quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Algumas reflexões sumárias sobre o econômico yankee e sobre a doutrina social Cristã legada pela tradição apostólica.

Tais movimentos e interações culturais são sobremodo interessantes. Enquanto papismo e comunismo se digladiavam, o protestantismo e o americanismo tiravam proveito, ampliando seus poderes e influências. Curioso: O comunismo, ao debilitar a igreja papa, até certo ponto, criou, sem perceber, as condições necessárias a sua destruição. Pois a igreja neo romana do Vaticano II, atolada no ecumenismo e posta a serviço do ideário protestante, tornou o discurso anti comunista ainda mais virulento.

De fato o fogo da polêmica romana, antes disperso, i é, voltado parte para o protestantismo, parte para o liberalismo e parte para o positivismo, sob a influência do protestantismo e do americanismo voltou-se unicamente contra o comunismo. Desde então o papismo, tornou-se aliado indispensável, servo ou agente útil na guerra ideológica que levou a URSS ao colapso. Noutras palavras, pós Vaticano II, por meio do ecumenismo a igreja modernista foi lançada pelos Yankees contra o bolchevismo. 

Dez anos depois o resultado era bastante claro, tanto pujante igreja papa quanto o quase onipotente partido comunista não passavam de duas sombras opacas cujos nichos culturais estavam destinados a serem ocupados pelo americanismo, o que não todavia não se tornou realidade na Rússia graças a Ortodoxia e a Putin. Outro o caso das sociedades papistas, sempre mais e mais 'modernizadas' na direção do protestantismo, logo do americanismo, do capitalismo, da urbanização acelerada, etc

Curioso observar como o ainda hoje aclamado papa romano João Paulo II - Amigo das seitas e pastores, inimigo da Tradição e adversário do culto divino, serviu como cera quente nas mãos dos líderes D Reagan e M Tatcher, em que pese a absoluta incompatibilidade entre a postura assumida por eles - Em favor da auto regulação do Mercado e em oposição aos direitos do trabalho. - e a doutrina Social da Igreja romana, cujos fundamentos foram lançados por Von Keteller, assumidos por Leão XIII (Na Rerum Novarum) e ampliados, e desenvolvidos pelo tomista Mercier, Bispo de Malines, da escola social Belga.

Nos anos 80 toda esta rica tradição, sujos fundamentos mais remotos tocam o Evangelho, os escritos apostólicos e a herança dos mais primitivos padres da Igreja, foi praticamente jogada no lixo, em benefício de um liberalismo econômico cada vez mais radical, o qual inclusive, veio a tomar o nome de neo liberalismo.

Curioso perceber no neo 'catolicismo' ecumênico o fortalecimento da base comum agostiniana entre os neo romanos e sobretudo das tendências puritanas ou moralistas inauguradas pela dita 'contra reforma' - Que de contra, muito pouco teve... e consolidadas na Era vitoriana. Ao empobrecimento quase que imediato da Teologia protestante e sua substituição, já por mitos judaicos, já pelo moralismo puritano, já pelo fetichismo crasso e enfim, pela incredulidade manifesta, seguiu-se a queda da teologia romana pós Vaticano II, a qual deixando de concentrar-se nos Mistérios de Cristo, na Cristologia, na Encarnação, etc mergulhou de cabeça na temática sexual e repressora - E foi de fato a troca da primogenitura por lentilhas esse abandono ou troca da Metafísica por um moralismo tosco de origem judaícas e acentos maniqueístas.

Já E Westermarck alertara o público religioso de que o ápice da vida religiosa constitui-se em torno de elaborações metafísicas enquanto que seu declínio é indicado pela concentração em moralidades ou costumes. Seguindo os passos do protestantismo, por via do ecumenismo, tombou o neo romanismo na mesma miséria, e, diante disto, como admirar-se de que tenha engolido a isca da RCC, movimento marcadamente judaizante ou fundamentalista, fetichista e portador de tantos elementos da cultura norte americana, devido a sua origem exógena ou pentecostal. 

Foi a RCC que de fato introduziu a tendência pentecostal na mente dos apostólicos romanos, até então infensos a essa reedição ainda mais virulenta do montanismo. Foi uma espécie de propedêutica ou de curso de introdução ao pior tipo de protestantismo, planejado sabe-se lá por quem e com quais intenções lá nos EUA...

Claro que a ideia ou a intenção principal era contrapor algo aquele outro desvio - Infinitamente menos danoso que a RCC. - post Vaticano II chamado Teologia da libertação. A questão aqui é que enquanto a TL parte de fundamentos Cristãos, como a redenção total e ética posta pelos antigos padres e pela doutrina social da Igreja a RCC parte do que há de mais podre e deletério no protestantismo... E sequer seria possível traçar qualquer comparação - Por meio desta lograram os 'imbecis úteis' introduzir K Hagin (!!!), enquanto aquela preconizava a adoção de um vocabulário marxista completamente desnecessário e por vezes alguns métodos duvidosos. 

