófilo, pois a dondoca disse: "Sei porque acabo de ser informada. E você, 32 anos, solteiro, parece que trabalha com crianças. Tem filhos? A propósito, àquela máxima de Sto. Agostinho (Ama e fazes o que queres) que postaste em teu face, está bem furada, não? Desde quando "fazer o que quer?" O amor não justifica tudo. Há Amor e amor, sabemos".

Eu perguntei se aquela comunidade era mesmo pedófila, se foi provada ser de autoria de grupos pedófilos. Aí ela ficou irritada e descontou sua raiva em mim, e insinuou que sou pedófilo como se depreende do texto acima. Mas não é de sua leviandade que pretendo falar mas de sua ignorância no que tange à filosofia.

Acerca da frase de Santo Agostinho ela disse: "A propósito, àquela máxima de Sto. Agostinho (Ama e fazes o que queres) que postaste em teu face, está bem furada, não? Desde quando "fazer o que quer?" O amor não justifica tudo. Há Amor e amor, sabemos".
Bem percebe-se que essa senhora não entende nada de filosofia, nem de retórica e muito menos de cristianismo e por não entender fala besteira, e essa é a desgraça dos ignorantes falar com ares doutorais de coisas que doutoralmente ignoram.
A "iluminada" pensa que Agostinho de Hipona disse que quem ama pode fazer o que bem entender e que o amor não justifica tudo. E quem disse que Santo Agostinho disse que o amor justifica tudo?

Ora, o que Santo Agostinho quer dizer com "Ama e faze o que queres", foi apenas que  as pessoas que amam não prejudicam quem quer que seja, pois quem prejudica quem quer que seja não ama, pois quem ama faz somente o bem, posto que amar é o querer bem dou outro.

Mas a "filósofa" continuou com sua logorréia: "Há amor e amor. Há quem de um tiro e diga que foi "por amor".
Quem ama não faz o mal, mas tão somente o bem, pois o amor é o bem querer do outro, se a pessoa diz amar e faz o mal, então é porque não ama. Se a pessoa só faz o bem porque ama, então a pessoa pode viver sem limites, posto que ama, logo, inevitavelmente fará o bem. Acreditar que alguém possa matar por amor é o mesmo que acreditar que alguém presta socorro a alguém por puro ódio. Exemplo: "Eu o não deixei morrer no incêndio porque eu o odeio", ou "presto ajuda humanitária porque odeio essa gente, odeio e por isso lhes faço o bem".

Infelizmente, as pessoas não param para pensar naquilo que foi falado e ainda tem a coragem de fazer política. Triste, não?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Gangue da Matriz

Rapper critica deputados que aumentaram seus próprios salários e agora pode ser processado por ter falado cantado a verdade.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Comunismo, uma defesa


Gosto quando Marx fala, na "Introdução à Crítica do Direito de Hegel", que a teorias se convertem numa força material quando se apoderam das massas. Também Trotsky diz que não podemos ignorar o poder das ideias, mesmo que não possuam um “aparato” por trás (o que verificou na prática, haja vista a disseminação das posições da Oposição de Esquerda apesar da perseguição da colossal máquina de calúnia e extermínio da burocracia stalinista). Seja como for, para sair do mundo dos devaneios e adentrar a vida concreta, as ideias são operadas por indivíduos, em dada época histórica e sob dadas circunstâncias materiais.

Assim, é idealismo, hegelianamente falando, imaginar que a ideia se concretizará perfeitamente no mundo dos homens, isto é, que não haverá mediações entre o projetado e o aplicado. Isso não é dizer que as ideias (quaisquer que sejam) são utópicas, delirantes, e que na realidade nada sai como planejado; e sim entender que a ideia se concretiza num amplo processo dialético, portanto contraditório e, podemos mesmo dizer, sequer se concretiza, e sim está-se-concretizando. A vida, que é o campo de aplicação das ideias, é um eterno devir.

É muito belo dizer, por exemplo, que ao ser agredidos devemos oferecer a outra face e que devemos nos amar uns aos outros, dado que somos provenientes do mesmo Pai Eterno; mas disso vieram os massacres dos cruzados, a Inquisição e o fundamentalismo cristão. É belo dizer, como fez Adam Smith, que a busca individual por lucro leva ao bem-estar coletivo; mas disso vieram a exploração capitalista, a acumulação e a opressão. É belo bradar por “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, mas não se pode esquecer que isso descambou na guilhotina e, posteriormente, na ditadura de Napoleão.

O inferno está cheio de boas intenções, como diz o ditado.

Desde que o socialismo, enquanto instrumento organizado e científico da luta de classes, começou a ganhar corpo, enfrentou forte resistência dos grupos dominantes. Falamos "luta de classes", afinal, não por mero simbolismo. Essa luta tem vários instrumentos: da aniquilação física à calúnia, passando pela censura e todas as demais ferramentas postas à disposição da classe de exploradores. Nada obstante, isso não impediu o formidável ascenso da classe trabalhadora que, após a Comuna de Paris, "tomou o céu de assalto" na Rússia.

A Rússia, todavia, era um país semifeudal recém-saído do czarismo. A tomada de poder era a parte fácil; a tarefa que se desenhava no horizonte era o desenvolvimento material do país, o que seria impossível sem o socorro do proletariado dos países desenvolvidos. A revolução russa, pois, era, como a consideravam os bolcheviques, o estopim da revolução mundial, não um fim em si.

Mas tal ajuda não veio. E mais de uma dezena de nações capitalistas invadiu o País dos Sovietes para fazer soçobrar a revolução, reforçando a contrarrevolução interna. Não conseguiram, mas se pode imaginar a devastação física, humana, econômica e moral do país.

Mesmo devastada e isolada, a Rússia precisava tentar se erguer. Mas qual seria a consequência desse atraso para o socialismo nascente?

Quem responde é Leon Trotsky:

"É possível que, em virtude de um determinado alinhamento de forças nacionais e internacionais, o proletariado conquiste o poder em um país atrasado como a Rússia. Porém, o mesmo alinhamento de forças demonstra de antemão que, sem uma vitória mais ou menos rápida do proletariado nos países adiantados, o governo russo não sobreviverá. O regime soviético abandonado a sua própria sorte degenerará ou cairá. Mais precisamente, degenerará e depois cairá".

O país isolado, atrasado, fechado em si mesmo, optando teratologicamente pelo "socialismo em um só país" (sic) inevitavelmente falharia na missão de construir o socialismo. Permitiu o nascimento de uma casta burocrática que usurpou o poder dos sovietes. E transformou a ditadura do proletariado na ditadura do partido e, em verdade, na ditadura do secretário-geral.

Em tal cenário, Trotsky nos dá duas variantes hipotéticas: ou a classe trabalhadora faz novo levante para derrubar a burocracia e salvar o socialismo, ou a burocracia, ela própria, restaurará o capitalismo. Afinal, não se contentará, cedo ou tarde, em ser a mera detentora dos meios de produção; vai querer ser proprietária. Infelizmente, foi essa última opção a vitoriosa e pode-se verificar o acerto do prognóstico facilmente: os "novos-ricos" russos de hoje são todos oriundos da "nomenklatura"...

Feita essa breve digressão histórica, há que se perguntar se a causa da falência da URSS, se os crimes do stalinismo, se a degeneração do partido bolchevique, podem ser atribuídos a um defeito intrínseco ao marxismo ou ao leninismo.

Uma das maiores defesas jamais feitas ao marxismo e ao leninismo está no opúsculo de Trotsky, "Stalinismo e bolchevismo". Primeiro, vem uma verdadeira profissão de fé:

"O marxismo encontrou sua expressão histórica mais elevada no bolchevismo. Sob a bandeira bolchevique se realizou a primeira vitória do proletariado e se instaurou o primeiro estado operário".

