quinta-feira, 25 de maio de 2017

Conversações amistosas com Mr Ladrofê sobre a gênese do autoritarismo e suas fontes face ao espírito do Catolicismo II


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Ulpiano



No artigo anterior examinamos os argumentos com que nosso ilustre amigo Mr Ladrofê, julga poder amparar sua concepção autoritária de vida numa perspectiva Católica, demonstrando o quanto esta equivocado, afinal.

"Onde esta o espírito, ali esta a liberdade." não sou eu quem o diz, mas o querido Paulo, ídolo dos neo Cristãos paulinistas. Até ele...

Afinal não fomos nós chamados a liberdade dos filhos de Deus?

Não ao temor e a servidão, mas ao suave jugo do amor?

Identifiquemos agora as fontes históricas do autoritarismo para saber quando, como e porque modo enquistou-se como uma câncer no seio da instituição Cristã.

Antes porém digamos algumas palavrinhas sobre a fonte mais remota, que se acha no lá no fundo da mente humana, lá no inconsciente. Antes arreliavamos com os autoritários assim como arrelianos ainda com os avarentos ou capitalistas. A leitura de S Freud convencendo-nos de que o ethos autoritário reflete problemas de convivência com o pai, tornou-nos mais condescendentes e tolerantes.

Questões de vontade - inda que inconsciente - já dizia o santíssimo Orígenes, são irrefutáveis. Inútil argumentar quando não se quer ou não se pode assimilar, tendo em vista condição. No entanto é sempre útil dialogar, ao menos enquanto exercício dialético e estimulo a pesquisa. Alias sempre aprendemos algo ouvindo ou lendo.

Bom esclarecer, antes de tudo, que nem a passagem da República para o Império romano foi drástica em termos duma ruptura absoluta com as tradições do passado e nem o caráter do Império deixou ou pode ter deixado de ser misto duma hora para a outra.

O Imperador, a partir de Otávio Augusto, sobrepõem-se ao Senado, que é uma órgão aristocrático, não o aniquila.

Otávio alias afetava enorme respeito pelo Senado, de modo que ao invés de ordenar ou constranger, limitava-se a solicitar perante aquela organização tradicional. De modo geral os imperadores julianos que foram sãos: Tibério, Claúdio e Nero antes da loucura, e assim os Flavios: Vespasiano e Tito, limitaram-se a imitar o procedimento de Otávio, no mais solicitando, raras vezes demandando, quase nunca obrigando o Senado, embora este sempre pudesse ser facilmente comprado. Abolir o Senado e assumir um poder absoluto é coisa que jamais se pensou, pois os cidadãos romanos, ao menos afetavam ou fingiam ter dignidade e serem cidadãos, não escravos.

As aparências democráticas e aristocráticas até certo pondo tinham de ser mantidas.

Apenas os Césares loucos como Caio, Nero e Domiciano ousaram ameaçar e constranger, e humilhar, e oprimir, e abater os senadores e patrícios. Sem no entanto sequer terem cogitado, dissolver o Senado e governar como senhores absolutos. O máximo que Botinhas fez foi introduzir seu cavalo Incitatus naquele nobre corpo e proclama-lo senador...

Durante o século seguinte, sob os Antoninos, a influência e poder do Senado, por afetação da antiguidade, aumentou ainda mais.

Nem sinal de teorias ou doutrinas absolutistas.

Tinha vergonha de doutrinar a respeito do que haviam posto em prática.

De fato caso sigamos de trás para frente o advento desta doutrina obscura que é o autoritarismo ou absolutismo, que alguns cuidam vender como Cristã, chegamos aos juristas franceses como Jean Bodin. Destes aos teólogos imperiais ou Cesaropapistas, como M Patavinus, os quais buscavam combater a monarquia e teocracia papal fazendo petições a um documento descoberto pelos ocidentais por volta de 1100. O Digesto de Justiniano ou melhor de Trebonianus (Mas também de Teófilo, e outros dezesseis). Neste registro temos a pristina fonte do autoritarismo.

Agora nos perguntamos sobre qual fossem as referências ou as fontes do Digesto, os filósofos, os santos padres e Bispos, os sínodos, os apóstolos, o Evangelho... Nada, nada disto.

A principal fonte quanto ao autoritarismo nobre leitor, diz respeito ao jurista pagão i é não Cristão e não Católico Ulpiano, o qual foi contemporâneo de Modestino e Papiniano, tendo sido prefeito do pretório e florescido sobre Caracala, o filho degenerado de Septimius Severo e assassino de Geta, logo fratricida.

Ao dito Ulpiano atribuem estas duas expressões infelizes:  "Quod principi placuit legis habet vigorem." pt - O QUE AGRADA O IMPERADOR TEM FORÇA DE LEI e esta outra não menos absurda: "Princeps legibus solutus." pt - O PRINCIPE NÃO JAZ SOB O JUGO DA LEI ou não esta obrigado a observar as leis.
Temos aqui o mesmo conceito que os semitas aplicam a seus deuses - jao, ala, etc - e segundo o qual por serem todo poderosos estão acima de quaisquer leis, podendo cometer crimes e pecar...

Pois se a lei humana é expressão de uma lei natural e eterna, é necessariamente boa. E sua inobservância má. Logo o príncipe, tem o direito de pecar ou de cometer o mal, recusando-se a observar a lei que é boa. Atribuem-se assim o direito de matar, roubar, mentir, etc, o que é abominavelmente monstruoso.

Chegados a este ponto temos de nos perguntar sobre o que aconteceu ao império romano a ponto de um de seus maiores juristas ter cometido um descalabro destes, identificando a vontade caprichosa e arbitrária de um indivíduo como lei para os demais.

Estamos no século III.

Momento em que, após Comodus, o pode imperial é sucessivamente encampado pelos militares ou chefes das legiões ou da guarda pretoriana, os quais fazem e desfazem imperadores, põem e depõem príncipes, elevam e derrubam reis, e amiúde lutam uns contra os outros ensanguentando o Império e fomentando seu declínio.

Sendo militares eles trazem para o governo Imperial e mentalidade rasteira prevalecente entre quase todos os militares, a da obediência passiva, cega, mecânica e absoluta. É neste momento que as figuras dementes de Caio ou Nero convertem-se em ideais recorrentes e dominantes até Constantino. E não é mera coincidência que os Cristãos tenham sido expostos a perseguição com maior fragor ainda neste século, devido a insistência mórbida a respeito da estatolatria ou do culto ao gênio de roma e da fé imperial, cristalizada na pessoa dos césares mais abjetos!

É deste ambiente corrupto, decaído, degradante, indigno, que aflora ou assoma a 'bela' doutrina do autoritarismo ou do absolutismo régio. Com que dor no coração devo lembrar que o infeliz Ulpiano viveu não sob o jugo de um Otávio ou de um Antonino, ou de um Marco Aurélio, aos quais certamente teria repugnado a ideia de um poder supremo ou absoluto, mas sob um farrapo humano chamado Caracala, o qual mimoseou com aquelas frases servis contida no Digesto, isto por achar-se, como seu colega Papiniano sob constante ameaça por parte do déspota irascível, o qual acabou por mata-lo a pontapés (Enquanto o outro foi decapitado!).

Tal a fonte mais pagã mais remota do absolutismo régio, puramente pagã e nada mais que pagã e nem um pouco Cristã ou Católica.

No artigo de amanhã discorreremos a respeito das outras duas belas fontes:

A cultura judaica endeusada pelos judaizantes, o 'cristianismo ' paulinista e o heresiarca Justiniano. E por ai já se ve que os padrinhos são rabinos, escribas, fariseus, judaizantes e heréticos; nada, nada de muito Católico, nada de Padres da Igreja, doutores, sínodos, concílios, etc porque estas perto da imensa sabedoria dos juristas pagãos da decadência, dos judeus e dos heréticos são mesmo umas Bestas! Espertos mesmo os reformadores protestantes né???