Por mais que os 'conservadores' acríticos (Porque sou absolutamente conservador face aos autênticos MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO ou DOGMAS DE FÉ.) movam suas mãos contra Darwin (Outro elemento comum entre esses tontos e o protestantismo.), Malthus, Freud, Marx ou Weber... o Seymour da rua Azuza nos coloca, em absoluto, noutro plano e num plano certamente mais baixo, que é o da RCC.

De fato foi ela criada pelos professores neo romanos da Universidade de Duquesne, os quais se atreveram a receber imposição de mãos dos blasfemadores pentecostais, declarando terem recebido o 'Espírito Santo' o que implica (Da parte deles.) admitir que não estava ele em posse ou no interior da igreja papa, mas, na posse daqueles que negam a presença real do Senhor na Eucaristia e a Virgindade Perpétua da Mãe de Deus, dentre outras tantas coisas... E a mensagem é suficientemente clara> Os protestantes devolveram o Espírito Santo a igreja romana... Agora veja se, para quem tem alguma massa cinzenta dentro do crânio, não equivale isto uma declaração de que o protestantismo sempre esteve correto e de que ele, e não nossas igrejas apostólicas, corresponde a religião verdadeira.

Ao introjetar semelhante heresia ou blasfêmia no seio da igreja romana, os Yankees nela introjetaram o vírus mortal da dúvida e uma convocação sutil a debandada e ao ingresso em suas seitas. 

Contavam eles ainda com a possibilidade de, no reboque da falsa profecia de Fátima sobre a conversão da Rússia, atrair - Após a queda da URSS. - aquela nação ao uniatismo para em seguida latiniza-la, ocidentaliza-la e com o adjutório da tal RCC atrai-la a órbita da cultura Norte americana e transforma-la em quintal. Eram as esperanças acalentadas nos confusos anos 90. Por sorte os russos tiveram tino suficiente para retornar a fé de seus ancestrais i é a Ortodoxia, permanecendo alheios não somente a igreja neo romana e sua RCC mas a propaganda das seitas protestante Norte americanas e enfim ao americanismo. O que no momento presente desperta a fúria dos imperialistas...

Desde então, a equilibrada e estimada doutrina social da igreja romana, como que saiu por completo de cena, seja nos EUA ou no velho mundo. E neste cenário, tanto no interior da tal RCC como até mesmo entre tradicionais, tradicionalistas e sedevacantistas, começaram a pulular adeptos do livre mercado ou mesmo do anarco capitalismo! O que no século XIX ou mesmo nos tempos de Pio XII seria algo inconcebível num papista praticante medianamente esclarecido. 

Eu mesmo tive o infortúnio de deparar com um Ortodoxo ANCAP pertencente ao grupo pré calcedoniano. Tratava-se de um chinês converso e tive de travar dura polêmica com ele - Pois Bispo fosse o teria excomungado... Eis porque conheço bastante bem o discurso do romanista Kogos, o qual, entre nós, Cristãos apostólicos brasileiros, procura vender, digo, introduzir, esse modelo econômico protestante.

Abusando da doutrina da demarcação (M N I) - Cujos fundamentos remontam a Galileu e Campanella. - alegam eles que é, a economia, uma ciência tão autônoma quanto a Física, a Química ou a Biologia e que portanto não deve estar ela atrelada a tradição ou aos julgamentos emitidos pelos padres da Igreja. 

De fato esta palinodia faria sentido caso, como quer W Pareto, fosse a economia uma ciência exata similar a matemática ou ao menos uma ciência natural, como a Biologia, o que esta bastante longe de ser verdade, uma vez que ela, a economia, refere não apenas a produtos produzidos pelo ser humano em condições humanas, mas a produtos produzidos para os seres humanos tendo em vista, inclusive, sua sobrevivência.

E embora não possamos dizer levianamente que tal seja o objeto próprio ou foco da Revelação divina, devemos afirmar, em alto e bom som, que ao menos remotamente ou de maneira elementar e sumária incide ela sobre a moralidade e sobretudo sobre aquela Ética que deve comandar todas as ações humanas realizadas em quaisquer campos. Traduzindo para o português claro: Sendo a atividade econômica uma atividade humana e não abstrata ou puramente exata, caí, ao menos em alguns pontos, sob o juízo da Revelação divina e da fé Cristã regulada pelo ensino comum dos Padres ou pela tradição eclesiástica. E nega-lo denota um espírito anti Católico ou nada Ortodoxo!

