segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Entrevista com o professor Domingos no SeeTv
O professor Domingos Pardal Braz, colaborador de "O Diário de Um Bobo da Corte", foi entrevistado no dia 24/08/09 no SeeTv uma web tevê. Eu estive presente no dia, foi muito bom. Quer conhecer um pouco da história de São Vicente? Assista a entrevista, não se arrependerá.
P.S.: O vídeo demora um pouquinho para abrir.
domingo, 30 de agosto de 2009
Documentário Sicko
Outro conversando via MSN com meu amigo Ravick, ele disse que gostou muito do vídeo que postei sobre a saúde em Cuba e disse que iria procurar numa locadora o documentário Sicko do cineasta Michael Moore. Está aí o documentário completo caro Ravick, espero que goste, esta postagem documentário é em sua homenagem, então sinta-se homenageado e abraçado.
O maior perigo para a "democracia" ianque
A História da quarta Internacional
Um ótimo documentário sobre a História da Quarta Internacional, história essa que mostra que Leon Trotsky é um legítimo herdeiro do marxismo-leninismo. O documentário mostra que Stálin acabou com o comunismo que é o governo do proletariado e substituiu-o pela burocracia, ou seja Stálin nem era marxista nem comunista, mas uma forma de socialismo fascista.
Faz-se mister lembrar que foi graças à Stálin que o mundo se viu livre do nazismo alemão.
Infelizmente partidos como o PCO e PSTU são sectaristas e altamente dogmáticos posto que criticam o regime cubano e o governo venezuelano que seguem o paradigma do governo stalinista.
Apesar de eu ser comunista e querer que a revolução surja de baixo para cima, da base para o topo, do povo para todos, não posso fazer beicinho e chorar como uma criança mimada e não reconhecer os benefícios que a Revolução de Cuba trouxe para o povo cubano.
O operário em construção
E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
– Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
VINÍCIUS DE MORAIS
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio
Ilha das Flores
Creio ser desnecessário comentar esse documentário. Só afirmo que vale a pena ser assistido.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
A história das coisas
A história das coisas em duas versões:
1) Dublada
2) Em inglês e legendado
A história das coisas um vídeo que fala de um modo bem didático acerca do capitalismo e de suas consequências. Uma ótima aula para operários e trabalhadores em geral sobre os males do capitalismo. São 21 minutos de investimento em cultura. Vale a pena gastá-los para assistir a este documentário.
Este blog acerta em cheio
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Racismo no Carrefour de Osasco
Homem negro, funcionário da USP e técnico em eletrônica foi identificado como bandido por um grupo de brutamontes (leia-se seguranças) que trabalhavam no Carrefour. Ele estava em seu carro, quando foi abordado por esses criminosos, sim, criminosos, pois racismo é crime e quem é racista é criminoso. Como eu estava dizendo, esses criminosos o abordaram quando ele estava em seu carro. Cinco criminosos e todos com armas de fogo apontado para ele.Um desses bandidos, gritou: "A casa caiu negão!". Januário (esse é o nome da vítima) foi levado pelos neo-nazistas para um quarto onde foi espancado por esses marginais que foram contratados para trabalhar no Carrefour.
Quer dizer então que negros não podem possuir bons carros? Que negro é sinônimo de marginal? Que podem ser chamados por apelidos ofensivos como negão? Se ele fosse um branco, loiro de olhos azuis e tivesse bem trajado poderia entrar em qualquer loja do Carrefour e anunciar um assalto, ninguém jamais suspeitaria de que ele seria um marginal.
Espero que esses nazistas sejam postos na prisão, pois esse é o lugar de gente xenófoba. Bom, nós que somos anti-racismo deveríamos fazer um boicote em solidariedade ao senhor Januário. Eu farei o meu boicote, este ano pretendo não comprar nada no Carrefour. O Carrefour deve selecionar melhor seus funcionários.
sábado, 22 de agosto de 2009
Michael Moore visita Cuba o país do mal
Michael Moore e alguns de seus compatriotas visitaram aquele "maléfico" país, que é Cuba. E lá constataram coisas desagradáveis, como por exemplo:
A saúde é gratuita e universal;
Que os remédios são baratíssimos;
Que a expectativa de vida é maior em Cuba do que nos EUA, entre outras coisas.
Os burgueses falidos do Orkut que adoram tagarelar sem conhecimento de causa, vivem a repetir seu tosco chavão: Comunistas Cuba os espera.