Como negar o acerto dessas palavras? É possível que venha a surgir um método melhor. Seria antidialético pensar o leninismo (ou bolchevismo) como uma forma "perfeita", "acabada". Também o leninismo deve ser superado. Mas não há ainda, penso eu, ferramenta melhor de práxis revolucionária.

Teria a URSS degenerado por causa do leninismo? Trotsky prossegue:

"Apresentar o processo de degeneração do estado soviético como a evolução do bolchevismo puro é ignorar a realidade social (...)"

Há que se considerar, na degeneração do Partido e do Estado (que inclusive em dado momento passaram a se confundir) todas as variáveis levantadas na digressão histórica acima. A melhor ferramenta pode, em dadas condições, se estragar, e isso não é decorrência da ferramenta senão das condições. Ainda Trotsky:

"O partido que se apodera do estado pode, por certo, exercer sua influência sobre o desenvolvimento da sociedade com um poder que antes lhe era inacessível, porém, em troca, se decuplica a influência que os demais elementos da sociedade exercem sobre ele. "

O partido não está acima nem além da sociedade na qual se insere. As ideias, eu disse acima, precisam de meios materiais, inseridos em um contexto histórico. O atraso, a guerra, a fome: é evidente que o Partido não ficaria imune a isso. A existência determina a consciência, nos ensinou Marx.

Deduzir o stalinismo do bolchevismo é o mesmo que deduzir a contrarrevolução da revolução. O stalinismo é, conclui Trotsky, a "negação termidoriana" do bolchevismo. Não são iguais.

Vejo os companheiros Domingos e Fernando, de forma legítima, eis que sincera, expondo as críticas que lhes fizeram abandonar os quadros do Partido Comunista Brasileiro. Não posso palpitar, por se tratar de opiniões pessoais, nem posso, em respeito ao leninismo (já que sou membro do Partido), dizer aqui se concordo ou não com o teor dessas críticas. Mas penso -e já não me refiro ao PCB em especial, e sim a qualquer agrupamento humano que tenha por escopo a transformação revolucionária da sociedade- que não há partido, coletivo ou organização "prontos" ou "acabados", como o próprio leninismo, conforme falei acima, não é "pronto" ou "acabado". Antes é uma construção diária, dialética, coletiva. Árdua, sem dúvida. Enfrentar tais contradições é o preço que se paga por se engajar, efetivamente, na luta revolucionária.

Naturalmente, há outras formas de militância. Mas penso -como Trotsky- não serem superiores ao leninismo e, em todo caso, nenhuma outra forma de atuação está isenta de obstáculos. Idiossincrasias de toda sorte pululam ao nosso redor e temos, como bons psicológos, que lidar com esses egos.

Pode-se acrescentar ferramentas ao leninismo, naturalmente. Por exemplo, vejo como importante considerarmos o aspecto moral; não a moral burguesa, conservadora e calcada em séculos de obscurantismo religioso, mas a moral humana, a postura ética que os homens devemos ter uns com os outros. É nesse sentido que considero o comunismo também uma filosofia de vida: é preciso que nos despojemos de toda a "carga" acumulada, do egoísmo, do individualismo, do pessismismo, da angústia. O comunista é vibrante e apaixonado pela vida e, mesmo que pareça ridículo, é guiado por sentimentos de amor (como disse Che Guevara, essa outra figura complexa).

Devemos fomentar ao máximo, também, o espírito crítico que é próprio do marxismo. Joguemos fora os manuais; à lata de lixo da História para com os "guias geniais" e "grandes timoneiros" do stalinismo. O comunista, além de ético e vibrante pela vida, é desafiador, inquieto, ousado, rebelde, lírico. Caso contrário, não se é revolucionário, e de comunista só terá o nome.

(E deter meramente um "nome" não é grande coisa; o PCdoB não é de hoje é um partido institucional burguês; o PCCh explora a classe trabalhadora chinesa; o PT, então, de "dos trabalhadores" não tem nada).

Não é o rótulo que importa, e sim a ação. "Imagem não é nada", não diz o comercial de refrigerantes?

Seria uma grande honra militar no mesmo Partido com os companheiros Domingos e Fernando. Mas respeito sua decisão, assim como eles, sabendo que pertenço a esse mesmo Partido do qual saíram, me respeitam convidando-me para integrar a equipe do blog.

Não precisamos, contudo, estar na mesma organização para que militemos juntos. Quem quer que lute contra a opressão, a exploração, o obscurantismo, o pensamento binário, quem quer, enfim, que lute pela emancipação do homem- é meu companheiro de barricadas, esteja onde estiver.

Com saudações comunistas do,

Joycemar Tejo

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Desconstrução de um discurso demagógico



O vereador Dario Bueno conhecido como Burro iniciou uma polêmica desrespeitosa à categoria dos professores. O que vou fazer aqui é a desconstrução do discurso demagógico desse senhor. 

Dario Burro começa falando que os municípios tem que investir 25% de sua receita na educação e segundo o vereador diz que em Jacareí isso representa R$ 75.000.000. Dario Burro fala ainda que educação "não é só município, é estado na esfera pública, federal". Burro ainda fala que vai discursar sobre o público porque foi escolhido como representante para zelar pelo patrimônio, como se fez entender. 

"Se você tem uma noção básica de economia, você entende que todo investimento espera um retorno e esse retorno na educação eu não vejo, porque há mais de vinte anos, a Constituição obriga a destinar 25% da receita própria e a prioridade da educação pela Constituição, é erradicar o analfabetismo e ainda não foi erradicado por mais de vinte anos com todo esse investimento, isso é preocupante. E quando você vai  conversar isso com os professores e isso ficou bem claro com o uso da tribuna  do professor Roberto Mendes que professor só fala em salário, isso me incomoda".

O Burro começa sua fala pela economia que todo investimento tem que ter retorno e ele não vê retorno no dinheiro investido na educação. Mas aí  surge a pergunta: Esses 25% chegam às escolas? Esses 25% da receita chegam às mãos dos professores? Por acaso não vemos denúncias e mais denúncias  de desvios de verbas públicas? Por que há mais de vinte anos o analfabetismo não foi erradicado do Brasil se o investimento é assim tão bom, segundo Dario Bueno? Simples, porque a verba não chega nem às escolas nem às mãos dos professores, se chegasse muita coisa mudaria. Professor só fala em salário diz o vereador polêmico de Jacareí. Professor só fala em salário, vereador não fala em salário, vereador aumenta o próprio salário. Se nós pudéssemos aumentar nossos próprios salários, evidentemente que não falaríamos em salários. Dario Burro é favorável ao aumento de salário dos vereadores, mas não da forma como foi feita e aí acabou por votar contra. Ele é favorável ao aumento de salário dos vereadores, mas não é favorável que professores discutam salário e plano de carreira, pois é, dois pesos e duas medidas. Dario Burro que diz ter noções de economia fica incomodado ao saber que "professores só falam em salário", ele não sabe que segundo Marx - O modo de produção da vida material determina o caráter geral do processo social, político e intelectual da vida. E que Não é a consciência dos homens que determina a sua existência mas, ao contrário, sua existência social determina sua consciência. Ora, os professores que tem sua vida determinada, digo, condicionada pelo econômico, são obrigados a trabalhar em duas ou três escolas e isso se reflete em suas vidas porque suas aulas perdem muita qualidade, quando não perdem toda a qualidade. Quando os professores ganharem bem e forem devidamente capacitados, então os professores darão melhores aulas porque terão tempo de preparar suas aulas, mas o vereador não sabe nada disso.


