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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Revisionismo protestante - Seitas para Católicas, que troço é esse???

Em tempos que prolifera o fundamentalismo bíblico com suas monstruosidades e bizarrices é sempre bom mostrar o outro lado da moeda...

Afinal como dizia Mencken, lá nos EUA dos 1900, a evolução ou progresso intelectual dos cidadãos podia sem mensurado em termos de hierarquia confessional. Achando-se, é claro, os batistas - com o dogma imbecil da inerrância bíblica - na base da pirâmide seguidos de perto pelos calvinistas... Já no alto da pirâmide achavam-se os anglicanos e papistas com seus refinados construtos teológicos.

Operava já o pentecostalismo ou a pajelança de Pharran entre as massas mais embrutecidas... Mas não proliferava como hoje.

Há cem anos atrás ou mais eram os protestantes históricos, especialmente metodistas e luteranos, que abandonavam os preconceitos ancestrais e catolicizavam... Restabelecendo os Sacramentos, o ritual e mesmo alguns artigos do Dogma entre suas membresias. Os luteranos da Rússia por sinal, tendo Fesller a sua testa, chegaram a ultrapassar os próprios papistas e a rivalizar com nossos Ortodoxos quanto ao esplendor litúrgico de seus ofícios. De modo que ao entrar em qualquer templo luterano de Moscow tinha-se a nítida sensação de estar num templo papista ou anglicano.

Outra não era a direção dos metodistas e mesmo de alguns presbiterianos dos Estados Unidos, os quais na mesma medida em que iam descobrindo os tesouros da literatura e da tradição patrísticas iam forjando seus próprios movimentos de 'Oxford'. E restabelecendo a Confirmação, a Penitência, a Ordenação, o incenso, as representações, as cruzes, enfim tudo quanto caracteriza o nosso Cristianismo em oposição ao judaísmo e ao islan, cuja pobreza estética ou formal é notória.

Seja como for não podemos classificar tais organizações como para Católicas. Na medida em que ao menos formalmente, permaneceram apegadas aos princípios errôneos divulgados pela falsa reforma, assim a doutrina da salvação imoral, vicária e fetichista pela fé somente ou nos pecados, assim a doutrina da predestinação, assim a doutrina do livre examinismo... Claro que tais agremiações não cogitavam, nem de longe, por tais princípios em prática, mantinham-nos todavia em seus 'credos' como letra morta.

As seitas para Católicas de modo geral constituem elementos bastante curiosos devido a seu caráter, digamos assim, paradoxal ou antagônico; pois se quanto ao conteúdo ou a matéria caracterizam por levar ainda mais adiante a revolução iniciada pelo demagogo Martinho Lutero, quanto a forma tem renunciado ao modelo protestante 'tradicional' e reproduzido o modelo Católico, da autoridade hierárquica, assim quando a Ética, o que tem bastado para exasperar os demais intérpretes da Bíblia, seus companheiros.

De fato os protestantes formalmente 'ortodoxos' - compreenda-se coerentes e fiéis aos princípios enunciados pelos reformadores - costumam nutrir mais ódio, rancor e má vontade quanto a estes seus irmãos revisionistas ou traidores, do que pelos odiados filhos das igrejas Católicas, comumente classificados como idólatras, politeístas ou pagãos, uma vez que o sectarismo protestante permanece preso ao dogma judaico da transcendência absoluta, jamais tendo assimilado por completo ou até as últimas consequências o mistério central de nossa fé que é a Encarnação de Deus ou a manifestação do Verbo na carne.

Há meio milênio já estão os sectários judaizantes do protestantismo em guerra contra a imanência, já sob a égide do antigo testamento e do rabinismo com Calvino, já sob a égide do neo platonismo com Zwinglio. Pugnam assim por um deus puramente espiritual e descarnado como o jao dos hebreus ou o alla dos maometanos, por um culto puramente espiritual e expurgado de quaisquer representações, por um redenção meramente espiritual e descarnada que desconsidere os problemas ou mesmo a sorte deste mundo, por uma salvação individualista e mágica que excluí as obras e consequentemente a mediação de nosso semelhante, por uma igreja invisível ou fantasmagórica composta por eleitos e predestinados, por uma espiritualidade invisível que exclua os Sacramentos até a presença do Senhor da ceia... E por ai seguem eles, na contra mão da encarnação de Cristo, 'espiritualizando' tudo - e enquanto Deus insere-se por assim dizer na matéria e no mundo físico eles desertam dele...

Aqui as seitas para católicas rompem decididamente com a tradição ancestral inaugurada pelos três reformadores ( Lutero, Zwinglio e Calvino) e vão por outro caminho, pelo caminho inverso.

Por seitas para Católicas, queremos designar as congregações dos Adventistas, dos jeovistas, dos mórmons e numa medida menor da CCB, a 'Obra de respeito' como é designada pelo nosso Délcio Monteiro de Lima. E de respeito mesmo uma vez que não canonizou a instituição judaica do dízimo e que consequentemente não vive de prebendas estabelecendo vínculos e laços - de dependência e servidão - com as instituições financeiras deste mundo. Alias os jeovistas também não cobram dízimos...

O fato é que nenhuma dessas seitas quer ou cogita ser invisível ou fantasmagórica como queria o Dr Lutero. Querem ser visíveis e bem visíveis a ponto de alastrarem-se pelo mundo afora e substituir a igreja dos Bispos ou a ordem divina. Aspiram concretamente pela dominação e por isso são e querem ser muito bem visíveis, em todos os sentidos.

Outro aspecto comum entre a Ortodoxia e tais seitas é que ao contrário das demais seitas protestantes - que vivem conflitando sobre interpretações e doutrinas se bem que, admitam uma salvação 'comum' para seus adeptos - é que as seitas para Católicas, resgatando e levando adiante o conceito tradicional de Revelação divina, ousam afirmar-se como depositárias da verdade divina, ou mesmo como necessárias a salvação e, pasme, como únicas, encarando as seitas rivais como falsas ou diabólicas. Comum o adventista, o jeovista ou o congregado afirmarem em alto e bom som, como a verdadeira Igreja, que fora de suas seitas não há redenção.

Assim as seitas para Católicas não temem apresentar-se como visíveis e salvíficas.

A grande ruptura no entanto deu-se a nível do princípio operacional do Biblismo, que é o livre exame, doutrina segundo a qual cada indivíduo deve extrair os elementos ou o conteúdo intelectual da divina Revelação (Dogmas) por meio da leitura da Bíblia i é por meio da técnica exegética, da especulação racional ou duma suposta inspiração mágica. Claro que se trata do princípio responsável pelo estado de fragmentação e confusão doutrinal característico do protestantismo 'ortodoxo'. Afinal cada qual lê a mesma Bíblia a sua maneira e compreende-a de modo diverso jamais tocando ao terreno comum e uniforma da verdade... Tudo quanto há no protestantismo ortodoxo são interpretações contraditórias, alias centos ou milhares delas, ou opiniões, conjecturas, hipóteses, suspeitas, etc o que de modo algum pode servir de fundamento a verdadeira religião. No passado cada protestante 'ortodoxo' sustentava a divindade de sua própria seita e denunciava todas as outras como falsas, hoje continuam a divergir a respeito de pontos importantíssimos - como a presença real e o batismo infantil - alegando no entanto que tais divisões são irrelevantes e levando seus clientes mais atilados a darem por irrelevante o ensinamento de Cristo ou a porém em dúvida o conceito de Revelação... Esta acomodação foi necessária para serenar a guerra doutrinária que lavrou entre eles desde 1800... Hoje, via de regra, a doutrina é irrelevante ou de somenos importância, desde que não seja a Católica...

Os fundadores das seitas Católicas, nascidos como nós, neste ambiente de rivalidade e confusão, ressentiram muito cedo quanto a falta de unidade entre as seitas bíblicas e consequentemente quanto ao desamparo em que se achava o protestantismo ancestral face a verdade divina... Sentindo-se levados a restabelecer sobrenaturalmente tanto uma quanto outra coisa.

Como no entanto conheciam muito bem o defeito de fabricação da reforma procuraram estabelecer 'corpos governantes' a semelhança do colégio apostólico, aos quais atribuíram o direito de fornecer a interpretação exata da Bíblia aos indivíduos i é a membresia. Grosso modo eles costumam afirmar que limitam-se a ensinar as pessoas a lerem a Bíblia corretamente ou a fornecerem o sentido unívoco e a posse da verdade objetiva divinamente revelada, tal e qual a igreja antiga fazia e faz.

Perceba-se a diferença crucial - Aqui nem o corpo governante, nem o individuo ou fiel buscam ou devem buscar qualquer coisa. Antes que a Bíblia seja examinada o corpo governante ou a autoridade já esta em plena posse da verdade. Assim enquanto nosso protestante ortodoxo, isolado em seu quarto inclusive, demanda pela verdade perdida e pela doutrina o afiliado as seitas para Católicas recebe a doutrina prontinha e já formulada. Logo a Bíblia - manipulada pelo indivíduo - já não constitui fonte única da doutrina, mas meio ou instrumento por meio do qual a verdade é comunicada pelo corpo governante. Há aqui um sistema ou conjunto de doutrinas que precede a leitura do livro e ao qual o catecúmeno deve submeter-se dócil e passivamente. Ao menos teoricamente, no protestantismo ortodoxo, o indivíduo colhe por si só a doutrina sem a necessidade de qualquer orientação humana de caráter externo ou autoritativo. Aqui o indivíduo isolado é a autoridade suprema. Ali ele é ensinado ou instruído por outros homens, dos quais recebe o sentido comum.

Claro que a ideia segundo a qual a leitura da Bíblia deva preceder o credo ou a verdade só funcionou para uns poucos privilegiados ou espertalhões a exemplo de Lutero. Os quais editaram e impuseram suas interpretações ou opiniões individuais aos idiotas. Precedendo desde então a doutrina ou o credo a leitura da Bíblia, fosse luterana, zwingliana, calvinista, congregacionalista, anabatista ou metodista. A doutrina segue sempre antes... Os pastores a princípio colocam a Bíblia nas mãos da vítima, fazendo-a crer que ela mesma é livre para extrair as verdades de fé, PARA NUM SEGUNDO MOMENTO ORIENTA-LA NA DIREÇÃO DE SUA TRADIÇÃO OU CRENÇA. Ao menos a igreja antiga age sem embuste ou honestamente alegando preceder a escritura do Evangelho e ter sido comissionada pelo próprio Jesus segundo o padrão apostólico da sucessão. Assim as seitas para Católicas...

