quarta-feira, 23 de abril de 2014

O Ideal e o Material no processo educativo - Amor e Metodologia...

É possível que parte de nossos leitores - Tendo em vista nossa insistência a respeito da estrutura material e da metodologia de ensino - acreditem que minimizamos o papel do amor, do carinho, do afeto e do respeito.

No entanto se nos apresentamos como realistas - em oposição aos idealistas - por enfatizar a importância da estrutura material e da metodologia, nem por isso caímos no erro dos materialistas e tecnicistas; ignorando a importância dos sentimentos e da afetividade na dinâmica do processo.

Pelo simples fato de termos folheado Pestallozi, Wallon, Rogers, etc não poderíamos ignora-lo.

Esposando a opinião daqueles que como Skiner acreditam que a adoção de uma metodologia correta permite ao educador ensinar praticamente qualquer coisa a qualquer aluno, pouco importando se este educador gosta ou não daquilo que faz ou se cria ou não cria vínculos afetivos com sua turma; o que, para os materialistas é irrelevante.

Mas não para nós.

Grosso modo não excluímos nem o sentimental ou afetivo como os materialistas, nem o material ou metodológico como os idealistas; mas acreditamos que a afetividade e a oferta de uma estrutura material disposta para a 'Escola ativa' são fatores igualmente importante e que devem estar associados um ao outro.

Então reconhecemos sem maiores problemas que o motivacional dos educadores e educandos interfere e muito no processo educativo.

Todos sabemos que o simples fato do aluno identificar-se com o Mestre, ama-lo, respeita-lo; leva-o - por obra e graça da associação psicológica - a interessar-se pela matéria ensinada por ele e a aprecia-la. Sucedendo-se o mesmo quando o aluno nutre sentimentos negativos por seu professor. Sentimentos que não tarda a transferir para a disciplina ministrada por ele com grande prejuízo do aprendizado.
Agora se o sentimento faz toda diferença num ambiente pedagogicamente adequado e provido de instrumental técnico eficiente; quanto mais diferença fará num ambiente infenso como a escola tradicional, paralítica ou bancária???

De modo que na falta duma estrutura material que permita Renovar a escola e agir segundo os preceitos do escolonovismo o amor, a estima, o carinho, o afeto e o respeito mútuo serão a única tábua de salvação!!!

O carinho, a estima, o afeto, a confiança, a fé (nos alunos é claro), o otimismo, etc serão os únicos meios porque o educador (Abandonado pela administração pública e incompreendido por seus superiores hierárquicos.) se fará capaz de - dentro de certos limites - superar as deficiências materiais e metodológicas impostas pelo meio.

Não é que vá ele fazer milagre; fará no entanto como já dissemos toda diferença. Pois atingirá uma porção da clientela que sem ele não seria atingida... embora alguns fiquem fatalmente prejudicados, como já, dissemos em vista da incúria metodológica.

Pelo simples fato de que o educador 'humanista' criara ele mesmo formas 'sui generis' de reintroduzir o lúdico no processo educativo, investigando a respeito de 'jogos pedagógicos', de estratégias dinâmicas e agradáveis, etc Investindo inclusive parte de suas parcas economias com o objetivo de adquirir ou produzir ele mesmo este precioso material QUE O ESTADO, que apenas cobra, aponta, julga e condena, não lhe oferece!!!

Quanto educador amigo não comprou o material froebeliano ou o material dourado de Montessori tendo em vista potencializar o aprendizado de suas turmas???

Quantos deles não tem fotocopiado seus testes (no caso mais interessantes como cruzadinhas, mensagens cifradas, etc) e graciosamente oferecido aos educandos, de modo a afastar-se do já manjado questionário!!!!???

Quantos não adquirem livros, gibis, revistas, figuras, etc com o intuito de tornar suas aulas mais atrativas e e agradáveis!!!

ENQUANTO NOSSOS SUPOSTOS REPRESENTANTES APOSSAM-SE DO ERÁRIO com o objetivo de viajar para a Disney ou fazer ternos de linho fino!!!

Diante disto que moral tem este governador e seu secretário para apontarem para nossos heróis da educação e pre julga-los???

Desçam a arena da educação que são nossas escolas e apercebam-se do quanto a estrutura material das mesmas esta ultrapassada em mais de século!!! Entrem em nossas salas e tomem conhecimento do quanto parte de nossos colegas tem feito com o objetivo de suplementar tais condições anacrônicas!!!

Pois enquanto os srs investem nosso dinheiro em seus próprios bolsos, mantendo um salário gigantesco  e uma série de privilégios vergonhosos; nossos professores, pagos com este salário de fome, mas impulsionados por um amor imenso, chegam a destinar parte de seus minguados recursos ao bem estar daquelas pequenas almas que lhes foram confiadas!!!

Então não nos incomodamos com seus juízos de muito pouco valor Dr Alckmin!!!

O professor humanista e solidário tem sua consciência e esta vale mais do que todos os deputados deste estado somados e multiplicados!!!

É graças a ele apenas que parte de nossas crianças e jovens ainda não tombou na imbecilidade completa, entregue como está a um sistema de ensino cujos prédios, o regimento e a metodologia remete-nos ao Brasil colônia, quando não nos remetem a caserna ou a fábrica...

Agora direi onde não há amor, nem respeito, nem humanidade...

Certamente não há nem amor, nem respeito, nem humanidade; numa gestão pública (refiro-me ao governo de Sampa - PSDbesta) que por cumprir com suas graves obrigações deveria ter investido na renovação material e estrutural de seus estabelecimentos de ensino possibilitando de fato a implementação da escola nova ou ativa!!! Aqui o que houve e há é omissão apenas! Desleixo! Incúria! Associada a um discurso artificioso e aparente!!!

Aqui como sempre houve apenas oportunismo crasso... objetivando o fracasso do objeto educacional. Com finalidades politicas obviamente...

terça-feira, 22 de abril de 2014

O trauma da escola ou a redução do lúdico

Foi em 1928 que Otto Rank deu a público sua obra já clássica "O trauma do nascimento"...

Descrevendo o impacto exercido pelo mundo externo sobre a mente do recém nascido.

Ficou por ser descrito o 'Trauma da escola" ou o impacto exercido pela escola tradicional e paralítica sobre a mente do educando recém matriculado e a ulterior relação deste ser humano com o ato de aprender.

Isto para não nos estendermos a respeito do impacto que a gradativa extinção do lúdico ou do lazer tem exercido sobre a vida humana ou civilizada.

Se é que podemos chamar esta sociedade - que é guiada pelo estro do liberalismo econômico - de civilizada. Nem diria com o Dr Freud que a civilização produz a neurose, diria que culturas puritanas ou maniqueístas engendraram traumas e complexos; e que o economicismo moderno tem seguido pelo mesmo caminho e produzido vasta gama de neuroses...

Nem podem aqueles que adotam o lema do 'Tempo é dinheiro' admitir que os homens percam tempo com distrações, brincadeiras, pilherias, jogos, etc

Destarte para que os homens dediquem o máximo de tempo possível a produção e distribuição de riquezas, estabeleceu-se uma regime de vida frenético e a ditadura do relógio. Relógio que nos tempos do deus milhão ou do capital passou das torres das vetustas catedrais as paredes das escolas e fábricas e enfim aos pulsos dos alunos e operários... desde então perdeu a vida sua espontaneidade - como sói em ambiente campestre - para tornar-se regrada e consequentemente estressante ou como diríamos em termos psicológicos: neurótica.

Pois o mesmo homem que trabalha já não tem tempo para viver.

Um não pode usufruir das coisas boas e simples da vida porque deve ganhar dinheiro ou melhor o pão para a boca. E outro não deseja usufruir das coisas boas e simples porque deseja e quer acumular mais e mais capital...

Um é esmagado pela pressão econômicas das 'necessidades' imediatas e urgentes e o outro enfeitiçado pela necessidade artificial de juntar ao infinito, como se jamais houvesse de morrer...

Assim diante das exigências do sistema muitas coisas devem ser eliminadas ou reduzidas: assim a figura da morte ou a noção da temporalidade/finitude tão cara aos filósofos; assim o espaço do lúdico.

E este último começa já a ser reduzido na Escola; enquanto preparação para a dita vida real em termos de mercado de trabalho.

Deve este homem estar preparado para trabalhar e ganhar dinheiro... e não para brincar ou distrair-se.

Assim na medida em que este homem cresce e passando da infância a adolescência, e da adolescência a idade adulta; e avançando em seus estudos, o espaço do lúdico vai sendo cada vez mais diminuído até quase que a completa extinção ou melhor até ser identificado com a indisciplina e criminalizado.

Compreendo indisciplina como falta de controle ou de respeito, não como movimento ou senso de humor.

Seja como for acabou prevalecendo a tese - uma meia verdade válida apenas até certo ponto - segundo a qual a idade das brincadeiras ou do lúdico corresponde a infância ou no máximo a adolescência, ficando a idade adulta reservada ao seriedade em termos de trabalho e compromissos semelhantes. Em geral nossas crianças dizem: a infância deve ser alegre porque a fase adulta será chata...

E assim o é, sob certos aspectos chata e irritante; insuportável a ponto do homem adulto muitas vezes entrar em angústia e desejar dar cabo da própria vida, vida que não vale mais a pena ser vivida. Porque tornou-se tediosa e entediante.

Evidente que esta divisão fechada: tempo ou fase do lúdico e fase ou tempo da seriedade, além de ser oportuna; é cultural enquanto construção da sociedade e não natural ou real. Grosso modo não há um tempo para o lúdico, e a necessidade do lúdico, da distração, do jogo, do lazer, das brincadeiras acompanha-nos por toda existência.

É verdade que os chipanzés ao contrários dos bonobos iniciaram bem antes de nós esta redução. Mas a que preço??? Pois como nós os chipanzés são não poucas vezes violentos e agressivos; enquanto os bonobos são quase sempre dóceis e pacíficos... Que dizer de nós que avançamos ainda mais na senda da neurose???

Chegamos então a escola.

E percebemos intuitivamente que se trata dum lugar destinado a sacrificar o encanto e a beleza; então nos sentimos incomodados e muitas vezes esperneamos... ou impressiona-mo-nos de tal maneira a ponto de jamais esquecer aquele instante!

De fato ao chegarmos no jardim de infância a maioria de nós arma o maior berreiro. Mas apenas porque não deseja separar-se da mamãe ou do papai e não porque teme qualquer coisa... afinal o parquinho, com seus brinquedos ali esta, bem a vista. E no dia seguinte já nos sentimos numa espécie de paraíso...

Quando entramos na primeira ou na quinta série no entanto, a coisa muda de feição. Pois já não damos com o querido parquinho ou espaço de diversão; E DE ALGUM MODO SABEMOS QUE ALGO NOS FOI TIRADO PARA SEMPRE.

Penso que esta constatação intuitiva seja não apenas marcante mas negativa. A escola dos maiores principia já a ser desagradável em seu primeiro instante...

Apesar disto temos uma só professora, espécie de 'tia' e o lúdico não é removido por completo... pois ela ainda deseja e nós pintamos; e as vezes até cantamos juntos cada vez mais raramente. No entanto quando chegavamos a quarta série a 'tia' advertia que as coisas não tardariam a mudar; que teríamos de escrever muito, que teríamos vários professores...

Mas não falava que o movimento seria associado a indisciplina e penalizado. E que já não haveria vestígio sequer de alegria ou contentamento naquelas palestras ou discursos intermináveis.