"O problema está no comprometimento no projeto de nação do professor e isso não percebo, porque se isso fosse legítimo não teríamos mais analfabetos no Brasil". 

É muito fácil culpar os professores pelo analfabetismo quando os legisladores nada fazem em prol da educação. Ora, pode existir o maior comprometimento do mundo com a educação, mas se não existem condições de trabalho, ambiente saudável, salário digno, não vai haver mudança nenhuma.


Agora o que mais acho engraçado na fala do vereador do DEM é o fato do mesmo citar Paulo Freire para justificar suas críticas aos professores. 

O vereador fala que Paulo Freire conseguiu alfabetizar num projeto experimental em 1962 trezentos adultos em quarenta e cinco dias sem cartilha, num método super-eficiente, partindo de seus conhecimentos prévios.

Ok, mas em que contexto Paulo Freire fez isso? Quem eram seus alunos? Como fez isso? Primeiro, o método Paulo Freire é para adultos e não para crianças. 

O Dario Burro após isso desfia terços de indignação afirmando que as pessoas entram analfabetas e saem analfabetas da escola, e toca de novo no econômico. Ele não entende como podem haver analfabetos com tantos investimentos. Primeiro, nem todo professor é alfabetizador, logo são os alfabetizadores é que devem alfabetizar as crianças. Mas como as crianças podem ser alfabetizadas com salas superlotadas, crianças que desrespeitam o professor, crianças com inclusão e falta de material didático? E não é só, os professores são cobrados pelas seducs da vida, por seus superiores imediatos, e há professores que são obrigados até a falsear dados. Eu mesmo gostaria de saber se esse vereador que já foi professor conseguiria  alfabetizar não trezentas, mas quarenta crianças em quarenta e cinco dias, com as atuais condições da escola. 

O vereador diz que os professores que se colocam no mesmo nível de Paulo Freire. Qual é o problema dessa afirmação do vereador? É que ele generaliza. Há professores maus, sim e não são poucos, mas não ser poucos não é o mesmo que dizer os professores, como se toda a categoria fosse culpada pelo que faz um certo número de professores. 

Em seguida ele diz que os professores não alfabetizam nem politicamente nem por meio da leitura e da escrita. Mais uma vez acusação sem solução. Será que esse vereador ignora que professor tem prazos para entregar notas, trabalhos, projetos e relatórios, que muitos professores fazem cursos de especialização e trabalham em mais de uma unidade escolar?

Burro em sua fala diz que os professores dizem que os políticos querem um povo estúpido e ele disse que esse é um discurso desbotado. Mas se é assim por que os os vereadores não elaboram projetos de leis que beneficiem os professores e a escola? Por que os prefeitos não constroem mais e melhores escolas? É evidente que os políticos querem um povo burro porque somente assim vão perpetuar seu poder indefinidamente.

Mais uma vez Burro compara Paulo Freire aos professores, como se todos os professores fossem alfabetizadores. Fico me perguntando se Paulo Freire tivesse diários de classe, semanários, relatórios, conselho de classe, deliberação 11, HTPC entre outras coisas do ramo, se ele conseguiria alfabetizar esses adultos. Realmente, não sei, mas imagino que não.

Nós estamos atrasados como nação, não é por culpa só dos professores, mas dos políticos que se promovem em cima das misérias do povo.

Todo professor diz: "vote nulo?" Todo? Bem se vê o vereador confunde o singular com o plural, e aí não sei se confunde propositadamente ou se por ignorância; se por ignorância precisa de aulas de gramática e lógica. Uma coisa é um professor e outra coisa, todos.

Mas quando um vereador não quer trabalhar, ele vai para o Twitter, facebook e falar a primeira idiotice que se lhe assoma à cabeça. E para não ser cobrado pelo povo se faz necessário se achar um bode expiatório, nesse caso, os professores fazem esse papel;



sábado, 13 de agosto de 2011

Burro ataca professores

Não, não foi um burro que atacou os professores, foi o vereador Burro, mais precisamente o vereador Dario Bueno mais conhecido como Burro. Mas quem é o Burro? Burro é um vereador de Jacareí, que foi professor por 4 anos e não concluiu a graduação, ou seja, ele ensinava sem ter diploma. Nada contra aqueles que lecionam sem terem concluído a graduação, mas no caso do vereador isso é uma incoerência pois fala que os professores são inúteis e não ensinam. O que ele ensinou nos 4 anos em que foi professor? Tudo bem, críticas aos professores são bem-vindas, desde que estejam bem fundamentadas, desde que o autor da crítica apresente soluções, coisas que o vereador não fez. O que o Burro fez em quatros anos como professor, professor não formado? Revolucionou a educação? Se como professor não mudou a educação, se fez o que fizeram os outros professores, então não tem porque criticar a categoria. E conhecendo a realidade da educação porque não luta pelos professores e por melhores escolas? Simples, porque é mais fácil criticar. E criticar uma categoria do modo como fez no facebook é tanto melhor porque ganhou notoriedade nacional, ficou famoso, sem precisar ser um cientista, médico, filósofo, escritor, etc...

Veja a polêmica do vereador Burro:



O vereador pensa que está acima do bem e do mal para falar o que bem entender, ele usa  seu cargo para se promover e ludibriar seu eleitorado com um discurso falacioso.
Esse senhor, disse que a maioria dos biólogos queria ser oceanógrafo, mas como não conseguiu foi fazer biologia. Disse que os professores são frustrados, que foram rejeitados pelo mercado de trabalho e aí descontam suas frustrações nos educandos. E o Burro, por que não concluiu a graduação? Se ele gosta tanto da escola e dos educandos por que ele não volta para a sala de aula? Por que ele não mostra o método do ensino/aprendizagem já que é tão "sábio"? Professores não gostam de trabalhar diz o vereador. Verdade, nenhum professor gosta de trabalhar, num ambiente sem condições: salas mal-iluminadas, o velho quadro negro, salas superlotadas, cobranças dos superiores imediatos, das SEDUCs, dos pais dos alunos, alunos mal educados e violentos, falta de material adequado entre outras coisas. Eu sou professor e não gosto de trabalhar nessas condições, acontece que sou obrigado a trabalhar nessas condições e ainda sou obrigado a fazer milagres como São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis.

O vereador sim, gosta de trabalhar, e seu trabalho é caluniar e difamar os professores. Gostaria de perguntar para o vereador se a função do legislativo é elaborar leis ou se é, fazer discursos demagógicos para se promover e enganar seu eleitorado. Burro gosta tanto de trabalhar que deixou de ser professor. Ele sabe que professor ganha pouco, ele sabe que não é fácil estar numa sala de aula e mesmo assim, traiu aquela que foi sua categoria. De acordo com sua fala: "O professor é um profissional frustrado que descarrega a frustração nos estudantes. O professor gostaria de ser Engenheiro, não consegue e vai dar aula de Matemática; outro queria ser Advogado, não consegue e vai dar aula de Português; outro queria ser Médico e vai dar aula de Biologia". Seguindo a lógica de seu pensamento, Burro é também um frustrado, e duplamente frustrado, fez letras porque queria ser advogado e o vereador não conseguiu ser nem advogado nem professor.


O discurso demagógico do vereador não para: "Eu vejo que é muito grave a falta de resultado na educação, existem recursos, esses recursos são aplicados, a gente tem uma estrutura e o professor não produz", disse. "Eu não aceito jovens chegando ao sétimo ano sem saber escrever corretamente". Será que ele nunca ouviu falar de uma coisa chamada progressão continuada? Ele fala como se os professores fossem os responsáveis pela implantação da progressão continuada. 


