terça-feira, 22 de setembro de 2015

Vidas paralelas: Maomé e Lutero

Admirador não só confesso mas fanático dos clássicos, ocorreu-me plagiar ou melhor imitar umas das mais brilhantes composições do divino Plutarco, as 'Vidas paralelas'.

Bizarro é o mundo das religiões. Terreno em que as mais nobres e elevadas vozes tem sido violentamente silenciadas. Assim Sócrates, assim Jesus Cristo... e em que homens cheios de toda vulgaridade e grosseria tem atraído multidões.

Observemos atentamente este nicho. Que constatamos? Que os pregoeiros da justiça, do amor e da paz tem sigo forçados a ingerir cicuta ou pendurados em cruzes. Já os pregoeiros da violência, do assassinato, da mentira, etc tem morrido na paz de seus leitos cercados por hordas de fanáticos.

Não sou adversário da religião como o Dr Dawkins ou o sr Sam Harris. O que não me impede de encarar criticamente a religiosidade humana.

Tampouco compactuo como aqueles que declaram todas as religiões igualmente boas. Não, não podem ser bons os fundamentalismos e os sistemas religiosos que alimentam-nos. Não pode ser bom o fanatismo, tampouco os credos que dele tiram proveito. Não podem ser bom os preconceitos, menos ainda a espiritualidade que lhes dá suporte ou serve de substrato.

A religião deve ser julgada como qualquer outra instituição, tomando por partida a dignidade do homem e a promoção humana. Generalizações devem sempre se evitadas, tanto no sentido de que todas sejam igualmente perniciosas, quanto no sentido de que sejam todas sejam igualmente más.

O estudo criterioso da História testifica que algumas são boas e outras más; umas melhores outras piores, umas mais e outras menos civilizadas, umas mais e outras menos primitivas.

Educado num lar demasiadamente religioso, tive desde cedo contato com pessoas fanáticas.

Mais tarde tive a felicidade de separar-me delas e de rompem com o sistema supersticioso em que havia sido criado, o pentecostalismo.

Do que tirei e tenho tirado imenso proveito.

Desde que passei ao papismo ainda jovem e travei contato com o Catolicismo Ortodoxo e o Espiritismo constatei que cada sistema religioso parece possuir um gráu de consciência diferenciado ou um nível de contato distinto com o que chamamos de ética. Algumas fés tem um sentido mais fino, outras menos...

Posteriormente dediquei-me a estudar, exaustivamente por sinal, as origens do protestantismo e do pentecostalismo, e enfim algumas generalidades essenciais sobre o islamismo que julgo essenciais. De pronto, pude perceber a existência de um ponto comum entre ambos os sistemas: a visão a respeito do livro. Protestantes (calvinistas ortodoxos, batistas e pentecostais) e muçulmanos encaram do mesmo modo e maneira (mágico-fetichista) a 'Bíblia' e o 'Corão', os quais para uns e outros equivalem a palavra infalível e inquestionável de deus!

Continuei a estudar. Tanto as figuras dos principais reformadores (especialmente Martinho Lutero) quanto a de Maomé. Foi um estudo bastante profícuo de que resultou este artigo. Surpreendentemente as figuras do profeta alemão e do profeta árabe são bastante parecidas. Abundam os traços comuns entre Maomé e Lutero embora estejam separados um do outro pelo lapso de novecentos anos e tenham vivido em contextos sociais bastante diferenciados.

A respeito da epilepsia do fundador do islã não pode prevalecer dúvida alguma, apenas os cegos e fanáticos ousam repudia-la. Basta no entanto tomar o Sahi ortodoxo de Bukhari e ler as bizarras descrições nele contidas: Quando Maomé entrava em contato com o emissário de alla, Gabril, primeiro ouvia o barulho de campainhas (típico de um epileptico), em seguida sentia o cheiro característico de laranja azeda (iden), para posteriormente cair tremendo e babando por terra, instante em que era coberto com um pano por seus seguidores. E quando voltava a si dizia ter ouvido e visto isto ou aquilo...

Lutero da mesma maneira dizia ouvir um zumbido, que se parecia com uma catarata. Após o que, segundo Osborn, seguiam-se as visões.

Maomé sancionou a taqiyya ou dissimulação. Ao contrário do Cristianismo primitivo segundo qual jamais é lícito renunciar aquilo que se crê, mesmo sob ameaça de morte, o islã permite que em caso de perigo o muçulmano possa negar suas crenças com a boca e guarda-las no coração. No entanto se eu penso ou creio de um modo e manifesto-me de outro, minto.

Autorizar uma falsa conversão é e será sempre autorizar a mentira. A mentira no entanto equivale a um mal, não podendo ser, em hipótese alguma autorizada pelo Deus Santo e Bom.

