sábado, 31 de julho de 2010

Teleshowrnalismo


O telejornalismo (como mostra a feliz tirinha acima feita por meu amigo Ravick) mostra notícias sem elo umas com as outras. Quantas vezes me peguei assistindo ao Jornal Hoje por exemplo, vendo seus apresentadores passando de notícias tristes para notícias fúteis como se maquiar depois de ter mostrado um desastre, ou após ter veiculado notícias relativos a crimes hediondos.

O Ravick foi muito feliz ao elaborar essa tirinha, pois ela carrega profundos questionamentos filosóficos.
Por que a TV nos faz chorar num momento e minutos depois nos faz rir? Por que as notícias são fragmentadas? Por que o telejornalismo fica insistindo num assunto ad nauseam? (até a náusea).

Parece-me que o telejornalismo cita as notícias tristes, primeiro para colocar medo em seus telespectadores e mostrar como o mundo é ruim, etc... O medo é um ótimo meio de se dominar a sociedade. E se os que mandam não tem aparelhos suficientes para produzir medo, então dão à TV a incumbência de fabricar o medo. Daí termos os Datenas da vida, daí os telejornais insistirem tanto num crime de modo que fique gravado no inconsciente das pessoas e criem uma sociedade medrosa, infeliz e desconfiada. Todavia para que os teledependentes (tomei a liberdade de tomar o termo emprestado de um livro pedagógico) fiquem incapacitados para refletir sobre o tema da violência, os mesmos telejornais, misturam notícias das mais diversas como: futebol, shows, modas, economia doméstica, etc... Desse modo seus escravos mentais ficarão com medo e ao mesmo tempo anestesiados pelo consumismo, frivolidades e coisas do gênero. São tantas notícias desvinculadas umas das outras que os cidadãos nem sabem o que realmente assistiram. Mas algumas mensagens ficam claras: "Tenha medo, não confie em ninguém, bandido bom é bandido morto, encastele-se" e muitas outras coisas mais.

Por outro lado a TV mostra que as pessoas da classe média baixa, são esbanjadores e vira e mexe certos telejornais contratam um economista para ensinar certas famílias a serem econômicas. Pois essas famílias gastam mais do que ganham. Sabe qual é a mensagem disso? A classe média baixa não ganha mal, ganha bem, o problema não é o salário é que as famílias da classe média desperdiçam dinheiro com o supérfluo. E os teledependentes aceitam isso sem questionar, afinal se a TV disse, então ela tá certa.

Com o atual telejornalismo as pessoas ficam informadas, saturadas de informações, o que não significa que elas foram formadas. Melhor seria ter poucas informações e ter uma visão crítica. O telejornalismo informa e deforma, porque sabe que a formação é uma ameaça para seu status quo.

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