Falei bastante por hoje, e para não cansar o leitor paro o post por aqui para continuar mais adiante.  Para finalizar: Felizmente a maioria do povo não é burra para aceitar resignada as palavras demagógicas do Burro.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A moda agora é Wikileaks





Recebi um documento sujo de um partido ainda mais sujo o PCB.
Esse documento é secreto, feito apenas para circular entre os militontos do PCB. Então, eu vou imitar o Julian Assange criador do Wikileaks que é um site de denúncias e que vaza informações. Só resta saber se eu ficarei tão famoso quanto o "pai" do wikileaks.


Partido Comunista Brasileiro – PCB


Comitê Central: Rua da Lapa, 180 – Grupo 801 – Centro -. Rio de Janeiro. RJ - CEP: 20.021-180

Tel/Fax.: (21) 2262-0855 / 2509-3843

Home Page: www.pcb.org.br

e-mail:pcb@pcb.org.br



Estamos anexando e segue também no corpo do email a Nota de Esclarecimento do CC sobre os fatos ocorridos em SP.

Pedimos a todos os camaradas do partido queeste documento é reservado a TOD@S @S MILITANTES DO PCB NO ESTADO, portanto não repassar externamente.







COMITÊ CENTRAL







NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A CRISE POR QUE PASSOU O PCB EM SÃO PAULO



(Comitê Central do PCB)





(reservada aos militantes do PCB)



“Diante desse cenário, acho que a decisão mais acertada é a de provocarmos ainda mais os caras, obrigando-os a tomar uma decisão que alguns não querem: a de nos expulsar. Precisamos fazer com que eles nos expulsem, até para nossa legitimidade junto aos militantes que ainda vacilam e acham que existe espaço de disputa no interior do Partido; a saída é cairmos fora. Não podemos mais esperar... só faz sentido estarmos na reunião do CC, se fosse para sair de lá com a legenda”. (troca de mensagens entre o grupo que rompeu com o PCB em SP; o texto, de março de 2011, publicado ao final desta nota, é de um ex-membro do CC que saiu do Partido encabeçando um manifesto)



Esta nota de esclarecimento, dirigida aos militantes do PCB, se faz necessária em função da manipulação que vem sendo promovida por um pequeno grupo de ex-militantes do Partido em SP, em torno da expulsão do seu líder, o ex-membro do Comitê Central (CC) do PCB, Igor Grabois.



O Partido é uma união voluntária. Suas portas estão abertas, para entrada e saída. Mas o Partido tem regras e uma ética! Não é um Partido de tendências, mas centralizado. O que caracteriza os membros deste grupo como fracionistas é terem saído do Partido pela porta dos fundos, atacando publicamente sua imagem pela internet, tentando envenenar militantes e amigos, numa verdadeira campanha orquestrada contra o PCB. Poderiam ter saído pela porta da frente, despedindo-se com dignidade e franqueza, colocando as divergências no âmbito da política num nível elevado de debate, como já fizeram na história do PCB pessoas e grupos de pessoas. Muitos destes até hoje são amigos do nosso Partido.

Igor ingressou no PCB, no RJ, no final dos anos 80, quando se inicia a ofensiva dos liquidacionistas para acabar com o Partido, que culminou no racha de janeiro de 1992. Após um afastamento da militância e uma positiva autocrítica por não ter participado da luta em defesa do Partido, é readmitido no PCB logo em seguida. Quando jovem, havia militado no PCdoB, de onde foi expulso, segundo ele, por injustas acusações de “atitudes desagregadoras e formação de grupo”.

Com menos de três anos de volta ao PCB, ele já integrava o Comitê Central do Partido e logo a Executiva Nacional (antigo nome da atual CPN). Em 1996, foi candidato a Vice-Prefeito do Rio de Janeiro, em chapa própria do PCB, sendo o coordenador da campanha no Estado. Nunca apresentou qualquer divergência na construção desta linha política, até o XIV Congresso do PCB (outubro de 2009), quando, pela primeira vez em 15 anos, não foi reconduzido à CPN, por uma decisão consensual do CC. Em verdade, as atitudes que o levaram à expulsão não têm nada a ver com divergências. Estas são saudáveis, sobretudo se tratadas com lealdade, nas fronteiras do Partido, e desde que não firam questões de princípio. No PCB, não existe “delito de opinião”.



Os problemas criados pelo ex-camarada até o XIV Congresso nunca foram ligados ao descumprimento da linha do Partido. Até porque concordava integralmente com ela. Todos os vários problemas que criou, de início no Rio de Janeiro e depois em São Paulo, são ligados à sua irresistível necessidade de formar grupos em torno de si. Comporta-se atavicamente como um predestinado a dirigir a classe operária, talvez por algum sentimento de hereditariedade, como se fosse portador de sangue mais vermelho que os demais comunistas.

Muitos desses fatos não eram do conhecimento da maioria dos militantes do Partido e alguns até de membros do CC, em função da conciliação por parte da CPN, que passou todos esses anos criticando-o internamente, mas sempre passando a mão na cabeça, na esperança de recuperá-lo. Durante sua permanência no Rio de Janeiro, criou um grupo paralelo de jovens, que tinham informações privilegiadas do CC e intervenções políticas articuladas.Em São Paulo, após alguns meses de adaptação, começou a se articular com vistas à formação de um grupo. Tendo conquistado a confiança da direção regional, passou a concentrar importantes tarefas. Precisava parecer insubstituível, o que mais trabalhava, a “vítima” das direções “burocráticas” e dos “intelectuais” que o assoberbavam de trabalho partidário, mas não faziam nada. Quem o ouvisse falar sobre o PCB em São Paulo e no Rio de Janeiro, tinha a impressão de que o Partido só começou a existir em SP depois de sua chegada e que deixara de existir no RJ, com sua partida!



Numa recente carta ao CC, que tornou pública, revela com clareza o seu principal mito, dizendo textualmente:



“Os mais antigos se lembram do que era o PCB em São Paulo, antes do XIII Congresso. Era um grande ausente de toda a política. Havia alguma atuação partidária apenas em Santos. Praticamente tudo que existe foi a partir do XIII Congresso. O partido em São Paulo começou a aparecer, pelo menos para o movimento operário mais combativo, a partir do XIII congresso”.



Ou seja, o PCB só começa a existir em SP quando o predestinado chega a Santos, vindo do RJ. Na verdade, PCB já estava organizado em diversas cidades e dirigia alguns sindicatos importantes. O que fez o PCB passar a ter visibilidade nacional foi o resultado de um processo de mudanças, graças à luta de muitos camaradas e que culmina no XIII Congresso, em 2005, o marco da virada política do Partido.



O grupo do Igor fez do XIV Congresso um marco a partir do qual criaria condições para o “assalto ao poder” no PCB. Jogou tudo para formar uma delegação expressiva de seus adeptos em São Paulo, para “ganhar” a direção do Partido no Estado e talvez o próprio Congresso ou, no mínimo, fazer do CR em SP um bunkerpara “ganhar” o XV Congresso, em 2013. Nos meses anteriores ao Congresso, não compareceu a qualquer das reuniões da CPN, para se dedicar a montar uma delegação do grupo e, ao mesmo tempo, não se comprometer com qualquer decisão da CPN, da qual era membro. Precisava se passar como divergente, até para justificar o veneno que destilava contra a direção do Partido.