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Conversações amistosas com Mr Ladrofê sobre a gênese do autoritarismo e suas fontes face ao espírito do Catolicismo I

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Antes de iniciar este diálogo farei a meu interlocutor o mesmo apelo que Gulliver fez a seu amo Huynhnhms, rogando que não se ofenda com o quanto haverei de dizer, pois sou daqueles que prezam mais o dom da amizade do que as controvérsias em torno da verdade.

Por isso rogo que ouça-me com paciência, exercendo tolerância para com alguém que sendo demasiado lerdo e assaz ignorante deseja apenas aprender.

Principio esta resposta aludindo a vossa apreciação, segundo a qual minha Apologia a liberdade individual vai totalmente de encontro ao ethos essencial da Societas Christiana.





A TUA OPINIÃO NÃO É ESSENCIAL



Antes de tudo convém assinalar que caso tua assertiva fizesse parte da estrutura de nossa Santa Religião - como algo essencial - seria necessariamente Revelada e assim DOGMÁTICA, correspondendo sua negação a uma heresia.


O que de modo algum se verifica.
 

Bastando para demonstra-lo o número COLOSSAL de Católicos - incluindo teólogos, monges, clérigos, presbíteros, Bispos, arcebispos e Patriarcas - de comprovada Ortodoxia, os quais opuseram-se pública e oficialmente a ela. 

Admitida a Ortodoxia de tua assertiva ficam todos eles sendo hereges - que por sinal passaram desapercebidamente pela Igreja e até foram canonizados 'por descuido' -  e tu e alguns poucos modernos, inovadores e introdutores de crenças alienígenas, ficam sendo os únicos Católicos e Ortodoxos da face da terra, o que é rematado absurdo, pois não podem nem os indivíduos isoladamente ou qualquer minoria estar em posse da verdade e a maior parte da igreja no erro sem que esta deixe de ser Católica para tornar-se tão sectária quanto a 'El Shaday' ou a 'Elohim rafá'. Equivaleria suster a doutrina protestante e herética da apostasia... E isto sim é herético. Além de beirar o individualismo e atentar contra o ideal comunitário da fé ou contra o que chamas de Societas, pois o fundamento da Societas ou da República Cristã é a uniformidade da fé e seu caráter universal.


Assim o argumento reverte. Se eles estão corretos, o amigo é que está em erro gravíssimo, opondo-se como de fato opõem-se ao sentir comum dos teólogos, doutores e Bispos, mestres em matéria de fé e ética. É uma posição semelhante a dos protestante e próxima a heresia, além de comportar certa presunção e arrogância. O sentido comunitário nos obriga a declarar que estais equivocados, e eles, o concerto dos teólogos, correto.

Brida-me você com uma afirmação gratuita e eu - que gratuitamente poderia descarta-la - impugna-la-ei com base nas fontes de nossa fé.




Não esta de acordo com a sunah dos primeiros Cristãos


Tecida tal conjectura, passo a tese segundo a qual sua opinião - Autoritária, despótica ou tirânica - é a que de modo algum se sustenta nos domínios da História do Cristianismo primitivo, conjuntura em que os Católicos lutaram contra o poder autocrático do César romano em nome de sua liberdade religiosa - a qual é essencial e inalienável - tornando-se mártires da fé.

De fato o Cristianismo principia sua carreira opondo-se a doutrina pagã, segundo a qual a potestade secular compete exercer juízo em matéria de fé. Noutras palavras, que concerne ao poder político julgar e regular a crença religiosa.


Nem se diga, aleivosa e falsamente, que se tratava de mera questão teórica em torno de fé ou doutrina que é resposta boa para luteranos. Os católicos resistiram ao governante em questões de ética, comportamento e ordem prática, recusando-se a compactuar com a chaga da escravidão, e a alistar-se no exército com o propósito de fazer guerra e chacinar populações inocentes. Tais censuras constam na Tradição Apostólica de Hipólito romano, seguindo a pena de excomunhão contra os renitentes...



O veredito inapelável dos Santos Padres


Diante disto nossos Mestre e doutores, presbíteros e Bispos  - Justino, Atenágoras, Teófilo, Tertuliano, Orígenes, Quadrato, Melitão de Sardes, Lactâncio, Arnóbio, Clemente de Alexandria, Hipólito, etc - compusera inúmeras APOLOGIAS NAS QUAIS SUSTENTARAM UNANIMEMENTE A LIBERDADE DA PESSOA HUMANA NO PLANO DA CONSCIÊNCIA COMO ITEM PERTENCENTE A DOUTRINA DA FÉ. 


São eles que julgam, definem e apresentam a fé Católica não tu, nem os poucos expositores posteriores citados por ti, os quais devem conformar-se em tudo com a tradição em matéria de doutrina ou ser classificados como heréticos, exatamente como os protestantes, que repudiam a tradição e exercem um liberalismo ímpio que é o livre exame; heresia é escolha, Católicos não podem escolher o que crer ou não crer, aceitam a revelação em sua integralidade ou põem-se fora da igreja com os pagãos e publicanos.

Curioso que para destruir o liberalismo legítimo sempre ensinado pela igreja assumas o liberalismo mais ímpio e hediondo de todos resistindo a tradição sagrada e imitando os protestantes e heréticos. Pois a tradição é a lei da igreja.

Basta o amigo tomar esses documentos e ler PORQUE LÍ TODOS. 

Os fatos ai estão postos e desafio-o publicamente a demonstrar que estou equivocado e que o ensinamento dos santos padres é outro.

CAINDO NO MAIS ABJETO LIBERALISMO


O ensinamento dos padres é absolutamente normativo e obrigatório, E A ÚNICA LIBERDADE QUE NÃO EXISTE, É JUSTAMENTE A DO CATÓLICO OPOR-SE A ELE, PORQUE É A TRADIÇÃO E LEI DA IGREJA, quem o diz não sou eu mas o Bossuet - Bossuet bem sabia do que estava falando porque exerceu controvérsia contra os protestantes então seu testemunho é precioso - citado por ti na obra contra Ricardo Simon - "Tolle et lege'.

Quem repudia o ensino comum dos padres e ensina coisas que não ensinaram é fautor de heresia. É o que diz Vicente de Lerins no Commonitorium,  e realmente não o que discutir - Senão por caridade e condescendência - pois todo e qualquer herege é como pagão ou publicano, estando separado de Cristo como ramo quebrado da videira, e posto ao fogo.


Apesar disto ousas declarar: E digo mais> Não troco uma linha de autores mais recentes como Joseph de Maistre, Donoso Cortés, Charles Maurras ou Carl Schmitt por todos os escritos dos santos padres.

Palavras estranhas e até impudentes na boca de um Católico!
Os protestantes alegaram exatamente a mesma coisa quanto a seus reformadores - É o mesmo espirito e o mesmo principio anti tradicional e essencialmente anti Católico.

É a mesma tática usada pelos 'católicos' do Von Mises contra a doutrina social da igreja... Peidam para os Santos padres, sínodos e concílios e se consideram bom Católicos vivendo a lá luterana, como se a Igreja, a exemplo da seita de Lutero, não tivesse uma lei.


Chama-se rebelião, sedição, subversão, apostasia. Não sou eu quem o diz mas o Concílio de Trento válido para todos os papistas e segundo os quais nada pode ser sabido ou interpretado em termos de Cristianismo sem recorrer-se aos santos Padres!

A igreja é órgão essencialmente tradicional e absolutamente imutável e citar milhões de nomes de mestres inovadores e profanos não muda absolutamente nada.


ERAM OS SS PES IDIOTAS???

No entanto continuas em tuas objurgatórias anti tradicionais: As lições dos santos padres em matéria de pensamento social e filosofia política não têm hoje qualquer aplicabilidade prática, constituindo tão somente mera curiosidade para o erudito nessa seara,

Isto porque você ou imagina que não passavam 
de capiaus ou tabaréus estúpidos e indoutos, quando a História apresenta-os como poliglotas, sagazes, eruditos, iniciados na mais profunda Filosofia, mestres consumados que deram bases a nossa teologia, conselheiros acatados de príncipes, reis e senadores, etc Havia deles que dominavam hebraico, aramaico, latim, copta, armênio, etc E que conservaram-nos praticamente tudo quando sabemos sobre os escritos perdidos dos antigos pensadores!
 
