domingo, 20 de setembro de 2015

O ideal de Sociedade muçulmana e a Sociedade democrática

Não é este que vos escreve que define o islamismo como um sistema religioso incompatível com a democracia, a policracia e o ideal socialista, são os clérigos muçulmanos em sua totalidade.

De minha parte jamais vi qualquer clérigo muçulmano ortodoxo vir a público para tecer elogios a nossas instituições democráticas ou abençoa-las em nome de seu deus.

Nem poderia ele faze-lo sinceramente em nome de alla e do Corão.

Pelo simples fato do Corão sancionar um sistema totalitário ou teocrático denominado sharia.

Não pode um muçulmano devoto sequer sonhar com a ideia - essencialmente sacrílega - segundo a qual todo poder emana do povo, podendo o grupo social legislar a respeito de qualquer coisa. Para qualquer muçulmano instruído trata-se duma teoria absurda.

Afinal como poderia a Sociedade governar-se segundo a vontade de um ser limitado e falível uma vez que o deus perfeito manifestou sua vontade infalível nas páginas sagradas do Corão?

Como poderiam os homens decidir a respeito de qualquer coisa se tudo já foi previamente decidido por deus desde toda eternidade e como poderiam legislar sem rivalizar com ele?

Para o islã deus é o único legislador autorizado da face da terra e sua vontade, manifestada pelo Corão e cristalizada na sharia, destinada a regular as vidas de todos os seres humanos. Muçulmano algum pode deixar de encarar a sharia como válida para todos os tempos e todos os lugares. Trata-se duma lei veraz e universal que não admite crítica ou contestação.

Consequentemente todo aquele que nasce numa sociedade muçulmana sabe que de modo geral sua vida esta ao menos em parte determinada e que deverá adapta-la as exigências da Sharia, independentemente de sua vontade, gostos, desejos, aspirações, etc Ao nascer todo e qualquer muçulmano deve assumir ao menos em parte uma vida que não é sua mas que lhe é dada.

Jamais puderam os muçulmanos assimilar a ideia da divisão das esferas entre: celestial e terreno, sagrado e profano, transcendente e imanente, graça e natureza, fé e ciência, religião e política. Para eles é tudo uma coisa só obedecendo a uma hierarquia bastante simples: o celestial governa o terreno, o sagrado determina o profano, o transcendente guia o imanente, a graça santifica a natureza, a fé corrige a ciência e a política é posta a serviço da única religião.

Aqui só existe consciência ética, justiça, direitos, liberdades, etc nos termos decretados por alla e dispostos na sharia. Não é por acaso que islam é sinônimo de submissão!

Enfim esta fé não admite a existência de qualquer espaço neutro, autônomo, independente, que não seja controlado pela religião.

O islam é isto e para seus lideres a democracia não passa de um estado precário e provisório típico da jahiliyya ou ignorância religiosa.

Alguns ocidentais no entanto obstinam-se em apresentar o islam como uma religião de paz, amor e liberdade ou seja em idealizar o islã, quiçá com propósitos proselitistas. Mesmo alguns muçulmanos radicados no ocidente mostram-se dispostos a corroborar esta versão.

Quanto a estes ocidentais, pertencem certamente ao grupo majoritário daqueles que jamais folhearam o Corão ou os Sahis, e que portanto falam sem qualquer conhecimento de causa.

Ademais é bastante conhecido o vezo de alguns ateus e cristianófobos que se vangloriam de ignorar por completo a História e o conteúdo das religiões, de todas as religiões.

Trata-se duma posição bastante problemática. Posso até não crer, não ter qualquer necessidade espiritual, ser irreligioso ou mesmo ateu, todavia parte de meus concidadãos e da sociedade em que vivo continua tendo fé e só poderei compreender perfeitamente tais pessoas ou este tipo de sociedade se conhecer os elementos desta fé por que são influenciadas. Estudar a religiosidade humana torna-me apto para compreender melhor a maior parte das pessoas porque faz parte delas, introjetando valores independentemente da minha vontade.

Mesmo que tais religiões sejam demasiado primitivas e problemáticas como o islã ainda assim devo estuda-las como os pesquisadores estudam os principais tipos de enfermidade buscando uma cura ou como os médicos manipulam substâncias venenosas com o intuito de preparar algum antidoto.

Ignorar o perigo é de algum modo estar desprotegido, conhecer sua natureza é proteger-se.