Num partido em que não cabem grupos e tendências organizadas, como o nosso, foi escandalosa a atuação no XIV Congresso de parte expressiva dos delegados de SP afinados com seu líder, aliás, basicamente os mesmos que, no mês passado, saíram em grupo do Partido, de forma espalhafatosa e desrespeitosa. Era um partido paralelo agindo num Congresso em que os delegados eram plenos, ou seja, se manifestavam livremente, sem articulação de qualquer natureza. No debate, convenciam e se convenciam. Num partido leninista, um grupo organizado é uma deslealdade. Enquanto o grupo vem organizado, os demais delegados vão apenas com suas convicções, dúvidas e questionamentos.



O grupo já tinha combinado suas convicções antes, em reuniões paralelas. Tinha direção, divisão de tarefas, discurso articulado e se reunia sem disfarce até na calçada do local do evento, entre uma sessão e outra, para fazer balanço e combinar novas ações, sob o comando de Grabois. Orientava seus discípulos a abordarem delegados de outros Estados, tentando jogá-los contra a direção do Partido.



Imediatamente após o encerramento do Congresso, deu-se no mesmo local a primeira reunião do novo CC, onde surgiram graves denúncias ao ex-camarada expulso, na sua presença, pela flagrante organização de grupo. Pela primeira vez nos últimos 15 anos, o mesmo não foi eleito para a Comissão Política Nacional (CPN), em razão de seu comportamento. Após esta reunião do CC o grupo, uma vez desvelado, passa a agir de forma aberta, sem dissimulações. Para quem queria “ganhar” o Congresso, foi amargo o sabor da derrota. O predestinado não podia imaginar uma CPN sem a sua presença; era preciso enfrentá-la.

Na primeira reunião do novo Comitê Regional (CR) de SP pós Congresso, Igor manobra a eleição de uma Comissão Política Regional (CPR) “puro sangue”, composta por militantes, na maioria, ligados ao seu grupo, excluindo os quadros mais importantes e destacados do PCB em SP, desde antes da resistência aos liquidacionistas de 1992. Valeu-se de uma maioria estreita e eventual e de um envenenamento nos bastidores do Congresso.



Mais uma vez, o núcleo dirigente nacional do Partido conciliou, tentando resolver a crise através de gestos de confiança em falsas autocríticas. A CPN lança-o candidato a Governador de São Paulo, dando-lhe grande protagonismo, num gesto conciliador para tentar repactuar a composição da direção do Partido em SP, a fim de restaurar a unidade. Hoje, vemos que foi mais um grave erro.



Lamentavelmente, a campanha a Governador em SP se transformou em mais um instrumento de luta interna, com coordenação exclusiva a cargo dos membros do seu grupo, muitos dos quais bem remunerados. Boicotaram as candidaturas próprias a Presidente e Vice, escondendo-as nos programas eleitorais até o limite em que o Secretariado do CC adotouprovidências. A alegação era “estética”, “poluição visual”. A campanha nacional do PCB praticamente não existiu, na maioria das cidades paulistas sob controle do grupo.



O grupo se aproveitou de mais esta conciliação da direção do Partido e da grande exposição na mídia para alavancar-se em SP, fazendo uma campanha que tinha como objetivo principal não o crescimento do PCB, mas o fortalecimento do grupo. Passadas as eleições – onde tiveram uma votação pífia, abaixo de suas expectativas – os membros do grupo rompem novamente uma “trégua” e voltam a atacar a CPN do CC, acusando-a agora de “trair a linha política do XIV Congresso”, de “conciliar com os reformistas” e de se “aproximar do PT e do PCdoB, com vistas ao apoio ao governo Dilma”. Outra crítica que faziam era à correta relação política que o Partido mantém com o MST e a Consulta Popular, acusados por eles de “reformistas, democrático-populares”.



A partir daí, assumem publicamente uma única divergência e passam a se comportar formalmente como dissidentes. A divergência se limitava a um aspecto da política de alianças, restrito à questão sindical. O XIV Congresso decidiu que o PCB deveria lutar pela recomposição do campo original da Intersindical (PCB, ASS e setores do PSOL), que permanece dividida em duas. Esta decisão obviamente implica em dialogar com os setores do PSOL que não foram para a Conlutas, com vistas à reunificação da Intersindical. Este grupo, desde o XIV Congresso, boicota esta resolução, por ser contra o convívio com sindicalistas ligados ao PSOL na mesma Intersindical, por razões que não tiveram coragem de expor até hoje.



Igor foi, durante quase uma década, o Secretário Sindical Nacional do PCB, época que corresponde a uma perda do espaço político do PCB no âmbito nacional, porque tratava a correta aliança com a ASS de forma equivocada, subalterna, exclusiva, criando obstáculos para o nosso relacionamento com outras forças classistas, engessando nacionalmente o Partido em função de uma aliança concentrada na região de Campinas e que também não levou a resultados orgânicos para o PCB.



Apesar disso, declara numa carta que, fingindo mandar apenas ao CC, espalhou por várias listas de fora do Partido e redes sociais:



“A atuação do partido, ainda que limitada e de pouca repercussão nacional, denunciou a incapacidade do núcleo dirigente do PCB – representado na CPN – de dar respostas às necessidades do movimento operário e de atuação da militância comunista.”

“O crescimento do partido no movimento operário foi o que despertou mais ódio em certos dirigentes. São inúmeros os exemplos de operários que aderiram o partido e foram menosprezados por, simplesmente, não dominarem o jargão pseudomarxista utilizado por dirigentes de gabinete.”

O “crescimento do partido no movimento operário” é produto da sua imaginação, com a chegada de quatro companheiros da área química e que foram tratados como meros sindicalistas, quando poderiam ter se transformado em verdadeiros dirigentes comunistas.

Além destes, o grupo não conta com qualquer operário, a não ser com operários imaginários. O trio que dirige o grupo se auto-intitula “vanguarda operária” sem que nenhum deles, em toda sua vida, tenha batido ponto nem entrado em uma fábrica (ao menos para trabalhar).



O ex-Secretário Sindical negligenciou a atuação sindical do Partido em todo o país, jogando todos seus esforços na formação de uma chapa de oposição num importante sindicato de Campinas, dirigido pelo PSOL, numa visão de conquistar um aparelho, para melhor se posicionar na luta interna que travava no PCB. Apesar de o grupo ter recrutado alguns combativos dirigentes operários (que divergiam do PSOL), estes infelizmente não foram formados para apreender a cultura do PCB e sua linha política, terminando por atuar muito mais como sindicalistas dirigidos pelo grupo, para conquistar um aparelho, do que como membros do partido. Apesar do baluartismo, o grupo não conseguiu sequer reunir o número mínimo para compor a chapa, muito menos a cota de um terço de mulheres previsto no estatuto.



Com o comando da CPR, o grupo começa em SP uma “caça às bruxas”, com dissolução ou abandono de Bases e Comitês Municipais, punições sem processo disciplinar, pressões para militantes abandonarem o Partido e inclusive ameaças físicas. O objetivo assumido era “depurar” o PCB SP dos “intelectuais pequeno-burgueses”.



Em abril de 2010, em Goiânia, no 5º Congresso Nacional da União da Juventude Comunista (UJC), os jovens de São Paulo ligados ao grupo também se comportaram como bancada. Ao invés de privilegiarem a construção da UJC no Estado, conforme decisão congressual, concentravam esforços num movimento chamado “A hora é essa”, sem vínculo orgânico com o Partido.



Diante deste quadro, a CPN, em dezembro de 2010, constatando um processo de desagregação, grupismo, desorganização e paralisação das instâncias partidárias em SP, decide constituir uma comissão composta por todos os membros do CC no Estado (inclusive os dois que já não pertencem mais ao Partido), para buscar unitariamente com o CR a rearticulação das instâncias partidárias, a partir da organização das células, comitês municipais e macro-regiões, e preparar uma Conferência Estadual de Organização. Conforme a decisão, a Comissão não substituía o CR de SP, que continuaria no exercício das suas funções.



