quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Os mitos da islamofobia, da cristofobia (crentofobia) e a Catolicofobia I I

A catolicofobia


Foi apenas quando cheguei a casa dos dez anos - precisamente na metade dos anos 80 - que vim a conhecer a igreja romana ou como se diz por aqui 'católica'. Muito mais tarde é que vim conhecer os outros catolicismos: a igreja anglicana e a Ortodoxia.

Portanto desde 1984 pude observar discretamente o comportamento dos papistas, embora ignorasse por completo como funcionava a religião deles. Como bom protestante no entanto e interessado por questões de ordem religiosa, sabia quem de nossas relações ia e não ia missa.

Cinco anos depois, quando cheguei aos 15 (para dezesseis), perdi a fé em Cristo, o qual passeia a odiar profundamente. Isto graças as tonteiras do pentecostalismo! Aos dezesseis para os dezessete anos (1991/92) passei pela mesma experiência que Afonso de Ratisbonna e Paul Claudel: ao entrar pela segunda vez na igreja Matriz de minha terra, entrei deísta, odiando a Jesus Cristo e sai papista!

Como já narrei pormenorizadamente a narrativa de minha conversão ao papismo em minhas obras de polêmica contra os protestantes fundamentalistas. Paro por aqui.

Sucede que alguns anos antes de minha conversão ao papismo, cursando o então oitavo ano e depois o E Médio em 90/91 tive ocasião de ouvir, por parte de meus professores de História - Tive uma profa protestante, uma liberal e um profo Marxista  - autênticos sermões ou Filipicas, bastante agressivas contra a igreja romana. Havia ali gente que ia a missa regularmente, gente de cursava a perseverança, membros de famílias devotadas a igreja... sabia que parte de meus colegas não apreciava o que ouvia, no entanto jamais vi qualquer um deles exasperar-se insultar os professores, denuncia-los a direção (como pretendem fazer os criacionistas de hoje ou faria um muçulmano qualquer!)!

Jamais vi os romanistas em quaisquer circunstâncias cunharem o termo catolicofobia, o qual julgo no entanto são seria apenas oportuno, mas justo; porque os ataques eram fortuitos e cerrados; servindo alias para alimentar meu ódio a igreja de Roma.

Havia apenas um rapaz, extraordinariamente culto, de outra classe e escola, que segundo diziam ousava responder educadamente a tais acusações. O qual após minha conversão tornou-se meu melhor amigo.

Jamais este moço ousou negar as acusações que eram pertinentes, buscando apenas aprofundar o assunto (apontando para a existência do mesmo fanatismo e da mesma inquisição nas seitas protestantes e para o caráter violento e feroz dos reformadores) sem no entanto jamais ousar erguer a voz, ameaçar, maldizer, achincalhar ou agredir como é próprios dos fanáticos de hoje!

Noutros liceus havia romanistas fervorosos aos quais com toda razão incomodavam aquelas pregações anti 'católicas', aquele clima de hostilidade e ódio, etc Alguns dos quais mostravam louvável zelo pela verdade dos fatos e paixão pela justiça a ponto de replicar aos professores com exaltação! Nenhum destes porém ousou denunciar seus mestres, insulta-los ou ameaça-los como sói neste nossos tempos de 'luzes'...

Posteriormente dei com a descrição de tais tipos no Pe Liberato de Griez (Catholicismo e protestantismo 1935) p 04:

"Nós Catolicos temos... caridade, delicadeza e educação. NÃO INCOMODAMOS A NINGUÉM POR MOTIVOS DE CRENÇA, E FICARÍAMOS SATISFEITOS SE OS OUTROS NOS DEIXASSEM EM PAZ.

Os hereges, pelo contrário, são atrevidos e petulantes somo sempre foram e a ninguém deixam em paz. Discutem sempre e em toda parte, chegando mesmo a intimidade do lar e santuário da família, sem sombra de caridade, delicadeza ou educação. Apreciam sobremodo atacar a fé e religião alheias..."
 

Foi o que pude observar antes de tudo no protestantismo materno com sua eterna mania de abordar e discutir assuntos de natureza religiosa com o maior atrevimento e posteriormente na delicadeza da maior parte dos papistas, anglicanos, ortodoxos e espiritas que buscam viver suas crenças, sem, via de regra incomodar os outros.

Não estou negando aqui a existência de fanáticos em tais grupos.

Fanáticos por sinal existem em todas as instituições humanas: times de futebol, partidos políticos, escolas carnavalescas, etc

No entanto em algumas há mais e noutras menos. Numa muito mais e noutras bem menos.

É comparar os catolicismos com o protestantismo, o espiritismo com o islamismo, o budismo e o zoroastrismo com hinduísmo ou sikismo.

Algumas religiões alimentam mais o fanatismo enquanto outras buscam conte-lo até certo ponto.