Para depois apegar-te a teólogos imperiais que não conheciam misera linha de grego e julgavam conhecer os santos Evangelhos rsrsrsrsrs Mas me poupe!

Caso sejam como foram homens geniais, excelentes, colossais, preparados, habilidosos; como eram e estando de acordo evidente que suas opiniões, no mínimo deveriam ser bem pesadas e consideradas. Não menos que as de Sócrates, Platão, Aristóteles, Zeno, Cleantes, Crísipo, Cícero, etc


É O CATOLICISMO MERA FÉ OU CRENÇA???


A outra hipótese, pior e mais grave, é a ideia segundo a qual a religião Católica resume-se a uma fé ou mística que não se estende como lei ética e projeto social a todos os setores humanos, racionais e livres da existência, abarcando-os por completo e transmudando-os em Cristo. Aqui o erro assume proporção colossal!

Neste caso esvaziar o Cristianismo ou o Catolicismo para converte-lo numa fé somente ou teoria porque somos magicamente salvos no além - Logo completamente desvinculada da imanência e do comportamento humano - é solifideísmo protestante como assevera Maritain nos 'Três reformadores' o qual por sinal admite e deplora que alguns católicos mal informados e confusos tenham adotado esta perspectiva ímpia que esta na base de nossa crise civilizacional.

Ora os papas romanos, lideres de sua religião, tal e qual os SS Padres, legislam sobre todas estas matérias, política, economia, etc e prova cabal disto é a existência de uma doutrina social da igreja alias, magistral e admirável. É prova de que a igreja revindica para si a inspiração de todas as ações humanas, tendo em vista encaminha-las para um fim ético. O contrário é naturalismo. A igreja NÃO admite que seus filhos 'cristãos' adotem QUALQUER TIPO DE  ÉTICA NATURALISTA.

Todo setor da atividade humana pertence a ética e portanto a vida da igreja, quanto aos aspectos racional e volitivo, escapando-lhe apenas o absolutamente material, estrutural ou formal. A parte humana sempre revindicou para si.





O EVANGELHO NÃO É OMISSO!

Continuas e declaras que uma vez que o Cristo não fixou códigos de conduta a serem seguidos cegamente pelos homens (muito embora o SERMÃO DA MONTANHA seja um claro esboço nesse sentido), a Igreja ao longo dos séculos assim o fez. Ao homem comum não deve ser dada qualquer liberdade de escolha, sob hipótese alguma.

Erras. Fixou o código de conduta ética mais excelente O SERMÃO DA MONTANHA e deixou sua sunah ou exemplo a qual também é fonte de ensinamento e lei para os Ortodoxos, não menos que a vida de Maomé para os maometanos.

 
Tal a doutrina do livro sagrado ou Evangelho.

No jamais observamos o Mestre (Para com os apóstolos ou discípulos) procedendo como déspota, repressor, e arrogante - Embora fosse de fato o plasmador do Universo e Todo poderoso - mas, sempre e invariavelmente como educador compassivo e amoroso. A PONTO DE APRESENTAR-SE COMO SERVIDOR DE TODOS E LAVAR-LHES OS PÉS,  convertendo-se em modelo do homem público, servidor do Bem Comum.

 
Assim quando João, ainda demasiado jovem e ignorante, aconselha-o a fulminar a vila dos samaritanos que haviam se recusado a recebe-lo e a honorifica-lo, O SENHOR O REPREENDE E DECLARA: Não sabeis porque espírito estais tomados... Porque o espírito de Cristo não é espírito de cólera, vingança, ira ou repressão, mas de paciência, compreensão, condescendência e tolerância face aos mais frágeis.


E quando Pedro usando de coerção física, golpeia a orelha de Malchion com a espada, o Senhor determinaGuarda-a na bainha porque os que apelam a espada por ela serão destruídos  e não como um Thomas Muntzer: Corta, esmaga, pica, esquarteja...





A igreja não TEM PODER para mudar ou alterar os ensinamentos de seu divino fundador







Presumes então que a falta de boa orientação no Evangelho ou discuido da parte de Jesus e seus amanuenses que a igreja fez vigorar outras leis e estatutos.

Não procede.

Nem a igreja romana e tampouco a Ortodoxa jamais revindicaram ter poder para alterar os ensinamentos doutrinais ou práticos (Éticos) de Jesus Cristo emendando suas palavras ou corrigindo o Evangelho, pretensão que todos os Catolicismos classificam como essencialmente blasfema.

Segundo o dr Jungman em Luz e Vida a função de igreja é manter, conservar e guardar fielmente se mínima alteração o que lhe foi confiado.

Assim não esta em seu poder - E ela sempre o reconheceu contra todos os heréticos em especial contra os protestantes, que sendo iluminados revindicam para si tais pretensões - ALTERAR SUA TRADIÇÃO, A TRADIÇÃO É IMUTÁVEL E SUAS BASES ASSENTES NA MAIS REMOTA ANTIGUIDADE. Segundo Crisóstomo a mudança na fé é heresia abominável.

Por isso Waso de Liege e mesmo o agostiniano Bernardo de Clairvoux  - este no século XII !!! -sustentou em alto e bom som a Liberdade de consciência segundo a norma e regra da tradição. Ora Bernardo de Clairvoux a seu tempo era considerado o Oráculo da Europa e árbitro infalível no âmbito da sã doutrina! Isto a ponto do Papa Eugênio beijar-lhe os pés e receber-lhe o 'catecismo'!

Aqui é onde inexiste liberdade algumaPara inovar e romper com a tradição ancestral fixada para todo sempre, quem o faz é herege, quem nega a tradição PROTESTANTE, não Cristão. PROTESTANTISMO É O NOME DESSE LIBERALISMO INSIDIOSO!!!

Posteriormente (Século XVI)foi a mesma doutrina defendida por Genebrardo de Aix, F Fevardentius, Nicolas de Lisieux, Fénelon, etc até a vulgaridade. Quase todos os que defenderam a Liberdade de consciência eram controversistas anti protestantes, sintomático mais uma vez!


NÃO ELES NÃO ERAM MINORIA


Em seguida apelas as circunstâncias e declaras que em pleno ano 313 (Édito de Milão - Constantino César) eram os Cristão minoria e que por isso não podiam tomar armas e chacinar os pagãos em nome de Cristo.

Certamente te equivocas.

Não era minoria alguma, Tertuliano na Apologia, escrita em em 185, assevera que a seu tempo os Cristãos eram já larga maioria, atulhando as cidades do império e que poderiam sublevar-se pela força e conquista-lo, se assim o desejassem, acrescentado que 'No entanto não lhes era permitido fazer por força da lei divina... pois o Senhor os havia enviado pela persuasão da palavra e não com espadas, lanças e vara paus.'

Alias foi o mesmo Tertuliano, noutra parte, que declarou, em nome da Igreja Católica, que a fé não pode vir por imposição, sendo filha da liberdade. Assim Arnóbio e Lactâncio, todos doutores da igreja não opinões ou heréticos.


Declaras que nossos ancestrais, os mártires, eram desorganizados rsrsrsrsrs e por isso hesitaram em recorrer as armas e exterminar os pagãos.Erras ainda - Hesitaram em fazer porque ao contrário dos neo Católicos - Que são absolutamente levianos e incoerentes - eram conscientes, coerentes e portanto submissos a norma e regra da tradição face a qual qualquer mudança ou alteração era vista como abominavelmente ímpia.

Do contrário o amigo deveria explicar-nos (cf Hstr 
dos arianos pelo cardeal J H Newman) porque ainda no século IV (os Cristãos estúpidos estavam demorando muito para aprender com os assírios a empalar seus inimigos) os Cristão Ortodoxos, que eram maioria no Império, foram atacados pelos imperadores arianos e seus exércitos e não revidaram constituindo outro exercito fazendo guerra e massacrando seus adversários???
Optando pelo contrário por gastar resmas e mais resmas de papel e muito mas muita saliva buscando convencer seus perseguidores 

Por que S Atánasio o Grande, defensor da fé nicena, não chamou o exército em sua defesa e não armou os Católicos para que exterminassem os arianos?

