sexta-feira, 24 de julho de 2009

Entrevista com São Basílio Magno - Parte I




Aqui no Diário de Um Bobo da Corte já entrevistamos São Gregório de Nissa, irmão do entrevistado de hoje. São Basílio é oriundo de uma família de santos e foi um homem devotado ao seviço dos mais carentes, mesmo sendo bispo!!! Ele é autor da basilíada uma mini cidade da caridade, com hospitais, albergues e escolas para jovens.

Diário de Um Bobo da Corte: O senhor conhece o pessoal da TFP e os "cristãos" conservadores? O que pensa deles?

Basílio Magno: Eu conheço muitos que jejuam, oram, gemem e suspiram, praticam toda piedade que não exija gastos, mas não dão uma moedinha sequer aos necessitados. De que lhes serve toda esta piedade? Não serão admitidos no Reino dos Céus!

DBC: O que pensa sobre a riqueza acumulada?

Basílio Magno: A riqueza tem sido para muitos ocasião da intemperança. Você não escutou o Eclesiastes? "Vi outra grande calamidade a riqueza guardada para o mal daquele que foi gerado", e em outro versículo: "Eu deixo a minha riqueza para quem virá depois de mim, mas quem sabe se ele será sensato ou insensato?" Tome cuidado para não acontecer que, após ter amontoado riquezas à custa de trabalhos imensos, dê a outros motivo de pecados, para que você não seja castigado por duas razões, pelas suas próprias iniquidades e pelas que ajudou outros a cometer".

DBC: Qual o motivo que as pessoas inventam para não dar uma esmola ou ajudar um necessitado?

Basílio Magno: Quando se aproxima de nós um pobre que só pode falar em nome da fome, rechaçamos nosso semelhante, sentimos nojo, passamos longe à toda pressa, como se temêssemos que, andando mais devagar, estivéssemos sujeitos a contrair sua calamidade. E se, ele, envergonhado de sua miséria, baixa os olhos para o chão, chamamo-lo de farsante. Mas se acossado pela fome, nos olha livre e confiantemente, chamamo-lo de sem-vergonha e violento. Se, por casualidade, apresenta-se vestido adequadamente por haver ganho roupas decentes, julgamos que ele é um insaciável e juramos que se trata de falso mendigo. Se estiver vestindo trapos sujos e podres, expulsamo-lo de nossa presença, porque está fedendo. Embora invoque o nome de Deus, mesmo que rogue a Deus que não nos vejamos em situação semelhante, nada pode dobrar nossa teimosia.

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FONTE:
LEURIDAN, Juan. MÚGICA, Guilhermo. Por que a Igreja Critica os Ricos? Edições Paulinas, São Paulo, 1983.

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