As massas precisam ser imunizadas contra o pentecostalismo e o islã, e isto só será possível por meio da informação. A ignorância por outro lado, só sabe idealizar... imaginando um islã em sintonia com a paz, o amor e a liberdade. Este islã no entanto existe apenas nas cabelas vazias dos ocidentais que jamais estudaram religião ou que limitaram-se a estudar as mazelas do Cristianismo e particularmente da igreja romana, e que, como resultado disto só sabem repetir como papagaios: Inquisição, inquisição, inquisição...

Como se a sharia com sua Djazia, sua murtad e suas penas infamantes não fosse uma proposta de inquisição para o tempo presente.

Quanto a esses muçulmanos radicados no ocidente que esforçam-se por apresentar o islã como uma religião de paz, amor e liberdade não passam de uns oportunistas e seu único objetivo é atrair os incautos e islamiza-los. No fundo no fundo porém estão conscientes de que o islã não se conforma em ser uma fé, mas que se afirma como um modo de vida regular e bem definido. Outros não passam de hipócritas ou incoerentes por jamais terem levado o islã a sério ou professa-lo pela metade. Trata-se da gente que não deseja praticar a Jihad e que por consequência encontra-se na mira da murtad. No entanto sentem-se um tanto seguros por estarem aqui do outro lado do Mar Oceano. Numa Sociedade islâmica regida pela sharia e controlada pelos ulemás ou tomariam parte da Jihad ou seriam exterminados com os infiéis.

Tenho consciência também da existência de alguns encraves liberais no espaço do islã.

Tratam-se ou de culturas recém convertidas, onde o islã ainda não foi capaz de determinar uma cultura islâmica ou de culturas de fronteira influenciadas pelo aparelho educacional do Ocidente. Em tais culturas ou o sentido do islã ainda não foi suficientemente aprofundado ou foi ocultamente descartado. Melhor do que ninguém tais elementos sabem ser encarados como traidores pela Umma por não terem levado a fé as últimas consequências ou por terem encarado o islã como uma mera fé inspiradora a semelhança do judaismo ou Cristianismo ancestrais. O Islã no entanto sempre recusa-se a apresentar-se como mera fé, é antes de tudo uma lei e uma lei divina, uma lei incontestável.

Introduzir a democracia numa sociedade islâmica implica negar a soberania de alla e limitar a autoridade do Corão o que é sempre inconcebível para um muçulmano de verdade.

Numa Sociedade como estas não se pode decretar os direitos da mulher, revindica-los ou amplia-los porque o estatuto da mulher já esta perpetuamente definido na Sharia. Não se pode dar direitos ou garantias aos homossexuais porque já estão condenados a forca pela sharia. Não se pode conceder igualdade aos dissidentes ou infiéis por estar proibido pela sharia. Não se pode dar proteção a menor porque seu estatuto também já esta definido. Não se pode levar em conta as diferenças econômicas porque a sharia não faz caso delas. Não se pode ter cães porque a lei manda assassina-los. Não se pode abandonar o islam ou tecer criticas ao profeta porque é explicitamente proibido sob pena capital! Trata-se duma Sociedade estática que não conhece progresso ou evolução! Duma Sociedade atada nas faixas da lei islâmica como uma múmia, duma Sociedade mumificada.

Tal o sentido da sharia cujas pretensões são totais e absolutas!

Resta agora falar sobre a Umma que é o corpo ou órgão da sharia. Em certo sentido a sharia encarna-se na Umma constituindo seu coração ou sua alma. São legítimos membros da Umma apenas os que recebem e praticam os preceitos da Sharia. É a corporação visível dos bons muçulmanos que regulam suas vidas pela sunah ou os hadiths.

A Umma é um projeto fascista de civilização essencialmente unificador, monocultural e unificador.

Esta o ideal da Umma embasado, como o Corão, a sunah, os sahis e hadiths, na Sociedade árabe do século VII que é sua idade de ouro.

Como as tais leis divinas do islã foram promulgadas na Àrabia do século VII d C trazem em seu bojo um conteúdo cultural tipicamente árabe. A lingua árabe, por ter servido de base para a codificação do livro é encarada como sagrada! As ações e exemplos de Maomé, plasmados naquela cultura, são tidos todos como sagrados e dignos de imitação! Os mandamentos do islã, como a rejeição da carne de porco, a visita a Meca, a abstenção do consumo de vinho, etc são árabes! As instituicoes do islã como a poligamia, o machismo, o escravismo, etc são árabes! E o proposito do islã, impondo tais leis é arabizar o mundo e converter a Arabia em seu centro! Propósito caracterizadamente monocultural e fascista!!!







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