A escola bancária ou paralítica deveria ser, era e é uma experiência a ser vivida na carne e sentida no espirito.

Eis-nos chegados a quinta série e escrevendo já a caneta...

Naquele tempo era uma expectativa pelo simples fato de que viríamos a ter mais de um professor. Em certo sentido nos sentíamos até importantes... sem imaginar o quanto de humano, de pessoal e de afetivo seria sacrificado com este sistema de rodízio.

Em menos de uma semana no entanto todos estavam bem a par do que era a escola dos adolescentes e adultos, do que era o estudo, do que era o processo de ensino aprendizagem...

E tudo podia ser definido com uma única palavra: DESAGRADÁVEL...

Querem outras?

Chato, fastidioso, maçante...

DESDE ENTÃO TODA UMA CARGA NEGATIVA RECAÍA SOBRE UM DOS ATOS MAIS IMPORTANTES DA VIDA HUMANA: O ATO DE APRENDER!

Penso todavia que associar este ato a ações como lavar e passar roupa, cozinhar, esfregar o chão, tomar remédio amargo, etc não seja lá a melhor saída.

Pois lavar, passar, cozinhar, etc constituem atividades as quais não podemos fugir ou as quais estamos obrigados a realizar.

Coisa distinta porém é aprender inglês, matemática, física, química ou biologia. Conhecimentos sem os quais podemos passar mal, mas passamos ou sobrevivemos.

Acredito eu que o ato de aprender deva ser associado a estímulos positivos; sob pena de jamais contagiar a maior parte da clientela. Afinal quem haveria de entusiasmar-se por esfregar o chão ou ter de tragar emulsão de Scott???

Injeção anti tetânica é necessária, mas não contagia a quem quer que seja... e temos de ser constrangidos por nossos pais.

Agora o ensino deve estar associado a impressões e sensações agradáveis ou ser prazeroso PARA CONVERTER-SE NUM HÁBITO OU NUMA MOÇÃO INTERNA uma vez que nossos pais não estarão conosco eternamente...

Daí a necessidade de manter o lúdico e a atividade atrelados ao processo de ensino aprendizagem. Sob pena de tornarmos nossos esforços improfícuos e toda nossa boa vontade estéril...

E de conhecer qual seja nosso principal inimigo: A AULA CONFERÊNCIA OU DISCURSIVA imposta pelas dimensões gigantescas de um currículo que esta voltado para o mundo do trabalho OU MELHOR PARA AS NECESSIDADES ARTIFICIAIS DO MERCADO e não para a vida ou para a formação HUMANA.

Assim o objetivo deste currículo desperta ojeriza em nossos jovens pelo simples fato de estar dissociado da realidade vivida por eles ou distante enquanto a metodologia tradicional promove o desencanto por marginalizar a atividade e ser 'chata'...

Nem podemos nós educadores conscientes deixar de por o dedo no fundo da ferida e de questionar este papel reprodutivista, acrítico e conformista; e comodista da própria escola enquanto posta a serviço de um Mercado ou de um mundo do trabalho que a princípio deveríamos avaliar e quem sabe transformar.

Escolas que mais parecem casernas ou fábricas... mas que escolas são estas???

Escolas em que a Sociedade não é pensada ou questionada mas mecanicamente copiada... que escolas são estas???

Escolas nas quais, apesar do discurso O ALUNO, a criança, o adolescente não é o foco. Tendo sua condição, sua vontade, seus desejos, etc VIOLADOS!!!

MAS NÓS NÃO LEMOS EM PESTALLOZI QUE A CONDIÇÃO DO EDUCANDO DEVE SER RESPEITADA???

E em todos os pensadores de Comenius a Tardif; passando por Decroly, Dewey, Ferriere, Bovet, Claparede, Antipoff, Wallon, Piaget, Vigotsky, Rogers, etc que todo processo educativo deve estar centrado e fundamentado na criança???

Então porque retiramos dela o que mais aprecia, o lúdico? Ao invés de criar associações agradáveis e prazerosas que plasmem o hábito de aprender e possibilitem a auto educação ao largo da vida...

Por que condenamos o movimento e até mesmo a alegria??? Convertendo nossas escolas em verdadeiros campos de concentração ou depósitos de gente???

Domenico de Massi dirá ainda mais???

Por que não perguntamos a este adolescente ou mesmo a esta criança sobre o que deseja aprender?

Mas a criança e o adolescente dirá: NADA!!!

DIRÁ SIM, SE JÁ ESTIVER ESTRAGADO PELO MODELO PRIMITIVO DE ESCOLA QUE TEMOS!!!

Doutra maneira dirá que quer aprender isto ou aquilo porque faz parte de sua vivência, sendo significativo para ele.

Agora o que o currículo exige não desejará aprender porque não está relacionado com sua vivência e mundo; mas com o mundo do trabalho ou mercado!!!

Mas como haverão nossos jovens e crianças de interessar-se pelas necessidades imperiosas do mercado ou pelo mundo do trabalho???

Talvez as crianças e adolescentes julguem melhor este mundo do que nós... ou melhor do que aqueles que ja se adaptaram a ele.

Alias talvez não sendo inseridas a fina força na CULTURA imposta pelo Mercado; tentassem alterar suas relações e mudar alguma coisa.

TOCAMOS NO NERVO DA QUESTÃO - CERTOS ADULTOS DESEJAM QUE NADA EM ABSOLUTO SEJA MUDADO EM SEU MUNDO NEURÓTICO...

E por isso encontraram na escola um poderoso mecanismo ou instrumento com que cooptar as mentes em formação convertendo-as em escravas do sistema.

Assim determinando o conteúdo e a dimensão do currículo e oferecendo aos educadores uma estrutura material ou ambiente deficiente, os líderes impõe a adoção da escola tradicional, bancária e paralítica; cujo fim é impor este modelo cultural e reproduzir o sistema econômico vigente...

O resultado de tudo isto é que para muitos o estudo adquire uma conotação desagradável, jamais vindo a converter-se num hábito. Talvez esta produção de adultos traumatizados e frustrados em termos de estudo até seja conveniente, tanto aos demagogos quanto aos senhores do mercado, na medida em que propicia a formação e perpetuação do que conhecemos por massa de manobra e toda casta de pessoas alienadas.

É o ensino imposto desta forma - tradicional, paralítica, bancária, discursiva e desagradável - por pessoas que desejam que ele não de certo.

Nossa tarefa enquanto educadores é por a luz todas estas mazelas, resgatar em máximo grau o papel do lúdico e oferecer em nossas salas o maior nível possível de autonomia ao educando; só assim estaremos nadando contra a corrente, contagiando alguns e implementando a verdadeira Revolução. As sementes que lançarmos hoje germinarão no porvir!!!



Você sabe o que é a PEC 51?



Você sabe o que é a PEC 51? Não? Então leia aqui a PEC 51. Essa PEC  tem por objetivo transformar a instituição policial em uma instituição eficiente mas para isso é preciso desmilitarizar a polícia e criar uma polícia unificada. Em nosso país temos duas polícias e nenhuma delas completa o ciclo de ação preventiva, ostensiva e de investigação. Enquanto a polícia civil fica restrita à investigação, a polícia militar tem as ações de prevenção e as ações ostensivas e como muita gente já percebeu nós não temos duas polícias mas duas metades de polícia. Além disso as duas polícias tem rivalidades e não compartilham informações entre si.

O que propõe a PEC 51? Quem nos explica este tema é o antropólogo Luiz Eduardo Soares:

"Suas principais propostas são: (1) O papel das polícias é garantir direitos dos cidadãos. (2) Desmilitarização: as PMs deixam de existir como tais porque perdem o caráter militar, dado pelo vínculo orgânico com o Exército (enquanto força reserva) e pelo espelhamento organizacional. (3) Toda instituição policial passa a ordenar-se em carreira única. (4) Toda polícia deve realizar o ciclo completo do trabalho policial (preventivo, ostensivo, investigativo). (5) A decisão sobre o formato das polícias operando nos estados (e nos municípios) cabe aos estados. O Brasil é diverso e o federalismo deve ser observado. (6) A escolha dos estados restringe-se à aplicação de dois critérios e suas combinações: circunscrições territoriais e tipos criminais. Exemplo: um estado poderia criar polícias (sempre de ciclo completo) municipais nos maiores municípios, as quais focalizariam os crimes de pequeno potencial ofensivo; uma polícia estadual dedicada a prevenir e investigar a criminalidade correspondente aos demais tipos penais, salvo onde não houvesse polícia municipal; e uma polícia estadual destinada a trabalhar exclusivamente contra o crime organizado.(7) As responsabilidades da União são expandidas, em várias áreas, sobretudo na educação, assumindo a atribuição de supervisionar e regulamentar a formação policial. (8) A PEC  propõe avanços também no controle externo e na participação da sociedade, o que é decisivo para alterar o padrão de relacionamento das instituições policiais com as populações mais vulneráveis, atualmente marcado pela brutalidade policial letal, que atingiu patamares inqualificáveis. (9) Os direitos trabalhistas dos profissionais da segurança serão plenamente respeitados. A intenção é que os policiais sejam mais valorizados. (10) A transição prevista será gradual, transparente, com a participação da sociedade".

A PEC 51 em uma de suas propostas quer a participação da sociedade civil e um controle externo sobre a polícia pois na atual conjuntura os PMs são julgados por tribunais militares e as ouvidorias não tem poder investigativo, apenas de colher depoimentos. Tendo a sociedade civil um aparelhamento para controlar a polícia é evidente que as arbitrariedades serão reduzidas.

Outro ponto importante é que os policiais chamados praças ganham pouco e isso encaminha muitos deles (não todos) à corrupção. É importante a valorização desses trabalhadores e que possam ascender na carreira.

A polícia brasileira é uma das mais violentas do mundo, este fato assustador deve ser um bom motivo para a sociedade repensar que tipo de polícia quer.

Fonte: SOARES, Luiz Eduardo. Le Monde Diplomatique Brasil Ano 7 nº 76

O banimento da Ética pela sifilização moderna... MAPEAMENTO DA CULTURA DE MORTE E DOS ANTI HUMANISMOS




Vinte e cinco séculos antes que os 'pensadores' contemporâneos lançassem as bases do nihilismo - que é por assim dizer o fim último de toda esta filosofia prostituída arquitetada pelos ingleses e alemães nos últimos séculos - já os sofistas como Górgias e Protágoras acenavam que a Ética em termos universais e objetivos não passava de fantasia e que princípios e valores como o bem e a justiça tinham seu significado determinado por cada indivíduo conforme sua situação ou interesses... e como os demais tinham interesses diferentes, interpretavam tais expressões de modo diverso e ninguém se entendia.

E como não podiam entender-se e chegar a qualquer acordo em termos de bem e de justiça é perfeitamente compreensível que os adversários de Sócrates, tal e qual o homem primitivo, postulassem o primado da força, tomando a força por direito, como podemos observar em alguns diálogos platônicos. Nem se pode resolver esta questão doutra forma. Ou apostamos na justiça aplicada segundo o padrão da razão ou apostamos no poder e na força...

Opos-se-lhes toda tradição socrático/aristotélica/platônica sustentando a universalidade e objetividade dos princípios e valores; sem no entanto negar que tais princípios evoluíssem ou que dentro de determinada tendência se tornassem cada vez mais nítidos; num processo dialético de superação completiva e não necessariamente destrutiva.