Por que S Ambrósio, tendo sua basílica invadida pelo heréticos não recorreu ao gládio e exortou o povo a resistência física?

Por que Hilário e Crisóstomo ao invés de terem amargado o exílio não criaram milícias e estimularam a sedição?

 
Eram ainda minoria desorganizada em pleno século IV sob Teodósio???


ENFIM POR QUE QUANTO MAIS PRÓXIMOS DE CRISTO E DOS APÓSTOLOS MAIS IDIOTAS E IMBECIS FICAM OS CRISTÃOS, e quanto mais afastados deles mais 'organizados', pragmáticos (!!!), inteligentes, espertos ficam???? 


A ponto de especular sobre tática, estratégia, Sorel, etc??? Espertos mesmos devem ser esses reformadores protestantes, afinal quem mais afastado no tempo e no espaço desta gente beócio do que eles?

Alias se é para sacrificar capciosamente parte da fé Católica e cultivar meia infidelidade, sacrifique-mo-la por completo e nos façamos espertos, belicosos e totalitários protestantes, os quais por sinal são mestres consumados em todos estes domínios!!! Digo-o por experiência própria como ex protestante!




A IGREJA NÃO CONHECE TÁTICA, ESTRATÉGIA, PRAGMATISMO, MAQUIAVELISMO... 


Devo alertar-te ainda de que a Igreja não muda de tática ou estratégia, não negocia seus princípios, e não se adequa a circunstância - poluindo seus princípios - pelo simples fato de não ter sido fundada pelo histrião Nicolas Maquiavel e de tampouco confundir-se com o partido comunista ou a cabala de Michel Foulcaut, focos de veneno relativista.  Seus ensinamentos éticos transcendem o tempo e espaço, e equivalem a princípios eternos, imutáveis, definitivamente fixados pela tradição e inegociáveis.

O que ensinou ontem a igreja ensina hoje e ensinará amanhã, sem consideração de circunstâncias externas, oportunismo, atenuantes... Tal a força divina de sua autoridade moral.

Assim 
Sua relação com o poder, a política, a sociedade, etc foi fixada já nos primeiros séculos.



O ESSENCIAL AO ETHOS DA SOCIEDADE CRISTÃ A RESPEITO DO QUE A IGREJA E TRADIÇÃO NÃO PODEM SE PRONUNCIAR AUTORITATIVAMENTE - QUE TROÇO É ESTE?



Embora tenhas começado por apresentar tua opinião autoritária como ESSENCIAL em termos de sociedade Cristã. Dali a pouco - Quando apresento a fé normativa da Igreja em oposição a tua opinião individual e falível e muito liberal - te sais com esta: Não há como ter princípios fixos - Isto é a Igreja Católica ou a tradição rsrsrsrs -  num terreno essencialmente movediço, pautado pelo caráter errático e arbitrário da ação humana, como a fenômeno político.

NOBRE amigo, estas mais uma vez apresentando a igreja como omissa, descuidada, irresponsável. Tal princípio é naturalista e manifestação do próprio estruturalismo político. É a etern
a miséria repetida pelos liberais economicistas contra a doutrina social da igreja. Usam as exatas e mesmas palavras para declarar que a igreja não pode ser intrometer na atividade da economia, o que é pura falácia, uma vez que psicologia, filosofia, sociologia, etc são esferas da ação humana e que esta jaz sob o domínio da ética! (O contrário disto - do primado da Ética - chama-se positivismo ou materialismo!)
Implica absoluta falta de conhecimento a respeito do Catolicismo antigo e mesmo medievo, de suas atuações, revindicações, pretensões, etc. 

A Igreja Católica não consiste numa fé ou teoria miserável - Isto é protestantismo - mas em sentido de existência, regra de vida e projeto social absolutamente acabado; possuindo assim uma ética que é objetiva, normativa e fundamentada na tradição dos padres.

Terias razão se falasses a respeito de formas ou estruturas  plenamente materiais: Assim em termos de monarquia, aristocracia, policracia, etc e a respeito da qual seja a mais excelente, tema ou assunto que de fato não pertence de modo alguma a esfera da igreja. Tanto que a I romana por meio de Leão XIII abdicou de julgar a questão, autorizando oficialmente a adesão a democracia burguesa e desamparando as veleidades dos monarquistas, como De Munn, o qual no entanto cumpriu seu dever e submeteu-se ao juízo da igreja cessando de apresentar a monarquia como sagrada ou Católica, como alguns tontos ousam fazer até nossos dias...

O mesmo não se dá quanto ao tema da liberdade por ser metafísico e diretamente vinculado a esfera da religião, a qual tendo sido revelada por Deus é perfeitamente apta para esclarece-lo e soluciona-lo definitivamente, segundo a norma e regra da tradição.

Liberdade é questão de ética, moral, psicologia, antropologia, religião... E não mero tema de política como as formas e regimes de governo.


NÃO HÁ AVANÇO ALGUM EM AFASTAR-SE DA TRADIÇÃO MAS FUNESTO RETROCESSO.



Não existe avanço algum face a tradição na perspectiva Católica, cada vez que qualquer parcela se afasta da tradição e introduz a mutabilidade há retrocesso em termo de fé.
A igreja se encontra em seu passado.

 
O princípio da igreja é tradicionalista, não progressivista, imutável, não mutável, absoluto, não relativo.



Sobre as lucubrações do protestante Hobbes e seus apaniguados

PURA DOUTRINA PROTESTANTE - "A liberdade de consciência é uma doutrina diabólica." Theodoro de Beza, pupilo do anti Cristo João Calvino.
 
Curioso como os reformadores protestantes sabem muito mais de Cristianismo do que os primitivos padres e doutores da igreja não???

Tais as fontes impuras e imundas de Hobbes:  Os pérfidos teólogos e juristas henriquinos como Tyndale, Barnes, Foxe, Morison, Starkey, Sampson, etc Tiago I, rei protestante de Inglaterra eThomas Erastus, reformador, pastor, discípulo de Zwinglio

NADA DE CATÓLICO.


TUDO ABSOLUTAMENTE PROTESTANTE DO COMEÇO AO FIM, LOGO HERÉTICO.

Já a respeito de Bossuet, Skinner foi categórico:  AS DOUTRINAS DE LUTERO REVELARAM-SE TÃO ÚTEIS PARA ESSES PROPÓSITOS QUE SEUS ARGUMENTOS POLÍTICOS MAS CARACTERÍSTICOS ACABARAM REPETIDOS ATÉ MESMO PELOS MAIORES DEFENSORES 'CATÓLICOS' DO ABSOLUTISMO RÉGIO. Pg 393


Francamente não sei porque esses Católicos que a pretexto de tudo vivem citando fontes protestantes, e heréticas é claro, não tomam a sábia decisão de passar ao protestantismo, fonte de todas as luzes.

Nós não temos nada a ver com Hobbes e seus amiguinhos Filmer, Maxwell mil vezes batidos pelos Dominicanos e Jesuítas, paladinos da neo escolástica... Estes sim, homens da igreja e fiéis a sagrada tradição - Assim Francisco Vitória, Las Casas, D Soto, D Bañez, Gabriel Vazquez, Toledo, Gregório de Valência, Melchior Cano, Salmeron, Lainez, Ribadaneyra, Molina, Possevinus, Juan de Mariana e sobretudo o doutíssimo Suarez... os quais eram todos pelo constitucionalismo e pelos direitos essenciais da pessoa humana.


Todas as doutrinas absolutistas sustentadas pelos teólogos protestantes e pelo rei Tiago da Inglaterra FORAM REFUTADAS E CONDENADAS PELO CARDEAL PEDRO BELARMINO (alias santo da igreja romana) no livro contra Tiago de Inglaterra, onde o príncipe da igreja defende a doutrina comum, corrente e normativa, não só da liberdade de consciência, mas da liberdade política. Belarmino foi igualmente polemista anti protestante e isto é sintomático...



