quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Da anarquia
A anarquia como tal surgiu na segunda metade do século XIX. A palavra vem de an (prefixo de negação) + arché (governo, autoridade), significa sem governo.
A anarquia traz em seu bojo graves problemas: antiestadismo, individualismo, antirreligiosismo, desorganização, inúmeros cismas e a assistematização, isto é, falta de sistematização de sua teoria.
Analisemos os problemas inerentes ao movimento anarquista.
I. Antiestadismo: Os anarquistas de todas as vertentes são inimigos figadais do Estado, eles criticam os Estados socialistas com o mesmo ódio que fazem com os Estados burgueses. Pensam ingenuamente que conseguirão destruir os Estados e o capitalismo com seus coletivismos, anarco-comunismo, anarco-sindicalismo entre outros.
II. Individualismo: Os anarquistas prezam muito o individualismo, por isso, há tantos segmentos anárquicos quanto cabeças. Muitos anarquistas faziam propagandas do anarquismo por conta própria sem planejamento prévio. Um exemplo disso foi o jardineiro Louis Chavés que na primavera de 1884 assassinou a madre superiora que o tinha hospedado, mas após esse episódio teve a morte que mereceu.
III. Antireligiosismo: Com exceção de Tolstói e semelhantes, o anarquismo prega o ateísmo como dogma, e esse foi um dos motivos da expulsão de Bakhunin da I Internacional. Veja o que diz Marx em sua carta a Friedrich Bolte: O seu programa era uma misturada, apanhada superficialmente à direita e à esquerda — igualdade das classes (!), abolição do direito de herança como ponto de partida do movimento social (disparate saintsimonista), ateísmo de antemão ditado como dogma aos membros, etc, e, como dogma principal, abstenção (proudhonista) do movimento político.
IV. Desorganização: Por prezarem o individualismo os anarquistas são extremamente desorganizados e divididos em grupos e mais grupos e ideologias das mais diversas matizes. Bakhunin mesmo era adepto do espontaneísmo, isto é, que a revolução poderia surgir de um motim, sem planejamento, sem tática, sem estratégia.
V. Assistematização: Não existe um corpo doutrinário dentro do anarquismo, embora tenha havido grandes intelectuais. E não há um corpo doutrinário porque há tantos anarquismos como cabeças: prodhounianos, bakuninistas, anarco-comunistas, anarco-sindicalistas e por aí afora...
Mesmo não sendo anarquista, tenho que reconhecer que o anarquismo teve em seu seio grandes nomes como: Prodhoun, Reclus, Kropotkin, Cafiero e atualmente Noam Chomsky. Por mais que tenham algumas razões contra o capitalismo, os anarquistas tornam-se ingênuos úteis à causa da burguesia, portanto incapazes de confrontá-lo e debelá-lo.
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