O mais escabroso aqui é que os mesmos elementos que buscam emancipar a economia, que repito é atividade ao menos em parte humana, da Revelação divina ou da tradição eclesiástica, buscam subordinar-lhe a Biologia, sustentando o mito judaico fetichista (Porque os protestantes substituíram a unidade pessoal do Cristo ou a Presença real do Senhor na Eucaristia.) do criacionismo... Isso quando - Por ser de fato um conhecimento puramente natural. - a Biologia, de fato, goze de autonomia face a Revelação divina ou a Religião. 

Observem portanto que subversão fazem as ideologias no campo da fé...

Do mesmo modo corresponde a outra aberração lógica ser liberal ou ultra liberal em economia e conservador em moralidades. Uma vez que historicamente, as alterações no campo da moralidade (Como a decomposição da organização familiar tradicional.) são produzidas ou causadas por alterações de caráter econômico, como a urbanização ou o ritmo do trabalho. Impossível ter uma economia acelerada ou descontrolada que supostamente se auto regule e uma sociedade moralmente estável ou fixa. 

Efetivamente o convívio tradicional, marcante nas civilizações agrárias ou campesinas, difere bastante do tipo de convívio com que topamos nas grandes cidades contemporâneas e mal planejadas. E difere mais acentuadamente ainda nos conglomerados carentes situados nas periferias dessas cidades, espaços insalubres em que pessoas em situação de miséria ou vulnerabilidade vivem amontoadas. Muitas vezes é a moralidade questão de espaço e o espaço em tais locais parece ser infenso as formas de moralidade oriundas dos vilarejos.

Nos vilarejos pode até faltar alimento ou fartura em algumas situações derivadas do clima. Pode-se enfrentar escassez porém jamais a fome continua. Ademais no campo tem um espaço que é seu. Tem condições mínimas de higiene. Tem contato com a natureza. Enquanto num espaço urbano mal planejado nada disto encontra... Portanto quando buscamos os inimigos da moralidade tradicional devemos identificar os responsáveis por tais condições, pelas condições que lhe são hostis - E esses responsáveis são: A miséria, a ignorância, o esgotamento físico e mental, a falta de espaço, a falta de tempo, a falta de higiene, a enfermidade... Derivadas da especulação imobiliária e da remuneração insuficiente ou seja de um sistema econômico que não é regulado externamente pela sociedade ou pelo poder político e que permite ao patrão acumular a quase totalidade dos recursos.

Necessário, de fato, disseminar a propriedade suficiente e pessoal, fruto do trabalho. Tal o preceito do distributivismo Cristão. Sem embargo disto, fica ele, o distributivismo, sendo letra morta caso o legislador não toque a questão do trabalho, valorizando-o e protegendo-o, até erradicar a miséria ou impedir sua propagação no corpo social. O que nos leva ao salário família, repouso dominical remunerado, férias, licença gestante, décimo terceiro salário, etc

O que observamos no sistema solto ou não regulado é o oposto: O acúmulo irrestrito ou ilimitado da propriedade, que leva a concentração ou monopólio por parte de uns poucos, lesando a fruição dos demais membros do corpo social ou do que chamamos Bem comum, pois bem comum supõe proximidade ou uma relativa igualdade, na diversidade. No regime individualista e descontrolado, legado pelo protestantismo, tudo conduz a uma desigualdade social demasiado grande, que compromete não somente a paz e a concórdia da republica como a própria democracia, a qual se tornando formal passa a ser apenas questão de polícia ou poder alheia ao Bem comum.

O quanto temos nessas democracias meramente formais, associadas ao liberalismo econômico é, repito um mecanismo de controle que tende a suscitar cada vez mais críticas e questionamentos na medida em que se limita a assegurar o ''status quo" de quem já o tem, ignorando por completo as aspirações dos grupos por assim dizer, mais pobres. Pelo que sequer podemos falar em real participação popular ou cidadania, uma vez que as massas se limitam a escolher que as dominará e não quem alterará significativamente as condições em que vivem.

E sequer abordamos a questão dos desempregados. Os quais, neste padrão desorganizado, são convencionalmente chamados 'mercado de reserva' cumprindo alias uma dada função, diretamente relacionada com a Lei da oferta e da procura - O que o torna desejável, embora estejamos falando sobre pessoas que, privadas de uma fonte de renda segura, bem podem estar ou ficar privadas, igualmente, da propriedade ou mesmo de suprimentos alimentares vitais, supondo a não intervenção do poder público.

Sobre essa questão - Da miséria necessária, dos extremos ou da desigualdade já nos estendemos além do desejável -

Toca, no próximo artigo ou página, chegar a Malthus e a questão do aumento da população mundial e aos problemas dele decorrentes, os quais estão diretamente relacionados com o modelo econômico desregulado e que são seríssimos. 

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