O que Lutero julgou ter demolido e Calvino - por meio de sínodos e credos espúrios - julgou ter restabelecido precária e matreiramente, as seitas para Católicas assumiram de fato, oficialmente e sem pejo. Tal o padrão externo da autoridade ou a normatividade da leitura bíblica, ora furtada aos nuances do subjetivismo crasso. A partir daí as seitas para Católicas adquiriram uma unidade mais ou menos sólida, a ponto de rivalizarem com as grandes igrejas episcopais em sua disputa pela clientela religiosa. Eis porque - nos manuais protestantes - seus nomes costumam vir alistados mesmo antes dos nomes das odiadas igrejas romana, anglicana e Ortodoxa, merecendo seus ensinamentos cuidadosa refutação por parte dos pastores, a qual no entanto redunda quase sempre em benefício das ditas seitas ou dos catolicismos devido a sua inanidade.

E como acentuam a virtude da obediência ou da submissão face aos respectivos corpos governantes, não podiam tais organizações deixar de entrar pelo terreno da soteriologia, da antropologia e da ética, abordando a temática da fé e das obras segundo a doutrina Ortodoxa, ao menos proximamente. O que nos leva a mais uma revisão ou ressignificação em termos de princípios, ou seja, a ruptura com o solifideismo ou com a crença na salvação pela fé somente i é sem obras éticas, sem amor, sem caridade, sem justiça, sem virtude, etc Todas as seitas para Católicas abandonaram decididamente tanto o monergismo quanto seu pressuposto essencial que é a doutrina da depravação total da natureza humana. Alinharam-se mais uma vez com os Catolicismo de que fugiam e tornaram-se ainda mais detestadas pelos protestantes 'ortodoxos'.

É unânime entre jeovistas, mórmons, adventistas e congregados que o fiel é salvo não pecando ou em seus pecados mas de seus pecados por uma graça eficaz ou capaz de secundar a livre vontade em seus anelos pela santidade e pela perfeição. É o homem recuperado ou resgatado por Cristo para a obediência ou melhor dizendo para a vivência do Evangelho e prática da nova lei. Por isso em comunhão com seu Mestre pode e deve abster-se de pecar e não viver desbragadamente como qualquer gentio... A perspectiva aqui é totalmente diversa da luterana ou da anabatista, pois o sangue não sucede ao pecado, ocultando-o vicariamente, mas precede-o tornando-o evitável e desnecessário. Trata-se mais de pedir forças para não pecar do que de pedir perdão para em seguida tornar a pecar. Trata-se de conhecer as exigências do Evangelho e de leva-las a sério, implica compromisso, esforço e heroísmo por parte da vontade de colabora com a graça.

Já segundo a opinião de Lutero é o homem ao mesmo tempo justo, salvo, predestinado, santo e pecador uma vez que a Santa divindade - que tudo pode - recusa-se a liberta-lo integralmente do mal e do pecado, quiçá para mante-lo humilde... Miserável, insensível, canalha, mas humilde... Como se a humildade e não a caridade ou a justiça constituíssem as virtudes mais elevadas. Aqui a santidade, a perfeição, a beleza, a caridade, a justiça, enfim tudo quanto seja Cristão é sacrificado a humildade... Receando Cristo que a santidade e a perfeição tornem este homem orgulhoso e ponham-no a perder... Neste caso por que teria dito ele: Sêde perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito, ao invés de ter antecipado o agostiniano alemão e dito: Sêde pecadores, miseráveis, imperfeitos mas humildes???

Para arrematar este artigo já demasiado longo gostaria de ressaltar outros pontos de vista em que as seitas para católicas acham-se de acordo com a fé da igreja ou em suas proximidades -

Os adventistas do sétimo dia admitem a virgindade perpétua da santa mãe de Cristo, antes e depois do parto.

Os membros da CCB tem autorização para beber com sobriedade, além disto os líderes da seita não podem exercer quaisquer cargos políticos, orientação seguida igualmente pelos jeovistas.

Os jeovistas são cessacionistas e como nós estão persuadidos de que os milagres - realizados por Cristo e pelos apóstolos - tendo cumprido a função a que haviam sido destinados deixaram de existir. Não mais interferindo a divindade, diretamente, na ordem natural do mundo. Evidente que eles merecem ser aplaudidos por isto.

Já quanto aos SUD são inúmeros os pontos de acordo entre a seita a que pertencem e a Ortodoxia, de modo que até seria fastidioso elenca-los.

De um modo ou de outro, a sua maneira, cada uma dessas seitas nos aponta para a verdadeira igreja apostólica que recebeu sua autoridade divina das mãos do próprio Mestre Jesus Cristo. A seu modo, cada uma delas, testemunha em favor de nossa fé Ortodoxa, imaculada, pura e Católica na mesma medida em que souberam superar os preconceitos e paradigmas protestantes afirmados pela pseudo reforma.

reiramente, por meio de sínodos e credos espúrios,






segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Quinhentos anos de reforma protestante - Uma perspectica crítica

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Embora para nós os quinhentos anos da Reforma protestante completem-se apenas em 2021, pelo simples fato de estarmos sendo cobrados, não nos podemos deixar de manifestar, ainda que com três anos de antecedência.

Afinal ao contrário do Catolicismo, do islamismo ou mesmo do espiritismo não é ou foi o protestantismo uma Revelação transcendente cujo conteúdo tenha sido imediatamente comunicado pelos céus. Daí a composição problemática da Reforma com o Cristianismo Histórico, afinal o Livro é Resultado da Revelação e não a Revelação em si mesma. A Revelação divina na perspectiva puramente Cristã é fruto ou produto da Encarnação e não de um livro. Cristianismo é Deus que se faz homem e não livro. É A RELIGIÃO DA ENCARNAÇÃO e não uma religião do livro como o judaismo ou o islamismo. A oposição entre o Catolicismo, estribado no anúncio oral do Mestre, e o Biblismo principia aqui.

Do mistério da Encarnação procedem antes de tudo a pregação, a igreja e a tradição; as quais antecedem ou precedem o Evangelho Escrito. E já digo e adianto que as escrituras dos judeus ou antigo testamento não vem ao caso, pelo simples fato de não constituir a Lei dos Cristãos. Daremos ouvidos aos protestantes ou bíblicos quando toparem com o Sermão do Monte ou com as Bem aventuranças na Mikra. Até lá nos firmaremos no Evangelho como algo Novo, específico e diferente ou como vinho novo que não cabe em odres velhos.

Ulteriormente, após inúmeras hesitações, adotou ou assumiu o protestantismo uma via mística ou sobrenatural, mas de teor puramente subjetivo, segundo a teoria individualista da inspiração interna, invisível, intransferível e inverificável; tanto que poderia ser alegada por qualquer credo religioso, como algo caprichoso e arbitrário, que foge a evidência objetiva ou a demonstração.

E no entanto este Lutero de 1517 ainda é perfeitamente papista ou Católico bem como o Lutero de 1521. Durante todo este tempo não cogitou o homem romper com a igreja e protestou submissão filial ao papa romano até o derradeiro instante da excomunhão. Foi ao calor das disputas com Eckius - o qual buscava reduzir seu oponente ao absurdo - e ao sabor do improviso que o protestantismo foi sendo muito naturalmente fabricado sem que Lutero sequer cogitasse ser dirigido, guiado ou iluminado pela divindade. Era agostiniano e como tal não temia o absurdo, consequentemente canonizou o irracionalismo e o absurdo chegando a apresentar a razão como um puta. Para ele o Cristianismo não precisava fazer sentido e nossa esperança era certamente louca...

Começa a criar o protestantismo em 1521... principiando pelo Biblismo e pelo livre exame. Sem cogitar que estava enveredando pelos domínios naturais da técnica exegética ou da especulação interpretativa, e desviando-se por completo das já citadas fontes do Cristianismo histórico, o qual certamente não surge como uma técnica exegética naturalista ou como interpretação de qualquer coisa, mas com a manifestação visível de Deus na carne ou na natureza humana.

Sucede no entanto que o papismo para firmar-se havia contaminado a tradição ancestral. A tradição latina, desde o ano 1080, era uma tradição papista ou papal. S Fócio e S Miguel Cerulário, já haviam denunciado esta manobra. Os ocidentais no entanto separaram-se das antigas igrejas apostólicas de lingua grega, e resolveram seguir seu próprio caminho. Destarte quando Lutero veio ao mundo já não havia na igreja ocidental quem fizesse caso das críticas levantadas pelos gregos 'cismáticos' meio milênio antes, ou quem conhecesse as legítimas tradições.

Em semelhante conjuntura, a admissão dos concílios latinos e portanto da tradição, implicava admissão da monarquia papal e ninguém estava disposto a concordar com os 'odiados' gregos. Lutero foi posto contra a parede e numa posição desconfortável, a qual impedia-o de apelar a tradição ou de usa-la em seu favor. Ao contrário dos bizantinos refinados ele jamais chegou a cogitar numa crítica histórica das tradições e como típico alemão, achou por bem cortar o mal pela raiz e eliminar o critério externo e objetivo da tradição. Creio que foi uma solução ditada pelas circunstâncias e não algo refletido.

Seja como for devia ele substituir a monarquia papal, os concílios e a tradição dos padres por alguma outra coisa.

Tal o problema.

A imprensa acabava de ser inventada meio século antes, e considerável número de Bíblias, já em latim, já em vernáculo circulavam por toda a Europa, sem que no entanto a mágica do Livro tivesse sido quebrada numa Sociedade majoritariamente analfabeta.

Como qualquer um de nós, que imaginamos nossos ancestrais com celulares, aviões ou automóveis, cogitou Lutero, que o livro impresso sempre estivesse em posse dos cristãos ou em suas mãos, e por isso tomou a 'Bíblia', no mínimo com sessenta e seis livros, i é, uma verdadeira Biblioteca, como padrão de verdade. Em momento algum ele, Lutero, cogitou na universalidade da mensagem Cristã e em culturas iletradas. Em momento algum imaginou as condições das sociedades letradas antes da invenção da imprensa. E o anacronismo converteu-se em pecado original da nova fé.

Desde então a mitologia protestante tem imaginado qualquer versão ou tradução da 'Bíblia' palestinense, baixando prontinha, de capa a capa dos céus. Eis como encaram a JFA aqui no Brasil... Outros imaginam como tendo toda ela sido escrita por Jesus ou por algum apóstolo de Gênesis a Apocalipse. Havendo inclusive quem, levado pela fantasia, imagine Jesus ou os apóstolos com um livro debaixo dos braços ou folheando Bíblias!!! Ademais, eles sequer fazem caso da distinção existente entre Antigo e Novo Testamento, imaginando o dito livro como uma espécie de Corão.

O problema no entanto não se restringe a origem, conteúdo ou a acessibilidade da Bíblia, mas sobretudo a sua capacidade enquanto veículo suficiente da divina Revelação. Ao que parece Lutero desconsiderou supinamente a incapacidade de um livro para dar sentido ou interpretar-se a si mesmo. Por isso que o sola do Biblismo ou da suficiência da Bíblia é falacioso... Na medida em que precisa de um intérprete humano ou do livre exame. A Bíblia não lê a si mesma, não se examina, não se interpreta, não dá sentido a si mesma; mas recebe seu sentido dos homens ou do leitor.

