quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Eu não vou me mover


Nem pátria nem patrão




Nem pátria nem patrão este é o lema dos anarquistas e o que significa? Significa que para anarquistas a palavra  pátria é uma abstração desprovida de sentido. O que é a pátria? A terra onde nasceste, o teu povo? Se é a terra onde nasceste não diz lá muita coisa, pois se nasceste ali foi por mero acidente. E o teu povo? É o povo que fala tua língua? Que assiste aos jogos da seleção brasileira?

A escola e a sociedade através dos militares querem inculcar nos jovens o valor da pátria. Mas vejamos o que é a pátria. Pátria é uma coisa abstrata sem fundamentos no mundo real. Como posso amar uma pátria na qual crianças morrem de fome, idosos morrem nos corredores dos hospitais. Onde o povo continua sofrendo e comendo as migalhas da burguesia.

A pátria é um conceito criado com a finalidade de ludibriar os inocentes e fazer com que um homem do povo se solidarize com um rico, que um trabalhador se solidarize com seu patrão e assim por diante.

Pátria evoca a ideia de nacionalismo, ufanismo. E essas ideias podem ser úteis as classes dominantes da sociedade para culpar os estrangeiros pelas crises econômicas, e pelas necessidades do povo.O nacionalismo pode gerar o ódio e o ódio pode servir de arma para a classe dominante fazer com que o povo deseje a guerra contra um suposto inimigo. O nacionalismo cega as pessoas de forma tal que elas não conseguem ver em outros povos senão inimigos: alemães, italianos, franceses, iraquianos, etc... Os povos de outros países são tão sofredores quanto meu povo, mas os povos todos estão alienados. O operário não consegue ver o operário do outro país, o camponês não se identifica com o camponês de país tal e assim por diante. Mas esses homens de línguas diferentes, de tradições e culturas diferentes tem muito mais em comum entre si  do que um trabalhador e seu patrão brasileiros, por exemplo. Mas o conceito de pátria foi inventado para que o pobre norte-americano não enxergasse no pobre iraquiano o seu semelhante, mas o seu inimigo, quando na verdade o inimigo de quaisquer soldados são seus patrões, seus generais, seus governos que os mandam defender uma coisa que eles nem sabem ao certo o que é.

Por que defender a pátria? A pátria que não dá ao pobre a mesma oportunidade que dá ao rico? A pátria que dá péssimas escolas para o proletariado, enquanto a burguesia tem escolas de ponta? A pátria que não permite que sem-terras não possam sequer utilizar terras improdutivas? A pátria que manda a polícia bater em professores que fazem greves? Que pátria é essa?

Se os homens do povo percebessem que pátria é uma abstração, certamente que não fariam guerras, pelo menos não contra seus iguais. mas contra a burguesia que os explora 24 por dia sem cessar.

Patrão é o sujeito que se acha amo e que pode fazer o que bem tende se acha acima do bem e do mal. Patrões gostam de humilhar seus empregados. Mas não é preciso ser patrão para explorar seus subordinados, ser gerente ou coisa que o valha, ser um funcionário público que tenha cargo de chefia é quanto basta para que uma pessoa se mostre arrogante com seus subordinados. E se mostram assim porque  são desiguais, porque são superiores, não por mérito ou pela natureza, mas pela cobiça. Ora, não pode haver igualdade onde há patrões e empregados, chefes e subordinados. Onde há quem mande e quem obedeça, necessariamente há autoridade e supressão da liberdade. E é por isso que nós anarquistas temos por lema "nem pátria nem patrão".

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Definição de anarquismo

‎"Os primeiros que foram chamados anarquistas, o foram como insulto no curso das revoluções inglesa e francesa dos séculos 17 e 18, para dar a entender que queriam a anarquia, quer dizer, o caos ou a confusão. Mas desde os anos 1840, foram anarquistas os que aceitaram este nome como símbolo para mostrar que queriam anarquia, quer dizer, a ausência de governo. Tanto em grego como em inglês e português, a palavra tem os dois sentidos; os que não são anarquistas, sustentam que ambos vêm a dar no mesmo, mas os anarquistas fazem questão de assinalar a diferença. Há mais de um século, são anarquistas os que creem não apenas que a ausência de governo não significa forçosamente caos e confusão, senão que uma sociedade sem governo será realmente melhor que a atual".

Nicolas Walter

sábado, 1 de outubro de 2011

Anarquia

Escrevi um post sobre anarquia no início do ano, onde eu criticava o anarquismo sem dó nem piedade, até o dia em que comecei a ler a literatura anarquista de Bakunin, Proudhom e Kropótkin entre outros. E minha ideia sobre o anarquismo mudou muito, não sei todavia dizer se eu sou ou não um anarquista, até porque saí do PCB e me filiei ao PSOL, não porque eu acredite nalgum partido mas porque um amigo me insistiu muito, mas isso não vem ao caso.

Desde que comecei a ler a literatura anarquista tenho me identificados com alguns pontos e rejeitado outros. Mas afinal o que é o anarquismo? Anarquismo - segundo os próprios anarquistas - é a doutrina que prega a liberdade contra todo e qualquer tipo de autoridade, visando dar autonomia a todos os seres humanos, ou seja, é a doutrina que ensina a igualdade, a liberdade e ajuda mútua. O anarquismo não se considera nem de direita nem de esquerda, porque não é um partido político, mas uma forma organizada e também uma forma de vida. O anarquismo é totalmente contra o capitalismo e contra toda e qualquer forma de autoridade que descambará na tirania.

O anarquismo por assim dizer não é a filosofia do operário, do proletariado, de uma classe, mas de toda a humanidade e sua luta está no campo das ideias, os anarquistas não lutam contra a exploração econômica como os marxistas, mas contra toda e quaisquer formas de exploração sejam econômicas, sociais, raciais, políticas e religiosas. Os anarquistas tem por objetivo destruir toda autoridade e construir uma sociedade onde não haja líderes, chefes e todos possam se associar livremente a um grupo de pessoas e também sair livremente desse grupo de pessoas, os anarquistas querem uma sociedade de ajuda mútua, onde todos podem falar e ser ouvidos. Como bem se vê, os anarquistas vão ainda mais longe do que o marxismo e não prescindem do Estado. Viva a anarquia! Por uma sociedade livre!