De minha parte como poderia deixar de ser atraído pela delicadeza religiosa dos católicos e espíritas, que os protestantes, islâmicos e outros fanáticos e obscurantistas desonestos buscam apresentar como falta de fé (COMO SE A FÉ FOSSE NECESSARIAMENTE FANÁTICA - neste cado deveríamos abandona-la por completo como dizem os materialistas e ateus partidários desta tese).

Por experiência posso dizer que católicos e espiritas tem tanta fé quanto seus adversários religiosos. A diferença aqui é que católicos e espiritas insistem igualmente na Ética ou no amor ao próximo e consequentemente na tolerância, no convívio fraterno, na paz, etc Repugna a tais pessoas, e com absoluta razão, interrogar os outros sobre suas crenças, imiscuir-se no domínio das opiniões religiosas alheias, abordar assuntos de natureza religiosa sem um pingo de delicadeza, dirigir-se a deus berrando para que os vizinhos sejam informados sobre sua fé, sair catequizando o mundo afora a força de gritos... pelo simples fato de não serem intrometidas e grosseiras até a mais baixa vulgaridade, mas educadas.

Não quero com isto cair no extremo oposto dizer que religião não se discute. Pode e deve a religião ser discutida polidamente entre os iguais, isto é entre as pessoas nobres, equilibradas e instruídas. Desde que no entanto haja intimidade entre elas. Não é religião assunto vulgar a ser abordado com estranhos no meio da rua! A discussão de assuntos de tão elevada natureza exige a existência de sólidos vínculos. Coisa que um fanático, tarado ou compulsivo não pode compreender!

Particularmente, sinto-me mortificado sempre que algum desconhecido, após alguns instantes de prosa, imbrica pela seara da fé ou da religião. Intuitivamente percebo estar diante de mais um sectário com o qual, infelizmente, não é possível criar qualquer vínculo mais estreito e. diante disto, busco desconversar polidamente. Todavia caso não seja possível, digo em algo e bom som que tenho em conta de mal educadas e grosseiras as pessoas intrometidas que gostam de muito saber a respeito da vida alheia. E, se tal não for suficiente, recorro a um curto e grosso 'Passar bem', dou de costas e saio andando.... deixando o troglodita falando sozinho!

Simplesmente não dou a mínima atenção a esses profetas mal educados da modernidade.

Sei dialogar muito bem a respeito da fé, mas não a moda das lavadeiras... que apreciam descrever minuciosamente a roupa suja alheia. Uma discussão improdutiva em termos de roupa suja não me interessa. Debates com fanáticos que só sabem perceber os defeitos do sistema rival não me interessa nem um pouco.

Debater com protestantes e muçulmanos é mais o menos assim...

Atacam a não poder mais a igreja do papa...

Descrevem pormenorizadamente a inquisição; com seu sabido cortejo de horrores, tem o nome do Torquemada na ponta da lingua, apreciam discorrer sobre caso Galileu, etc

E caso os deixemos falar, haja corda!!!

No entanto assim que abrimos a boca com o intuito de refrescar-lhes as memórias e trazemos a baila: o assassinado dos camponeses por Lutero, a execução de Servet por ordem de Calvino em Genebra, os distúrbios causados pelos huguenotes na França, a condenação de Servet pelo próprio Lutero, o caso das Bruxas de Salém, a História do forceps, o caso Scopes, etc ou em se tratando dos muçulmanos os genocídios armênio, assírio e siríaco de 14; os feitos sangrentos de Tamerlão, a fúria de Al Hakim contra os cristãos coptas, o assassinato de Umm Qirfa e Asma Marwad, a conversão forçada de Abu Sufyan, o caso de Safiya, a execução dos 900 judeus, o ISIS, o BOKO HARAM, o TALIBAN, a murtad, a Djzia, o machismo, o escravismo, etc NOSSOS CONTRADITORES TAPAM OS OUVIDOS E PÕEM-SE A BERRAR:

ISLAMOFOBIA - CRISTOFOBIA!!!

Como papagaios ou vitrolas quebradas!


Quer dizer que atacar a igreja romana pode, bem como o anglicanismo e a Ortodoxia. Meter o pau nessas três confissões é digno, justo, bonito! Agora quando os católicos, espíritas ou incrédulos fazem os fundamentalistas beberem do mesmo veneno, expondo publicamente as malignidades perpetradas pelos sistemas a que pertencem, fazem-se logo de vítimas inocentes insidiosamente perseguidas! Oh coitados, criticar os outros eles sabem e com fúria, agora receber a crítica mais leve, transtorna-os!!!

Não entendo essa lógica dos Catolicismos poderem ser criticados livre e as vezes até injustamente e do protestantismo ou do islã serem tabus!

Alguém compreende?

Podem os protestantes e islâmicos se abster de agredir e atacar nossa fé ou a fé alheia?

Não!