Tal o problema fundamental do protestantismo, o qual é uma interpretação e uma I. subjetiva. Já o Cristianismo surge como Revelação sobrenatural, objetivamente estabelecida nos domínios da História pelo mistério da Encarnação. Jesus não vem com livro ou em livro mas com a carne a palavra; e ao invés de ter escrito um livro ou manual de religião comissiona doze homens e lhes confere autoridade para ensinar em seu nome, tais os apóstolos que enviou como vigários ou embaixadores a todas as nações da terra. E a este grupo de apóstolos autorizados deu o nome de Igreja e prometendo-lhe certos auxílios espirituais de modo a que cumprisse fielmente sua missão de conservar imaculadamente o depósito da Verdade que lhe fora comunicado.

Mesmo quando hoje lemos o Evangelho Escrito, percebemos a constatamos que a instituição divina do apostolado e a existência da Igreja, precedem a existência do Evangelho escrito. Pelo simples fato de que foram os nossos Evangelhos escritos por apóstolos e discípulos, logo escritos na Igreja e para a Igreja. De modo que antes do primeiro a ser escrito, no ano 47, não faltará autoridade a Igreja por doze anos! Sendo regida pela tradição oral ou pela pregação mantida pela autoridade apostólica.

Consciente ou inconscientemente ao antepor a palavra escrita a Igreja, a autoridade apostólica, ao anúncio oral ou a tradição Lutero cometeu um terrível equívoco do qual os protestante só podem sair por meio da judaização ou seja alegando - na perspectiva mitológica de um Corão Cristão - que o antigo testamento é um compêndio ou manual de fé Cristã. Inda que não haja ali sinal do Pai Nosso ou da Eucaristia... Historicamente, por ódio a tradição legitimamente Cristã, o protestantismo fez volta ao parafuso, e canonizou as tradições mortas dos rabinos e fariseus, as quais haviam sido condenadas pelo Verbo Jesus, e judaizou, sabatizou e foi do iconoclasmo ao unitarismo.

Tragicamente a crônica do Biblismo ou do protestantismo é crônica de sectarismo judaizante - de predestinacionismo, de iconoclasmo, de zwinglianismo, de sabatismo, de unitarismo, etc até a negação total do Cristianismo ou de sua especifidade, até os confins de um teísmo natural ou do islamismo, nos quais desembocou, ao menos culturalmente.

Tornando agora a questão da Bíblia e do livre exame ou do elemento humano, em termos de interpretação, duas possibilidades extremas ou antagônicas e radicais apresentaram-se ao protestantismo nascente. Primeiramente a adoção de uma técnica puramente naturalista e a princípio objetiva, via que conduziu a nova fé diretamente ao liberalismo ou seja a negação do sagrado, inclusive no que tange ao Novo Testamento e ao Evangelho. Desde Reymarus, Semler, De Wette e outros foi a versão que prevaleceu na Alemanha luterana e posteriormente em toda a Europa protestante. Começaram assim por deificar a Bíblia até que a especulação veio a demolir o próprio Evangelho e abater a Encarnação do Verbo. E se é certo que os liberais protestantes, dando continuidade ao movimento iniciado pelos judeus e papistas, merecem o aplauso de todos por terem ousado repudiar os mitos e fábulas do antigo testamento não é menos certo que ultrapassaram os limites da fé nicena ou atanasiana mostrando-se permeáveis a diversos preconceitos materialistas ou deístas.

Por obra e graça desta liberdade estranha ou do livre exame com toda sua carga subjetiva este mesmo protestantismo que principiou erguendo-se contra a igreja antiga, tornou-se, em seus próprio berço, valhacouto do naturalismo, do agnosticismo, do materialismo, do deísmo, e pasmem, até mesmo do ateísmo, haja visto os pastores que formularam a teologia da morte de deus, segundo a qual, esta deus morto, tal e qual fora proposto por F Nietzsche , o qual por sinal, tendo sido filho e neto de pastores luteranos, concluiu que existiam apenas interpretações subjetivas e de modo algum o que convencionamos chamar verdade.

A partir daí o protestantismo europeu ou envelhecido a cabo dos séculos ou ao cabo de sua trajetória evolutiva, foi perdendo todo seu vigor e credibilidade em termos sociais e sido paulatinamente abandonado pelas classes mais instruídas, as quais foram tornando-se abertamente incrédulas ou irreligiosas, até o ateísmo, e sem necessidade de máscaras ou disfarces. Ao cabo de todo século XX as principais nações protestantes da Europa foram tombando, uma a uma, no abismo da negação religiosa e absorvidas até meados dos anos cinquenta pelo papismo, e, após o Vaticano II, pelo comunismo e mais e mais pelo islamismo.

A outra via ou segunda via posta ao protestantismo já no referimos. É a do misticismo subjetivo ou da inspiração profética. Segundo a qual o leitor, comentarista ou intérprete da Bíblia, inda que semi analfabeto, despreparado e iletrado revindica 'humildemente' para si mesmo as luzes do espírito santo, apresentando-se como guiado ou dirigido por deus, as vezes no sentido mais vulgar alegando ter sido visitado por ele, te-lo visto e ouvido. Todavia, de modo geral, os partidários desta solução, limitam-se a apelar a uma certeza interna ou intuição, insistindo que estão convencidos de que foram escolhidos por deus para restabelecer a verdade eterna, dando continuidade a obra iniciada por Lutero, o qual tem dezenas de pretendidos continuadores, escolhidos por deus... É evidente que esta solução vai pelos caminhos demência ou da imbecilidade, sem que no entanto deixe de contar com vultoso número de adeptos entre nossas massas incultas, mormente quando fazem-se passar por taumaturgos ou milagreiros.

O próprio Lutero num determinado momento de sua carreira, e tendo em vista combater os profetas de Zickwau, que eram anabatistas delirantes, parece ter sutilmente enveredado por este caminho, e isto até o ponto de ser apresentado como profeta dos alemães e declarar que seus dogmas haviam sido comunicados pelo céu, quando na verdade haviam sido elaborados naturalmente no auge da polêmica com os representantes do papa ou fabricados por Andraeas Bodstein, o Dr Karlstadt, a princípio seu colaborador mais entusiasta braço direito, e em seguida seu supremo desafeto. Já antes de Lutero, Karlstadt havia revindicado para si mesmo a qualidade de profeta. Lutero no entanto encarava-o como profeta do diabo suscitado pelo inferno na medida em que Bodstein, sacando consequência após consequência, a partir duma lógica cerrada e inflexível, ia demolindo cada artigo ou dogma da antiga fé.

Curiosa a semelhança existente entre Lutero e S Freud, na medida em que, num primeiro momento, 'excomungavam' seus críticos para posteriormente adotar seus pontos de vista e negar que o tivessem feito. O quanto Freud fez com Adler e Jung havia Lutero feito quatro séculos antes com Karlstadt, sob diversos aspectos legítimo pai da doutrina protestante. Basta dizer que foi este ex Dominicano que concluiu pelo anabatismo, pelo simbolismo eucarístico, pelo cânon palestinense do A T, pelo casamento dos clérigos, dentre outras coisas... Tendo sido as duas últimas assimiladas por Lutero, não sem certa resistência.

O fato é que os dois comentaristas, interpretes, examinadores ou leitores da Bíblia, apesar das alegadas audiências com o espírito santo, jamais puderam entender-se ou mesmo deixar de encarar um ao outro como apóstolo do Diabo. O que prenuncia uma divergência ainda maior a ser travada entre Lutero, Zwinglio e Calvino os quais tampouco puderam entender-se apesar da alegada clareza da Escritura (imagina se não fosse clara!) e dos adjutórios sobrenaturais...

O fato é que com ou sem espírito santo, os reformadores e protestantes, ao cabo de meio milênio, jamais foram capazes de entender-se a respeito de crenças tão importantes quanto o batismo infantil, a presença do Senhor no Sacramento, a Liberdade humana ou mesmo a divindade de Cristo, cindindo-se em centenas ou milhares de seitas, e vindo essa calamitosa situação a agravar-se cada vez mais, até o escândalo. Afinal os mesmos protestantes vivem jurando que as escrituras podem ser compreendidas até mesmo por uma criança ou por um analfabeto... E no entanto acham-se em oposição uns aos outros a propósito de cada passagem ou versículo. E não há nem sombra de Unidade ou uniformidade entre eles. Sinal de que, com ou sem inspiração, o método não funciona. Digo o método do livre exame.

Ademais quanto a inspiração é fácil compreender como os protestantes fazem uso dela, palmilhando a mesma trilha que Lutero. Cada individuo limita-se a declarar que sua seita é a verdadeira, que deus mesmo disse isto para ele ou que sente em seu coração e que todas as demais seitas de inspirados são inspiradas pelo capeta. Incrível aqui é que sendo fanático ele sequer cogite estar equivocado ou que sua seita seja inspirada pelo capeta... Cada sectário pensa invariavelmente assim. A postura arrogante é sempre a mesma - ninguém aqui considera a simples possibilidade de estar equivocado - mudando apenas o nome da seita. Tampouco os tristemunhos mugidos variam: Aqui um tremedor, dançarino ou malabarista uivando e saltitando declara que o dia do Senhor é o Domingo e mais além, na Adventista da promessa, o mesmo 'espírito' com os mesmos trejeitos, alega que o dia do Senhor é o sábado... Na presbiteriana reformada o 'espírito' entre gritos e cambalhotas referenda o 'dogma horrendo' da predestinação, o qual é negado em profecia na metodista... Na Brasil para Cristo o celibato é apresentado no 'espírito' como instituição divina e na Batista como selo da Besta inventado pelo papa... Tantas profecias quanto cabeças, as quais não bastam para salvar o protestantismo da pulverização doutrinária...

Destarte com ou sem fetichismo ou misticismo, permanece a obra iniciada por Lutero, fragmentada e em situação de conflito. Uma seita denunciando e combatendo a outra como herético em que pese a 'liberdade' outorgada... Cada seita perdida nos rincões do universo alegando ter encontrado mais um fragmento perdido da revelação... Cada pastor ou profeta arvorando levar adiante a sempre inacabada reforma de 1521, 1530 ou 1546... Cada inspirado jurando ter dado com mais uma invenção do Papa ou de Constantino... Cada pregador dizendo ter recebido 'uma nova luz'... Cada fundador de seita crendo ser o único a ter encontrado a 'pérola de grande valor' oculta na Bíblia... E a multidão de interpretações, opiniões, hipóteses, teorias, comentários, ponto de vista, crenças, dogmas aumentando cada vez mais, e a confusão avolumando-se ao cabo destes quinhentos anos.