O AMOR LANÇA FORA O TEMOR!


Por fim apresentas os seguintes princípios como fundamentos da vida social Cristã:







 - Temor a Deus


Diante disto devo dizem que o conceito de 'temor' ou medo de deus - Alias de absurdos castigos temporais e outras queijandas, além do mítico fogo eterno - remete sempre ao judaísmo, islamismo, seitas protestantes... Ou seja ao padrão grosseiro, primitivo e vulgar as culturas semitas que vocês 'pessoas emancipadas' tanto estimam...

De modo algum ao Cristianismo Católico ou ao Evangelho.

Para os carnais judeus deus era uma espécie de xeque ou líder beduíno com poderes arbitrários e caprichosos, até mesmo para pecar e cometer o mal...

Um Senhor ou dono cuja relação se dava em termos de proprietarismo.

Daí o temor supersticioso e vão que chegava ao paroxismo durante as catástrofes naturais. Nas quais os idiotas viam castigos da divindade...

Jesus alterou por completo esta dinâmica ao
 enunciar o conceito revolucionário da paternidade divia - Que tanto exasperou os escribas e rabinos - estribado no sentimento do amor; paternal e filial. Deus aspira pela suma felicidade de seus filhos, é Benfeitor, é Magnânimo, é Generoso, é Clemente, Pródigo, Afável, Benevolente, Filantropo, Amigo e Amante dos mortais, médico e educador do gênero humano. Não policial ou algoz, carrasco ou psicopata, colérico ou rancoroso, etc Logo, não há porque ter medo dele.

Devemos obedece-lo e servi-lo por amor como declara a espanhola Tereza D Avilla.

Suas punições espirituais são sempre corretivas ou medicinais, jamais objeto de vingança como entre os humanos;

Dai O TEÓFORO JOÃO, QUE REPOUSOU SUA FRONTE NO PEITO DO SENHOR TER ESCRITO:

O amor lança fora o temor.

Se amamos ao Deus Encarnado que por nós morreu na Cruz não podemos nem devemos ter medo dele, é absurdo temer nosso sumo benfeitor como os judeus e muçulmanos temem ao vampiro espiritual que tiraniza suas consciências.


NÃO A ESTATOLATRIA OU IDOLATRIA ESTATAL - APENAS A IGREJA CATÓLICA E ORTODOXA FOI COMISSIONADA PELO CRISTO PARA REPRESENTA-LO E FALAR EM SEU SANTO NOME


Arrematas teu belo discurso postulando uma:
- Submissão absoluta ao Soberano e demais autoridades constituídas por este (civis e eclesiásticas)

Respondo-te advertindo que submissão alguma é digna da criatura racional e livre feita a imagem e semelhança de Deus. 

A obediência cega é estado vil, abjeto e nauseabundo; coisa de bárbaros incultos e gente rude.

 
Os brutos são montados e conduzidos por outros homens, mas os homens não são brutos!

A criatura racional após ter examinado os fundamentos da fé e cobrado evidênciasdeve obediência inquestionável e absoluta ao Evangelho e a tradição, no plano da ética; e a Igreja Una Santa Católica Apostólica e Ortodoxa no que diz respeito aos dogmas ou elementos revelados da fé, justamente porque revelados pelo Deus encarnado e infalí
vel, o qual não pode enganar-se nem enganar-nos; assim a igreja por ele fundada, pois disse: As portas do inferno não triunfarão sobre ela - EIS A ÚNICA OBEDIÊNCIA JUSTIFICADA PELA RAZÃO E ACEITÁVEL. E já disse que ela é sóbria e tem limites precisos para evitar o abuso e despotismo!


Seguem as leis santas, boas e justas conforme a lei eterna da consciência (Ética) posta no coração de todo mortal pela divindade (cf Antigona de Sófocles e Carta aos romanos). 

As leis iniquas, injustas, opostas a virtude e; consequentemente anti naturais - que segundo Suarez são inválidas em si mesmas - devem ser repudiadas pelo homem virtuoso, o qual preferira como C Pison ou S Thomas Morus morrer do que contaminar e poluir a mente fazendo caso de um déspota ou tirano, o qual nos pode retirar o corpo físico, mas não o espírito vivo e a ressurreição para a vida eterna.

Teme assim o pecado que pode sepulta-lo na geena por muitas eras, e os ministros do pecado sejam quem forem, do lixeiro ao rei ou presidente, e não cede face a quaisquer ameaças ou intimidação a exemplo do teóforo Basílio.
Deve-se resistir ao tirano como fizeram Origenes, Atanasio, Hilario, Ambrósio, Crisóstomo, Maximo, Teodoro Studita, Damasceno, etc e afirmaram categoricamente: Ptomoleu de Lucca, Bartolo de Saxoferrato, Acurcio, Panormitanus, Occan, Marsiglio de Pádua, Latini, Dante, Bruni, Salutati, Salomoni, Alciato, Zasius, e outros tantos Católicos eminentes e fiéis.

Mais vale sofrer na mão de um tirano, caso não seja possível suprimi-lo, do que obedecer a uma lei iniqua e pecaminosa que nos force a causar dano ou prejuízo aos semelhantes, nossos irmão, filhos de Deus, aos quais estamos obrigados a amar e perdoar, e suportar com toda docilidade e paciência em Jesus Cristo.

 
A criatura racional e livre tem direitos essenciais e inalienáveis, segundo estabelecem os teólogos mais doutos e seguros: Vitória, Soto, Toledo, Banez, Cano, Las Casas, Molina, Suarez, Mariana, etc

A criatura racional e livre deve ser educada para tornar-se digna do exercício da cidadania e de tomar parte do governo, segundo os canones da paideia.



PRINCIPADO SECULAR E LEI DIVINA ETERNAMENTE SEPARADOS POR DECRETO DIVINO!

 A 'Voz de Deus' se manifesta na vontade do Soberano e da Suma Autoridade religiosa, ponto final, diz você

Devo retrucar e responder que sua tese é absurda. Tome lá um exemplar do Evangelho, leia e aprenda algo: A DEUS O QUE É DE DEUS e César do que é de César!


Aqui sim, não há o que discutir, mas que cobrar submissão total e absoluta.

Quem eleva o César as alturas de Deus abate e nega Jesus Cristo não menos do que arianos!

 
Pois o principado secular ou César nada tem a ver com Deus, o Deus do Evangelho ou dos Cristãos. Era deus e pontífice dos romanos pagãos, para a igreja nada é.
A Igreja não beija os pés do César, não venera o espírito do império, não se curva face as águias dos estandartes, não adere a esta idolatria!

Isso é bom para os protestantes paulinistas (Hegelianos e estatólatras) que substituem Paulo por Cristo e usam as opiniões do fariseu filho de fariseus e aluno de Gamaliel com que demolir as lições claras e evidentes de Jesus Cristo.

Os Católicos jamais servirão a um Hitler, a um Stalin, a um Bush, etc como fossem ministros ou sacerdotes escolhidos pela Santa divindade.

 
Os Césares mesmo após a vitória do Cristianismo foram porta vozes do inferno, combateram a doutrina Ortodoxa, poluiram o universo e massacraram os fiéis, porque eram vasos de heresia em oposição a igreja; assim:





OS CÉSARES QUE COMBATERAM A SAGRADA FÉ A MARTIRIZARAM OS FIÉIS COM ARMAS NAS MÃOS!


Constâncio e Constante, arianos filhos de Constantin; Juliano neo pagão, Arcádio adversário de S João Crisóstomo, Heráclito com a Ekthesis, Zeno autor do Henóticon, Constantino Copronicos e Leão Isauriano, imundos iconoclastas - A SEGUIR ESTES VERMES A ORTODOXIA TERIA SIDO CORROMPIDA E BANIDA DA FACE DA TERRA.