Lutero foi pelo mesmo caminho.

Declarando que era perfeitamente lícito pregar uma boa mentira em favor da igreja (leia-se da igreja luterana).

O papa romano Leão XIII no entanto, disse aos Católicos, que se abstivessem de mentir e de ocultar porque a igreja não precisava de suas mentiras nem temia a verdade dos fatos. O que, para mim, demonstra a alta moralidade da igreja papista, ao menos, da antiga.

Maomé como todos sabem autorizou a imposição da fé por meio da violência, determinando que os incrédulos fossem exterminados caso restringissem o anúncio do Islã. Isto ao ponto da guerra religiosa ou santa contra os infiéis, i é, a jihad, ser considerada como um dos pilares da religião.

Muito Cristão mal informado há que ousa impugnar o benefício das cruzadas.

No entanto se não fossem as malsinadas cruzadas, o islã já teria se espalhado por toda a Europa e varrido o Cristianismo da face da terra. Teríamos consequentemente um califado em Moscou, um em Berlim, outro em Paris, outro em Roma, mais outro em Londres, um em Madrid, outro em Lisboa e a sharia governando do Volga ao Atlântico.

Prevalece entre muitos a ideia absurda de que os Católicos é que atacaram os pacíficos muçulmanos, quando na verdade empreenderam uma guerra justa ou uma guerra defensiva. O islã é que desde Moutah (632) a Tours (732) agrediu e atacou sem quartel a Cristandade, conquistando sucessivamente as cidades de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Cartago, Emérita Augusta e Évora, dentre outras. E não contente em atacar furiosamente as populações cristãs indefesas, estendeu sua espada para o Oriente e conquistou o Império dos persas em Qadissiyya em 636 até ser contido pelo Imperador chinês em Talas 758!

Quando o cristão é agredido por seus familiares ou vizinhos não deve exercer vingança e estar sempre disposto a conceder-lhe o perdão (desde que deem mostrar sinceras de arrependimento!). Agora quando a comunidade Cristã é atacada pelos arrogantes e opressores, deve exercer defesa e resistir-lhes. Neste caso a guerra não é apenas justa, mas necessária e abençoada pelos céus. Não é o pacifismo absoluto norma e regra de caráter político ou social mas preceito de caráter pessoal.

Outro era o caso dos mártires nossos ancestrais face a sociedade que era pagã. Não sendo honorável para a instituição Cristã reagir e rebelar-se contra o poder imperial. Convinha que a verdadeira fé suplantasse pacificamente o poder imperial. O que de modo algum teria sico possível sem o apoio dos céus. Donde o Cristianismo avançou morrendo, por meio do verdadeiro martírio, enquanto o islã sempre avançou matando e manteve-se pelo terror, por meio de sua inquisição, a Murtad e pela negação total de direitos, i é, a afirmação da desigualdade. E se algum muçulmano discorda do que digo vá discutir com o Xeque Omar Bakri!

Já no ano 1000 o Califa Al Hakim decretou a conversão forçada de todos os Ortodoxos coptas do Egito e a demolição do Santo Sepulcro. Esses infelizes coptas é que, ignorando a verdadeira natureza do islã, haviam aberto as portas de Alexandria aos muçulmanos, cuidando serem eles uns libertadores. Agora, passados 1300 anos são caçados como animais selvagens pelas ruas do Cairo e tem suas igrejas frequentemente depredadas!

Cerca de 1100 as vésperas das cruzadas principiaram os turcos a instalar-se nos domínios do Império Bizantino, que era uma espécie de estado tampão, situado na Ásia Menor. Foi diante deste perigo que os Cruzados precipitaram-se sobre a Palestina, contendo a fúria do islã por cerca de uns 200 anos. Até que o fanático Tamerlão fez sua aparição fez reverter o quadro mais uma vez. Destarte tendo o islã se consolidado na Turquia, passou no final do século XV a Grécia, submetendo ao terro a população inocente. E dali passou ao sudeste europeu, chegando as fronteiras da Aústria no século XVI, e escravizando os povos conquistados em nome da sharia.

Até que chegamos a 1578, ano em que o grande sultão dos turcos, dando seguimento da guerra continua ou jihad contra a Europa, juntou considerável número de navios com o objetivo de desembarcar na Itália e aumentar seus domínios. Os protestantes, cujos líderes haviam recebido dinheiro dos infiéis, ficaram de braços cruzados aguardando a destruição do papado. Os papistas no entanto congregaram uma frota e destruíram a dos sarracenos em Lepanto. Graças a esta vitória foi a islamização da infeliz Europa postergada em quatrocentos anos!

