quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Encíclica Deus caritas est - Deus é Amor

Terminei de ler anteontem a carta encíclia do papa Bento XVI DEUS CARITAS EST e confesso que gostei, o estilo é muito agradável e o Sr. Ratzinger se revelou muito culto através desse escrito, compactuo com muitas de suas ideias. Entretanto sabemos que o papa diz na teoria é bem diferente na prática, caso contrário não moraria num palácio, nem viveria como um nababo. Mas Jesus disse: "Então falou Jesus às turbas e aos seus discípulos, dizendo: Sobre a cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Observai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem, mas não imiteis as suas ações, porque dizem e não fazem." (Mt.XXIII,1-3).



Não importa quem o disse mas o que foi dito, se o que o papa falou é bom, belo e verdadeiro então temos o dever de segui-lo.



Nessa carta encíclica o papa fala do Amor de Deus, do Eros e também do amor ágape, na primeira parte, na segunda parte, ele aborda as práticas da caridade e justiça social. A respeito da caridade, o papa demonstrou que os mosteiros do Egito sempre socorreram os pobres a ponto de as autoridades civis confiarem uma parte de trigo para que os mosteiros e igrejas distribuíssem entre os pobres.

Bento XVI também aborda a admiração de Juliano pela prática de caridade dos cristãos a quem o dito imperador chamava de "galileus". É pena que o cristianismo não mais suscite a admiração de seus adversários.

Me chamou a atenção que o papa dá uma certa razão a crítica marxista, bom sinal. Parece que Bento XVI entende de filosofia e sabe expor o seu pensamento bem diferente de seu predecessor, João Paulo II, de inglória memória. O mérito desta encíclica é que o papa soube distinguir com perfeição a caridade da justiça. Afirmando que cabe à Igreja a caridade e ao Estado a justiça. E mesmo que o Estado suprisse todas as injustiças, afirma o papa romano que ainda assim, a caridade teria o seu lugar, pois sempre haverá sofredores para confortar e aliviar e o homem mesmo não tendo necessidades materiais ainda assim teria necessidade do amor. Reitero que foi uma imensa satisfação ler esta encíclica. E quem quiser ler, sendo cristão ou não, terá bons momentos de prazer pela leitura de estilo agradável e de ideias ricas, ainda que discorde totalmente do papa. Desta vez tenho que dar o braço a dizer e confessar a verdade, a Carta Encíclica DEUS CARITAS EST é muito boa. Como dizia o bom e velho padre Vieira: "Justiça seja feita até ao demônio".

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Fernando poderias , se tiveres tempo, de discorrer críticas ao predecessor de Bento XVI : João Paulo II de "inglória memória" ?
Obrigado
Thiago Eduardo