Outro dia enquanto eu lecionava assomou à porta da sala de aula onde eu lecionava, a vice-diretora acompanhada do pai de um aluno problemático. Foram momentos constrangedores!
A vice-diretora me chamou para eu conversar com o pai do aluno. O sujeito estava ébrio. Não tinha noção do que falava, perguntava uma coisa atrás da outra e não deixava que a vice-diretora ou eu respondesse.
A vice-diretora visivelmente constrangida disse: "professor pode continuar sua aula". Encostou a porta e tentou conversar com o pai do aluno. Pediu a vice-diretora que pudesse dar uma palavra ao "mestre", invadiu a sala naquele estado lamentável se dirigiu aos alunos e disse: "E aí seus cuecas frouxas, tão ligados tem que respeitar o mestre, senão vão pagar mico como o otário do meu filho. E vocês suas calcinhas borradas, eu tô ligado que vocês são tudo calcinhas borradas mesmo, então vocês prestem atenção aí" (sic).
Depois o sujeito desceu as escadas com a vice-diretora, os alunos na sala gargalhando, o filho constrangido e eu tentando conter o riso. Como pode um aluno ter educação, se o pai e a mãe são piores que o filho? Há um ditado latino que diz: "Nemo dat quo non habet" (Ninguém dá aquilo que não tem). Provavelmente o aluno do qual falei, irá reproduzir as atitudes de seu pai e as coisas não vão melhorar.
Hoje em dia chamam os professores de educadores, eu discordo disso, não sou educador, não fui formado para educar quem quer que seja. Se o sujeito não recebeu educação de berço, não sou eu quem lhe vai dar educação. A influência dos pais é muito mais forte do que as influências benignas dos bons professores. Triste, mas é a realidade.
2 comentários:
Eu, que também sou professora, imagino essa situação. Com certeza, embaraçosa. O que vai acontecer com as nossas crianças?
E Pitágoras, segundo afirmam alguns, dizia: Educar a criança e não punirás o homem.
Postar um comentário