Para viabilizar a resolução, a CPN convoca para 14 de fevereiro de 2011 uma reunião entre os membros da Comissão do CC (de SP) e todo o CR de SP, com o objetivo principal de promover um debate franco e aberto sobre a crise por que passava o Partido no Estado. Os dois membros do CC em SP, organizadores do grupo fracionista, fugindo como sempre do debate, boicotam a reunião e tentam inviabilizar o quorum (prática da política burguesa) instando seus membros a também não comparecerem. Além do boicote, não reconhecem a comissão de membros do CC, que os incluía, chamando-a de “intervenção”, fazendo disso um novo “cavalo de batalha”.



Na verdade, com medo de serem desmascarados, fugiram da reunião para não se exporem num debate político que revelaria suas mentiras. Não queriam que seus seguidores conhecessem o contraponto a tudo que lhes diziam. Diante disso, a CPN pediu-lhes formalmente esclarecimentos sobre a ausência na reunião e os convocou para uma nova reunião da CPN com os membros do CC que vivem em SP. Novamente os dois não compareceram, fugindo sorrateiramente do debate, sem qualquer justificativa.

Em mais uma tentativa de resolver o problema, incluiu-se um ponto sobre a questão de SP na reunião do Comitê Central convocada para 18 e 20 de março, visando a um novo esforço de restauração da unidade do Partido no Estado. Dos dois dissidentes, só Igor comparece e apresenta um documento que tornou público. Na verdade, não era uma carta de um membro do CC, mas de um grupo ao CC. Neste texto, Igor - que assina sozinho, apesar de ter repercutido a redação antes com seu grupo - tenta formalizar pela primeira vez suas divergências que, como sempre, não extrapolavam a questão sindical.

Nesta reunião, o outro membro do grupo que era do CC não comparece novamente e manda uma mensagem agressiva e desrespeitosa, tentando forçar sua expulsão do Partido. Precisavam de uma “vítima” do “stalinismo”. Igor comparece, declara que não há grupo em SP, mas apenas divergências, e que não concorda com o teor da mensagem mandada pelo membro do CC ausente. Mais uma vez, a direção do Partido concilia com o ex-camarada. Depois de muitas críticas ao comportamento dele e de novas promessas de reconstrução da unidade partidária em SP, celebra-se um acordo político de “repactuação” do PCB no Estado, que tinha como pré-requisito a composição de uma CPR que expressasse a unidade, decisão aprovada por unanimidade.

Dando curso ao acordo, o CC convoca o Comitê Regional de SP para uma reunião na capital do Estado, com a presença do assistente e de outros membros da CPN para discussão das alegadas divergências políticas e eleição da nova CPR. A Comissão de membros do CC em São Paulo, criada em dezembro, deixara de existir, por conta deste acordo de repactuação. Mesmo tendo desaparecido o único pretexto para alegarem que houve uma intervenção em SP, continuaram a difundir esta versão. A reunião se realiza em 16 de abril, com a presença de três membros da CPN (o assistente de SP e os Secretários Geral e de Organização). Igor comparece e, após um amplo debate político no primeiro ponto da pauta, o assistente apresenta um anteprojeto de resolução para precisar o consenso ali obtido. Colocado em votação, o texto é aprovado nos seguintes termos:



a) “Reafirmamos que não há divergências estratégicas entre o CR de São Paulo e o CC do PCB. Qualquer divergência tática, se houver, deverá ser aprofundada e debatida em nossas instâncias e fóruns próprios e até lá se respeita a direção democraticamente eleita em nosso Congresso e o princípio do centralismo democrático.

b) O PCB desautoriza e condena veementemente qualquer versão paralela, caluniosa e com fins escusos que visa instrumentalizar disputas locais e menores acabando por atacar o Partido”.





No segundo item da pauta, como fazia parte da “repactuação”, a mesa propõe a eleição de uma CPR que sinalizasse a unidade do Partido em SP. Apesar de a presença de Igor na CPR ter sido um dos compromissos assumidos por ele na reunião do CC, de março de 2011, ele pede a palavra abrindo mão de compor a CPR, sem expor qualquer motivo plausível, atitude articulada com seu grupo, para simular sua exclusão, não assumir responsabilidades e boicotar a possibilidade de unidade. No entanto, contra o voto dele, o Pleno do CR, com espírito unitário, decide por ampla maioria que ele compusesse o organismo. Infelizmente, o ex-camarada não compareceu a nenhuma das reuniões da CPR de SP, todas elas voltadas para a reconstrução e repactuação do Partido no Estado.



A evidência de que os dois ex-membros do CC tinham medo do debate político e já haviam decidido romper com o PCB é que não ficaram para o debate com o conjunto do Partido. Uma das principais resoluções desta reunião do CR de SP, de 16 de abril, foi a seguinte:



(por determinação do CC, de 18 de março de 2011), “fica deliberada a convocação da militância para uma plenária ampliada com a finalidade de debater politicamente com a direção de São Paulo e o CC a política do Partido e suas táticas, além de propor ativos ou conferências para discussão da questão sindical e outros aspectos táticos de nossa ação política”.

Em 10 de maio, com medo dos debates na Plenária de Militantes convocada pelo CC e o CR-SP, por absoluta falta de argumentos para criticar o CC e a CPN, em 10 de maio de 2011, praticamente todo o grupo, assumindo portanto sua condição de partido paralelo, rompe publicamente com o Partido, espalhando para diversas listas fora do PCB um documento intitulado “Escolhemos ficar do lado de quem luta”.

A esta altura, a CPN já conhecia a articulação em curso, porque um dos destinatários dos emails do grupo passou ao Secretariado Nacional toda a correspondência trocada na época pelos membros do grupo, em especial por sua troika, que incluía os dois ex-membros do CC e outro que acabou sendo expulso do Partido não por divergência, mas por criticar, em baixo nível, o Partido em redes sociais e intimidar com ameaças e truculência camaradas que pensavam diferente. Igor não assina o documento coletivo de rompimento, apesar de ter organizado o grupo e participado da redação. O plano era sair sozinho, com manifesto próprio, imaginando que o CC não o expulsaria.

O texto de rompimento do grupo revela seu caráter de seita. É a peleja dos que lutam contra os que não lutam. A única divergência real que aparece, novamente, é sobre aspectos da tática sindical. As “denúncias” sobre os “desvios de direita” da CPN são ridículas.



Não conseguem esconder a pressa em sair do PCB para fugir do debate na Conferência (com medo de perderem vários camaradas que envenenaram) e para construir o projeto do grupo, que conheceremos em breve. A pressa e o medo são tão grandes que afirmam em documento que estavam saindo naquele dia para preservar “a força e a integridade política” do grupo. E também, certamente, achando que a classe operária e a revolução não podiam esperar!



O medo do debate e principalmente da revelação da verdade levou a que declarassem que não iam permanecer “no interior do PCB, para fazer a disputa interna”. Não tinham argumentos, não sustentariam uma discussão política com o conjunto do Partido. Suas únicas armas foram a mentira, a cizânia e a manipulação.