Assim ao tempo de reforma quando nobres, principes e reis, apelando a este principio pagão e anti Católico sancionaram o 'Cuius regio est religio' para em seguida - com seu poder e em nome de Deus - canonizarem a abominação protestante, demolir os mosteiros, massacrar os monges, proibir a Missa, profanar os sacramentos, partir as imagens... T
udo em nome do principado secular, arvorando-se em ministros e representantes de deus!
 



SE A RELIGIÃO CRISTÃ É TÃO ASQUEROSA E DESPREZÍVEL QUE PRECISE MANTER OS FIÉIS EM SEU SEIO POR MEIO DO TERROR???


Dissestes que ao braço secular e potestade civil cabe vir em auxílio da igreja impedindo os Cristãos de apostatar e obrigando-os a professar nossa Santíssima fé.

Eis o cúmulo do delírio!

Portanto deixe-me já dizer-lhe que a Igreja Católica não é uma porcaria como judaísmo, o islã ou o protestantismo que precise de césares, exércitos, armas ou poder secular para obter aceitação, apoiar-se e conservar-se.

Declarar que a igreja precise de armas para manter seus filhos equivale ao supremo insulto feito a instituição divina da igreja.

O erro e a mentira precisam de tais recursos para resistir a Verdade, não a Verdade eterna que procede dos céus. Esta não depende de gládios, lanças, espadas, venábulos ou vara paus, pois se sustenta a si mesma graças aos dotes que contém!

É a Igreja divina e superior as religiões humanas 

Não tem concorrentes verdadeiras. 

Esta tão acima dela quanto o Sol acima da terra e o firmamento dos céus acima das águas!

Nem lhe faltam beleza, verdade e bondade suficientes para atrair, conquistar e prender as criaturas racionais mais nobres e excelentes. Requer aceitação e serviço livre, voluntário, consciente e meritório; filhos abnegados até a morte e não vis escravos e gente abjeta.

Que péssima ideia fazes tu da igreja qual fosse uma velha bruxa desprovida de predicados e atrativos!

A Fé Cristã é digna de livre aceitação e adesão graças a seus dotes, a sua coerência interna e puridade, apanágios que lhe foram conferidos pelos céus eternos e não pelos homens. 

Ela dispensa o serviço de falsos lacaios que dela pretendem abusar com objetivos meramente temporais, santificando seus vícios e maldades. 

Por isso Maurras foi condenado e excomungado por vosso papa de Roma. Outra não teria sido sua sorte na Ortodoxia... Pelo simples fato de ter concebido a igreja como meio e não como fim, caindo no naturalismo pérfido em que jazem todas as culturas de morte. NATURALISMO SIM É PECADO!

Todo aquele que concebe a mãe igreja, mestra da verdade em termos de polícia moral ou social em benefício do principado secular sempre terá dores de cabeça. Por relaxada que esteja a igreja, ela é e sempre será domínio que jamais prostituíra a consciência ou se curvará face ao capricho arbitrário de psicopatas, demagogos, sicofantas, convertendo-se em capacho deles, busquem capachos nas seitas protestantes e serão bem servidos por alguns tostões!


A DOUTRINA DA INFERIORIDADE ESSENCIAL DE PARTE DO GÊNERO HUMANO É ESSENCIALMENTE MÁ E CONDENÁVEL.



A única excelência legitima é a da virtude, seguida pela do intelecto e estão e devem estar ambas franqueadas a todos os seres humanos.

Os indignos pertencentes as massas só devem permanecer alijados do poder 'sub conditio' ou enquanto não se tornarem dignos pela instru
ção e pela virtude, de modo que a policracia não venha a degenerar em oclocracia. 

Esta aristocracia da excelência, do mérito ou da virtude deve ser aberta a ampliar-se gradativamente até incluir todo corpo social, o que obviamente demanda imenso esforço educativo a ser assumido pelo intelectual Católico.

Toda e qualquer petição a uma desigualdade essencial, absoluta e invencível remete ao maniqueísmo sendo herética e condenada pela mãe igreja, bem como pela razão sicut Socrates, Platão, etc

Toda ideia de aristocracia ou elite fechada em si mesma é anti Católica.

Eis o que tenho nobre e excelente Ladrofê a dizer sobre tuas objeções e não poderia de modo algum silenciar a respeito delas pelo acato que devo ter para com a Igreja minha guia, mãe e mestra e pelo Cristo, Verbo encarnado, meu Deus e senhor verdadeiro e sumo legislador do gênero humano. Ele é o fundamento da cidade eterna que devemos construir no tempo e no espaço e sua lei fonte de todas as leis!

terça-feira, 23 de maio de 2017

Observações sobre um Artigo - Apreciação sobre o artigo a respeito de T S Eliot publicado no Blog "Arcana coelestia universalia"


Resultado de imagem para T S Eliot


Ao contrário do articulista amigo - do 'Arcana coelestia...' - nós não apreciamos o estro poético de T S Eliot. Nossos canones, sendo clássicos, são mais rígidos.

Nos domínios da arte ou da estética, oh céus eternos, estamos de acordo com Hitler.

Personagem com que não estamos de acordo em qualquer outro domínio.

Em termos de poesia brasileira subscrevemos o Credo ou 'Símbolo' de Bilac. 

E de pronto concordamos com a apreciação de nosso doutro interlocutor: Ser revolucionário num plano não significa - Exceto para alguns revolucionários místicos ou metafísicos, sejam anarquistas ou comunistas - ser revolucionário em todos os setores da atividade ou da existência humana. Assim ser reacionário num ponto não significa se-lo de modo geral.

Sou reacionário (Não conservador porque a estética atual é predominantemente moderna ou pós moderna) quando a estética, e assim quanto a arte, a literatura, a poesia, etc E absolutamente adepto do formalismo estético... Objetivista/realista, não subjetivista ou psicologista.

Por outro lado quanto ao que chamam de moral (Práticas costumeiras ou costumes - Não confundam com a Ética, i é princípios e valores, domínio em que represento o essencialismo/objetivismo socrático) sou absolutamente Revolucionário (Ao menos quanto a apreciação predominante, profana, vulgar ou popular) quando na verdade, sou profundamente reacionário na medida em que meus referências estão postos na cultura clássica (Greco romana) e jamais no judaísmo.

Como os antigos pagãos sou infenso a qualquer tipo de controle externo, individual ou social, a respeito do quanto seja prioritariamente humano; assim a alimentação, o vestuário, a sexualidade, o gosto musical, etc Neste sentido sou personalista, atribuindo tais decisões ou opções a pessoa ou a esfera do privado e de modo algum a esfera comum do político.

Nem mesmo a assembléia dos cidadãos livres ou a Pólis tem o direito de invadir o setor pessoal ou provado de existência e legislar sobre ele -

Toda e qualquer tentativa no sentido contrário parte da mentalidade teocrática dos antigos sêmitas.

Alias como Cristão Católico - E portanto pautado não numa 'Bíblia' ou na cultura judaica, mas apenas e não somente no Evangelho ou nas palavras do Verno Encarnado Jesus Cristo - sinto-me perfeitamente livre para defender este ponto de vista. Pelo simples fato de Jesus jamais ter fixado leis, normas ou regulamentos de caráter dietético, sexual, musical, etc E ter sido suplicado e morto por pessoas que cultivavam este ponto de vista: Os fariseus. Estes sim cultivavam uma religião puramente externa, cujo objetivo era oprimir o ser humano, destituindo-lhe de sua liberdade pessoal.

Seja como for sou 'Revolucionário' quanto a moral, e certamente quanto a política (Na medida em que não encaro a democracia representativa como o fim da História ou um tabu, mas como mero estádio ou passagem para um modelo mais eficiente, a democracia direta segundo o modelo da Pólis grega), e ainda quanto a organização social, na medida em que oponho ao sistema vigente, o capitalismo.

Certamente sou anti conservador se se pretende conservar o que temos atualmente em 2017: Moralismo/puritanismo, democracia representativa, capitalismo, etc No máximo podemos tolerar a contragosto tais instituições, jamais aceita-las.

Sou assim revolucionário/reacionário.

Expressão antitética ou contraditória?