Em que pese este Lutero e cada um de seus sucessores e rivais, como Zwinglio e Calvino terem considerado suas respectivas reformas como definitivas e acabadas. Os neo protestantes todavia chegaram a concepção de uma reforma em gotas homeopáticas segundo a qual deus revela-se parcimoniosamente aos mortais, introduzindo sua verdade no erro e associando a luz as trevas. Havendo inclusive que, partindo da doutrina da corrupção total da natureza, tenha concluído que a própria verdade ou revelação divina corrompe-se novamente na mesma proporção em que é reformada ou restaurada, daí não ser a igreja reformada, mas reformanda ou em perpétua estado de reforma, a qual jamais acaba!!! Destarte após quatro ou cinco século ao invés de introduzir-nos no reino da verdade eterna, a reforma protestante introduz-nos é no Reino de Heráclito, com seu 'Panta rei' agora sob a forma de um devenir doutrinário... Por uma mágica subjetivista converteu-se nosso Cristianismo no rio do pensador efesino, e quando julgamos estar em posse de um artigo de fé comunicado por Nosso Senhor nos achamos diante do erro... e quando julgamos ter identificado o erro ei-lo convertido em verdade...

Diante disto como crer???

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Era Jesus Cristão? Uma questão posta por J A S



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Pessoas há que são mal intencionadas, assim os fariseus, escribas, saduceus e outros elderes da casa de israel que viviam amolando o Senhor Jesus Cristo e armando-lhe presepadas.

Outras são inteligentes e propõem com absoluta naturalidade certos temas a reflexão comum.

A maior parte ou totalidade de meus amigos compõem da segunda categoria de pessoas, honestas, inteligentes, críticas e reflexivas. De modo que sou obrigado a levar bastante a sério os problemas levantados por eles em torno de minha fé, a qual assumo intrepidamente.

Um destes camaradas endereçou-me a seguinte pergunta: Era Jesus Cristão?

Para muitos de meus amigos e a quase totalidade de meus ex correligionários uma pergunta assim formulada equivaleria a um tiro a queima roupa e penso que até ficariam irritados.

Eu fiquei feliz porque semelhante questionamento suscitou-me uma série de reflexões a serem realizadas ao cabo de uma longa noite de insônia.

Alias tais perguntas vão muito bem com longas noites de insônia e quiçá parte dos teólogos escolásticos da I Média fossem como eu insones crônicos.

Varei a noite e madrugada buscando respostas para esta incomodativa pergunta.

Cujas constatações agora torno públicas, partilhando com o leitor benevolente deste diário.

Claro que tendo de assumir uma perspectiva tenho de ser honesto e assumir sinceramente a perspectiva nicena, partindo portanto do suposto que Jesus Cristo seja um Ser divino ou a manifestação da divindade, sob forma humana, neste mundo.

Outros julgando ser ele simples mortal ou mera criatura chegaram a outras constatações.

Para mim no entanto ele é a Encarnação da alma ou do espírito que anima o universo, em suma, daquilo que os pensadores gregos chamavam Deus.

Nele percebo mais do que um homem. Percebo o divino, o sagrado e o numinoso e sua plenitude.

Tal o ponto de partida de minhas cogitações.

Para resolvermos o problema devemos antes de tudo considerar uma obviedade - É o Cristianismo uma forma religiosa ou religião, como o budismo, hinduísmo ou judaísmo.

A própria palavra religare reporta-nos ao sentido de ligação com Deus, com o sagrado, com o numinoso; mas não apenas isto. A exceção do protestantismo 'ortodoxo' ou solifideista - os sectários protestantes em parte assumem nossa afirmação tomada a um panfleto religioso - (antinomiasta) que se assume como uma forma religiosa amoral ou sem ética (!!!), a maior parte das religiões assume certa conotação ética em torno de princípios e valores. Em certo sentido todas aspiram salvar o homem da ignorância ou de um comportamento inadequado; todas aspiram por educar ou reeducar o homem, todas buscam encaminha-lo a virtude.

Podemos portanto definir as grandes religiões ou as religiões reveladas como uma busca de comunhão ou de unidade com o Sagrado que ao mesmo tempo conceda aos homens uma possibilidade de superação, no sentido de tornar os homens melhores do que são.

Algumas como o Cristianismo antigo, são antes de tudo Éticas. Tendo por objetivo precípuo salvar o homem de uma situação de miserabilidade moral (Ética), de desaliena-lo, de conecta-lo com o sagrado...

Ainda que repudiemos com veemência a doutrina mitológica de um pecado original, cometido por um primeiro homem e cuja culpa teria sido imputada arbitrária e magicamente a toda sua descendência, não repudiamos a crença num pecado ancestral, enquanto situação histórica e social de pecado projetada até mesmo no inconsciente dos nascituros. Não se trata aqui da noção essencialmente injusta da transmissão da culpa, de modo algum. Mas da gênese sócio/cultural dos pecados pessoais ou da contaminação pelo exemplo no dizer do teólogo Orígenes de Alexandria.

Ninguém melhor do que os antigos filósofos gregos percebeu a presença do mal metafísico ou ético no mundo.

Odiamos, mentimos, matamos, roubamos, praticamos a injustiça, oprimimos, etc

E nada disto pode ser bom.

Há algo na consciência de cada um de nós que se revolta contra todas estas coisas. Apesar do poder e da força da cultura.

Somos elementos fragmentados, divididos e em conflito, como demonstrou a Psicanálise.

Dos sete sábios a Freud passando por Confúcio, Buda, Sócrates, Platão, Jesus, Marx, etc a percepção de que algo não esta bem é comum e quase evidente.

O ideal conflita com o real. O dever choca-se com o ser. O que queremos não corresponde ao que fazemos.

As religiões propuseram-se vir ao encontro desta demanda ética e comunicar ao homem algum tipo de força suplementar capaz de coloca-lo a altura de suas mais nobres inspirações.

A religião de Akhenaton teve esta percepção bastante claramente. A de Buda como nenhuma antes dela. O profetismo hebraico não foi estranho a esta tomada de consciência firmemente assumida pelo Cristianismo antigo. O sikismo, o babismo, o espiritismo, etc foram por este mesmo caminho.

Segundo esta perspectiva podemos definir a religião Cristã e por assim dizer a Igreja de Cristo nos termos de uma escola, de um reformatório, de um hospital ou de um hospício cujo objetivo é educar, orientar, corrigir e curar os seres humanos feridos pela ignorância.

Por isso foi o Cristo apresentado como médico e pedagogo de nossas almas.

Destarte, sendo ele eticamente íntegro ou perfeito, isto é isento do que chamamos de pecado, certamente não precisava de religião. (para si).

Tampouco precisava dela para chegar ao Sagrado uma vez que ele mesmo portava o Sagrado dentro de si. A fonte suprema da luz certamente não precisa ser iluminada.

Ele não precisava de Igreja para si mesmo.

Revelou o Cristianismo, i é a doutrina Cristã ou os elementos da fé para os homens mortais. Estabeleceu os sacramentos para os homens mortais. Fixou uma lei ética - o Sermão do Monte - para os homens mortais, etc Não para si mesmo.

Neste sentido - ele - não precisava de religião, de Cristianismo ou de Igreja. Os homens sim precisam de tudo isto para elevarem-se.

Portanto no sentido comum de ser crer, arrepender-se de qualquer coisa, ser Batizado, receber a Eucaristia, fazer penitência, ir a missa, rezar, etc JESUS CERTAMENTE NÃO FOI CRISTÃO.

Ah mas ele era verdadeiro homem.

Sim, em tudo semelhante a nós, mas menos na miserabilidade ética ou na experiência do pecado. Ele é a manifestação da suprema santidade sobre a terra... A religião um meio concedido aos homens para superarem uma situação de pecado...

Neste caso não precisava Jesus orar?

Una vez que a prece nada mais é do que um forma de comunicação entre o homem e a divindade, e esse Jesus a própria divindade em carne e osso é evidente que ele não precisava orar.

Neste caso porque rezava ele?

Para não escandalizar os homens - que acreditavam ser ele mero homem - e para servir de modelo a seus seguidores.

De modo que não precisava ter observado as instituições do judaísmo?

Veja bem, admitido que Deus se manifeste no mundo como verdadeiro homem temos de admitir que ele entra em contato com a cultura ou com determinada cultura.

Assim ao assumir sua forma humana e mortal ao tempo de Augusto César foi entre os judeus que a assumiu. Assumindo determinado contesto cultural.

Era a cultura dos judeus 'sagrada' como todas as demais culturas daquele tempo e portanto acentuadamente religiosa. Esperando-se de um bom judeu ou de um judeu devoto que não só regulasse sua vida segundo as normas da religião, como acorre-se as cerimônias religiosas e delas participasse.

Aqui aparentemente ao menos manifesta-se já um problema, para alguns ocioso, mas não para nós.

Isto pelo simples fato de que a parte de Akhenaton e Buda líder religioso algum abolira os perniciosos sacrifícios humanos. Equivalendo o templo dos judeus em Jerusalém a um imenso açougue a céu aberto com todo o sangue, gordura, carniça e fedor que esta definição sugere.

Sendo assim como poderia Jesus praticar o judaísmo?

Felizmente habitava Jesus bem distante de Jerusalém i é na Galileia, onde ao invés de frequentar abatedouros infames, frequentava as sinagogas locais em que estavam sendo elaboradas as futuras cerimônias litúrgicas do talmudismo farisaico, as quais excluíam e excluem sacrifícios de sangue. De modo que ele nem imolada animais nem prestigiava tais cerimônias, exceto quando se dirigia a cidade santa de Jerusalém, o reduto dos fanáticos.

Até onde sabemos teria ido a Jerusalém uma meia dúzia de vezes na vida e em geral se alimentando de peixe e não de carne vermelha. Uma coisa é certa, se a cultura impediu-o de opor-se aos sacrifícios ou de condena-los ele jamais imolou animais ou aprovou semelhante prática.

Há por sinal uma frase sua bastante significativa, a que alguns tem atribuído um sentido anti sacrifical: "O que eu quero é compaixão e não sacrifícios."

Quanto ao mais deve ter observado os ritos simbólicos do judaísmo, não porque fosse esta religião divina, mas porque estava inserido num contexto sócio cultural judaico em que a inobservância da religião lhe traria total descrédito. Acaso seus ancestrais não puniam a ferro e fogo a irreligiosidade compreendida como simples inobservância dos ritos? Jesus no entanto manifestou-se justamente para dizer algo, tendo necessariamente de dialogar com a cultura e antes disto inserir-se nela até onde fosse possível. Neste sentido temos de dizer ainda que no ritual da sinagoga nada há que seja por si mesmo condenável. De modo que o divino Mestre bem podia observa-lo sem maiores problemas, não porque lhe fosse necessário, e sim porque lhe era conveniente.