A falta de argumentação era tão grande que, ao final do texto de rompimento, como um fecho glorioso, os fracionistas apresentam as principais “provas” do “rebaixamento político” da CPN:



“O último exemplo desse rebaixamento está na publicação de um texto escrito por um obscuro sociólogo argentino na página eletrônica do PCB. O texto, de conteúdo anti-semita, resultou em uma representação na Procuradoria Regional Eleitoral movida pela Confederação Israelita do Brasil contra o Partido. O texto mostra o quanto a direção do PCB, especialmente a CPN, perdeu o rumo da política. Maiores informações acesse: http://netjudaica.blogspot.com/2011/04/conib-oferece-representacao-contra-o.html. Outro exemplo dessa perda do rumo político está na publicação de um texto de Altamiro Borges, dirigente nacional do PCdoB, sugerindo que o governo Dilma estaria em disputa.”



É ridículo associar a publicação de um artigo crítico à política econômica do governo Dilma, extraído do jornal Brasil de Fato - onde o autor tem uma coluna fixa como jornalista – a uma aproximação da CPN com o PCdoB e o governo Dilma! Sem comentários!

Mas o mais grave é o primeiro exemplo dado pelos fracionistas para romper com o PCB. Causou perplexidade o grupo se solidarizar com uma organização sionista, reconhecendo nela o direito de criminalizar o PCB como antissemita. Enquanto centenas de militantes, organizações e intelectuais do Brasil e do exterior se manifestam em solidariedade ao PCB, o grupo se solidariza com o sionismo. Já que não conseguiram liquidar o Partido por dentro, agora se associam a uma tentativa de cassar seu registro. Isto não é mais apenas dissidência, mas traição à história do PCB e a toda sua luta pela transformação revolucionária do Brasil.



No início de abril, a CPN convoca o CC para 23 a 25 de junho, em SP, com uma ampla pauta em que os temas principais eram um balanço da conjuntura e a convocação da Conferência Política Nacional. Não havia na pauta original qualquer questão disciplinar sobre SP. Em 7 de junho, Igor manda ao CC e torna público um documento que intitula “A questão do PCB”. Logo em seguida, chega ao Secretariado o conjunto de emails entre o grupo, com troca de mensagens conspirativas, incluindo boatos, táticas e planos da luta contra a direção do Partido, sob a coordenação de Igor, ainda membro do CC, e com interação com ex-camaradas que não eram do CC e outros que nem eram do PCB.



Como os indícios de formação de grupo se transformaram em provas materiais, a CPN então resolve, em 9 de junho, por delegação que tinha do CC, abrir processo de natureza disciplinar em face do camarada Igor e convocá-lo “a exercer seu direito de defesa na reunião do Comitê Central, que já foi devidamente convocada para os dias 23 a 25 de junho”. Em mensagem a ele e a todo o CC, a CPN envia o conjunto dos emails paralelos para que o então membro se defendesse, acrescentando:



“No caso do camarada Igor, surgiu um fato novo que deverá ser também esclarecido em seu depoimento ao CC. No dia 7 desta semana, o camarada mandou em lista exclusiva do CC, como é de seu direito, um documento de sua autoria denominado “A questão do PCB”. Imediatamente, o Secretariado

Nacional do Partido mandou mensagem a todos os membros do CC pedindo que não repassassem o texto para terceiros e lembrando a reunião do CC marcada para este mês e a Conferência Política Nacional.

No entanto, alguns minutos após a divulgação do documento por parte do Igor ao CC, o texto espalhou-se por várias listas, inclusive a da Intersindical.

O esclarecimento deste fato na reunião do CC, como parte do processo disciplinar, não prejudica o necessário debate sobre o conteúdo político do documento apresentado pelo camarada Igor, ou seja, não está em jogo o seu direito e até dever de expor suas opiniões sobre questões do PCB ao CC.

Propomos assim que na reunião do dia 24 coloquemos a discussão política sobre os termos da carta do camarada antes da discussão de natureza disciplinar”.



Mas o líder do grupo foge do debate no Comitê Central do Partido, de que era membro havia 15 anos. Não comparece à reunião, na cidade em que mora (São Paulo), cujo primeiro ponto de pauta era exatamente para que ele enfim apresentasse ao vivo suas divergências, ouvisse a opinião dos seus antigos camaradas e em seguida esclarecesse a respeito de todos os indícios e provas materiais de que organizara e liderava um partido paralelo em SP.



A ausência a esta reunião além de mostrar sua covardia política, revelou seu desrespeito com o conjunto dos membros do Comitê Central, muitos dos quais vieram à reunião com sacrifício, dos lugares mais longínquos. Estava mais do que claro que Grabois preparava sua saída “voluntária” do Partido para o momento seguinte à reunião, sem que tivesse sofrido qualquer punição que manchasse seu “currículo político”, o que lhe daria melhores condições para alegar que saiu do Partido porque divergia e não que fora expulso mais uma vez de um partido, por desagregação e formação de grupo.



Uma vez comprovada sua ausência à reunião do CC, iniciou-se um debate, em que usaram da palavra praticamente todos os membros do CC. Nenhum camarada defendeu não punição ao ex-membro da direção; muitos criticaram a CPN por sua renitente conciliação, alguns por só estarem naquele momento tomando conhecimento de graves acontecimentos do passado.



No momento da votação, não houve um voto sequer contrário à punição do líder do grupo. Logo em seguida à decisão, resolveu-se elaborar um comunicado simples, nos seguintes termos:



“O Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro), reunido no dia de hoje, em São Paulo, resolveu expulsar dos quadros partidários o militante Igor Grabois Olimpio, pelas seguintes razões:



- formação de grupo e direção paralela no interior do Partido;

- comportamento desagregador e deletério;

- divulgação de falsas informações, deformações e boatos;

- descumprimento de resoluções partidárias, inclusive congressuais;

- vazamento de documentos reservados ao CC interna e externamente ao Partido;

- recusa a comparecer à reunião do CC para prestar esclarecimentos.



O Comitê Central do PCB assegurou ao ex-militante o pleno direito de defesa e de exposição das divergências políticas que supostamente teria com a direção nacional do Partido, conforme afirmado em documento recentemente divulgado para o público externo, mas sua ausência na reunião de hoje comprova a recusa em debater internamente, nas instâncias partidárias devidas, suas alegadas discordâncias políticas.”



É importante assinalar que, contrariamente ao que alardeou pela internet, este grupo só conseguiu convencer a romper com o PCB trinta e poucos ex-militantes paulistas, mais da metade de Campinas, o que revela sua fragilidade no Estado. Não conseguiram criar qualquer dissidência em qualquer outro Estado. Revelando sua expressão municipal, o grupo publicou recentemente um jornal virtual que tem como matéria central a luta contra a corrupção na Prefeitura de Campinas. Na expectativa da substituição do atual prefeito corrupto por um honesto, restaurando enfim a moralidade na cidade, levantam a bandeira ELEIÇÕES JÁ EM CAMPINAS. Aqui aparece uma divergência real com o PCB, que tem declarado que a corrupção é sistêmica no capitalismo e não se resolve com eleições burguesas.



A Plenária dos Militantes do PCB do Estado de SP, realizada recentemente em 9 de julho, por convocação do CC e do CR de SP, foi totalmente exitosa. Após os informes sobre a Conferência Política Nacional que discutirá a tática do partido, iniciou-se o debate sobre os problemas disciplinares ocorridos em São Paulo, com informes e esclarecimentos. Estiveram presentes delegações das bases da capital e da grande maioria das cidades em que o Partido está organizado, inclusive Campinas, onde o Partido já foi reconstruído recentemente. Num debate fraterno, muitos camaradas relataram o assédio e a pressão dos membros do grupo e criticaram o Comitê Central por ter demorado tanto tempo para adotar medidas.