Para esses norte-americanos foi um choque saber que remédios que pagam cerca de 120 dólares nos EUA, em Cuba os mesmos remédios custam centavos. Ficaram chocados ao saber que Cuba envia gratuitamente seus médicos para países de terceiro mundo. Que apesar do embargo econômico imposto pelo Tio Sam (U.S), sua medicina é uma das melhores do mundo.
Mas Cuba é um país do "mal", não tem liberdade. Bom são os Estados Unidos onde se tem liberdade para morrer de fome e sem assistência do Estado. Capitalistas sem capital, Cuba me espera.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
De como a tevê fabrica papagaios
Não há salas de aulas nas quais entro que eu não ouça esses jargões novelescos: "Are Baba", "Mamadi", "é a treva", "Jesus me chicoteia", "Jesus apaga a luz" entre outros mais ridículos.
Isso só vem a demonstrar para que servem as novelas. Alienar as massas! A cada novela global, as massas ficam mais e mais emburrecidas. E aí a Rede Globo pode tripudiar em cima das mesmas vendendo seus "dogmas" televisivos.
O ingênuo telespectador pensa que as novelas servem para entretê-lo, que servem para passar o tempo, aliás tristes tempos estes que vivemos, tempos nos quais as pessoas querem ver o tempo passar sem aproveitá-lo de modo adequado. O telespctador acredita que as novelas servem para distraí-lo, quando na verdade servem para destruí-lo.
As novelas não apresentam nada, absolutamente nada que seja bom, belo ou verdadeiro. As novelas não tem preocupações sociais, nem históricas nem culturais. Constituem um lixo, mas um lixo que não serve sequer para ser reciclado ou utilizado como adubo intelectual.
A rede Globo com sua mediocridade sabe apenas fabricar papagaios que repetem incessantemente seus clichês. Essas pessoas nem pensam no significado de tais palavras e/ou expressões, nem se perguntam, apenas repetem porque acham chique, bacana, "da hora", etc...
Mas a Globo é esperta, ela sempre cria personagens estereotipados com seus bordões, para que as massas fiquem hipnotizadas e já não prestem tanto atenção na trama, mas nos bordões. A trama pode ser sem pé nem cabeça, mas se tiver esses jargões e se eles emplacarem, é o que importa.
Pode ser que o telespectador pense que a Globo lhe presta um serviço, mas na verdade é a Globo quem se serve dele (perdoem-me a cacofonia mas foi necessária). E na rede Globo sempre foi assim, pelo menos desde que me conheço por gente. Entra novela, sai novela nunca muda. Mudam-se os personagens, mudam-se os cenários, mudam-se os atores, mas o enredo é sempre o mesmo. Quem assistiu uma novela da Globo assistiu a todas. Da Globo pode-se fazer coro à Salomão: "Não há nada de novo sob o sol" (Ecl 1,9).
Muitas das pessoas que conheço dizem não ter tempo para ler, mas arrumam tempo, tempo de sobra para praticar sua "sacratíssima religião" que é assistir tevê. E aqui quero deixar claro que não falo só da Globo, mas também do SBT, Record, Bandeirantes entre tantas outras redes nefastas. Excetuo apenas a tevê Cultura, que ainda oferece uma razoável programação.
Alguém já disse com muita razão que "o pior cego e o que vê tevê". Caros leitores, desliguem seus aparelhos e vão ler bons livros, bons blogs, bons jornais. Se todos fizessem isso, certamente teríamos um país melhor e melhores pessoas. Enquanto isso sonho com o dia em que não mais teremos tevês ou que as teremos de alta qualidade.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Até onde chega o individualismo
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo”.
(Bertolt Brecht)
Ler deveria ser proibido
LER DEVIA SER PROIBIDO
Guiomar de Grammon
A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp.71-3.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Coisas que a imprensa marrom não mostra
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad foi recebido por judeus ultra-ortodoxos do Neturei Karta, judeus esses que se opõem ao sionismo. No vídeo acima eles presenteiam Ahmadinejad e o abençoam. E disseram que judaísmo não é a mesma coisa que o sionismo. Judaísmo é espiritualidade, enquanto sionismo é materialismo revestido de formas religiosas para incentivar o nacionalismo.
É engraçado como a mídia ocidental sataniza Mahmoud Ahmadinejad, assim como sataniza o "ditador" Fidel Castro. Por que a mídia não mostra coisas assim? Porque não é interessante né? Já que a mídia divulga a ideologia burguesa.
A mídia só mostra o que é interessante para ela e para aqueles que a patrocinam. São meias verdades, notícias adulteradas, enfim notícias para persuadir o telespectador, o radiouvinte e o leitor de que o "comunismo come criancinhas", "Ahmadinejad é nazista" e que os "EUA querem levar a liberdade e a democracia para o mundo inteiro". Felizmente, a internet está aí para desmentir os "fatos". Basta ter um pouco de vontade e pesquisar.