Grosso modo, religiosamente falando, Jesus assumiu o judaísmo apenas 'pró forma' ou externamente. Jamais foi um judeu consciente, piedoso, conformista, etc em suma o rabino beócio e repetidor de tradições pintado pelos protestantes calvinistas e sectários judaizantes.

Não foi Judeu religiosamente falando. Tampouco pertenceu a igreja Cristã enquanto membro. Não tinha religião. Não tinha necessidade de religião. Fundou o Cristianismo para os homens em condição de miserabilidade ética, como quem funda um hospital, mas não internou-se nele ou seja não foi Cristão.

Fundou a Igreja Cristã, grande, antiga, episcopal, Una, Santa, Católica, Apostólica, Ortodoxa, etc Não filiou-se a ela, não era pecador, não era fiel, não buscava a santidade ou a virtude, não precisava ser iluminado.

Jesus sendo Deus eterno e homem isento de pecado transcende a própria igreja que fundou e a própria religião. A estatura do filho de Maria não cabe na Igreja, é superior, mais elevada, perfeita... A Igreja foi estabelecida para conduzir os imperfeitos a perfeição almejada: Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito.

Nem preciso dizer que com relação a moralidade 'Cristã' tomada ao judaísmo, Jesus era anti Cristão ou imoral. Jesus foi pregado na cruz justamente por ter questionado os preconceitos afirmados pela moral judaica - odinismo, machismo, adultismo, etc Ele foi um revolucionário e contestador de valores e não um repetidor idiota. "Falava como quem tinha autoridade." E ousava posicionar-se criticamente face a Torá - Eis o que foi dito aos antigos, eu porém vos digo... Exasperou os líderes judeus por acolher amorosamente todas as minorias a que desprezavam e oprimiam.

Paulo, fariseu filho de fariseu, rabino da tribo de Benjamin e pupilo de Gamaliel é que fez reverter a revolução de Jesus reintroduzindo os preconceitos judaicos: Estatolatria, machismo, homofobia, escravismo, etc No entanto, como bem percebeu Jeremy Benthan entre 'paulinismo' e 'Cristianismo' vai larga diferença. É a moral Cristã atual majoritariamente paulinista logo em maior ou menor medida rabínica, judaizante e portanto anti Cristã. Jesus não era súdito de Paulo ou Paulinista, mas inimigo das tradições hebraicas e adversário dos rabinos, os quais a todo tempo questionava.

Em que pese sua infalibilidade doutrina em termos de fé é a igreja - inclusive a Ortodoxa e Católica cuja fé integralmente professo - moral ou eticamente falível, equivocada e corrupta enquanto valhacouto de preconceitos judaicos descartados pelo Mestre Jesus. A moralidade Cristã, particularmente a moralista, puritana ou sectária não é a moral de Jesus, mas uma perversão maniqueísta.

Então que foi Jesus, e qual sua relação com o Cristianismo?

Para nós Jesus fundou historicamente uma Igreja visível comissionando os apóstolos e enviando-os com o objetivo de instruir todos os seres humanos.

E fundou-a com o objetivo de conservar a integralidade e objetividade de seus ensinamentos ou o quanto Revelou aos homens em termos de doutrina (Sobre Deus, o mundo futuro e a Igreja).

Portanto em última análise Jesus Revelou o conteúdo Ético e Doutrinal da fé a que chamamos Cristã, Católica e Ortodoxa ou episcopal. Foi aquele que Revelou os elementos do anúncio mais tarde erigidos em artigos de fé (Amana) pelos padres - sucessores dos apóstolos - e concílios.

Jesus é a fonte da fé da Igreja e dos Cristãos, o que não significa que ele mesmo tenha sido 'Cristão' enquanto fiel/membro da igreja ou mesmo religioso em sentido convencional, tal a transcendência, amplitude, grandeza e singularidade de seu vulto.

Tampouco podemos dizer que Jesus seja monopólio da Igreja Ortodoxa. A igreja não existe para dificultar o 'trabalho' mas para facilita-lo. Não restringe e excluí os que são de Cristo, antes amplia sua comunhão com ele por meio do ensino correto (integralidade doutrinal) e dos Santos e divinos sacramentos. Oferece maiores garantias quanto a Unidade de Jesus Cristo. Não é pela fé ou pela pregação que somos incorporados a Jesus Cristo mas de modo místico por sua graça, IMPERCEPTIVELMENTE. Podemos avançar sem medo e declarar que no momento mesmo em que se fez homem Jesus Cristo assumiu e incorporou a si, misticamente, todos os homens, todos os seres humanos, todos os mortais, sem consideração de crenças religiosas. Aproximou-se de todos quando assumiu nossa natureza, de modo que a igreja limita-se a potencializar e ampliar esta comunhão espiritual.

Já estava no mundo, desde toda eternidade, enquanto Espírito ou alma que o preenche. Manifestou-se visivelmente no mundo enquanto homem. Jamais esteve totalmente separado dos homens no sentido de os ter abandonado. Os homens é que dele se afastaram um tanto, precisando ser recuperados... Daí ter sofrido e morrido na cruz NÃO PARA PAGAR QUALQUER COISA OU EXPIAR mas para mostrar-se solidário e demonstrar seu imenso amor por todos. Pela manjedoura e pela cruz, de certo modo fomos todos associados e ligados a ele. Tornar essa ligação natural ainda mais íntima e sobretudo CONSCIENTE, tal a função da igreja.

Por fim só se separam da Igreja e de Cristo, aqueles que por livre iniciativa e maldade, repudiam conscientemente a doutrina da Igreja ou sua utilidade formando seitas e produzindo novas doutrinas. Estes são mil vezes piores do que aqueles que repudiam o Cristianismo ou a existência de Deus, pois falsificam o que há de mais puro, imaculado, sagrado e precioso na face da terra: A divina Revelação comunicada por Cristo, obscurecendo o caráter de Deus e subvertendo os fundamentos da Ética, e os elementos do amor, do bem, da justiça, da verdade, da honestidade, da fraternidade, da solidariedade, etc substituindo-os como já dissemos por preconceitos judaicos, mitos, fábulas e vãs moralidade repudiadas pelo próprio Mestre Jesus.

Se Jesus Cristo e seu Evangelho de Amor - em que são apresentadas a paternidade de Deus, sua infinita benevolência e sua compaixão ilimitada - são repudiadas pelos incrédulos, agnósticos, materialistas e ateus é certamente porque a mensagem deste Evangelho foi antes falsificada, adulterada, corrompida, distorcida, empanada e obscurecida pelos maus cristãos i é pelos sectários e judaizantes. Impossível é que qualquer homem repudie ou menospreze o autêntico conteúdo do Evangelho, deixando de reconhecer a sublimidade ímpar de sua ética. Se isto em acontecido é porque alguém distorceu a doutrina, posto que -

"É A ALMA HUMANA NATURALMENTE CRISTÃ." Tertuliano de Cartago

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Conversações amistosas com Mr Ladrofê sobre a gênese do autoritarismo e suas fontes face ao espírito do Catolicismo I

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Antes de iniciar este diálogo farei a meu interlocutor o mesmo apelo que Gulliver fez a seu amo Huynhnhms, rogando que não se ofenda com o quanto haverei de dizer, pois sou daqueles que prezam mais o dom da amizade do que as controvérsias em torno da verdade.

Por isso rogo que ouça-me com paciência, exercendo tolerância para com alguém que sendo demasiado lerdo e assaz ignorante deseja apenas aprender.

Principio esta resposta aludindo a vossa apreciação, segundo a qual minha Apologia a liberdade individual vai totalmente de encontro ao ethos essencial da Societas Christiana.





A TUA OPINIÃO NÃO É ESSENCIAL



Antes de tudo convém assinalar que caso tua assertiva fizesse parte da estrutura de nossa Santa Religião - como algo essencial - seria necessariamente Revelada e assim DOGMÁTICA, correspondendo sua negação a uma heresia.


O que de modo algum se verifica.
 

Bastando para demonstra-lo o número COLOSSAL de Católicos - incluindo teólogos, monges, clérigos, presbíteros, Bispos, arcebispos e Patriarcas - de comprovada Ortodoxia, os quais opuseram-se pública e oficialmente a ela. 

Admitida a Ortodoxia de tua assertiva ficam todos eles sendo hereges - que por sinal passaram desapercebidamente pela Igreja e até foram canonizados 'por descuido' -  e tu e alguns poucos modernos, inovadores e introdutores de crenças alienígenas, ficam sendo os únicos Católicos e Ortodoxos da face da terra, o que é rematado absurdo, pois não podem nem os indivíduos isoladamente ou qualquer minoria estar em posse da verdade e a maior parte da igreja no erro sem que esta deixe de ser Católica para tornar-se tão sectária quanto a 'El Shaday' ou a 'Elohim rafá'. Equivaleria suster a doutrina protestante e herética da apostasia... E isto sim é herético. Além de beirar o individualismo e atentar contra o ideal comunitário da fé ou contra o que chamas de Societas, pois o fundamento da Societas ou da República Cristã é a uniformidade da fé e seu caráter universal.


Assim o argumento reverte. Se eles estão corretos, o amigo é que está em erro gravíssimo, opondo-se como de fato opõem-se ao sentir comum dos teólogos, doutores e Bispos, mestres em matéria de fé e ética. É uma posição semelhante a dos protestante e próxima a heresia, além de comportar certa presunção e arrogância. O sentido comunitário nos obriga a declarar que estais equivocados, e eles, o concerto dos teólogos, correto.

Brida-me você com uma afirmação gratuita e eu - que gratuitamente poderia descarta-la - impugna-la-ei com base nas fontes de nossa fé.




Não esta de acordo com a sunah dos primeiros Cristãos


Tecida tal conjectura, passo a tese segundo a qual sua opinião - Autoritária, despótica ou tirânica - é a que de modo algum se sustenta nos domínios da História do Cristianismo primitivo, conjuntura em que os Católicos lutaram contra o poder autocrático do César romano em nome de sua liberdade religiosa - a qual é essencial e inalienável - tornando-se mártires da fé.

De fato o Cristianismo principia sua carreira opondo-se a doutrina pagã, segundo a qual a potestade secular compete exercer juízo em matéria de fé. Noutras palavras, que concerne ao poder político julgar e regular a crença religiosa.


Nem se diga, aleivosa e falsamente, que se tratava de mera questão teórica em torno de fé ou doutrina que é resposta boa para luteranos. Os católicos resistiram ao governante em questões de ética, comportamento e ordem prática, recusando-se a compactuar com a chaga da escravidão, e a alistar-se no exército com o propósito de fazer guerra e chacinar populações inocentes. Tais censuras constam na Tradição Apostólica de Hipólito romano, seguindo a pena de excomunhão contra os renitentes...



