domingo, 31 de maio de 2009

Zenão de Eléia, Diógenes o Cínico e Ravick o botânico

Estava Zenão a falar que o movimento não existe, falou do paradoxo da tartaruga e de Aquiles: Vou demonstrar-lhes uma coisa se vocês colocarem Aquiles a disputar uma corrida com uma tartaruga, Aquiles não alcançará jamais a tartaruga, se derem vantagem a esta na saída. Digam-me quem ganhará a corrida.
- É óbvio que é Aquiles, respondeu Diógenes.
- Está redondamente enganado Diógenes!
- Pelas barbas de Anaximandro, quero ver como esse eleata há de nos provar que o movimento "non ecizte" - respondeu Ravick.
- Ravick - disse Zenão retomando seu discurso - Aquiles deu uma vantagem à tartaruga; logo entre o filho de Peleu e a tartaruga, há uma distância. Começa a corrida. Quando Aquiles chegar ao ponto onde estava a tartaruga, está terá caminhado um tanto, estará mais à frente e Aquiles não a terá alcançado ainda. Quando Aquiles chegar a este novo lugar em que agora está a tartaruga, esta terá caminhado algo, e Aquiles não a terá alcançado porque para alcançá-la será mister que a tartaruga não avance nada no tempo que necessita Aquiles para chegar onde ela estava. E como o espaço pode ser dividido sempre num número infinito de pontos, Aquiles não poderá jamais alcançar a tartaruga, embora ele seja, como diz Homero, ocus podas, ligeiro de pés, e, ao contrário, a tartaruga seja lenta e sossegada.
- Eu até acreditaria em você Zenão - disse Ravick continuando o seu discurso - se se tratasse de uma das tartarugas ninjas.
- Tartarugas Ninjas? - indagou Zenão.
- Bah, esquece não é do seu tempo - respondeu Ravick.
- Vamos embora Ravick - disse Diógenes.
- Não vão ficar aqui para ouvir os outros argumentos que tenho?
- Você está certo Zenão - afirmou Ravick e continuou a dizer - o movimento não existe, nós vamos embora de forma ilusória, na verdade continuaremos aí sentados nessas pedras ao seu lado. Pode continuar o seu discurso aí, que estamos a lhe ouvir.
- Refutemos o sofista empiricamente - disse Diógenes.
E ambos se puseram a caminhar, demonstrando a Zenão a realidade do movimento.

Mas tudo isso era um sonho e Ravick acordou para seus afazeres diários que requerem movimentos.


Deixo aí minha pequena, mas sincera homenagem ao amigo Ravick, que sempre prestigia meus artigos e que já fez uma série de tirinhas em minha homenagem, nada mais justo do que retribuir. Como não sei fazer tirinha criei este pequeno diálogo filosófico ou quase.

Fontes: JÚNIOR, David Jardim. História de Bôlso da Filosofia. Edições de Ouro, Rio de Janeiro, 1964.
Fundamentos de Filosofia de Manuel Garcia Morente

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Fernando! Muito obrigado pelo elogio ao meu blog e à comunidade Scienceblogs, ficamos muito felizes! Abração!

Ravick disse...

Woooow! ^^

Grande Félix! Adorei! :D "Fiquei me sentindo importante" ^^

Quando comecei a ler até achei que fosse o 1º espisódio da comédia! :D

Vou referenciar lá, junto com o selo. Wow :D

Abração!! :D