Nem podemos negar que este discurso seja comum ao Cristianismo, Confucionismo, Budismo, etc para os quais como para Sócrates a virtude correspondia a uma entidade real e não a um vanilóquio ou discurso vazio...

A Sifilização moderna no entanto encontra-se em franca oposição face a Sócrates, Buda, Confúcio, Jesus Cristo e outras personagens que hipocritamente finge seguir e acatar.

E por assim dizer em conflito de morte com tudo quando seja HUMANISMO.

Merecendo de fato ser classificada como uma cultura de morte, visceralmente oposta: a promoção humana, a justiça social e ao bem comum. Linguagem que em sua disparatada loucura chega atribuir ao bolchevismo!!!

Pasmoso o cinismo que faz os neo sofistas do tempo presente matricular Sócrates, Platão, Aristóteles, Jesus, Paulo, os Padres da Igreja, Buda, Confúcio, etc NA ESCOLA DE KARL MARX ou mesmo de Lênin, apresentando-os como adeptos da ideologia comunista!

Quando era apenas e na verdade solidaristas, socialistas, comunitaristas, etc por força dos humanismos que professavam e que constrangia-os a sobrepor o SER ao TER, o homem ou a pessoa, ao capital ou ao lucro, o intelecto e a virtude a fortuna material e a desconfiar do acumulo irrestrito de 'bens' que para eles não correspondiam aos verdadeiros bens.

São princípios elementares que até mesmo um Maritain, um Belloc, um Chesterton, etc foram capazes de compreender perfeitamente sem jamais terem se aproximado como comunismo ou mesmo do marxismo.

Só os liberais, relativistas e desonestos, recusam-se a compreender lições tão elementares em termos de filosofia.

Segundo a morfologia peculiar a cada uma destas escolas, recebem nomes diferentes como: Maquiavelismo, Luteranismo (protestantismo), liberalismo econômico, positivismo, individualismo (Stirner e NIETZSCHE), Kelsenianismo, facismo, estatolatria (fascismo e nazismo)...

Grosso modo todo este lixo ou refugo ideológico tem um traço comum: o repúdio a dimensão ética da vida ou a primado da virtude.

Para eles sempre há algo que esteja acima dos princípios e valores como o bem e a justiça; assim o poder, a fé, o lucro, o interesse, a lei, o estado, a obediência, o sexo, etc

A nós compete traçar a árvore genealógica desta 'cultura' homicida e desumana:

1) O florentino Nicholau Maquiavel parece ter sido o primeiro homem moderno a sobrepor o poder ou as  razões de estado ao bem, a honestidade e a justiça; virtudes que encarava como meramente instrumentais.

E assim, lançou os fundamentos do absolutismo que é a matriz de nossa atual política sem ética, cujo lema sempre tem sido: "Os fins justificam os meios."

2) Lutero introduziu o erro de Maquiavel no plano religioso ou seja na República Cristã, ampliando este mal ao infinito.

A ele se deve a formulação da teoria solifideista segundo a qual o crente salva-se pela fé somente i é sem necessidade de boas obras ou obras éticas como a caridade, a justiça, o bem, a solidariedade, etc Salvando-se o homem como é e esta i é em seus crimes e pecados.

Destarte converteu-se a salvação - já posta em termos mágicos de inferno pela igreja romana - numa questão individual posta entre Deus e o indivíduo e sem qualquer relação com o próximo ou a congregação. Adquirindo até hoje aquela feição egoísta que até hoje caracteriza a espiritualidade protestante até a alienação.

A Lutero devemos a ainda a agradável tese segundo a qual nem Jesus Cristo é legislador nem existe qualquer lei Cristã como o sermão do monte ou o Evangelho. Jesus foi apenas um bom conselheiro, e nada mais... ele apenas pede e convida; jamais decreta ou determina.

3) Smith, que era protestante (calvinista) - a relação (solidária) existente entre a ideologia protestante e a ideologia capitalista já foram suficientemente expostos por Weber, Tawney, Fanfani, O brien, Huxley e outros -postulou a total independência das relações econômicas face as relações humanas em termos de ética, política etc Fragmentando mais ainda um universo que o Cristianismo antigo sempre encarara como inter relacionado, ligado ou associado em cada uma de suas partes.

Sem saber Smith formulou a doutrina do economicismo e lançou as bases ideológicas do primado do capital ou do lucro, o que veio a descambar no materialismo mais grosseiro.

Desde então o liberalismo econômico recusa a admitir qualquer espécie superior as relações econômicas e nega-se a uma vida ética uma vez que supõe uma regulação de natureza externa; sem consideração das necessidades do Mercado e dos cálculos matemáticos. Como se a produção e distribuição de bens não fosse feita por seres livre e racionais...

4) Stirner e Nietzsche; reforçados pela psicopática Ayn Rand; retomaram decididamente a doutrina dos antigos sofistas, relativistas e nominalistas de outrora levantando a bandeira do individualismo social ou melhor anti social. Doutrina segundo a qual o desejo ou a vontade individual é a única regra aceitável em termos de bem e mal...

Assim a Sociedade corresponde a uma espécie de Diabo ou Satanás que deve ser exorcizado ou destruído.


5) Comte e sua escola, guiados pelo mesmo estro materialista nos termos mais vulgares, convertendo a ciência no conhecimento do que é e não do que pode ser; acabaram por negar o título de ciência aos conhecimentos que dizem respeito ao homem como a História, a psicologia, etc e criaram uma Sociologia determinista e mecanicista que serviu de modelo ao marxismo.

Para a sociologia materialista ou positivista o homem é mero 'brinquedo' nas mãos de forças mais poderosas e coercitivas de carater social; forças cuja determinação ele sempre reproduz. De modo que o mundo ético desfaz-se por completo em termos de crenças sem sentido ou de fenômeno cultural relativo dentro do tempo e do espaço...

Noutras palavras não existe terreno próprio para a ética ou a moral. Ou ela seguirá pelo caminho inglório da superstição e da fé cega ou escorrerá pelo cano do relativismo cultural...

Assim a História deveria ser neutra e isenta de juízos valorativos, em suma, uma crônica ou narrativa. E já vai Tácito igualmente pelo cano abaixo...

Desta escola procede a mistica cientificista pela qual a ciência aparta-se da consciência - i é da moral ou da ética - e sobrepõem-se de modo absoluto a todas as demais formas de conhecimento.

Teoria simplista que ignora supinamente as relações - muitas vezes incestuosas - existentes entre a produção científica e as necessidades econômicas.


6) A partir daí fica fácil para os ideólogos do nazismo e fascismo substituírem a ciência ou o individuo pelo Estado ou pelo líder. Lançando as bases teóricas da estatolatria...

Segundo ao qual o estado ou a Sociedade absorve por completo a pessoa, determinando infalivelmente tudo quanto pertença ao universo ético ou moral e estabelecendo o dogma da obediência cega ou passiva, execrado pelos antigos pensadores gregos e tão caro ao militarista e imperialista Catão (o qual fez correr com os filósofos gregos de Roma).

Daí a antipatia ou incompatibilidade entre o discurso filosófico e ético legado pelos gregos e construído em torno da noção de liberdade e o discurso militarista/absolutista e estatólatra construído em torno da autoridade ou do líder ao qual cabe pensar por todos e no lugar de todos. Ora o Cristianismo Católico assume mais uma vez o legado pelos antigos gregos... enquanto o luteranismo e calvinismo, repudiando a noção de liberdade resvalam ou na estatolatria ou na teocracia ( a qual frustrada converte-se, como nos EUAN, em democracia não confessional).

7) Este edifício monstruoso foi completado pelo jurista protestante luterano Hans Kelsen, que lhe adiciona o derradeiro patamar que é a doutrina do 'direito puro' segundo a qual a lei positiva se resolve na lei positiva sem necessidade de agente regulador externo em termos de ética ou moral.

Bem se percebe que nosso homem limitou-se a introduzir no campo do direito o veneno do positivismo. (Que encontra-se na matriz de todos os totalitarismos de esquerda e direita: do comunismo ao nazismo...)

Assim o significado de Kelsen é claro: a condenação irremissível do humanismo jurídico ou juz naturalismo, teoria por assim dizer Cristã e Católica formulada pelos grandes escolásticos.

Assim desde Maquiavel, sempre com a maravilhosa desculpa de eliminar as tolices e superstições Cristãs Católicas o que vai sendo sucessivamente eliminado é o legado socrático assumido pela Igreja antiga, í é o home, a virtude e a ética. Então não adianta assumir um falacioso discurso em torno desta demanda atual, que é a demanda da ética, e ao mesmo tempo, permanecer atrelado a todas estas correntes deletérias que fazem parte da cultura de morte.

Querer compor os heróis BUDA, CONFÚCIO, SÓCRATES, ARISTÓTELES E JESUS com os desorientados: MAQUIAVEL, LUTERO, SMITH, STIRNER, NIETZSCHE, COMTE, KELSEN, ETC é entrar no tonel das Danaides para jamais sair dele.






segunda-feira, 21 de abril de 2014

Meditações IMpiedosas - Grande e verdadeiro conflito ou o 'espírito do Catolicismo'!

1 - Acima das organizações ou estruturas episcopais (Ortodoxa, romana e anglicana) paira o espírito ou consciência imortal do Catolicismo, o qual pode ser definido como o 'sentido' da Encarnação ou processo por meio do qual a Encarnação do Verbo não só é continuada mas ampliada no mundo.

2 - Este espírito ou consciência só pode realizar-se plenamente dentro da forma episcopal em associação com a fé Ortodoxa, cujo cerne é o padrão niceno ou atanasiano, enfim a doutrina segundo a qual Jesus é verdadeiro Deus feito homem mortal.

3 - O outro espírito, o espírito de rebeldia e oposição é o espírito do judaísmo ou do farisaísmo ora retomado fora da Cristandade pelo islã e dentro dela pelo protestantismo. Em termos de gentilidade equivale ele a doutrina neo platônica e a todas as formas de espiritualismo descarnado...

Apenas o Catolicismo enquanto forma de espiritualismo ENCARNADO, cumpre o desígnio divino e perfeito de conciliar a Transcendência com a Imanência. Apenas e somente ele é capaz de superar a tensão Espírito - Matéria...

4 - Assim se o Cristianismo manifestou-se primeiramente entre os hebreus, sua mensagem identificou-se melhor com o padrão de pensamento helênico segundo o qual os 'deuses' eram capazes de assumir uma forma mortal. O padrão de pensamento semita não só repudiou a simples possibilidade deste mistério como tem se mostrado absolutamente impermeável a ele afirmando obstinadamente a Transcendência como absoluta...

Assim, de certo modo e maneira foi o advento do Cristianismo como que preparado pelo helenismo ou pela penetração do padrão de pensamento grego no Oriente Próximo. Assim o Islã e o protestantismo significam a reversão do helenismo/Catolicismo enquanto decidido retorno ao padrão de pensamento semítico ou judaico, inclusive no seio das igrejas e sociedades greco romanas ou médio orientais.

5 - Podemos pois avaliar o triste espetáculo que ora assistimos como uma espécie de recuo do ideal Católico face a revanche ou ascensão do judaísmo e do neo platonismo ora sob as formas do islamismo e da reforma protestante.

Recuo tão grave e insidioso que as próprias formas episcopais e mesmo a fé ortodoxa; esvaziadas até certo ponto do sentido Católico foram como que invadidas, tomadas e contaminadas pelo espírito contrário: o espírito do judaísmo/farisaísmo - neoplatonismo; espírito que tem posto em movimento o mistério da desencarnação...