O veredito inapelável dos Santos Padres


Diante disto nossos Mestre e doutores, presbíteros e Bispos  - Justino, Atenágoras, Teófilo, Tertuliano, Orígenes, Quadrato, Melitão de Sardes, Lactâncio, Arnóbio, Clemente de Alexandria, Hipólito, etc - compusera inúmeras APOLOGIAS NAS QUAIS SUSTENTARAM UNANIMEMENTE A LIBERDADE DA PESSOA HUMANA NO PLANO DA CONSCIÊNCIA COMO ITEM PERTENCENTE A DOUTRINA DA FÉ. 


São eles que julgam, definem e apresentam a fé Católica não tu, nem os poucos expositores posteriores citados por ti, os quais devem conformar-se em tudo com a tradição em matéria de doutrina ou ser classificados como heréticos, exatamente como os protestantes, que repudiam a tradição e exercem um liberalismo ímpio que é o livre exame; heresia é escolha, Católicos não podem escolher o que crer ou não crer, aceitam a revelação em sua integralidade ou põem-se fora da igreja com os pagãos e publicanos.

Curioso que para destruir o liberalismo legítimo sempre ensinado pela igreja assumas o liberalismo mais ímpio e hediondo de todos resistindo a tradição sagrada e imitando os protestantes e heréticos. Pois a tradição é a lei da igreja.

Basta o amigo tomar esses documentos e ler PORQUE LÍ TODOS. 

Os fatos ai estão postos e desafio-o publicamente a demonstrar que estou equivocado e que o ensinamento dos santos padres é outro.

CAINDO NO MAIS ABJETO LIBERALISMO


O ensinamento dos padres é absolutamente normativo e obrigatório, E A ÚNICA LIBERDADE QUE NÃO EXISTE, É JUSTAMENTE A DO CATÓLICO OPOR-SE A ELE, PORQUE É A TRADIÇÃO E LEI DA IGREJA, quem o diz não sou eu mas o Bossuet - Bossuet bem sabia do que estava falando porque exerceu controvérsia contra os protestantes então seu testemunho é precioso - citado por ti na obra contra Ricardo Simon - "Tolle et lege'.

Quem repudia o ensino comum dos padres e ensina coisas que não ensinaram é fautor de heresia. É o que diz Vicente de Lerins no Commonitorium,  e realmente não o que discutir - Senão por caridade e condescendência - pois todo e qualquer herege é como pagão ou publicano, estando separado de Cristo como ramo quebrado da videira, e posto ao fogo.


Apesar disto ousas declarar: E digo mais> Não troco uma linha de autores mais recentes como Joseph de Maistre, Donoso Cortés, Charles Maurras ou Carl Schmitt por todos os escritos dos santos padres.

Palavras estranhas e até impudentes na boca de um Católico!
Os protestantes alegaram exatamente a mesma coisa quanto a seus reformadores - É o mesmo espirito e o mesmo principio anti tradicional e essencialmente anti Católico.

É a mesma tática usada pelos 'católicos' do Von Mises contra a doutrina social da igreja... Peidam para os Santos padres, sínodos e concílios e se consideram bom Católicos vivendo a lá luterana, como se a Igreja, a exemplo da seita de Lutero, não tivesse uma lei.


Chama-se rebelião, sedição, subversão, apostasia. Não sou eu quem o diz mas o Concílio de Trento válido para todos os papistas e segundo os quais nada pode ser sabido ou interpretado em termos de Cristianismo sem recorrer-se aos santos Padres!

A igreja é órgão essencialmente tradicional e absolutamente imutável e citar milhões de nomes de mestres inovadores e profanos não muda absolutamente nada.


ERAM OS SS PES IDIOTAS???

No entanto continuas em tuas objurgatórias anti tradicionais: As lições dos santos padres em matéria de pensamento social e filosofia política não têm hoje qualquer aplicabilidade prática, constituindo tão somente mera curiosidade para o erudito nessa seara,

Isto porque você ou imagina que não passavam 
de capiaus ou tabaréus estúpidos e indoutos, quando a História apresenta-os como poliglotas, sagazes, eruditos, iniciados na mais profunda Filosofia, mestres consumados que deram bases a nossa teologia, conselheiros acatados de príncipes, reis e senadores, etc Havia deles que dominavam hebraico, aramaico, latim, copta, armênio, etc E que conservaram-nos praticamente tudo quando sabemos sobre os escritos perdidos dos antigos pensadores!
 
Para depois apegar-te a teólogos imperiais que não conheciam misera linha de grego e julgavam conhecer os santos Evangelhos rsrsrsrsrs Mas me poupe!

Caso sejam como foram homens geniais, excelentes, colossais, preparados, habilidosos; como eram e estando de acordo evidente que suas opiniões, no mínimo deveriam ser bem pesadas e consideradas. Não menos que as de Sócrates, Platão, Aristóteles, Zeno, Cleantes, Crísipo, Cícero, etc


É O CATOLICISMO MERA FÉ OU CRENÇA???


A outra hipótese, pior e mais grave, é a ideia segundo a qual a religião Católica resume-se a uma fé ou mística que não se estende como lei ética e projeto social a todos os setores humanos, racionais e livres da existência, abarcando-os por completo e transmudando-os em Cristo. Aqui o erro assume proporção colossal!

Neste caso esvaziar o Cristianismo ou o Catolicismo para converte-lo numa fé somente ou teoria porque somos magicamente salvos no além - Logo completamente desvinculada da imanência e do comportamento humano - é solifideísmo protestante como assevera Maritain nos 'Três reformadores' o qual por sinal admite e deplora que alguns católicos mal informados e confusos tenham adotado esta perspectiva ímpia que esta na base de nossa crise civilizacional.

Ora os papas romanos, lideres de sua religião, tal e qual os SS Padres, legislam sobre todas estas matérias, política, economia, etc e prova cabal disto é a existência de uma doutrina social da igreja alias, magistral e admirável. É prova de que a igreja revindica para si a inspiração de todas as ações humanas, tendo em vista encaminha-las para um fim ético. O contrário é naturalismo. A igreja NÃO admite que seus filhos 'cristãos' adotem QUALQUER TIPO DE  ÉTICA NATURALISTA.

Todo setor da atividade humana pertence a ética e portanto a vida da igreja, quanto aos aspectos racional e volitivo, escapando-lhe apenas o absolutamente material, estrutural ou formal. A parte humana sempre revindicou para si.





O EVANGELHO NÃO É OMISSO!

Continuas e declaras que uma vez que o Cristo não fixou códigos de conduta a serem seguidos cegamente pelos homens (muito embora o SERMÃO DA MONTANHA seja um claro esboço nesse sentido), a Igreja ao longo dos séculos assim o fez. Ao homem comum não deve ser dada qualquer liberdade de escolha, sob hipótese alguma.

Erras. Fixou o código de conduta ética mais excelente O SERMÃO DA MONTANHA e deixou sua sunah ou exemplo a qual também é fonte de ensinamento e lei para os Ortodoxos, não menos que a vida de Maomé para os maometanos.

 
Tal a doutrina do livro sagrado ou Evangelho.

No jamais observamos o Mestre (Para com os apóstolos ou discípulos) procedendo como déspota, repressor, e arrogante - Embora fosse de fato o plasmador do Universo e Todo poderoso - mas, sempre e invariavelmente como educador compassivo e amoroso. A PONTO DE APRESENTAR-SE COMO SERVIDOR DE TODOS E LAVAR-LHES OS PÉS,  convertendo-se em modelo do homem público, servidor do Bem Comum.

 
Assim quando João, ainda demasiado jovem e ignorante, aconselha-o a fulminar a vila dos samaritanos que haviam se recusado a recebe-lo e a honorifica-lo, O SENHOR O REPREENDE E DECLARA: Não sabeis porque espírito estais tomados... Porque o espírito de Cristo não é espírito de cólera, vingança, ira ou repressão, mas de paciência, compreensão, condescendência e tolerância face aos mais frágeis.


E quando Pedro usando de coerção física, golpeia a orelha de Malchion com a espada, o Senhor determinaGuarda-a na bainha porque os que apelam a espada por ela serão destruídos  e não como um Thomas Muntzer: Corta, esmaga, pica, esquarteja...





A igreja não TEM PODER para mudar ou alterar os ensinamentos de seu divino fundador







Presumes então que a falta de boa orientação no Evangelho ou discuido da parte de Jesus e seus amanuenses que a igreja fez vigorar outras leis e estatutos.

Não procede.

Nem a igreja romana e tampouco a Ortodoxa jamais revindicaram ter poder para alterar os ensinamentos doutrinais ou práticos (Éticos) de Jesus Cristo emendando suas palavras ou corrigindo o Evangelho, pretensão que todos os Catolicismos classificam como essencialmente blasfema.

Segundo o dr Jungman em Luz e Vida a função de igreja é manter, conservar e guardar fielmente se mínima alteração o que lhe foi confiado.

Assim não esta em seu poder - E ela sempre o reconheceu contra todos os heréticos em especial contra os protestantes, que sendo iluminados revindicam para si tais pretensões - ALTERAR SUA TRADIÇÃO, A TRADIÇÃO É IMUTÁVEL E SUAS BASES ASSENTES NA MAIS REMOTA ANTIGUIDADE. Segundo Crisóstomo a mudança na fé é heresia abominável.

Por isso Waso de Liege e mesmo o agostiniano Bernardo de Clairvoux  - este no século XII !!! -sustentou em alto e bom som a Liberdade de consciência segundo a norma e regra da tradição. Ora Bernardo de Clairvoux a seu tempo era considerado o Oráculo da Europa e árbitro infalível no âmbito da sã doutrina! Isto a ponto do Papa Eugênio beijar-lhe os pés e receber-lhe o 'catecismo'!

Aqui é onde inexiste liberdade algumaPara inovar e romper com a tradição ancestral fixada para todo sempre, quem o faz é herege, quem nega a tradição PROTESTANTE, não Cristão. PROTESTANTISMO É O NOME DESSE LIBERALISMO INSIDIOSO!!!

Posteriormente (Século XVI)foi a mesma doutrina defendida por Genebrardo de Aix, F Fevardentius, Nicolas de Lisieux, Fénelon, etc até a vulgaridade. Quase todos os que defenderam a Liberdade de consciência eram controversistas anti protestantes, sintomático mais uma vez!


NÃO ELES NÃO ERAM MINORIA


Em seguida apelas as circunstâncias e declaras que em pleno ano 313 (Édito de Milão - Constantino César) eram os Cristão minoria e que por isso não podiam tomar armas e chacinar os pagãos em nome de Cristo.

Certamente te equivocas.

Não era minoria alguma, Tertuliano na Apologia, escrita em em 185, assevera que a seu tempo os Cristãos eram já larga maioria, atulhando as cidades do império e que poderiam sublevar-se pela força e conquista-lo, se assim o desejassem, acrescentado que 'No entanto não lhes era permitido fazer por força da lei divina... pois o Senhor os havia enviado pela persuasão da palavra e não com espadas, lanças e vara paus.'