Desde então, até meados do século passado sossegou o islã devido aos progressos tecnológicos do Ocidente no que diz respeito a armas e munições. Enquanto contavam apenas com suas lanças, espadas e arcos, face a nossas armas de fogo, o Ocidente conheceu um pouco de paz. No entanto assim que tomaram posse desta tecnologia e armaram-se com metralhadoras e bombas, principiaram sua jihad ou guerra continua contra os infiéis. Que é um preceito de sua religião.

Os ocidentais, adormecidos num vil comodismo é que perderam a noção do perigo. Muito bem conhecido de nossos ancestrais.

Lutero e os reformadores da mesma maneira que Maomé, não exitaram em empreender uma reforma violenta, erguendo a espada contra o papa, os bispos, os padres e os monges. Quando como Cristãos deviam ter escolhido o caminho da paz e do martírio, uma vez que não formavam sociedade, mas opunham-se aos sentimentos predominantes. Utilizaram-se no entanto do poder político ou secular, dando inicio a primeira revolução moderna. Cujos métodos truculentos foram mais tarde adotados por Jacobinos, Comunistas, Fascistas e Nazistas.

Embalde os pastores, paladinos do reacionarismo, condenam as Revoluções uma vez que seus reformadores deram exemplo aos futuros revolucionários, ensinando-os a tudo resolver por meio da força bruta. De fato a reforma jamais encarnou a lógica pacífica e prudente do Evangelho. Não soube ser e não foi moderada. E nisto imitou os acessos de fúria do islã e do judaísmo antigo.

Maomé sancionou a poligamia árabe, concedendo-lhe estatuto de sacralidade. Nisto obedeceu a lei da natureza comum aos povos nômades. Já Lutero veio a luz numa Sociedade monogâmica. Face aos 'imperativos' do Gênesis (!!!???) no entanto chegou a conclusão de que a poligamia não podia ser condenada. Foi o ponto de partida para que os anabatistas chefiados por João de Leyden tomassem diversas esposas! Posteriormente Buccer, com Melanchton e Lutero abençoaram secretamente a bigamia de Felipe Landgrave de Hesse, tendo em vista 'evitar sua apostasia' ou seja seu retorno ao papismo!

Neste momento mais uma vez o protestantismo aproximou-se do islã por obra e graça do antigo testamento.

Após cinco séculos a destruição das representações por meio dos calvinistas e anabatistas fanáticos ainda são aplaudidas pelos líderes muçulmanos. Isento de símbolos como declarou o Pr Malafaia, o protestantismo nem de longe incomoda os muçulmanos. Socialmente inexistente e irrelevante o platonismo cristão dos reformados parece não atrair a cólera dos maometanos como os Catolicismos.

De fato os muçulmanos não suportam a simples visão da cruz ou o repicar festivo dos sinos. Como não toleram nossas procissões solenes.

Com os unitários converte-se o protestantismo em ante sala ou ante câmara do judaísmo e do islã na medida em que nega a divindade de Cristo e o mistério da Encarnação. Admitindo que o deus celestial e invisível não tem parceiros ou seja personalidades distintas, e que jamais poderia ter assumindo uma natureza humana. Para os unitários, cristadelfos, jeovistas, etc Cristo não passa dum emissário ou profeta, duma criatura produzida, dum homem igual a todos os outros... tal e qual é apresentando pelo Corão de Maomé.

Tais as monstruosidades extraídas da Bíblia por meio do livre examinismo.

Diante de tudo isto não posso compreender os melindres dos protestantes quando declaramos que o sistema a que pertencem com seu iconoclasmo, sábados, unitarismo, predestinação, etc facilita tanto a judaização quanto a islamização do Cristianismo após ter já facilitado a afirmação da incredulidade, do materialismo e do ateísmo, e ter alimentando os monstros do capitalismo, fascismo e nazismo. Todos os monstros e fantasmas que ora ameaçam a civilização européia ou semi cristã (jamais tornou-se plenamente cristã) foram evocados pelo monge alemão e retirado de vossas Bíblia segundo a praxe do livre exame.

Outra convergência de opinião entre Maomé e Lutero diz respeito a condição da mulher. Partilhando ambos do mesmo machismo.

Maomé é certo, proibiu categoricamente seus seguidores de surrarem suas esposas após terem feito sexo com elas. Coisa que talvez fosse posta em prática pelos pagãos de seu tempo. Lamentavelmente o mesmo Maomé negou as mulheres o direito de não satisfazerem os desejos de seus maridos, permitindo que fosse espancadas e reduzidas por meio da violência ou seja estupradas!

Acaso o próprio Maomé não se deitou com a infeliz Safiyah após ter mandado torturar e matar seu esposo Kinana, senhor do Castelo de Khaidar???

