terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sacerdotes da burguesia



Tanto os padres da Igreja Ortodoxa quanto os padres da Igreja Romana em sua maioria apoiavam e apóiam a pena de morte. Quando a pena de morte estava espalhada por todos os países sifilizados, digo civilizados, os padres sempre levavam o "conforto", a "consolação" e a possibilidade de ser "perdoado" in extremis. Um padre que é conivente com um sistema que suprime vidas, seja por motivos políticos, econômicos e sociais não serve a Deus, nem a Cristo, mas ao capital donde recebe seus proventos.



Se um dia eu for condenado à morte, a última coisa que eu vou querer ver na minha frente é um padre vendido tentando me convencer de que eu errei e/ou de que sou um subversivo ou um desajustado. Porque na verdade, um padre que faz esse jogo sujo não é nada misericordioso, nem santo nem justo. É um lobo em pele de cordeiro. Ao convencer uma pessoa de seus erros, na verdade o padre está afirmando que o sistema está certo e que o sistema tem direito de matar o indivíduo.



Um padre que vai tentar converter um pecador endurecido, é na verdade um traidor. Muito mais traidor que Judas Iscariotes, pois se usa da cruz e da morte de Jesus para fazer o jogo da burguesia.

Esses padres de merda meia pataca cospem no Evangelho daquele que disse: "Quem não tem pecados que atire a primeira pedra". Já não se pode dizer que homens com longos vestidos negros, com faixa na cintura e barrete na cabeça, com o breviário nas mãos sejam cristãos. São parasitas, interesseiros, atores de quinta categoria. Com isso não quero dizer que não hajam bons sacerdotes por esse mundo afora, por isso não generalizei, não escrevi: todos.

Padre Manuel Bernardes tinha razão de sobra quando escreveu: "Nos primeiros tempos os cálices eram de paus e os padres de ouro; hoje os cálices são de ouro e os padres são de pau".

São João Crisóstomo por exemplo tinha um inimigo Eutrópio, um homem da corte e poderoso, Eutrópio fez o quanto pôde para prejudicar o eminente arcebispo de Constantinopla, passado algum tempo Eutrópio caiu na desgraça e foi condenado à morte e foi se esconder na Igreja, no altar. Quando os soldados quiseram-no agarrar S. João Crisóstomo o defendeu, dizendo que o altar era lugar de asilo. E graças ao santo bispo ninguém ousou tocar no eunuco Eutrópio. O piedoso patriarca aconselhou Eutrópio a não sair dali, enquanto os ânimos estivessem exaltados. Mas Eutrópio não ouviu os conselhos de quem lhe queria bem e fugiu e nessa fuga foi capturado e executado. Quanta diferença entre um padre que serve ao sistema e um que desafia ao sistema! Por essas e outras S. João Crisóstomo morreu no exílio. Remeto os caros leitores a um texto de Charlie Chaplin compilado pelo professor Domingos, clique aqui e será direcionado ao blog Humanitas. O texto que escrevi aqui foi inspirado naquele.

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