E assim vai a humanidade tornando ao erro da Transcendência absoluta e perdendo cada vez mais o nobre e excelente sentido da Encarnação.

Sem perceber o absurdo contido na afirmação: É IMPOSSÍVEL que Deus se torne homem (sic).

POIS SE O DEUS DELES CONHECE QUALQUER IMPOSSÍVEL ALÉM DO MAL E DO PECADO SUA EXISTÊNCIA É MAIS DO QUE DUVIDOSA...


6 - Assim o espírito do Catolicismo é simpático e receptivo face a imanência! Enquanto o espírito do erro esta voltado para a Transcendência absoluta a ponto de dela apartar a imanência até a oposição e o maniqueísmo...

7 - O espírito do Catolicismo admite que a natureza material pode e deve ser compreendida em termos científicos; assumindo sem maiores problemas a doutrina da evolução biológica. Enquanto o espírito do erro apega-se aos mitos e superstições ancestrais caracterizados pelo padrão magico fetichista.

8 - O espírito do Catolicismo é otimista pelo simples fato de que DEUS mesmo se fez homem entre homens por acreditar nos homens ou saber que existe algo de bom neles i é algo digno de ser resgatado, a saber, sua própria imagem e semelhança. Enquanto o espírito do erro e da mentira é pessimista, abatendo o homem em máximo grau e afirmando sua corrupção em termos absolutos.

Revertendo mais uma vez em maniqueísmo.

Enquanto o Catolicismo merece ser encarado como uma forma de humanismo.

O agostinianismo foi e ainda hoje é a porta por meio da qual a abominação maniqueísta invadiu e tomou posse da parte ocidental da Cristandade até assumir a forma perfeita do calvinismo...

9 - O espírito do Catolicismo é por definição universal, estando voltado para todos os povos, nações e culturas; ENFIM para toda espécie. Enquanto o espirito do erro e da mentira é tacanho voltado apenas para um pequeno grupo de sectários seja ele étnico ou não.

Eis porque a manobra do calvinismo retomou decididamente a fábula judaica da eleição introduzindo-a no corpo do Cristianismo; do que resultara instituições tão virulentas quanto a K K K e o apartheid...


10 - O espírito do Catolicismo é gregário, comunitarista ou socialista na medida em que tende a fortalecer os laços existentes entre todos os seres humanos e inspirar a convivência fraterna entre sua membresia. Sobrepondo o que há de comum ao pessoal ou individual. Já o espírito do erro e da mentira é decididamente individualista, supondo que seja possível ao individuo ter acesso a natureza divina sem passar pelo outro e estar em comunhão com ele; tal o funesto dogma da salvação individual ou pessoal...

Assim cada um deles vai buscando sua salvação 'pessoal' sem cogitar na existência de vínculos espirituais pelos quais nos tornamos verdadeiramente irmãos e responsáveis uns pelos outros! E perdem por completo a dimensão da solidariedade e o próprio Norte do Evangelho, que é o mandamento divino do amor!!!

E enquanto creem eles que podem salvar-se apenas pela fé, desvinculados da congregação... nós cremos que nos aproximamos mais e mais de Jesus Cristo em comunhão com os demais seres humanos, amando-os e servindo-os como ele mesmo decretou!

Tal a importância do dogma da comunhão dos santos. Pelo qual cremos que nem mesmo o poder da morte é capaz de romper laços tão fortes estabelecidos pelo divino Mestre Jesus. Laços pelo qual os santos vitoriosos pedem por nós, enquanto nós pedimos pelos que não morreram na plenitude de Jesus Cristo; de modo que todos venham a ser um só nele.

De modo que o Católico consciente, face ao dogma da comunhão dos Santos e iluminado por ele não pode deixar que inferir que o objetivo da presente vida e de toda ordem social é o bem comum segundo os imperativos da justiça.


11 - O espírito do Catolicismo é verdadeiramente belo porque Encarnado e destarte simpático a dimensão humana da arte favorecendo todas as suas expressões quais sejam a arquitetura, a pintura, a escultura, a música; e tudo quanto enobrece e eleva nossos sentidos. Enquanto o espírito do erro e da mentira é estéril em termos de arte, com suas paredes brancas e nuas...


12 - O espírito do Catolicismo é comedido pois ao invés de supor que a ordem da graça demole, aniquila ou destrói a ordem da natureza; afirma que a ordem da graça antes sobrepõe-se a ordem da natureza como que completando-a e levando-a a suma perfeição.

Eis porque jamais teve dificuldade em admitir que todos os povos foram advertidos sobre a manifestação do Instrutor Supremo - 'Teste David cum sibylla' é seu canto de glória!

Como pode assumir e levar adiante o ideal de justiça arvorado pelos antigos gregos. Ensinando aos pecadores arrependidos a necessidade imperativa da REPARAÇÃO CONCRETA.

Enquanto o espírito do erro e da mentira é radical. Postulando que apenas uma nação foi preparada para a vinda do justo e negando a que a verdadeira conversão implique reparação...



E sendo universal e otimista é o espírito do Catolicismo é universalista. Postulando que todos os seres humanos, ao cabo de eras de eras, atingirão o Cristo total... Enquanto que o espírito do erro e da mentira sustenta a teoria da eternização do mal pela qual o supremo Senhor terá de conviver perpetuamente com o ódio e a rebelião e pela qual sua vontade será frustrada; e pela qual sua natureza 'perfeita' apresenta-se como limitada. Tal as ilações que podemos fazer a partir da doutrina das penas eternas ou do infernismo.

Nós no entanto cremos na restauração de todos os homens e na eliminação completa do mal e do pecado enquanto mero desvio da vontade livre face ao padrão divino da lei. Quando todas as vontades livres foram persuadidas pela graça, educadas e corrigidas estará consumada a obra de nosso grande médico e pedagogo; entrando toda humanidade ou a espécie no redil eterno do Bom Pastor.

domingo, 20 de abril de 2014

Palavras de um quase crente! A ressurreição de Cristo!

(Ps a palavra 'crente' não equivale aqui a protestante ou reformado, segundo a acepção corrente e vulgar. Parodia o Pe Lammenais e designa portanto os crentes ou fiéis CATÓLICOS OU ORTODOXOS.)



1 - Concordo com Simone Weil, a ressurreição - como todos os milagres - é espetáculo de poder concedido as mentes grosseiras e vulgares.

A Encarnação e a morte apenas são essenciais...

Pois por meio delas somente Deus deixa de ser expectador do drama da existência humana para dele participar, enquanto Deus conosco.

Um Deus que não se faz presente e que não acompanha não merece ser cogitado.

A beleza do Cristianismo esta justamente nesta afirmação de um Deus solidário.

Então nele creria mesmo que não houvesse ressurreição alguma e reverenciaria a memória do Deus que se fez carne e morreu por nós após revelar a lei eterna do amor.


2 - Todo aquele que não ressuscita eticamente com Jesus Cristo demonstra que ele esta de fato morto e enterrado.
Pois se ele ressuscitou dos mortos na carne uma única vez para sempre não é menos exato, QUE MORRE DIARIAMENTE NOS CORAÇÕES DOS FALSOS CRISTÃOS QUE ODEIAM E FAZEM MAL A SEUS SEMELHANTES.

Se o homem não morre para a iniquidade e torna a viver apenas para o bem e o amor JESUS RESSUSCITOU EM VÃO!!!

Então, antes de gritar que Jesus ressuscitou abstenha-se de julgar, condenar, apontar, comentar, etc E DEMONSTRE QUE ELE RESSUSCITOU.

Você declara com suas palavras que Jesus se levantou dos mortos; mas suas ações indicam que ele permaneceu morto no sepulcro!


3 - Lamentavelmente parte dos cristãos acredita que Jesus manifestou-se para salva-los magicamente de supostos castigos eternos e espirituais...

Jesus no entanto manifestou-se com o intuito de realizar uma obra bem mais ampla e profunda: salvar o homem da ignorância e da maldade.

Não foi as supostas punições que ele veio cancelar mas a prática do mal entre os seres humanos, ou o pecado.

Não veio salvar os homens NO pecado, mas DO pecado.

Do contrário não seriam Novas Criaturas...

Os filhos devem imitar seus pais e agir da mesma maneira que eles; assim Jesus comunica a filiação divina a seus seguidores para que estes possa viver como o próprio Deus ou em plena conformidade com a vontade de Deus, o qual não peca...

Por isso Jesus assim exorta seus seguidores: SEDE PERFEITOS COMO VOSSO PAIS CELESTIAL É PERFEITO!!!

Isto apenas é Cristianismo.

O resto é mero discurso ou teoria cujo discurso é ludibriar os tontos...


4 - Se o Evangelho é a alma do Novo Testamento o Sermão do monte é o coração do Evangelho.

E se este sermão é o coração do Evangelho não toma-lo como regra de vida ou não leva-lo a sério deve constituir um pecado gravíssimo...

De fato os falsos profetas tem apresentado o Evangelho apenas como oferta ou benefício... JESUS NO ENTANTO NOS APRESENTA SEU EVANGELHO COMO CRUZ E CAMINHO ESTREITO...

Que diferença entre o discurso oportunista, que vai de encontro a vontade humana e ao comodismo e o discurso divino que alerta: Não é aquele que diz Senhor, Senhor que entrará em meu Reino mas quem cumpre a minha vontade!!!

"Afiado como o fio de uma navalha; tal o caminho da salvação." penso que tais palavras exprimem com exatidão o pensamento do divino Mestre.


5 - Mas Jesus era adepto do judaísmo, dizem uns e outros...

Mas foi torturado e morto pelos líderes religiosos dos judeus.

Então deve ter dito e ensinado ao menos algumas coisas em oposição a fé judaica.

Do contrário, tivesse ele sido um judeu conformista ou conservador, sua morte seria um mistério ainda maior.

Se de fato ele disse: Vinho novo posto em odres velhos acarreta a destruição dos odres... e pano novo associado a colcha velha acarreta a destruição da colcha... como poderia ter cogito em enfiar sua doutrina no bojo do judaísmo???

Erram pois e feito tantos quantos apresentam o Cristianismo como mera seita ou facção judaica. É e sempre foi algo totalmente diverso; perceberam-no logo os escribas, fariseus e sacerdotes...

Os neo cristãos não querem percebe-lo por pura e simples conveniência. Pois é mais fácil cumprir todas as exigências externas das leis de Moisés e Maomé do que permanecer rigorosamente fiel ao amor, ao bem, a justiça, a fraternidade, etc

Tantos quantos encontram-se abaixo do nível exigido pelos evangelhos tenderão a reverter o mistério Cristão ao judaísmo ou a abraçar o islã. A primeira saída corresponde a heresia protestante e a outra a apostasia formal...




Pensamentos de um pascácio - CRISTIANISMO E LIBERALISMO ECONÔMICO

1 - Com que facilidade os pretensos 'católicos' imolam o 'espírito do Catolicismo' aos manes do protestantismo.

De fato a cada instante é o 'espírito Católico' sordidamente traído por papistas, anglicanos e mesmo Ortodoxos; e vão já nossos cristãos flertando com tudo que princípio ou doutrina alienígena...

Cultivam eles uma falsa e presunçosa confiança de que fazendo parte de estruturas 'episcopais' ou católicas estão imunes a contaminação ou a vírus protestante; mas não estão não... assim o supremo mistério da iniquidade consiste em terem sido as estruturas episcopais ou católicas cada vez mais invadidas e dominadas por um 'espírito' que lhes é contrário, o espírito do protestantismo...

