sábado, 7 de agosto de 2010

Do elogio e da gratidão

Quando acertamos, ninguém se lembra. Quando erramos, ninguém se esquece.


Este ano meus colegas de trabalho e eu tivemos dificuldades em lidar com um aluno de um 6º ano. O aluno em questão era indisciplinado, praticava bullying, tinha baixos rendimentos e faltava muito. Esse aluno foi advertido várias vezes e sempre apresentou um comportamento rebelde. A diretora e todos os professores desse aluno se reuniram com a mãe, estando o aluno presente, e posso garantir que o aluno foi bombardeado por todos os professores, não tinha um professor que não tivesse queixa. A mãe, é claro, ficou desolada.

Depois da bronca coletiva que o garoto levou, ele ficou quieto, melhorou e isso aconteceu antes do recesso escolar (férias). Eu tinha notado que esse aluno tinha melhorado antes das férias e que após as férias, ele era outro, não bagunçava, respetava os professores e mais, participava das aulas. Fiquei contente e o elogiei, e o incentivei para que continuasse assim, o garoto ficou feliz pelo elogio e pelo incentivo.

Como a mudança operada nesse aluno já tinha algum tempinho, resolvi procurar a coordenadora pedagógica e contei o que estava acontecendo com o aluno, então aproveitei a oportunidade para pedir à coordenadora que chamasse a mãe do garoto, não pra que levasse bronca, mas para que fosse parabenizada e o seu filho fosse elogiado.

A coordenadora foi até a sala do aluno e contou para ele, que eu o tinha elogiado e que tinha chamado a sua mãe, o garoto só faltou explodir de tanta felicidade.
A mãe veio à escola e a coordenadora pedagógica e eu conversamos com ela, e como eu havia apostado com meus botões, a mãe iria tratar melhor o filho e o mesmo, iria melhorar ainda mais.
No dia seguinte o aluno me contou que sua mãe havia feito um bolo e conversou muito comigo, eu o havia conquistado.

Só fiquei triste porque somente eu, o elogiei, o parabenizei e o agradeci por colaborar com seu comportamento e participação nas aulas. Os outros professores só massacraram o aluno sem dó nem piedade, mas quando ele acertou, só eu percebi. Isso me lembra aquela passagem do evangelho no qual Jesus cura dez leprosos, mas somente um volta para agradecer. Prefirimos ver e criticar o erro alheio do que elogiar as ações boas e certas. Mas aonde eu quero chegar? Chegar na transformação das pessoas através do amor e da compreensão, eu creio que o amor, a compreensão pode transformar as pessoas.

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