Não caso atribuamos a expressão Revolucionário, o sentido de querer DESTRUIR o que temos hoje e de substitui-lo por qualquer outra coisa. O que temos em 2017 e desde alguns séculos, não merece ser conservado.

Não caso consideremos que ao contrário dos anarquistas e parte dos comunistas, não aspiro substituir o que temos hoje por algo completamente novo e desconhecido, como se aqueles que tivessem vivido antes jamais tivessem existido ou pensado. Desejo substituir o que existe hoje por entidades que já existiram, colocando meus referenciais no passado (Daí o sentido reacionário) já na antiguidade clássica (Quanto a moral 'imoral', já quanto a Ética essencialista, já quanto ao ideal da policracia), já na antiguidade Cristã (Quanto a org social justicionista/socialista), já na Idade Média (Enquanto teologia escolástica), etc

Neste sentido sou revolucionário - reacionário, de um modo ou de outro sempre anti conservador.

Todos somos a um tempo progressivos e regressivos... Pois muitas vezes progredir é regredir, no sentido de que as vezes progredir social ou eticamente poderá ser regredir temporalmente e reassumir um modelo vigente no passado.

Por isso já me adianto e declaro encarar a psicanalise e sobretudo a obra freudiana de modo geral (E não os abusos e distorções de que tem sido alvo sistemático) como essencialmente positiva, humanista e civilizatória. Não que seja freudiano no sentido ortodoxo ou estanque (Só sou ortodoxo quanto a religião porque divina e revelada, quanto ao mais 'assistemático' e heterodoxo), mas sim no sentido lato que considera e acolhe as contribuições de Reich, Jung, Rank, Stekwel, Adler, Kleine, Horney, etc Sem nem por isto desprezar as de um Skinner e menos ainda as de um Kohler, de um Kofka ou mesmo as críticas atrabiliárias de um Eysenk. 

Quanto ao 'materialismo' marxista, evidentemente que o materialismo é, sob quaisquer pretextos inaceitável e indefensável. Compreendido como metafísica fechada ou como sistema ortodoxo o marxismo - Em que pesem suas decantadas petições de cientificidade (Alias tomadas ao velho positivismo) - é pífio. Quanto projeção do futuro, quanto a seu objeto e sua linha de ação, há que se dar razão ao liberal K Popper, o marxismo nada tem de científico. O que para os positivistas cientificistas equivale a uma condenação a morte... Não para nós, pois o marxismo pode conter além de uma parcela objetiva e científica, um forte sentido ético (Alias tomado ao Cristianismo Católico).

Quanto a parcela objetiva e científica, apontamos a análise da estrutura do Capitalismo, o qual define-se a si mesmo como naturalista e na prática como materialista. Qualquer outro tipo de análise imaterial ou psicológica e portanto mais aprofundada do fenômeno capitalista, seria considerada inviável pelos positivistas e rechaçada por eles. O naturalismo é algo que já esta ali presente no capitalismo e no positivismo e que é legado a Marx e a seus colaboradores. De certo modo tinha ele de adequar-se a este clima mesquinho e reducionista até oferecer-lhe uma análise até certo ponto aceitável.

De modo que se compreendemos o capitalismo como entidade materialista, a análise materialista de Marx, em que pese sua superficialidade e limitação (É sem dúvida uma análise parcial) não deixa de ter certo valor. Aqui o materialismo é usado como simples ferramenta metodológica, como o ceticismo havia sido usado pelo grande Católico Descartes, jamais assumido em seu sentido absoluto ou metafísico. Ainda hoje, num cenário que não se desprendeu por completo do positivismo com seu materialismo não marxista, a análise marxista não deixa de ser interessante ou produtiva, cabendo no entanto ao pensador realista ou Católico aprofunda-la examinando as fontes da personalidade (Freud) e da cultura (Weber).

Há portanto que se repudiar o materialismo metafisico do marxismo, mas não a colaboração marxista ou a contribuição dos marxismos heterodoxos (Aqui Tragtenberg) para a compreensão de tão complexo problema quanto o capitalismo e sua gênese formativa.

Quanto a Nietzsche temos uma compreensão mais aproximada.

Quero ressaltar no entanto que não faltava razão ao iconoclasta alemão para fulminar o moralismo pseudo Cristão e conformista tomado por Paulo aos rabinos estúpidos. A moral maniqueísta ou farisaica nada tem de Cristã, é no máximo paulinista (Cf Benthan "Yes Jesus, not Paul") e neste sentido contra revolucionária por opor-se a grande revolução moral e ética posta em movimento pelo Verbo divino e pelos santos Evangelhos.

Por outro lado não temos como deixar de concordar quanto ao papel negativo exercido por este pensador na medida em que denuncia igualmente o socratismo - Repudiando a doutrina do essencialismo/objetivismo ético - e apresenta cada individuo como lei suprema para si mesmo, lançando as bases do atual relativismo, um dos fatores responsável pela crise porque passamos no momento presente. Ademais o pensador de Silz Marei também é cético e o ceticismo outro fator responsável pela agonia da civilização.

Como sistema ou corrente, o nietzschismo representa, sem sombra de dúvida um componente bastante sinistro. Aqui estamos de acordo com T S Eliot. Caso analisemos a relação custo benefício não sei até que ponto as opiniões do bigodudo produziram mais males do que vantagens.

Impossível discordar do autor das 'Notas' quanto a crise de civilização porque passamos devido ao abandono daquilo que há de essencial e perene na Civilização e que nos foi legado já pelos antigos gregos, já pelo Catolicismo. Assim as noções de liberdade, justiça, caridade; bem como a sacralidade da vida humana. Mas também o conceito de verdade e beleza em termos objetivos ou essenciais.

A percepção da crise é comum a diversos pensadores, assim: Bloy, Ferrero, Belloc, Whyndan Lewis, Barres, Huizinga, Toynbee, Crocce, Christopher Dawson, Butterfield, Sciacca, Jollivet, etc

E a ideia de que a crise é antes de tudo cultural ou ideal em termos de certos princípios, de essencialidade, realidade, objetividade, ética, etc prevalece.

O materialismo metafísico implica mutilação do ser, ateísmo, relativismo e ceticismo um mergulho no nada absoluto. Evidentemente que a civilização não pode suportar-se sobre o vácuo...

Construída sobre realidades essenciais como o Bem, a Verdade e a Beleza, despojada de seus fundamentos ontológicos ou metafísicos a civilização tende a desabar fragosamente.

As relações em termos de natureza e produção material tendem a fragmenta-la cada vez mais e fomentar conflitos até a pulverização. Os homens e sociedades não devem esperar qualquer união a partir de estruturas econômicas ou da satisfação individual.

Embora, as vezes, tenhamos de considerar o pragmatismo ou cultivar um sentido prático da realidade, nem por isto podemos tomar este critério - Como queiram Mill e Bentham - por fundamento do edifício ético ou por seu fundamento mais remoto, de modo que exclua princípios e valores estáveis, objetivos e essenciais. Tal posicionamento conduz necessariamente ao relativismo, ao individualismo e por fim ao conflito de interesses e a guerra de todos contra todos.

Se cada homem é lei absoluta e superior para si mesmo nada resta de comum entre os homens. Leis se chocam contra leis e cada qual visa impor-se como lei suprema...

E por ai se chega ao inferno de Hobbes.

Não aprecio nem um pouco a palavra ascese, embora saiba que os poetas inclinem-se ao recurso da licença. Remete-me sempre a algo essencialmente semita, como mortificação do corpo, jejuns, etc e portanto ao veneno maniqueísta. Optaria por declarar que o homem precisa recuperar seu sentido ou sua dimensão espiritual, resgatando assim sua integralidade e fugindo a mutilação do ser.

O homem certamente acha-se vazio e entediado, atormentado pela angústia do nada que criou... Por isso precisa reconciliar-se com a transcendência, não no entanto com a transcendência descarnada e absoluta do judaísmo, do islã ou do protestantismo mas com a transcendência encarnada - e reconciliada com a imanência - do Catolicismo.