De fato há um protestantismo assumido e coerente, que vive e floresce no seio do protestantismo e um protestantismo sutil difuso no seio de todas as estruturas episcopais...



2 - Quando os protestantes condenam o emprego da violência por parte dos comunistas e de certas facções anarquistas incorrem em contradição uma vez que seus reformadores recorreram a violência e força bruta contra o papado.

Quando os papistas condenam o emprego da violência por parte dos comunistas e de certas facções anarquistas e aplaudem as atrocidades cometidas pela inquisição mostram-se hipócritas...

Por que aos comunistas e anarquistas seria vedado empregar os mesmos métodos e recursos empregados por papistas e reformadores???

A igreja Ortodoxa no entanto ou o 'espírito Católico' conquistou o mundo antigo sem derramar uma gota de sangue que não fosse seu...

Assim o papado e a reforma, como Maomé; avançaram torturando e supliciando enquanto o Cristianismo primitivo avançou enquanto seus membros eram torturados e supliciados. Para bom entendedor meia palavra basta... estamos portanto diante de mais uma traição.

De fato o emprego da coerção é muito mais grave quando parte dos Cristãos... os quais com uma trave gigantesca nos olhos desejam soprar o cisco dos incrédulos rsrsrsrsrsrsrs....



3 - Insustentável a posição assumida por certos críticos das igrejas romana, anglicana e ortodoxa que acusam-nas de terem 'amancebado-se' com o poder político, quando as confissões a que pertencem foram igualmente fixadas por reis, nobres, parlamentos, etc Enfim pelo poder político dominante...

Que eram Filipe de Hesse senão um político? E que era o senado genebrino senão um poder politico???

Assim se as igrejas Ortodoxas e romana associaram-se politicamente a estruturas políticas de caráter mundano a reforma protestante é filha legítima desta mancebia...



4 - O protestantismo não apenas soube conciliar-se sem maiores dificuldades com o liberalismo econômico ascendente como foi - segundo Max Weber, Fanfani, Huxley, O brien, Tawney, etc - seu principal promotor.

De modo que F Engels pode defini-lo como uma padrão religioso essencialmente burguês...

Maritain parece relacionar - e com toda razão - esta afirmação do economicismo emergente, no seio do protestantismo, a tese luterana da salvação pela fé somente ou sem obras. A qual convertendo a doutrina Cristã em mero discurso ou teoria de caráter 'puramente espiritual' esvazia o campo da atuação humana... relegando a ação humana a 'polícia'... ao estado ou a iniciativa individual.

Outra coisa porém é querer, como querem alguns adeptos do anglicanismo, do papísmo e mesmo da ortodoxia; querem conciliar o 'espírito do Catolicismo' - com suas exigências e decorrências éticas totalizantes - com a 'cria' ou o filhote de Adam Smith e David Ricardo... aqui a contradição e incoerência saltam a vista.

Que alguns romanistas e ortodoxa apeguem-se as estruturas políticas, econômicas e sociais legadas pela antiguidade e a I Média; compreende-se perfeitamente... que olhem para o passado distante com certa nostalgia e e saudosismo acalentando restaura-lo compreendo-o. Agora que pretendam concilia-lo com o 'capitalismo'...

Assim se a dicotomia 'cristão' e 'liberal econômico' sabe perfeitamente a 'protestantismo' sob o ponto de vista totalizante do Catolicismo apresenta-se como uma fragmentação artificial e forçada da pessoa humana.



5 - Por definição de termos é impossível conciliar o liberalismo econômico com o 'espírito do Catolicismo'.

Pois enquanto este implica numa concepção ética da vida e das ações humanas, aquele defini-se como sistema autônomo ou fechado irredutível não apenas a limitações de caráter político mas a qualquer tipo de limitação, inclusive em termos de ética.

Alias para grande parte Escola encara as relações econômicas em termos de relações puramente matemáticas ou como se fossem equações; abstraindo por completo do elemento humano, o qual para ela parece deixar de existir com suas necessidades.

Não foi por mero acaso que o liberalismo econômico já foi pintado como sistema inumano e desumano pelo simples fato de ignorar por completo o elemento humano ou como dizem o 'capital humano'; cuja autonomia por sinal os mestres do sistema deploram enquanto o 'espírito Católico' - Levando adiante o ideal socrático - pretende ampliar...


6 - Nem podemos deixar de observar que a tradição da 'grande e antiga Igreja' (Ernest Renan) ou da Igreja dos Bispos, em sua totalidade, sempre pretendeu regular as ações e operações humana fornecendo-lhe normas precipuamente Cristãs.

Nem os Bispos, nem os Padres antigos, nem os doutores escolásticos; a semelhança do divino Mestre ou de seus apóstolos; pretenderam sugerir qualquer coisa POIS A IGREJA ANTIGA NÃO TRABALHAVA COM SUGESTÕES...

Pretendia ela de fato normatizar tudo quanto dizia respeito a volição humana e fornecer princípios e valores destinados a presidir o convívio não só entre os fiéis mas a convivência de modo geral. Subordinou pois a Igreja todas as ações e operações humanas - e portanto parte considerável do setor econômico, enquanto inserido num contesto humano - a uma finalidade em termos de ética e decretou que seus membros se submetessem a tais injunções...

Nunca e jamais admitiu a igreja em toda sua História as loucas pretensões desta escola surgida muito naturalmente num contesto protestante.

Justiça seja feita as igrejas romana e Ortodoxa por jamais terem admitido negociar em termos de 'Ética' ou de seu primado recuando diante dos clamores de Maquiavel, Lutero, Smith, Stirner, Comte e Kelsen alguns dos quais excomungou ou anatematizou e cujas teorias sinistras expôs no pelourinho da História.

Dos padres antigos - como Clemente romano - ao papa romano João XXIII, a orientação é uma só e o discurso uniforme: é a consciência Cristã que deve subministrar as relações econômicas certos princípios e valores! E ponto!!!


7 - Então a Igreja não reconhece a autonomia do setor econômico segundo os preceitos do liberalismo clássico???

Nem poderia reconhece-lo sem trair sua História, sua consciência e seu espírito!!!

Assumindo uma postura ou posicionamento tipicamente protestante...

Pois foi Lutero quem pela primeira vez em termos de Cristianismo separou as ações e operações humanas do mistério da salvação... convertendo nosso regime de vida numa espécie de teoria mística e SUBVERTENDO O MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO DE DEUS NO MUNDO MATERIAL.

Manteve-se a Igreja no entanto fiel a este padrão divino que é por assim dizer o fundamento mais remoto de nossa fé... exigindo consequentemente que a teoria Cristã se faça 'carne' regulando todas as ações e operações humanas e imprimindo-lhes um caráter ético.

Não pode a Ortodoxia ou o 'espírito Católico' desertar o terreno da imanência - em termos de ética- deixando-o ao alvedrio dos indivíduos numa perspectiva naturalista! Pois equivaleria isto rasgar o Evangelho!!!


8 - Foi Lutero que negou ser Jesus Cristo legislador e existir uma lei de Jesus Cristo, não a Igreja, não a Ortodoxia, não o Catolicismo para o qual Jesus Cristo é o único e supremo legislador para o gênero humano!

Assim também a economia receberá seus princípios do Evangelho, da tradição apostólica e da reflexão filosófica assumindo uma feição humana, humanista ou personalista na medida em que aspira pela implementação da justiça social e do bem comum.

Por outro lado como a Igreja não pode nem deve ela mesma exercer o mando ou a liderança política é evidente este poder - exercido democraticamente pela comunidade dos crentes e inspirado nos princípios e valores acima indicados - não só pode como deve regular as relações econômicas e interferir positivamente.

Será pois a comunidade política 'católica' uma comunidade ativa face ao setor econômico e não uma comunidade passiva e, consequentemente; norteada por ele.

Pois é manifesto que quando o fenômeno econômico não é regular, limitado e contido pelo poder político partindo de certas considerações de ordem ética ou humana; sobrepõem-se despoticamente sobre a todas as esferas da vida humana, degenerando em economicismo...


9 - Ora é evidentemente que entre o economicismo materialista e o Catolicismo há um abismo, e não se pode passar de cá para lá e vice versa, inconsequentemente...

Esta o Catolicismo voltado primariamente para necessidades humanas, éticas, espirituais, intelectuais, estéticas, etc as quais face aos imperativos do economicismo ou as exigências do Mercado passam a um segundo plano destruindo pela base seu ideal de vida Cristã. Por que apenas o protestantismo, numa perspectiva luterânica, abdicou deste ideal...

O Catolicismo não. A Ortodoxia jamais...

Pois antes de ser Ortodoxia é e sempre será um ORTOPRAXIA e entre esta ORTOPRAXIA e as pretensões acalentadas pelo liberalismo econômico não há possibilidade de acordo mas incompatibilidade absoluta!

Assim o odiado K Marx não cria nem produz uma sociedade economicista ou materialista; encontra-a pronta e acabada quando vem a este mundo e limita-se a descreve-la!!!

E quem produziu esta Sociedade apóstata senão o protestantismo??? Quem foi o grande responsável pela falência deste nobre ideal acalentado por nossos excelentes ancestrais senão a reforma protestante??? Lutero não Marx ou melhor CALVINO - pois Lutero ao iniciar sua revolução sequer sabia o que estava fazendo! -  não Marx; 'Ecce homo'!!! 
Enfim não pode o Catolicismo admitir ou aceitar esta realidade até certa medida implementada sob os auspícios do protestantismo. Pois seria admitir que o protestantismo ao plasmar a Sociedade 'perfeita' do economicismo ou do capitalismo superou-o!!!

Suprema inconsequência destes neo católicos imbecis admitir a excelência do sistema econômico vigente sem admitir a excelência do sistema religioso a que esta associado e que foi responsável por sua promoção e triunfo. Impossível admirar sinceramente a construção do sr Smith sem chegar a admirar o protestantismo e por consequência romper com o 'espírito Católico' que é sua anti tese.

Por uma questão que coerência todo liberal ou neo liberal deveria ser protestante ou incrédulo (ateu, materialista, etc), ou infiel; jamais Católico ou Ortodoxo.

- como advertem Alfred e Max Weber - laços de solidariedade social e cultural entre o protestantismo e o capitalismo; os quais devem ser analisados e julgados conjuntamente!!!



10 - Mas poderá a Igreja Episcopal fazer frente ao Liberalismo econômico???

Pois no momento presente parece não estar a altura deste encargo!

Então quem estará???

Os bolcheviques com seu ódio jurado a liberdade???

Tempo houve em que o Cristianismo soube desempenhar habilmente sua missão.

A ponto de merecer elogios dos ateus e materialistas.

O próprio Gibbons não reconhece, e com razão; que ele foi um dos fatores ou elementos responsáveis pela demolição do imperialismo romano???

De fato foi a Igreja episcopal ou o espírito Católico que assumiu e levou adiante até os dias atuais a paideia socrática, a qual; doutra forma teria muito provavelmente perecido com o antigo mundo que a viu surgir.

Então por que esta máquina teria perdido seu pique e andado em marcha lenta???

Porque alguns 'anti Cristos' como Palamas, Lutero, Calvino, substituíram o combustível divino i é o 'espírito Católico' pela água do neoplatonismo ou do espirito judaizante/protestante... foi assim que o automóvel da Igreja perdeu sua velocidade e força, passando a seguir o ritmo deste mundo ao invés de transforma-lo segundo seus imperativos...