Não há pior ditadura do que a ditadura da TV, onde as pessoas pensam serem livres e bem informadas. A TV tira o senso crítico das pessoas, pois elas não questionam se tal coisa veiculada é ou não é assim como a TV lhes apresenta.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Preconceito e Racismo
Que o racismo e o preconceito são coisas inadmissíveis todo mundo sabe. Mas o racismo é uma coisa tão sutil que são poucos que se incomodam. Na Europa por exemplo, é comum brasileiros serem vítimas da xenofobia.
O que leva às pessoas serem etnocêntricas e racistas, mesmo depois dos horrores nazistas? Certamente que um dos fatores é o desconhecimento da biologia. Mas existem outros fatores subjacentes: (des)educação, desemprego causado pela imigração, porque a mão-de-obra dos imigrantes é mais barata. Diante disso, os naturais do lugar, sentem que os imigrantes são invasores, inimigos e ladrões e fica fácil inventar mitos de que os outros povos são inferiores, ladrões, desprovidos de inteligência.
O racismo é coisa para gente ignorante, sem estudos. Gente que vive num mundo à parte criado por sua imaginação doentia. O racismo sempre cresce nas crises financeiras, ele é usado para encobrir as falhas dos governantes, e apontar um bode expiatório que bem pode ser: o povo cigano,o povo chinês, o povo curdo,etc...
Foi o que aconteceu com o povo judeu, com a ascensão dos burgueses, da revolução industrial, os feudos foram se extinguindo, e os camponeses migraram para as cidades em busca de empregos. Como não havia empregos para todos e as massas podiam se rebelar, os burgueses culparam o povo judeu por todas as desgraças sócio-econômicas.Um dos governos que mais contribuiu para a satanização dos judeus foi o governo dos czares.
Como se vê a base do racismo são puramente subjetivas, sem nenhum cunho racional e muito menos científico. O racismo é um assunto que dá pano pra manga, por isso abordarei os diversos aspectos do racismo em doses homeopáticas, por hora é só.
sábado, 8 de agosto de 2009
Ler para escrever
Quando pede-se-lhes uma redação, com determinado tema, sentem-se embaraçados e sem ideias. Mas isso é óbvio, como poderão falar daquilo que ignoram? Como poderão desenvolver ideias se não as tem?
Os professores de língua portuguesa pedem redações, mas quanto deles pedem que leiam tal ou qual livro? Quantos estimulam seus alunos a lerem jornais e revistas? Poucos, muito poucos. Esses professores se esquecem que os bons redatores são aqueles que gostam de ler. Sim, os que lêem não tem dificuldades para desenvolver quaisquer tipos de redações que lhes sejam pedidas.
Verdade seja dita, doa a quem doer, a maioria dos professores não lê nem estuda, o tempinho que tem assistem as novelas globais, entram no msn e Orkut para fuxicar, namorar e fazer outras coisas fúteis e tudo isso na sala dos professores. (Nada tenho contra o Orkut e msn até porque sou usuário dos mesmos, minha revolta é contra as futilidades.) Um ditado romano antigo já dizia com muita propriedade: "Nemo dat quo non habet" - "Ninguém dá aquilo que não tem". Como poderão dar boas aulas se não tem conteúdo?
Para que os alunos possam fazer boas redações é preciso estimulá-los à leitura, é a leitura que produz bons escritores. Mas para haver bons leitores é preciso que hajam bons professores que instilem o prazer da leitura em seus alunos. Será coisa muito difícil querer que os alunos leiam, quando estes nunca vêem seus professores lendo. Quando os alunos vêem seus professores com livros, são livros didáticos que vêem. Aqueles livros que deveriam servir de auxílio para o professor, mas muitas vezes servem como muletas para os professores incompetentes.
Quem lê, tem ideias e opiniões, mas quem não lê não tem ideias formadas e quando as tem são alicerçadas nos preconceitos e no "ouvi dizer". Há boas literaturas para os adolescentes desenvolverem seu senso crítico, cabe aos professores não só de língua portuguesa, mas de todas as disciplinas indicarem.
Um professor eventual colega de trabalho e amigo meu, Absolon Soares da Silva leciona de maneira diferenciada, sempre recomendando leitura de livros e revistas e não só isso, ele compra livros novos e presenteia seus alunos com ótimos livros (eu também fui presenteado com um livro).