Então com que petulância infernal se queixam quando seus sistemas são atacados???

Quantas vezes não tive de ouvir dos protestantes e ja estou a ouvir dos muçulmanos:

Agora o amigo passou dos limites!

Ah???

O que???

Não entendi!

Mas que é que me põe ou dá limites???

Com sua licença sr pastor, sr xeque, mas os srs não me impõem limite.

Vivemos, é sempre bom lembrar, numa sociedade democrática pautada no princípio da igualdade.

Assim o que é permitido aos srs também a mim me é permitido, e se os srs são tão hábeis em criticas as crenças alheias, bem vai que recebam lá uma criticazinhas!

Ah os srs se sentem ofendidos por criticar-mos o Corão ou o Antigo Testamento ou os escritos de Paulo???

Podem chorar a vontade ou até criar um muro das lamentações só para vocês: um protestante e um islâmico!

Limites quem me impõem sou eu mesmo e não lhes devo, felizmente, satisfação alguma.

Se alguém é pastor, xeque ou fanático, não existe para mim.

No entanto eu não preciso como vocês escudar-me por trás de magníficas frases de efeito como 'islamofobia' ou 'cristofobia' que é coisa de gente desonesta e incapaz. Vanglorio-me de ter estudado minuciosamente a História do protestantismo e estar fazendo o mesmo com a História do Islã. Pesquisados recorro as fontes buscando por a luz o que os srs ocultam!

Não preciso recorrer a mentira, ao engano e sequer as meias verdades ou verdades distorcidas como os srs! A igreja romana teve uma inquisição?

Sim teve!

Num determinado momento de sua existência passou a ceifar vidas humanas?

Lamentavelmente!

Em dado momento de sua história apostatou de seus ideais?

Sim!

Agora que proveito podem tirar de tais aduções islamismo e protestantismo????


NENHUM!!!

 E por que???

Porque o protestantismo, com Lutero matador de camponeses e anabatistas, já nasceu matando, já nasceu assassino, ja nasceu carniceiro! E fez carreira na inquisição, do que temos exemplo na morte de Servet...

Porque o islamismo não só nasceu matando - mencionarei apenas o poeta Ibn Afak - como mata e sustenta a doutrina do assassinato até nossos dias. O islã censurar a igreja romana por ter exercido violência no passado seria como Hitler acusando o Al Capone por assassinato!!!

A igreja romana só começo a executar os heréticos a partir do século XIII. Durante mais de mil anos abstivera-se de assassinar, embora o meio fosse extremamente violento após o século V! Protestantismo e islã teem seus berços encharcados em sangue humano!

Cristo não foi assassino! Pedro, primeiro Bispo de Roma, não foi assassino! Gregório, o grande não foi assassino! Maomé foi assassino e torturador - mandou torturar ibn Kynana - e Lutero matador confesso de 30.000 camponeses, sem contar os infelizes anabatistas cuja morte revindicou!

Então a que título sentem-se melindrados esses hipócritas!

Protestantes e muçulmanos não tem pingo de moral para tecer críticas a igreja romana!

Como não tem o sujo pingo de moral para censurar o mal lavado!

Como os fariseus não tinham pingo de moral para denunciar a Madalena!

Como aquele que tem uma trave no olho não é dado soprar cisco em olho alheio!

Que os ateus e materialistas o façam, lá vai...

Que protestantes e muçulmanos descarados ousem faze-lo é o cumulo da patifaria!

Nem por isso acredito que os Cristãos episcopais haverão de berrar: cristofobia!

Não precisam! Tem os fatos a seu favor!

Que gritem: À História!

E ponham os fatos a luz!

Posso ter desertado da igreja romana. Porém jamais cessei de amar a justiça e a equidade!

Assim, se tiver de defende-la contra seus acusadores hipócritas defende-la-ei e sequer precisaria de fé em Cristo ou de ter diante dos olhos a certeza da existência de Deus para faze-lo! Basta-me a voz da consciência e o sentido da ética.

Posso talvez no fundo ter desesperado quanto ao espírito Católico e ser pessimista quanto o futuro da Europa, do Brasil e da humanidade em geral. Agora quem desesperou do espírito do Catolicismo desesperou de tudo e não pode encarar senão como o cúmulo do absurdo a crença segundo a qual espírito do pentecostalismo ou o espírito do islamismo, fariam melhor do que ele pelo gênero humano!!! Não importa tomo por consolo a Filosofia de Aristóteles associada ao ideal ético de Platão! Agora que lá no fundo, bem no fundo, torço por uma revanche católica, ah isto torço! Para qualquer pessoa culta e emancipada seria melhor viver numa sociedade inspirada nos princípíos do Catolicismo do que numa sociedade pentecostal, regira pela Torá de Moisés, ou numa sociedade sunita regida pela sharia.

Tendo estudado com afinco e atenção todos estes credos não poderia pensar doutra forma.



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