Assim é necessário antes de tudo reformar ética ou moralmente o Cristianismo eliminando todos os resíduos agostinianos, palamitas, luterânicos, calvinistas, misticistas, etc NOS TERMOS DUMA ANTI REFORMA PROTESTANTE ou dum retorno radical ao espírito Católico, ao padrão niceno, a tradição patrística. É necessário retomar o padrão divino da Encarnação e mover guerra a espiritualidade descarnada e teórica dos neo platônicos; introduzida em parte da igreja pelos misticos e reformadores.

Destarte não tenho duvida alguma de que este automóvel não só tornara a correr como fará avançar a caravana da História.




sexta-feira, 18 de abril de 2014

Da importância da desmilitarização da polícia





Na última semana estudei muito sobre o que é a polícia e como funciona a polícia se é que funciona. Eu não quis dar pitacos sem estudar a polícia, sem ler  e sem me informar. Mas não é preciso ser nenhum sociólogo para saber que nossa polícia é brutal que o digam os manifestantes de junho de 2013. Abordar o tema da polícia nas redes sociais também não funciona porque os defensores da polícia defenderão seu modus operandi e o debate descambará para a palhaçada das falácias: "Quem não gosta da polícia é bandido", "bandido bom é bandido morto" e coisas do gênero.

Então estudei muito e refleti bastante sobre o assunto e creio que estou apto a abordar o tema em questão, então sem mais delongas vamos ao que interessa.

A polícia militar ainda guarda herança maldita da ditadura, essa polícia nada entende dos direitos humanos e age militarmente como estivesse em guerra, isso porque a polícia tem um discurso ultra-conservador. Segundo o tenente-coronel da reserva Adilson Paes de Souza: "Os ex-policiais militares afirmavam que tinham a falsa percepção do que vinha a ser o poder de polícia, para eles o poder de polícia era ter superpoderes. Estavam num campo de batalha e podiam fazer de tudo para proteger a sociedade" .
Ainda de acordo com Adilson Paes de Souza os policiais militares não tem formação adequada e por isso agem com truculência.

Outro problema da polícia militar é que ela mata com a bênção do Estado: "Estudo da Anistia Internacional de 2011 aponta que as polícias dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro mataram 42% a mais que todos os países onde existe a pena de morte". Sabemos ainda que "o Rio de Janeiro lidera o ranking de letalidade. De 2003 a 2012, quase 10 mil pessoas perderam a vida em ações provocadas pela polícia. Foram 9646 vítimas fatais na década. O Rio também é o campeão em execuções extrajudiciais". 
Evidentemente que num país verdadeiramente democrático, onde a justiça funciona de fato, esse número não seria assim tão elevado, mas os policiais não são julgados por esses homicídios porque esses homicídios são magicamente transformados em autos de resistência. E como funciona o auto de resistência? Orlando Zaccone D'Elia Filho (delegado e doutor em ciências políticas) explica: "A folha de antecedentes criminais do morto é juntada no inquérito e o promotor leva isso em consideração no pedido de arquivamento. O local onde a morte ocorreu também é importante para legitimar (a ação da polícia). Se o assassinato ocorrer em uma favela, isso também conta a favor do policial que matou a vítima. Vários elementos são constituídos para legitimar a morte praticada. Se o morto é um traficante, isso é (visto como) legítimo". Ainda segundo o delegado "99% dos autos de resistência - que é a definição empregada nos boletins de ocorrência quando o policial alega legítima defesa para a execução da vítima - são arquivados em menos de três anos no Rio, segundo pesquisa do sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Michel Misse.
Quem arquiva os autos é o juiz, a pedido do Ministério Público. Se arquiva, é porque reconhece como legítimo. Isso significa que essas mortes são legitimadas por um sistema maior que o policial gerenciando isso". É estranho que no Brasil onde não há pena de morte mata-se muito mais do que nos países onde a pena de morte é aplicada, e, ainda tem gente que deseja pena de morte no Brasil, para quê se nós já a temos extra-oficialmente? Zaccone afirma que "apesar de a Constituição proibir a pena de morte no país, em dois estados da federação existem mais pessoas executadas do que em todos os países onde a pena de morte é legal". 

A polícia militar diminuiu a violência, diminuiu o número de homicídios? Claro que não. Os homicídios tem aumentado e isso pela parte que deveria proteger as pessoas e as maiores vítimas são jovens negros que moram em periferias, de acordo com Marcelo Freixo (historiador e deputado estadual Psol-RJ): "os dados sobre homicídios revelam essa lógica seletiva. Embora os índices gerais das mortes violentas tenham diminuído em todo o país, a diferença entre homicídios de jovens brancos e negros continua díspar. O número de homicídios de jovens brancos (15 a 24 anos) caiu significativamente no período entre 2002 e 2008, passando de 6.592 para 4.582, uma queda de 30% em seis anos. Entre os jovens negros, os homicídios passaram  de 11.308, em 2002, para 12.749, em 2008, um aumento de 13%. Com isso, a brecha de mortalidade entre brancos e negros cresceu 43%. Isso comprova que não se podem trabalhar os dados de homicídio sem levar em consideração o corte racial, uma questão central para a democracia brasileira.
Entre 1997 e 2012, o estado do Rio de Janeiro alcançou a marca de 12.560 "autos de resistência" (mortes de civis resultantes de ação policial). Um levantamento feito pelo sociólogo  Ignácio Cano, na década de 1990, mapeou que as mortes decorrentes das ações policiais se concentram em favelas. Entre os casos analisados, quase a metade dos corpos recebeu quatro disparos ou mais, e 65% dos cadáveres apresentavam pelo menos um tiro nas costas ou na cabeça, configurando a prática de execuções sumárias.
Homens de preto, quase todos pretos, matam homens pretos, eis a desgraça carioca. E assim, a suposta "guerra contra o tráfico de drogas" justifica a aniquilação da juventude negra, pobre e favelada".

Vimos que a polícia é racista, violenta, não tem preparo e nem autonomia. A polícia militar tem dois tipos de policiais: os praças e os oficiais; Os primeiros não tem chances de ascender aos cargos superiores e os últimos vêm da classe média alta e que teve chance de estudar em boas escolas e prestar exames como o da FUVEST. Os policiais muitas vezes tem que submeter as arbitrariedades de seus superiores e não podem denunciá-los abertamente pelo caráter militar. As ouvidorias não podem investigar apenas recolher depoimentos porque a instituição da polícia militar está blindada.

Evidentemente os policiais que estão nas ruas tem pouca formação e uma formação deficiente é nociva para toda a sociedade porque atentará contra a laicidade do Estado como faz ver Cynthia Semíramis: "Outro aspecto que merece ser ressaltado se refere à violação do Estado laico. Por mais que a formação procure ser laica, no cotidiano, agentes de segurança pública agem de acordo com seus princípios religiosos. São comuns os relatos de estímulos de oração, conselhos como a sugestão de que a mulher não se divorcie de um marido violento pra manter a família unida, ou a afirmação de que determinado tipo de relacionamento ou orientação sexual "não são coisa de Deus". Também há relatos de tolerância policial em casos de violação de templos de religiões de matriz africana, reforçando um quadro de racismo aliado à questão religiosa". 

A DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA SE FAZ NECESSÁRIA

A polícia militar é uma reserva do exército e todos os seus aspectos são militares, então quando essa polícia vai para às ruas, ela vai agir como se estivesse em guerra contra os civis, principalmente aqueles que moram nas periferias mas também contra manifestantes, sejam professores ou grupos insatisfeitos com a governabilidade. Na época da ditadura civil-militar os inimigos eram políticos, isto é, pessoas com ideologias diferentes daquela do governo, com o fim da ditadura civil-militar socialistas e comunistas deixaram de ser os inimigos e agora os inimigos são os jovens negros que moram nas periferias. A polícia age militarmente, isto é, com táticas de guerra, invasão de morros, instalação de UPPs e essas invasões e ocupações são sempre violentas como um estado de guerra e esses são motivos suficientes para que a polícia seja desmilitarizada. Segundo o coletivo DAR e MOVIMENTO MÃES DE MAIO: "Somente em maio de 2006, durante a ofensiva do estado paulista contra a população pobre, justificada por uma suposta reação a ataques do PCC, foram executadas e dadas como desaparecidas mais pessoas do que todos os assassinatos políticos oficialmente contabilizados durante o regime civil-militar brasileiro, que teria ceifado 426 vidas de ativistas políticos (os números certamente são maiores e estão em constante revisão).
Se a brutalidade de maio poderia soar como exceção, na verdade ela não passa de regra. entre 2001 e 2011, o número oficial de mortos por policiais militares em serviço apenas no estado de São Paulo é de 5.591. A média é de 508 mortos por ano, apenas em dos 26 estados brasileiros! E nós sabemos que os números são bem maiores, posta a prática cada vez mais comum das chacinas por policiais à paisana, em carros pretos com insulfilm ou em motos com garupa - um modus operandi com inúmeros indícios da participação de agentes da lei, a começar pelo emprego de munições de uso restrito em muitos casos. A polícia brasileira é uma das mais letais do mundo, além de ser uma das mais violentas, corruptas, racistas e desacreditadas. Inclusive para seus próprios membros, situação que fica explicitada pelo alto número de suicídios entre integrantes da corporação.
"A polícia sempre dá o mau exemplo/ lava minha rua de sangue/ leva o ódio para dentro", cantavam os Racionais MC's nos anos de 1990, e de lá para cá o desprezo das classes populares pelos funcionários do Estado que deveriam garantir sua segurança não teve um motivo sequer para diminuir. 
A irracionalidade fardada que ocupou os telejornais e as ruas durante os protestos de junho pelo Brasil afora só serviu para recolocar na agenda pública um debate que, apesar de sempre urgente, ainda não foi encarado de forma suficientemente consequente por nossa sociedade: até quando vamos tolerar ser vigiados perseguidos, controlados, encarcerados e violentados pelas forças do Estado? Que alternativas há para mudar esse quadro?" 

Sabemos ainda pelo coletivo DAR  e pelo Movimento Mães de Maio que um "levantamento realizado pelo próprio Instituto Sou da Paz - entidade que tem convênios com o governo estadual e ´, portanto, insuspeita de inflar as estatísticas - mostra que 93% dos mortos em supostos tiroteios com a Polícia Militar de São Paulo entre 2001 e 2010 moravam na periferia da cidade. Cinquenta e quatro por cento eram negros ou pardos. Os números mostram um quadro que é o mesmo desde as 111 mortes comandadas pelo coronel Ubiratan e pelo governo Fleury em 1992, no Carandiru: é assim que os pretos e os quase pretos de tão pobres são tratados, como bem narra a canção de Caetano e Gil".

Ainda de acordo com o coletivo DAR  e o Movimento Mães de Maio: "A polícia militar é, ainda, altamente hierarquizada e intransigente com seus escalões inferiores, que transferem para os cidadãos a lógica de medo e desumanidade à qual são submetidos desde o seu primeiro dia de treinamento. Para coroar o quadro, a PM oferece péssimas condições trabalhistas a pessoas que, por meio de seu poder, podem influir em mercados ilegais altamente lucrativos, o que geral um nível de corrupção só comparável ao do Congresso Nacional.
Em relação aos "abusos", a resposta é o descontrole. Ajustiça militar permite que os crimes cometidos por policiais sejam julgados por seus próprios pares, e a enorme maioria dos integrantes do Poder Judiciário (exceção feita às ainda frágeis defensorias públicas) é conivente, legitimadora e até incentivadora da violência policial que deveria controlar externamente. Sem qualquer controle independente ou confiável, a PM emerge de maneira autoimune". 