Alias foi o mesmo Tertuliano, noutra parte, que declarou, em nome da Igreja Católica, que a fé não pode vir por imposição, sendo filha da liberdade. Assim Arnóbio e Lactâncio, todos doutores da igreja não opinões ou heréticos.


Declaras que nossos ancestrais, os mártires, eram desorganizados rsrsrsrsrs e por isso hesitaram em recorrer as armas e exterminar os pagãos.Erras ainda - Hesitaram em fazer porque ao contrário dos neo Católicos - Que são absolutamente levianos e incoerentes - eram conscientes, coerentes e portanto submissos a norma e regra da tradição face a qual qualquer mudança ou alteração era vista como abominavelmente ímpia.

Do contrário o amigo deveria explicar-nos (cf Hstr 
dos arianos pelo cardeal J H Newman) porque ainda no século IV (os Cristãos estúpidos estavam demorando muito para aprender com os assírios a empalar seus inimigos) os Cristão Ortodoxos, que eram maioria no Império, foram atacados pelos imperadores arianos e seus exércitos e não revidaram constituindo outro exercito fazendo guerra e massacrando seus adversários???
Optando pelo contrário por gastar resmas e mais resmas de papel e muito mas muita saliva buscando convencer seus perseguidores 

Por que S Atánasio o Grande, defensor da fé nicena, não chamou o exército em sua defesa e não armou os Católicos para que exterminassem os arianos?

Por que S Ambrósio, tendo sua basílica invadida pelo heréticos não recorreu ao gládio e exortou o povo a resistência física?

Por que Hilário e Crisóstomo ao invés de terem amargado o exílio não criaram milícias e estimularam a sedição?

 
Eram ainda minoria desorganizada em pleno século IV sob Teodósio???


ENFIM POR QUE QUANTO MAIS PRÓXIMOS DE CRISTO E DOS APÓSTOLOS MAIS IDIOTAS E IMBECIS FICAM OS CRISTÃOS, e quanto mais afastados deles mais 'organizados', pragmáticos (!!!), inteligentes, espertos ficam???? 


A ponto de especular sobre tática, estratégia, Sorel, etc??? Espertos mesmos devem ser esses reformadores protestantes, afinal quem mais afastado no tempo e no espaço desta gente beócio do que eles?

Alias se é para sacrificar capciosamente parte da fé Católica e cultivar meia infidelidade, sacrifique-mo-la por completo e nos façamos espertos, belicosos e totalitários protestantes, os quais por sinal são mestres consumados em todos estes domínios!!! Digo-o por experiência própria como ex protestante!




A IGREJA NÃO CONHECE TÁTICA, ESTRATÉGIA, PRAGMATISMO, MAQUIAVELISMO... 


Devo alertar-te ainda de que a Igreja não muda de tática ou estratégia, não negocia seus princípios, e não se adequa a circunstância - poluindo seus princípios - pelo simples fato de não ter sido fundada pelo histrião Nicolas Maquiavel e de tampouco confundir-se com o partido comunista ou a cabala de Michel Foulcaut, focos de veneno relativista.  Seus ensinamentos éticos transcendem o tempo e espaço, e equivalem a princípios eternos, imutáveis, definitivamente fixados pela tradição e inegociáveis.

O que ensinou ontem a igreja ensina hoje e ensinará amanhã, sem consideração de circunstâncias externas, oportunismo, atenuantes... Tal a força divina de sua autoridade moral.

Assim 
Sua relação com o poder, a política, a sociedade, etc foi fixada já nos primeiros séculos.



O ESSENCIAL AO ETHOS DA SOCIEDADE CRISTÃ A RESPEITO DO QUE A IGREJA E TRADIÇÃO NÃO PODEM SE PRONUNCIAR AUTORITATIVAMENTE - QUE TROÇO É ESTE?



Embora tenhas começado por apresentar tua opinião autoritária como ESSENCIAL em termos de sociedade Cristã. Dali a pouco - Quando apresento a fé normativa da Igreja em oposição a tua opinião individual e falível e muito liberal - te sais com esta: Não há como ter princípios fixos - Isto é a Igreja Católica ou a tradição rsrsrsrs -  num terreno essencialmente movediço, pautado pelo caráter errático e arbitrário da ação humana, como a fenômeno político.

NOBRE amigo, estas mais uma vez apresentando a igreja como omissa, descuidada, irresponsável. Tal princípio é naturalista e manifestação do próprio estruturalismo político. É a etern
a miséria repetida pelos liberais economicistas contra a doutrina social da igreja. Usam as exatas e mesmas palavras para declarar que a igreja não pode ser intrometer na atividade da economia, o que é pura falácia, uma vez que psicologia, filosofia, sociologia, etc são esferas da ação humana e que esta jaz sob o domínio da ética! (O contrário disto - do primado da Ética - chama-se positivismo ou materialismo!)
Implica absoluta falta de conhecimento a respeito do Catolicismo antigo e mesmo medievo, de suas atuações, revindicações, pretensões, etc. 

A Igreja Católica não consiste numa fé ou teoria miserável - Isto é protestantismo - mas em sentido de existência, regra de vida e projeto social absolutamente acabado; possuindo assim uma ética que é objetiva, normativa e fundamentada na tradição dos padres.

Terias razão se falasses a respeito de formas ou estruturas  plenamente materiais: Assim em termos de monarquia, aristocracia, policracia, etc e a respeito da qual seja a mais excelente, tema ou assunto que de fato não pertence de modo alguma a esfera da igreja. Tanto que a I romana por meio de Leão XIII abdicou de julgar a questão, autorizando oficialmente a adesão a democracia burguesa e desamparando as veleidades dos monarquistas, como De Munn, o qual no entanto cumpriu seu dever e submeteu-se ao juízo da igreja cessando de apresentar a monarquia como sagrada ou Católica, como alguns tontos ousam fazer até nossos dias...

O mesmo não se dá quanto ao tema da liberdade por ser metafísico e diretamente vinculado a esfera da religião, a qual tendo sido revelada por Deus é perfeitamente apta para esclarece-lo e soluciona-lo definitivamente, segundo a norma e regra da tradição.

Liberdade é questão de ética, moral, psicologia, antropologia, religião... E não mero tema de política como as formas e regimes de governo.


NÃO HÁ AVANÇO ALGUM EM AFASTAR-SE DA TRADIÇÃO MAS FUNESTO RETROCESSO.



Não existe avanço algum face a tradição na perspectiva Católica, cada vez que qualquer parcela se afasta da tradição e introduz a mutabilidade há retrocesso em termo de fé.
A igreja se encontra em seu passado.

 
O princípio da igreja é tradicionalista, não progressivista, imutável, não mutável, absoluto, não relativo.



Sobre as lucubrações do protestante Hobbes e seus apaniguados

PURA DOUTRINA PROTESTANTE - "A liberdade de consciência é uma doutrina diabólica." Theodoro de Beza, pupilo do anti Cristo João Calvino.
 
Curioso como os reformadores protestantes sabem muito mais de Cristianismo do que os primitivos padres e doutores da igreja não???

Tais as fontes impuras e imundas de Hobbes:  Os pérfidos teólogos e juristas henriquinos como Tyndale, Barnes, Foxe, Morison, Starkey, Sampson, etc Tiago I, rei protestante de Inglaterra eThomas Erastus, reformador, pastor, discípulo de Zwinglio

NADA DE CATÓLICO.


TUDO ABSOLUTAMENTE PROTESTANTE DO COMEÇO AO FIM, LOGO HERÉTICO.

Já a respeito de Bossuet, Skinner foi categórico:  AS DOUTRINAS DE LUTERO REVELARAM-SE TÃO ÚTEIS PARA ESSES PROPÓSITOS QUE SEUS ARGUMENTOS POLÍTICOS MAS CARACTERÍSTICOS ACABARAM REPETIDOS ATÉ MESMO PELOS MAIORES DEFENSORES 'CATÓLICOS' DO ABSOLUTISMO RÉGIO. Pg 393


Francamente não sei porque esses Católicos que a pretexto de tudo vivem citando fontes protestantes, e heréticas é claro, não tomam a sábia decisão de passar ao protestantismo, fonte de todas as luzes.

Nós não temos nada a ver com Hobbes e seus amiguinhos Filmer, Maxwell mil vezes batidos pelos Dominicanos e Jesuítas, paladinos da neo escolástica... Estes sim, homens da igreja e fiéis a sagrada tradição - Assim Francisco Vitória, Las Casas, D Soto, D Bañez, Gabriel Vazquez, Toledo, Gregório de Valência, Melchior Cano, Salmeron, Lainez, Ribadaneyra, Molina, Possevinus, Juan de Mariana e sobretudo o doutíssimo Suarez... os quais eram todos pelo constitucionalismo e pelos direitos essenciais da pessoa humana.


Todas as doutrinas absolutistas sustentadas pelos teólogos protestantes e pelo rei Tiago da Inglaterra FORAM REFUTADAS E CONDENADAS PELO CARDEAL PEDRO BELARMINO (alias santo da igreja romana) no livro contra Tiago de Inglaterra, onde o príncipe da igreja defende a doutrina comum, corrente e normativa, não só da liberdade de consciência, mas da liberdade política. Belarmino foi igualmente polemista anti protestante e isto é sintomático...



O AMOR LANÇA FORA O TEMOR!


Por fim apresentas os seguintes princípios como fundamentos da vida social Cristã:







 - Temor a Deus


Diante disto devo dizem que o conceito de 'temor' ou medo de deus - Alias de absurdos castigos temporais e outras queijandas, além do mítico fogo eterno - remete sempre ao judaísmo, islamismo, seitas protestantes... Ou seja ao padrão grosseiro, primitivo e vulgar as culturas semitas que vocês 'pessoas emancipadas' tanto estimam...

De modo algum ao Cristianismo Católico ou ao Evangelho.

Para os carnais judeus deus era uma espécie de xeque ou líder beduíno com poderes arbitrários e caprichosos, até mesmo para pecar e cometer o mal...

Um Senhor ou dono cuja relação se dava em termos de proprietarismo.

Daí o temor supersticioso e vão que chegava ao paroxismo durante as catástrofes naturais. Nas quais os idiotas viam castigos da divindade...

Jesus alterou por completo esta dinâmica ao
 enunciar o conceito revolucionário da paternidade divia - Que tanto exasperou os escribas e rabinos - estribado no sentimento do amor; paternal e filial. Deus aspira pela suma felicidade de seus filhos, é Benfeitor, é Magnânimo, é Generoso, é Clemente, Pródigo, Afável, Benevolente, Filantropo, Amigo e Amante dos mortais, médico e educador do gênero humano. Não policial ou algoz, carrasco ou psicopata, colérico ou rancoroso, etc Logo, não há porque ter medo dele.

