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segunda-feira, 7 de março de 2011

Motoristas da Piracicabana superexplorados


Quem nunca presenciou uma cena dessas aqui na baixada santista? O motorista com acúmulo de função, isto é, exercendo duplo ofício: motorista e cobrador. Uma monstruosidade não? Uma monstruosidade parida pela Piracicabana. A Piracicabana com sede de lucro instalou catracas eletrônicas, que tem passe põe o bilhete no orifício da máquina e quem tem o cartão é só encostar na parte indicada e passar. Instaladas as catracas para quê ter despesas com cobradores, se o motorista pode fazer o serviço de cobrador para ganhar apenas 3% daquilo que cobra?

Com esse acúmulo de função o motorista é obrigado a cobrar enquanto dirige para não atrasar muito, é obrigado a prestar atenção nas ruas e no troco que tem que devolver ao passageiro. Quando se tinha os cobradores, ele apenas se preocupava em recolher os passageiros, agora além de recolhê-los é obrigado a cobrar as passagens.

O trabalho do motorista em si já é estressante, por ter lidar com gente mal-educada, em fazer vistorias no ônibus antes de embarcar para não ter descontos em sua folha de pagamento, etc... Mas a empresa está pouco se lixando para seus trabalhadores, eles nada mais são do que coisas, peças, peças descartáveis. Se tem ou não estresse pouco lhes importa, seu compromisso não é com os trabalhadores, mas com o capital, o lucro desenfreado!

A empresa obriga os seus escravos motoristas a cometerem infrações e a empresa sabe disso. Se um guarda da CET ver um motorista de ônibus cobrando enquanto dirige, ele pode multar a empresa, e a empresa desconta a multa do salário do motorista "infrator". As culpas das infrações não são dos motoristas que são obrigados a cobrar enquanto dirigem mas da leviandade da empresa que retirou os cobradores dos ônibus. Além de receberem pouco por seu duro trabalho, são obrigados a infrigirem as leis do trânsito e a pagar multas que não propriamente suas.

Esse fato só vem a mostrar que essa empresa não tem compromisso nenhum com seus usuários e muito menos com seus trabalhadores que são superexplorados e devido a isso estão expostos ao estresse, neuroses, etc...

Como tinha razão Charlie Chaplin em sua crítica ao mundo capitalista em Tempos Modernos, parece que nada mudou de lá para cá..