Concordo inteiramente com o coletivo DAR e Movimento Mães de Maio quando afirmam: "Se para atingirmos o mundo que buscamos é necessário muito mais do que uma polícia desmilitarizada, certamente ele não é sequer imaginável dentro do atual cenário".
Mas a proposta apresentada por ambos os grupos é interessante para toda a sociedade: "É preciso fortalecer o controle externo pela sociedade civil da atividade policial e judicial, bem como a autonomia das perícias criminais. O fortalecimento da Defensoria Pública da União e das defensorias públicas estaduais, além da criação de outros mecanismos de assessoria jurídica popular autônoma, igualmente se fazem prementes. 
Outras medidas importantes seriam a criação imediata de mecanismos de combate à tortura (incluindo limitações às armas menos letais), a melhoria das prisões e instituições de medidas socioeducativas, começando pelo reforço de amplos mutirões carcerários que avancem no desencarceramento imediato de pessoas ilegalmente presas (provisórios tornados permanentes; presos em regime fechado quando deveriam estar em semiaberto etc.), e a criação emergencial de uma Política Nacional de Reparação Integral às Vítimas Torturadas e às Famílias de Vítimas do Estado Brasileiro (reparação psíquica, moral, física e material)".


Bibliografia:

Caros Amigos Especial - Violência Policial nº 66
Le Monde Diplomatique Brasil ano 7 número 76

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Realismo social e Escola

Situada entre os extremos do determinismo materialista e do idealismo voluntarismo, do psicologismo e do sociologismo, do objetivismo mecanicista e do subjetivismo romântico, encontra-se a corrente realista. A qual pretende superar este estado de tensão e conciliar os extremos.

E para tanto serve-se ela duma linguagem bastante rigorosa e de expressões características como, por exemplo 'Ato e potência'.

Por ato designamos todo ser ou cada fenômeno existente e por potência a capacidade existente em determinado ato.

Assim a flor enquanto flor ou entidade existente é um 'ato'. No entanto como a mesma flor, excitada por determinados fatores externos trás em si mesma a capacidade para converter-se em fruto podemos dizer que a flor é um fruto em potencial, como a criança é um adulto em potencial e o adulto um idoso em potencial.

A passagem do ato a potência chamamos 'processo de transformação' ou simplesmente transformação ou mudança. Assim dizemos que na natureza tudo se transforma ou que a energia jamais se perde, limitando-se a mudar de forma... assumindo uma nova condição.

Ocorre a transformação quando uma capacidade inata é, no devido tempo; excitada por um fator externo de caráter material a que chamamos causa condicionante. Assim para que a semente converta-se em broto são necessários certos elementos materiais quais sejam umidade e calor... para que a criança torne-se adulto antes de tudo leite materno... e assim sucessivamente...

Estando ausente a causa condicionante não se dá a passagem da potência para o ato ou a transformação. Assim sem umidade e calor a semente não germina, permanecendo sendo aquilo que é: uma semente... sem leite ou alimento a criança recém chegada a este mundo não se desenvolve, e deixando de desenvolver-se morre...

Concluindo: para que a totalidade dos elementos materiais ou fenômenos sofram algum tipo de transformação passando de potência a ato numa perspectiva natural e evolutiva, faz-se mister a intervenção de algum ou alguns outros agentes de natureza material a que chamamos de condições e condições materiais.

São as condições materiais que promovem a passagem da potência ao ato ou do ser potencial e possível ao ser real e existente. Caso faltem tais condições e a potência não seja excitada fica frustrado o ato e interrompido o ciclo.

Para que um ciclo qualquer se complete e cumpra com sua finalidade, que é o esgotamento de todas as capacidades contidas num determinado ser a presença das causas condicionantes é por assim dizer imprescindível.

E imprescindível é reter tais conceitos em nossas mentes para que possamos compreender porque a escola que temos - que é a execrável escola tradicional ou bancária - ainda não se transformou na escola que queremos, i é, na escola ativa, renovada, interacionista ou construtivista.

Afinal, dia após dia, nos deparamos com as equipes gestoras e os diversos quadros do governo, acusando nossos educadores de ainda não terem assimilado a praxis da escola ativa ou incorporado a sua atividade professoral os diversos ensinamentos de um Ferriére, de um Claparede, de um Decroly, de um Wallon, de um Piaget, de um Vigotsky, de um Morin, etc

Parte de nossos educadores por sua vez rebate: Piaget, Vigostky, Decroly, Antipoff, Furter, Tardif, etc NÃO CONHECIAM - ou não conhecem - A REALIDADE DAS ESCOLAS DO ESTADO DE S PAULO!!!

Penso que a partir da crítica acima, formulada pelo senso comum; podemos já formular uma resposta tanto mais exata ou satisfatória.

Uma vez que a maior parte de nossas escolas estaduais foram 'criadas' ou fundadas em algum momento bastante posterior as existências, trabalhos e constatações dos pensadores acima citados; podemos dizer que A REALIDADE DAS ESCOLAS DO ESTADO DE S PAULO IGNOROU E IGNORA SUPINAMENTE AS CONSTATAÇÕES E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS POR ELES INFERIDOS.

Não foram eles que ignoraram ou ignoram a realidade de nossas escolas; a realidade de nossas escolas é que foi estabelecida sem fazer mínimo caso dos ensinamentos deles!!! Nossos estabelecimentos educacionais é que constituíram-se e constituem-se ainda hoje, material e estruturalmente falando, a margem da escola nova ou ativa e de seus pressupostos, exigidos apenas em concursos públicos ou afirmados em discursos 'catequéticos' direcionados ao corpo docente de modo geral.

Devem os professores conhecer e aplicar a proposta da Escola nova ou ativa!!!

MAS COMO SE O AMBIENTE MATERIAL QUE LHES É OFERECIDO, O HABITAT OU O MEIO CORRESPONDEM EM TUDO A VELHA E EMBOLORADA TRADICIONAL??? COMO SE O ESTADO NÃO REORGANIZOU O ESPAÇO DE MODO A PROPICIAR A PASSAGEM DA ESCOLA TRADICIONAL E INATIVA PARA A ESCOLA RENOVADA OU ATIVA???

Assim é muito fácil sr governador...

Querer que os professores retirem a escola nova da escola velha como um mágico retira coelhos e pombos de sua cartola. MAS O PROFESSOR NEM É MÁGICO, NEM MAGIA EXISTE...

Nem é possível, dizia alguém, por vinho novo em odres velhos; pois os odres estouram, infalivelmente...

ASSIM NÃO É POSSÍVEL ENCAIXAR A ESCOLA NOVA OU A PROPOSTA DE UM FREINET, DE UM DECROLY, DE UM VIGOSTKY NA ESCOLA TRADICIONAL...
Em termos aristotélicos diríamos que falta a causa condicionante...

Assim, apesar do discurso oficial, a escola Nova ou ativa jamais deixou de ser potência para converter-se em ato ou entidade existente na rede estadual de ensino...

Porque o governo NÃO FORNECEU NEM FORNECEM AOS PROFESSORES OS RECURSOS MATERIAIS DE QUE PRECISAM, NEM TOMA AS MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA QUE TAL META SEJA EXEQUÍVEL!!!

Postular que cada escola deva ter seu próprio ônibus tendo em vista realizar saídas de campos diariamente em cada período, parece utópico para muitos...  E NO ENTANTO O SR GOVERNADOR, SEU GABINETE POR INTEIRO E CADA DEPUTADO DESTE ESTADO É CONTEMPLADO COM UM AUTOMÓVEL DE LUXO ESTIPÊNDIO PARA COMBUSTÍVEL!!!

Enquanto tal se sucede os professores de periferia que levem seus alunos voando - ou com o poder da mente - ao museu, ao teatro ou ao gabinete de ciências naturais. Ou que realize saídas custeadas pelos próprios alunos, O QUE EXCLUÍ JUSTAMENTE OS MAIS CARENTES!!!

Recursos há. O problema é que são mal empregados.

Pois são investidos em homens barbados ou demagogos, quando deveriam ser investidos em nossas crianças e escolas; produzindo aquelas causas materiais ou condicionantes, que a largo prazo ao menos, implementariam a realidade da escola Nova ou ativa tornando possível a nossos mestres a aplicação das teorias de um Wallon ou de uma Antipoff em sala de aula.

Conceda o governo aos professores condições materiais, ao invés de discursos e palavrório inútil, para que a escola Nova exista e ela virá a existir.

Instale uma sala com pelo menos QUARENTA computadores em cada escola e tornara possível ao professores conduzir sua turma por inteiro a dita sala, sem a necessidade de acomodar dois alunos em cada computador, O QUE É, PERMITA DIZER-LHE, ANTI PEDAGÓGICO!!! Mesmo porque quem cria salas de informática com quinze ou vinte computadores bem pode criar salas com trinta ou quarenta micros!!! AGORA SE NÃO É POSSÍVEL CRIAR SALAS DE INFORMÁTICA COM TRINTA OU QUARENTA MICROS, DE MODO QUE CADA EDUCANDO FIQUE BEM ACOMODADO, ENTÃO QUE SE REDUZA O NÚMERO DE ALUNOS POR CLASSE FORMANDO TURMAS COM VINTE ALUNOS!!! 

Bem valeria reduzir os inúmeros privilégios concedidos ao corpo político deste estado PARA QUE CADA SALA DE AULA TIVESSE A SUA TV/DVD permitindo que cada turma pudesse ter acesso a aulas muito mais interessantes, produtivas e fecundas!!!

Digo isto sr governador e srs deputados porque professor algum por melhor que seja, nem mesmo Freinet, ou Wallon, poderiam substituir um ônibus, um computador ou um aparelho de DVD; INSTRUMENTOS IMPRESCINDÍVEIS PARA O EDUCADOR DO SÉCULO XX (sic)!!!

E no entanto nossas escolas continuam parecendo-se mais com uma caserna, um presidio ou uma fábrica, do que com um estabelecimento de ensino... propiciando apenas o oferecimento de aulas discursivas (explanação) e enfadonhas!!! E NOSSAS CLASSES SUPER LOTADAS EM DEPÓSITOS DE JOVENS E CRIANÇAS!!!
Naturalmente que em tais contingências, conflitos de toda sorte haverão de eclodir, agravando ainda mais a situação... e dificultando a atuação do professor. O qual além de instruir deverá mediar tais conflitos sob pena de ser apresentado como relapso!!!

Depois de tudo, enfim, aparecem a já citada equipe gestora bem como os quadros da administração pública - Quadros que circulam em automóveis financiados pelo erário e movidos com combustível pago pelo erário!!! - para massacrar implacavelmente tais profissionais apresentando-os a sociedades, aos pais e mães de nossos alunos vilões!!!! QUANDO NA VERDADE, ESTE GOVERNO OMISSO, É O ÚNICO E VERDADEIRO VILÃO!!! E GRANDE RESPONSÁVEL PELA FRUSTRAÇÃO DO ATO EDUCATIVO NESTE MODELO ULTRAPASSADO DE ESCOLA COLONIAL!!!
Constrói prédios, espaços e estabelecimentos de ensino que não se encontram em sintonia com tudo quanto é exigido tendo em vista a aplicação das modernas teorias pedagógicas; para em seguida culpar os professores por não 'serem capazes' de aplicar tais teorias!!!