Devemos obedece-lo e servi-lo por amor como declara a espanhola Tereza D Avilla.

Suas punições espirituais são sempre corretivas ou medicinais, jamais objeto de vingança como entre os humanos;

Dai O TEÓFORO JOÃO, QUE REPOUSOU SUA FRONTE NO PEITO DO SENHOR TER ESCRITO:

O amor lança fora o temor.

Se amamos ao Deus Encarnado que por nós morreu na Cruz não podemos nem devemos ter medo dele, é absurdo temer nosso sumo benfeitor como os judeus e muçulmanos temem ao vampiro espiritual que tiraniza suas consciências.


NÃO A ESTATOLATRIA OU IDOLATRIA ESTATAL - APENAS A IGREJA CATÓLICA E ORTODOXA FOI COMISSIONADA PELO CRISTO PARA REPRESENTA-LO E FALAR EM SEU SANTO NOME


Arrematas teu belo discurso postulando uma:
- Submissão absoluta ao Soberano e demais autoridades constituídas por este (civis e eclesiásticas)

Respondo-te advertindo que submissão alguma é digna da criatura racional e livre feita a imagem e semelhança de Deus. 

A obediência cega é estado vil, abjeto e nauseabundo; coisa de bárbaros incultos e gente rude.

 
Os brutos são montados e conduzidos por outros homens, mas os homens não são brutos!

A criatura racional após ter examinado os fundamentos da fé e cobrado evidênciasdeve obediência inquestionável e absoluta ao Evangelho e a tradição, no plano da ética; e a Igreja Una Santa Católica Apostólica e Ortodoxa no que diz respeito aos dogmas ou elementos revelados da fé, justamente porque revelados pelo Deus encarnado e infalí
vel, o qual não pode enganar-se nem enganar-nos; assim a igreja por ele fundada, pois disse: As portas do inferno não triunfarão sobre ela - EIS A ÚNICA OBEDIÊNCIA JUSTIFICADA PELA RAZÃO E ACEITÁVEL. E já disse que ela é sóbria e tem limites precisos para evitar o abuso e despotismo!


Seguem as leis santas, boas e justas conforme a lei eterna da consciência (Ética) posta no coração de todo mortal pela divindade (cf Antigona de Sófocles e Carta aos romanos). 

As leis iniquas, injustas, opostas a virtude e; consequentemente anti naturais - que segundo Suarez são inválidas em si mesmas - devem ser repudiadas pelo homem virtuoso, o qual preferira como C Pison ou S Thomas Morus morrer do que contaminar e poluir a mente fazendo caso de um déspota ou tirano, o qual nos pode retirar o corpo físico, mas não o espírito vivo e a ressurreição para a vida eterna.

Teme assim o pecado que pode sepulta-lo na geena por muitas eras, e os ministros do pecado sejam quem forem, do lixeiro ao rei ou presidente, e não cede face a quaisquer ameaças ou intimidação a exemplo do teóforo Basílio.
Deve-se resistir ao tirano como fizeram Origenes, Atanasio, Hilario, Ambrósio, Crisóstomo, Maximo, Teodoro Studita, Damasceno, etc e afirmaram categoricamente: Ptomoleu de Lucca, Bartolo de Saxoferrato, Acurcio, Panormitanus, Occan, Marsiglio de Pádua, Latini, Dante, Bruni, Salutati, Salomoni, Alciato, Zasius, e outros tantos Católicos eminentes e fiéis.

Mais vale sofrer na mão de um tirano, caso não seja possível suprimi-lo, do que obedecer a uma lei iniqua e pecaminosa que nos force a causar dano ou prejuízo aos semelhantes, nossos irmão, filhos de Deus, aos quais estamos obrigados a amar e perdoar, e suportar com toda docilidade e paciência em Jesus Cristo.

 
A criatura racional e livre tem direitos essenciais e inalienáveis, segundo estabelecem os teólogos mais doutos e seguros: Vitória, Soto, Toledo, Banez, Cano, Las Casas, Molina, Suarez, Mariana, etc

A criatura racional e livre deve ser educada para tornar-se digna do exercício da cidadania e de tomar parte do governo, segundo os canones da paideia.



PRINCIPADO SECULAR E LEI DIVINA ETERNAMENTE SEPARADOS POR DECRETO DIVINO!

 A 'Voz de Deus' se manifesta na vontade do Soberano e da Suma Autoridade religiosa, ponto final, diz você

Devo retrucar e responder que sua tese é absurda. Tome lá um exemplar do Evangelho, leia e aprenda algo: A DEUS O QUE É DE DEUS e César do que é de César!


Aqui sim, não há o que discutir, mas que cobrar submissão total e absoluta.

Quem eleva o César as alturas de Deus abate e nega Jesus Cristo não menos do que arianos!

 
Pois o principado secular ou César nada tem a ver com Deus, o Deus do Evangelho ou dos Cristãos. Era deus e pontífice dos romanos pagãos, para a igreja nada é.
A Igreja não beija os pés do César, não venera o espírito do império, não se curva face as águias dos estandartes, não adere a esta idolatria!

Isso é bom para os protestantes paulinistas (Hegelianos e estatólatras) que substituem Paulo por Cristo e usam as opiniões do fariseu filho de fariseus e aluno de Gamaliel com que demolir as lições claras e evidentes de Jesus Cristo.

Os Católicos jamais servirão a um Hitler, a um Stalin, a um Bush, etc como fossem ministros ou sacerdotes escolhidos pela Santa divindade.

 
Os Césares mesmo após a vitória do Cristianismo foram porta vozes do inferno, combateram a doutrina Ortodoxa, poluiram o universo e massacraram os fiéis, porque eram vasos de heresia em oposição a igreja; assim:





OS CÉSARES QUE COMBATERAM A SAGRADA FÉ A MARTIRIZARAM OS FIÉIS COM ARMAS NAS MÃOS!


Constâncio e Constante, arianos filhos de Constantin; Juliano neo pagão, Arcádio adversário de S João Crisóstomo, Heráclito com a Ekthesis, Zeno autor do Henóticon, Constantino Copronicos e Leão Isauriano, imundos iconoclastas - A SEGUIR ESTES VERMES A ORTODOXIA TERIA SIDO CORROMPIDA E BANIDA DA FACE DA TERRA.

Assim ao tempo de reforma quando nobres, principes e reis, apelando a este principio pagão e anti Católico sancionaram o 'Cuius regio est religio' para em seguida - com seu poder e em nome de Deus - canonizarem a abominação protestante, demolir os mosteiros, massacrar os monges, proibir a Missa, profanar os sacramentos, partir as imagens... T
udo em nome do principado secular, arvorando-se em ministros e representantes de deus!
 



SE A RELIGIÃO CRISTÃ É TÃO ASQUEROSA E DESPREZÍVEL QUE PRECISE MANTER OS FIÉIS EM SEU SEIO POR MEIO DO TERROR???


Dissestes que ao braço secular e potestade civil cabe vir em auxílio da igreja impedindo os Cristãos de apostatar e obrigando-os a professar nossa Santíssima fé.

Eis o cúmulo do delírio!

Portanto deixe-me já dizer-lhe que a Igreja Católica não é uma porcaria como judaísmo, o islã ou o protestantismo que precise de césares, exércitos, armas ou poder secular para obter aceitação, apoiar-se e conservar-se.

Declarar que a igreja precise de armas para manter seus filhos equivale ao supremo insulto feito a instituição divina da igreja.

O erro e a mentira precisam de tais recursos para resistir a Verdade, não a Verdade eterna que procede dos céus. Esta não depende de gládios, lanças, espadas, venábulos ou vara paus, pois se sustenta a si mesma graças aos dotes que contém!

É a Igreja divina e superior as religiões humanas 

Não tem concorrentes verdadeiras. 

Esta tão acima dela quanto o Sol acima da terra e o firmamento dos céus acima das águas!

Nem lhe faltam beleza, verdade e bondade suficientes para atrair, conquistar e prender as criaturas racionais mais nobres e excelentes. Requer aceitação e serviço livre, voluntário, consciente e meritório; filhos abnegados até a morte e não vis escravos e gente abjeta.

Que péssima ideia fazes tu da igreja qual fosse uma velha bruxa desprovida de predicados e atrativos!

A Fé Cristã é digna de livre aceitação e adesão graças a seus dotes, a sua coerência interna e puridade, apanágios que lhe foram conferidos pelos céus eternos e não pelos homens. 

Ela dispensa o serviço de falsos lacaios que dela pretendem abusar com objetivos meramente temporais, santificando seus vícios e maldades. 

Por isso Maurras foi condenado e excomungado por vosso papa de Roma. Outra não teria sido sua sorte na Ortodoxia... Pelo simples fato de ter concebido a igreja como meio e não como fim, caindo no naturalismo pérfido em que jazem todas as culturas de morte. NATURALISMO SIM É PECADO!

Todo aquele que concebe a mãe igreja, mestra da verdade em termos de polícia moral ou social em benefício do principado secular sempre terá dores de cabeça. Por relaxada que esteja a igreja, ela é e sempre será domínio que jamais prostituíra a consciência ou se curvará face ao capricho arbitrário de psicopatas, demagogos, sicofantas, convertendo-se em capacho deles, busquem capachos nas seitas protestantes e serão bem servidos por alguns tostões!


A DOUTRINA DA INFERIORIDADE ESSENCIAL DE PARTE DO GÊNERO HUMANO É ESSENCIALMENTE MÁ E CONDENÁVEL.



A única excelência legitima é a da virtude, seguida pela do intelecto e estão e devem estar ambas franqueadas a todos os seres humanos.

Os indignos pertencentes as massas só devem permanecer alijados do poder 'sub conditio' ou enquanto não se tornarem dignos pela instru
ção e pela virtude, de modo que a policracia não venha a degenerar em oclocracia. 

Esta aristocracia da excelência, do mérito ou da virtude deve ser aberta a ampliar-se gradativamente até incluir todo corpo social, o que obviamente demanda imenso esforço educativo a ser assumido pelo intelectual Católico.

Toda e qualquer petição a uma desigualdade essencial, absoluta e invencível remete ao maniqueísmo sendo herética e condenada pela mãe igreja, bem como pela razão sicut Socrates, Platão, etc

Toda ideia de aristocracia ou elite fechada em si mesma é anti Católica.

Eis o que tenho nobre e excelente Ladrofê a dizer sobre tuas objeções e não poderia de modo algum silenciar a respeito delas pelo acato que devo ter para com a Igreja minha guia, mãe e mestra e pelo Cristo, Verbo encarnado, meu Deus e senhor verdadeiro e sumo legislador do gênero humano. Ele é o fundamento da cidade eterna que devemos construir no tempo e no espaço e sua lei fonte de todas as leis!