Não podemos deixar de registrar que a ação deste grupo fracionista se dá exatamente no momento em que o PCB recupera a confiança política dos revolucionários, no Brasil e em muitos países, num processo de reconstrução que, iniciado em 1992 – quando conseguimos resistir à tentativa de liquidação do PCB, mantendo o Partido e sua histórica legenda –, consolidou-se, a rigor, há apenas seis anos, a partir do XIII Congresso, em 2005. A multiplicação de mensagens mentirosas e abjetas via internet tem feito a alegria e a festa de anticomunistas, pseudo-esquerdistas e pequenas organizações, que não se conformam com a reconstrução do PCB e tentam pescar nas águas turvas movidas pelos fracionistas. Este episódio exige uma autocrítica do Comitê Central, sobretudo, da Comissão Política Nacional (CPN) do Partido, para além do erro de ter conciliado e dado um tratamento especial a um ex-militante. Mas as razões principais que propiciaram esse fato – e que precisam ser enfrentadas e superadas - são as debilidades do nosso trabalho de formação política e ideológica, o recrutamento superficial, a falta de um instrumento ágil de comunicação interna e deformações no exercício do centralismo democrático que, para se desenvolver como um caminho de mão dupla, necessita de células vivas, em interação permanente com as direções intermediárias e destas com o Comitê Central. Estas debilidades permitiram que vicejassem os intentos golpistas deste pequeno grupo.



Mas o PCB sai unido e revigorado deste episódio, que certamente servirá de lição. A hora é de fortalecer o Partido nas lutas populares e de iniciarmos os debates da Conferência Política Nacional, cujas teses serão conhecidas em agosto.



PCB – Partido Comunista Brasileiro

Comitê Central - julho de 2011



Observação:

Conheçam em seguida parte dos emails em que o grupo conspirava contra o Partido. O conjunto da correspondência encontra-se em poder de todos os membros do CC. Mantivemos apenas os endereços eletrônicos dos três organizadores do grupo, excluindo os demais ex-camaradas manipulados por esses.





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2 de Março de 2011 - 22:26

IGOR INVENTA PARA O GRUPO QUE OS “INTELECTUAIS” ESTÃO CONSPIRANDO A SUBSTITUIÇÃO DO SECRETÁRIO GERAL DO PARTIDO

De: “Igor grabois"

Para: "Walber Monteiro" Cc: "Renato Nucci Junior" nuccijr1@yahoo.com.br e diversos outros endereços.

Estão contrapondo o Mauro ao Ivan. A consulta (*) está lendo assim. Vamos dar um tempo dos e-mails. É muito mole. Um abraço, Igor.

(*) Consulta Popular

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2 de março de 2011 - 23:13

MEMBRO DO GRUPO CONSULTA SE TORNA PÚBLICA A “NOTÍCIA”.

De: Walber Monteiro walbermonteiro@yahoo.com.br, "Renato Nucci Junior" nuccijr1@yahoo.com.br



Para: “Igor grabois" grabois.igor@gmail.com

Mando ou não em lista pública????? Magrão

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2 de Março de 2011 - 23:23

IGOR, QUE SABIA QUE ERA MENTIRA, RESPONDE À CONSULTA:

De: “Igor grabois" grabois.igor@gmail.com

Para: "Walber Monteiro" Cc: "Renato Nucci Junior" nuccijr1@yahoo.com.br e diversos outros endereços.

Não acho necessário. Estamos ganhando apoio nos movimentos sociais. Este e-mail expõe indivíduos. Não podemos nos igualar aos caras. O movimento social já escolheu lado. Um abraço, Igor

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12 de Março de 2011 - 1:08

RENATO (então membro do CC) EXPÕE SUAS RAZÕES PARA NÃO IR À REUNIÃO DO CC CONVOCADA PARA 18 E 19 DE MARÇO:

De: "Renato Nucci Junior"

Para: "Walber Monteiro" , "Igor grabois" grabois.igor@gmail.com

Magrão e Igor,

Por favor, dada a impossibilidade de participar da reunião(*), transmitam aos camaradas minha opiniões.

Não aguento mais olhar para a cara dos membros da CPN e me dá náusea só de pensar), também acho desnecessário e muito ruim irmos à reunião do CC pelas razões que seguem:

Só faz sentido estarmos na reunião do CC, se fosse para sair de lá com a legenda. Do contrário, só prolongaremos por um prazo indefinido a agonia e angústia da militância, que espera uma solução rápida e uma sinalização clara de nossa parte. Quanto mais demorar a solução da nossa situação, mais a militância que confia em nós ficará cansada e tomará o rumo de casa (ou de outras organizações). O problema é que não conseguiremos isso (a legenda). O máximo que podemos conquistar é um acordo menos ruim, um melhor acomodamento de nossas posições, mas nunca a legenda. E teremos de continuar aguentando esses caras.

Na próxima reunião do CC podemos não ser punidos definitivamente com expulsões e suspensões, o que é péssimo. Péssimo, porque nossa agonia se prolongará, com o risco de acharmos que há ainda há espaço para disputa interna, o que levará muitos militantes que formam nossa base de apoio e sustentação a se afastarem diante de nossa vacilação. Péssimo, tb, porque dada a tradição de conciliação existente no Partido, se não formos punidos ficaremos isolados e submetidos completamente a esses caras. Se não formos punidos, o que justificaremos à militância para segurá-la no Partido? Aguardar até o próximo congresso em 2013?

Diante desse cenário, acho que a decisão mais acertada é a de provocarmos ainda mais os caras, obrigando-os a tomar uma decisão que alguns não querem: a de nos expulsar. Precisamos fazer com que eles nos expulsem, até para nossa legitimidade junto aos militantes que ainda vacilam e acham que existe espaço de disputa no interior do Partido; a saída é cairmos fora. Não podemos mais esperar, 18 de março(**) é nosso limite.

Renato

(*) reunião do grupo.

(**) reunião do CC que ia debater as divergências.



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18 de Março de 2011 14:06

IGOR MANDA PARA O GRUPO OPINAR O DOCUMENTO QUE APRESENTARIA AO CC NO DIA SEGUINTE:

De: "Igor grabois"

Para: "Walber Monteiro Magrão" , "Renato Nucci Junior" nuccijr1@yahoo.com.br e diversos outros endereços.



A mensagem contém anexos1 arquivo (56 KB) texto para o CC.doc

O texto foi parido. Opinem. Igor.

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26 de Abril de 2011 - 15:30



IGOR MANDA PARA O GRUPO, ÀS 15:30, RELATÓRIO DA REUNIÃO DA CPN, ENVIADO RESERVADAMENTE AOS MEMBROS DO COMITÊ CENTRAL, ÀS 08:56

De: "Igor grabois" grabois.igor@gmail.com

Para: "Walber Monteiro Magrão" , "Renato Nucci Junior" nuccijr1@yahoo.com.br e diversos outros endereços.

A mensagem contem anexos.

1 arquivo (276 KB) – “Reunião da CPN – Reservado ao CC”

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27 de Abril de 2011 - 01:07

ALGUMAS HORAS DEPOIS, CHAMANDO A CPN DE “PEQUENA BURGUESIA ESCROTA”, UM DOS MEMBROS DA TROIKA MANDA O DOCUMENTO RESERVADO AO CC PARA LIDERANÇAS DE OUTRA ORGANIZAÇÃO, QUE CERTAMENTE NÃO O SOLICITARAM

De: "Walber Monteiro"

Para: "mane melato" <.................org.br>, "Ana Paula Rosa de Simone" <................com.br>

A mensagem contém anexo 1 arquivo (276 KB) Reunião da CPN – reservado ao CC

Para conhecimento e se colocarem na discussão feita pela pq burguesia escrota. Aliados????? Magrão.















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Partido Comunista Brasileiro

Comite Estadual - SP

(11)3106-8461