O simples fato de termos tido apenas um Caetano de Campos, em que nossos normalistas eram formados segundo os preceitos do escolonismo e das teorias ativas recém construídas CERCADOS POR UM APARATO MATERIAL 'SOBERBO' já diz tudo. Pois nenhum destes mestres lá formados, ao regressar a sua cidade ou região deu com qualquer outro Caetano de Campos, suficientemente aparelhado tendo em vista a execução da proposta escolonovista...

De fato é preciso ser muito cínico e cara de pau para esperar que nossos educadores executem a proposta de um Dewey ou de um Decroly sem contarem a seu tempo com um espaço ao menos em parte semelhante ao gabinete de pesquisas de Dewey ou ao L Hermitage de Decroly... Mas não contamos com Caetanos de Campos, L Hermitages ou gabinetes semelhantes ao de Dewey implementados pelo governo do Estado de S Paulo, O QUAL, EM QUE PESE SEU DISCURSO, ENCARA A ATIVIDADE PEDAGÓGICA DO DOCENTE COMO UM ATO MÁGICO OU NÃO CONDICIONADO POR ELEMENTOS DE ORDEM MATERIAL, i é, SEGUNDO A DOUTRINA IDEALISTA OU ROMÂNTICA.

Eis porque - ao menos neste estado (na rede estadual de ensino) a escola Nova jamais realizou-se de modo completo e geral, e ainda esta muito longe de realizar-se; com grave prejuízo educativo.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Palavras de um professor indignado ( A escola inclusiva ou 'para todos')!!! Parte I

Agora é todo um mundo que foi posto sobre os ombros de nossos professores.

Pois enquanto as famílias são sendo exploradas pelo mercado de trabalho, cumpre a eles não só instruir e informar mas sobretudo educar e formar...

E são cobrados por todos: pelo governo, pelas equipes gestoras e pelas famílias.

Afinal já é tão complexo instruir ou informar, quanto mais então educar pessoas que chegam a nós professores com princípios e valores já não diria diversos mas francamente antagônicos.

Então o educador se revolta e reclama E MUITAS VEZES CONTRA A PRÓPRIA NOÇÃO OU DEFINIÇÃO DE ESCOLA INCLUSIVA, sonhando com os áureos tempos da escola 'elitista' ou segura.

E nós educadores que com eles militamos em sala de aula dia a dia não podemos deixar de compreende-los ainda que não possamos concordar com eles.

Pois não podemos nem queremos deixar de apoiar a ideia ou teoria duma escola inclusiva e posta para todos segundo os princípios democráticos e socialistas.

Então nós não desejamos que estas crianças deseducadas sejam retiradas ou removidas de nossas salas e relegadas ao deus dará... ou que sejam negadas as oportunidades educativas a criança problema. Longe de nós tal atitude cruel e desumana! Alias seria apoiar o processo de massificação do ser humano segundo os interesses do sistema econômico.

Mas também não podemos deixar de questionar por um só instante até que ponto é possível corresponder as necessidades duma Sociedade economicista sem questiona-la!!! É evidente que devemos questionar esta Sociedade e por suas contradições e mazelas a mostra, sem permitir no entanto, que o aluno - que como o professor é uma vítima - acabe recebendo toda força deste impacto... que bem pode ser direcionado para outro lado.

Então direcionemos nossas críticas para o lado certo...

E já faço questão de observar que quando me refiro a 'governo' não estou - segundo a compreensão das pessoas mais simples - me referindo ao governo Federal (Dilma - PT) cujas intervenções e investimentos nesta área da educação julgo benéficos; mormente em comparação com tudo quanto foi feito (???) pelo governo anterior (FHC).

Refiro-me principalmente e antes de tudo ao governo do Estado de S Paulo (Alckmin PSDB) e a rede pública de ensino desta Unidade da Federação. A qual já adianto tem sido demolida já há vinte anos por iniciativa do então Mario Covas.

Basta dizer que esta rede exige de nós uma competência cujas habilidades não nos foram submistradas nos cursos de formação acadêmico/professoral. Cursos em que a maior parte de nós foi preparada mais PARA INSTRUIR/INFORMAR DO QUE PARA EDUCAR.

Grosso modo nossos normalistas sequer tem a consciência de que deverão atuar como educadores; acreditando que sua função limitar-se-a a instruir ou a informar o educando. Então quando chegam a nossas salas de aula e dão com a triste e dura realidade do momento presente, desistem ou desertam partindo para outras áreas.

Justamente porque ninguém prestou-lhes o grato favor de apontar as dimensões titânicas de sua futura profissão.

Mas o Estado não fornece cursos de capacitação, reciclagem, etc para seus professores???

Naturalmente que oferece e graciosamente.

Então por que os srs não fazem tais cursos e não se tornam aptos?

Primeiramente; como veremos mais adiante (nos próximos artigos), porque caso a fundamentação teorética oferecida por tais cursos seja séria; a primeira coisa que aprenderão É QUE O ESTADO NÃO LHES FORNECE OS MEIOS, CONDIÇÕES OU REQUISITOS MATERIAIS - EM TERMOS DE ESTRUTURA MATERIAL - PARA QUE CUMPRAM OU EXECUTEM TAL FUNÇÃO.

Afinal todas as escolas contam com ao menos um aparelho de DVD em cada sala de aula??? Com uma sala com no mínimo trinta computadores??? Com laboratórios de física e química bem organizados??? Com gabinete de ciências naturais??? Com salas de História e Geografia ambientalizadas??? Com pelo menos um ônibus para transportar os educandos??? Com um pequeno jardim ou espaço aberto???

Desculpe sr professor mas um Escola deste tipo não existe em lugar algum...

Então rasguem já as obras de Dewey, de Decroly, de Ferriére, de Claparéde, de Piaget, de Antipoff, de Wallon, de Vigotsky, de Freinet, etc - CUJA LEITURA É SOLICITADA PELOS CONCURSOS!!! - PORQUE A ESCOLA NOVA, ATIVA OU CONSTRUTIVA, OU INTERACIONISTA REVINDICADA POR ELES DEPENDE DE UM AMBIENTE OU SEJA DE UM ESPAÇO MATERIAL COM OS ELEMENTOS ACIMA CITADOS SOB PENA DE NÃO REALIZAR-SE!!!

Esqueceu-se o Estado de S Paulo de adequar sua praxis ao discurso vigente.

Pois oferece-nos espaços em que apenas se pode realizar a ultrapassada e mil vezes condenada ESCOLA TRADICIONAL, VERBALISTA, TEORÉTICA, INSTRUTORA...  que Mestre Amaral Fontoura descreve como uma "Heresia pedagógica".
Assim nossas escolas continuam atuando - por força de condicionamentos materiais - como na Idade Média ou na Antiguidade (NUMA ERA PRÉ COMENIANA OU PRÉ PESTALLOZIANA) e os palestrantes ou conferencistas discursando para um auditório sonolento, desinteressado e apático quando não francamente rebelado diante destes sermões insípidos!!! Querer que crianças e jovens do século XXI conforme-se com semelhante aberração é querer mudar-lhes a estrutura e violar-lhes a natureza!!!

Mude-se então a escola!!!

MAS O GOVERNO NÃO TEM DINHEIRO!!!

Amigo, este discurso pode até ter certo fundamento nos estados do Norte, Nordeste e Centro Oeste deste país. Quanto aos estados do Sul e Sudeste no entanto é absolutamente tendencioso!!!

Basta dizer que S Paulo ainda é o Estado mais rico desta nação, estado cujo PIB atinge quase dois terços se comparado com o da grande República Argentina! Então por que nossas escolas públicas e nossa educação não se assemelham nem de longe as do grande pais vizinho??? (É o trigésimo sexto PIB do mundo!!!)

E mesmo assim a maior parte de nossas escolas, enquanto ambiente material, reproduz o modelo do século XIX... O QUAL INVIABILIZA MATERIALMENTE A IMPLEMENTAÇÃO DE PROPOSTAS PEDAGÓGICAS MAIS ARROJADAS,  constrangendo o pobre educador a 'escola tradicional' E MULTIPLICANDO PROBLEMAS...

Não é de trens de última geração, estradas e rodovias para passear de automóvel que este estado precisa antes de tudo, mas de escolas materialmente sintonizadas com a educação do futuro e de aparelhamento na plena acepção da palavra. Acontece que o VLT, as rodovias, os viadutos, etc SALTAM A VISTA - constituindo excelente fator propagandístico - enquanto os efeitos da educação tardam a aparecer... além de exigirem vistas acuradas para serem bem apreciados.

Assim, diante desta inépcia ou omissão por parte da administração pública o PROFESSOR ASSUME MESMO A IMAGEM DE TAUMATURGO OU MILAGREIRO OBRIGADO A TIRAR LEITE DE PEDRA SOB PENA DE SER CRUCIFICADO por seus superiores.

A educação não dá certo??? Piaget e Wallon não são aplicados??? DE QUEM É A CULPA??? DO PROFESSOR, que é vagabundo inclusive, sugerem alguns...

O professor que se expõe a tomar um tiro dentro de sua sala de aula, a levar uma facada, a ser agredido, golpeado, surrado, achincalhado, etc É UM VAGABUNDO... Porque falta, fica doente, tira licença médica, etc MAS QUEM NÃO FICARIA FÍSICA E MENTALMENTE ABALADO DIANTE DE TÃO TERRÍVEL SITUAÇÃO???

Srs antes de conduzirem o professor ao calvário concedam-lhe meios materiais adequados para trabalhar, Médico algum faria melhor com instrumentos encontrados na pirâmide de Gizé...

Agora quanto a frequência dos professores ou o acesso deles aos tais cursos gratuitos, devo dizer antes de tudo que:

  • SENDO PESSIMAMENTE PAGOS A MAIOR PARTE DE NÓS PRECISA TER DOIS OU ATÉ TRÊS EMPREGOS PARA VIVER COM DECÊNCIA E DIGNIDADE.
  • TENDO FAMÍLIA DESEJAM ESTAR EM COMPANHIA DA MESMA, AO MENOS AOS SÁBADOS E DOMINGOS.
Quer o estado de SP que seu corpo professoral faça tais cursos?

Comece por propiciar um tempo excedente este corpo professoral.

Mas como???

Pagando um salario digno com que o educador possa manter-se sem ter de ocupar segundo cargo!

Assim ele terá tempo suficiente para aprimorar-se profissionalmente.

ESTE ESTADO NO ENTANTO RECUSA-SE OBSTINADAMENTE A EXECUTAR A LEI DO PISO.

A QUAL SE EXECUTADA GARANTIRIA AO PROFESSOR ESTE TEMPO EXCEDENTE DESTINADO AO PLANEJAMENTO DAS AULAS... AUMENTANDO A QUALIDADE DAS MESMAS E SUA RESULTANTE: A REALIZAÇÃO DO ENSINO...

Agora pai e mãe de aluno tire suas conclusões: se o governo - DO ESTADO DE SP - recusa-se a conceder este tempo excedente destinado ao planejamento das aulas e a melhoria de sua qualidade é porque deseja que seus professores ministrem péssimas aulas e que seu filho não aprenda...

NÃO QUEREM AULAS MEIA BOA??? ENTÃO NÃO FAÇAM INVESTIMENTOS MEIA BOCA!!!