Aos professores de literatura cabe fazer com que os alunos entrem em contato com os nossos escritores e não ficar em cima de um livro didático passando resumos no quadro negro. O aluno só aprenderá verdadeiramente literatura lendo as obras de seus escritores, aos professores cabe tirar-lhes as dúvidas, mas isso é uma utopia.
É uma vergonha que os professores não usem das bibliotecas das escolas e nem façam os alunos a usarem. É uma vergonha que pastores incultos, iletrados consigam a proeza de que adolescentes leiam os livros maçantes do Velho Testamento e que um professor que tem "didática" não consiga fazer com que seus alunos leiam Machado de Assis, Padre Vieira, Gregório de Matos, Lima Bareto, Aloísio Azevedo entre outros! Eu professor eventual vejo alunos com Bíblias abertas sobre suas carteiras. Será que esses pastores iletrados tem maior capacidade que os professores? Seria demasiado triste constatar isso.
A leitura e sua interpretação é o começo de tudo, inclusive para se interpretar a linguagem matemática e se iniciar nas ciências. Um jovem que lê conto simples e não o entende, tampouco entenderá física, química ou biologia, será mais uma vítima da superstição criacionista, e isso por culpa de certos professores. E o que fizeram eles? Nada. Porque a omissão também é crime. A omissão - disse alguém - é um crime que se faz não fazendo.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Sublimação #2
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Utilidade Pública - Dossiê completo sobre o vírus H1N1
Ouça o Programa!
Orkut e ciúme
O Orkut, por exemplo, um dos maiores sites de relacionamento, é um dos favoritos pelos ciumentos. A estudante Thaís Brigolato, 18 anos, conta que proíbe scraps (mensagens) de ex-namoradas ou amigas mais íntimas no Orkut do namorado. "Nós combinamos confidenciar a senha de acesso um para o outro como prova de fidelidade" , diz. Já para o engenheiro civil, Luiz Fernandes, 25 anos, o Orkut é um site que invade a privacidade das pessoas." Por isso minha namorada e eu combinamos não participar para evitar problemas", relata.
Segundo a psicóloga Cristiane Marques, o ideal é quando o outro interpreta o ciúme de seu parceiro de uma maneira positiva. "Enquanto o outro acha que é uma brincadeira saudável está sob controle, mas quando essa pessoa começa a se sentir prisioneira do ciúme é sinal que algo está errado", diz a terapeuta.
Extraído da Revista Psique n.2 São Paulo, sd.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Quando o futebol serve para divulgar crenças
O futebol já tem tantos problemas e o Kaká fez caca ao manifestar as
Realmente fica difícil para o torcedor ir ao estádio e assistir cenas deprimentes como essas. O torcedor vai para assistir jogo e não um culto, e não é preciso ser nenhum Einsten fazer tal inferência: Se estádio, então jogo. Se o torcedor quisesse assistir um culto, ele iria a um templo.
Como o asmático vê e sente o mundo
Bronquite é horrível, quem tem sabe e pode falar de cátedra porque sente na pele, melhor sente nas vias respiratórias!
Perdi a conta de quantas vezes meus braços e minhas nádegas foram espetados por injeções, de tal modo que eu adquiri um medo irracional por injeções, dói só de imaginar as agulhas.
E sobre os remédios que eu tomava? Horríveis. Um deles não me saiu da memória até o presente dia: Brycanil. Passei a infância tomando esse xarope, mas o gosto ficou impregnado na memória, tanto é que acabei de fazer uma careta involuntariamente.
Eu nunca gostei de praticar esportes, excetuando ciclismo. Mas jogar bola, vôlei, correr, nunca gostei, porque me deixava cansado e com o peito chiando. Ao olhar os colegas na educação física, eu me sentia diminuído. Eu era e sou magro e não tenho beleza (ao menos para o padrão que requer a mídia).
Na minha adolescência entrei para a religião e convivi com fanáticos e essa
Lembro-me de uma
Creio que um dos fatores que me levou à ler e escrever foi a bronquite. Porque se eu não tivesse bronquite, eu seria apenas mais um, igual a tantos outros por aí. Quantas noites passei acordado por causa da bronquite e como não conseguia dormir por ter o peito oprimido e o único remédio era ler e escrever.
E por ter essas crises episódicas de falta de ar, tornei-me introspectivo, intelectual e um pouco sarcástico. Eu vejo o mundo com uma perspctiva mais ou menos triste. A bronquite isolou-me do convívio alegre e saudável.
Bom, fico por aqui, porque tenho que inalar o remédio de minha bombinha, pedem-me os pulmões, e eu seu servo obedeço fielmente.