Já Lutero declarou que era vocação da mulher conceber, parir e educar os filhos; agora se estourava como uma vaca e morria, sua alma era salva porque era mãe!

Eram ambos matadores.

Assim Maomé que com a espada em punho, surpreende (gazwah) os infelizes judeus de Khaidar tirando as vidas de diversos deles quando estavam ainda desarmados.

Sem falar nos demais judeus que havia mandado decapitar...

Dos politeístas imolados em Uhud e Badr

E dos diversos críticos cujos assassinatos inspirara por meio de palavras insidiosas.

Direta ou indiretamente o profeta dos agarenos sujou suas mãos com sangue humano de inocentes!

Assim o profeta dos Alemães, ao proclamar em seu panfleto, uma guerra de extermínio contra os camponeses rebelados.

É que os tolinhos pensavam que Lutero iria promover uma verdadeira reforma atinente aos costumes e reformar as estruturas sociais ao invés de buscar reformar apenas a fé.

Ignoravam eles que quanto a este mundo ou a sociedade era Lutero ainda mais conservador do que o Papa romano.

Para Lutero como o jumento, o bom povo devia ser comandado por meio de pancadas.

Admirador fanático do apóstolo Paulo, Lutero também cuidava que os potentados deste mundo haviam sido constituídos pelo próprio deus e que eram uma espécie de oficiais ou representantes seus.

Quanto aos que recusavam-se a conformar-se com a ordem estabelecida, Lutero classificava-os como cães, corvos, porcos, possessos, etc

Segundo conselho seu os senhores saíram ao campo de batalha, perecendo no mínimo trinta mil miseráveis campônios.

Acusado como vil traidor Lutero justificou-se com as seguintes palavras:

“Eu Martinho Lutero, durante a rebelião matei todos os camponeses, porque fui eu quem ordenou que eles fossem mortos. Todo o sangue deles está sobre a minha cabeça.  Mas eu o ponho todo sobre Deus Nosso Senhor; pois foi ele quem assim me mandou falar." (Tischreden, Erlangen ed. Vol. 59, p. 284).

Maomé sancionou o expediente da conversão forçada. Não deve pairar dúvida alguma a respeito:

Maomé] disse: "Aí de ti, Abu Sufyan, será que não chegou a hora de reconheceres que eu sou o apóstolo de Alá?" Ele (Abu Sufyan) respondeu: "Quanto a isso, ainda tenho algumas dúvidas." Eu (o narrador) disse-lhe: "Submete-te e testifica que não há deus sem ser Alá e que Maomé é o apóstolo de Alá antes que percas a tua cabeça," e assim fez ele. ibn Ishaq 814


"O apóstolo enviou Khalid bin Walid . . . rumo à tribo Banu al-Harith e ordenou que ele os convidasse a abraçar o islão três dias antes de os atacar. Se eles aceitassem, então ele [Khalid] aceitaria isso da parte deles; mas se eles se recusassem, ele tinha que os combater." Ibn Ishaq 959
Chegou inclusive a capturar a mulher a os filhos dum homem como forma de usá-los a levar um homem a aceitar o islão:

"O apóstolo disse-lhes para dizer a Malik que se ele viesse até ele como um muçulmano, ele teria de volta a sua família e as suas propriedades, e ele [Maomé] lhe daria cem camelos." Ibn Ishaq 879

Lutero, a que muitos apresentam como paladino da liberdade de consciência também aprovou o recurso a conversão forçada:
Escreveu ao Eleitor de Saxônia, a 9 de fevereiro de 1526, dizendo que não permitisse outra doutrina senão a sua. “Num lugar”, disse ele, “só deve haver uma única espécie de sermão”. E exigiu que, se alguém não desistisse de pregar doutrina diferente, "As autoridades entregarão tal sujeito ao mestre conveniente, o Mestre Executor” (Erlangen, vol. 39, pp. 250-254). O historiador protestante Wappler, falando da perseguição aos Anabatistas, acentua que “Lutero aprovou a pena de morte infligida pela exclusiva razão de heresia”(Die Stellung, Kurschsens, p. 125)


Por fim morreram ambos sem definir sucessão.

Disto resultou fragmentarem-se os luteranos em Amsdorfianos, Melanchtonianos e substancialistas da mesma maneira como os muçulmanos, após a morte de Maomé haviam se dividido em cariijitas, alidas ou imamitas (xiitas) e sunitas.

Posteriormente passaram ambos a serem cultuados por seus seguidores: Maomé em Madinat e Lutero na sua querida Wittemberga onde até mesmo a árvore sob a qual costumava sentar-se passou a ser objeto de culto supersticioso.





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