Em sentido diverso (enquanto base para uma espiritualidade autentica e intensa) temos de repetir com o velho Guizot: O mundo precisa de Catolicismo, de mais Catolicismo. E num momento em que a crise atingiu o próprio Catolicismo (o romano) fazendo-o abandonar a si mesmo! Implica dizer que o remédio esta em falta e que precisamos recuperar a fórmula e tornar a produzi-lo.

Precisamos tornar a fabricar a vacina e salvar o catolicismo em suma plenitude (inclusive litúrgica), purificando-o dos elementos protestantes, para salvar a civilização.

Talvez seja melhor buscar a solução noutro setor do Catolicismo como a Ortodoxia. No entanto ela também tem seus problemas como o palamismo que o 'agostinianismo' do oriente; TAIS AS DUAS CABEÇAS DO NEO PLATONISMO - Em Agostinho, em Palamas, em Zwinglio damos sempre com o mesmo veneno neo platônico, cujo fim a diluir o sentido da Encarnação até obscurece-lo por completo e converter o catolicismo numa seita judaizante ou saída de escape para o islã, o que já aconteceu com o protestantismo em especial sob a forma pentecostal.

Quanto a posição medievalista do autor, discordo marcadamente dela.

Há na Idade Média muita coisa de nobre, boa e excelente, particularmente quando a comparamos com o período subsequente, da modernidade, ao menos em parte envenenada pelo sentido protestante.

No  entanto do nosso ponto de vista ela mesma implica um afastamento o legítimo ideal Católico e um princípio de corrupção.

Assim o tribunal de inquisição, assim a ideia de ordens religiosas militares (Nada temos contra as Cruzadas, pelo contrário encara-mo-las como algo essencialmente positivo, ressaltando no entanto que os guerreiros devam ser sempre leigos jamais clérigos porque as sagradas Constituições Apostólicas, lei irrevogável da igreja, vedam aos clérigos a posse de armas), o apego supersticioso a monarquia (Tomado aos livros dos judeus), a ideia de um poder temporal atribuído aos clérigos (Aos quais cabe exclusivamente o poder espiritual e a autoridade ética, que é muito superior) e ao papa de roma, etc

Tais elementos para nós nada tem de Católicos mas de anti Católicos.

Nada no entanto se compara, nem mesmo de longe, a ideologia Agostiniana, a respeito da graça, enquanto negação do livre arbítrio. Da qual resultaram inúmeros conflitos teológicos desonrosos para a igreja latina: Agostino X Juliano de Aeclanum, Fulgêncio de Ruspa X Fausto de Riez, Próspero de Aquitânia X Vicente de Lerins, Gotheschalk X Himcmar de Reims, Bernardo de Clairvoux X Pedro Lombardo, Wicliff X Walden, Huss X Gerson e Pedro de Ailly... Até a afirmação do protestantismo que é a 'igreja' agostiniana por excelência e que canonizou-lhe e desenvolveu-lhe os princípios por meio de Lutero e Calvino. Isto sem falar nos Jansenistas, que eram romanistas agostinianos post tridentinos, e que também vieram a formar uma seita na Holanda.

Por estes e outros motivos tomamos por modelo de Igreja e Sociedade Cristãs a Era dos Padres, ou seja, o século IV desta Era, e de modo mais lato a porção oriental da Cristandade nos séculos subsequentes (V a X) i é o Império Bizantino, organização social muito pouco estudada e compreendida no Ocidente ainda hoje.

Em que pese os desenvolvimentos teológicos e mesmo filosóficos, relacionados com a Escolástica latina - Que tanto estimamos - num contexto mais geral e social, nossa preferencia decidida é pelo século IV a idade dos Padres ou da Patrística. Nada semelhante ou superior a Era dos grandes Bispos Ortodoxos como Atanásio, Hilário, Gregório de Nissa, Basílio, Teodoro, Crisóstomo, Ambrório, etc Os homens mais nobres e excelentes de que se tem notícia após a Atenas de Sócrates, Platão e Aristóteles. 
Quanto a possibilidade de reconstruir tais estruturas 'in totum', evidente que nada se reconstrói 'in totum' após a História ter feito seu giro e percurso. Concordo portanto com a ideia segundo a qual temos de restituir antes de tudo o Espírito, a consciência e a cultura, para em seguida tomar o que temos e adapta-lo até onde possível for, fazendo com que o espírito restaure e reforma as estruturas conformando-as com um ideal de Ética.

Neste sentido discordamos quanto a apreciação do socialismo fabiano, o qual encaramos como um retorno positivo a nossas raízes e ideal pretérito, em oposição aos avanços materialistas do liberalismo econômico.

A bem da verdade encaramos todos os socialismos materialistas como solução de improviso. Reconhecemos a precariedade não só de tudo quanto não esteja fundamentado nos conceitos de Deus e Imortalidade, como avançamos julgando precário tudo quanto prescinda do Evangelho e não seja inspirado por ele. De fato a base mais excelente para a justiça social e o bem comum só pode ser a fé Católica.

Nem por isso desprezamos, menosprezamos ou condenamos os esforços de tantos quantos, ainda que equivocadamente, abracem a causa da justiça social ou do trabalhismo. Sempre que há esforço sincero para identificar-se com o outro detectamos um valor.

Sobretudo quando a própria igreja ou parte dela, tendo mergulhado num comodismo já solifideista, já místico e sempre neo platônico, ainda não realizou sua tarefa social, fazendo com que a Cidade de Deus se realize e encarne neste mundo por meio da virtude. Uma vez que a Igreja, ainda não cumpriu com sua função social que é demolir implacavelmente o materialismo economicista, representado sobretudo e antes de tudo pelo capitalismo, não me sinto no direito de condenar os esforços materialistas e naturalistas neste sentido.

Creio porém que apenas o Catolicismo com sua força e poder espiritual será bem sucedido quanto a este fim.

Por isso que o Catolicismo precisa voltar-se para sua doutrina social, estuda-la, conhece-la, estima-la e mais ainda para o estudo dos grandes padres da Igreja com sua proposta social fundamentada numa Ética intransigente e cujas raízes mergulham na eternidade.

Quanto a imensa fealdade do Capitalismo, sua banalidade, sua vulgaridade... Quanto ao ter profanado a natureza, poluído o mundo, exterminado a beleza, produzido o desencanto... Quanto a abusar da fé, manipular a religiosidade, brincar com a ignorância, semear a miséria... Quanto a produzir angústia no mais alto grau, alimentar o desespero, encaminha a loucura... Quanto a ser sumamente detestável e odioso... Nós e os autores acima citados, estamos todos de acordo, e nem poderia ser doutra forma se somos Católicos honestos e conscientes.

Não apenas o Comunismo é pecado pecado maior é o pecado ancestral do Capitalismo, mormente se o compreendemos, não como a estrutura material definida por Marx ou como relações formais de produção, mas segundo a definição magistral de W Sombart ou seja como 'geist' como espírito, como forma de consciência, como AVAREZA.

Certamente Capitalismo - espiritualmente compreendido - é o grande pecado, o pecado supremo e nosso pecado original!

Fica a pergunta - Acompanharemos o nobre sociólogo e pensador em seu pessimismo face a possibilidade de recuperação desta Sociedade enferma e da restituição do espírito em termos de fé ancestral???

Decididamente não o acompanho, tenho firme fé e esperança.

Seja como for a restauração não se dará via a qualquer entente cordial, ecumênica, heterogênea, sincrética... de cariz Político/ Econômico...

Admitido conteúdos culturais do judaismo antigo, do islamismo, do neo platonismo e sobretudo do protestantismo essa mixórdia degenerará infalivelmente.

Apenas o Catolicismo restaurado e reposto em suas bases originais e patrísticas, e tradicionais dos primeiros séculos. Apenas um Catolicismo cem por cento coerente e consciente... Apenas aquele Catolicismo integral que serviu de base a civilização poderá salva-la; pois continha uma proposta social concreta para o mundo, proposta que ele mesmo deve resgatar. Do contrário nossa civilização continuará a esboroar-se e a converter-se em pó...