sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sobre as canonizações


O que é uma canonização? Canonização é reconhecer uma pessoa falecida como verdadeiramente santa e amiga de Deus. Uma pessoa que viveu de acordo com o Evangelho. Nos primórdios do cristianismo os santos eram escolhidos pelo povo e o bispo do lugar investigava e logo após esses processos investigativos, declarava o candidato como santo e este entrava então no cânon, lista dos santos reconhecidos pela Igreja como dignos de veneração (dulia) e também como modelos.


Tempos depois a canonização ficou centrada nas mãos dos papas e patriarcas ortodoxos e acabou por se tornar arbitrária.

Um triste exemplo disso é a Igreja Ortodoxa Bizantina que canonizou o imperador Constantino I (na imagem acima). Constantino nunca foi santo, nem sequer cristão, foi um oportunista. Esse imperador se tornou "cristão" mas continuou com sua vida pagã. Presidiu o Concílio de Nicéia, e cria ser o "bispo dos bispos".
Esse piedoso homem que foi Constantino mandou matar seu cunhado Licêncio (que tinha sido imperador romano do oriente) que tinha se rendido à ele. Mandou matar seu filho Crispo e não contente com isso mandou executar sua própria esposa (Fausta que teve um final infausto) no banho aquecido.
A Igreja Grega o cognomina de São Constantino "santo igual aos apóstolos", o que constitui uma ofensa aos apóstolos, homens verdadeiramente santos que viveram de acordo com os mandamentos de Jesus. Aceitarei de bom grado a santidade de Constantino se a Igreja Ortodoxa mudar seu título para São Constantino santo igual ao apóstolo Judas Iscariotes. Não bastasse isso a Igreja Ortodoxa ainda lhe dedica uma festa que é no dia 3 de junho. Penso que diante disso até o diabo pode ser canonizado, venerado e festejado.
Isso também acontece com outras igrejas orientais e muito mais com a Igreja Romana, em certos lugares da França Carlos Magno que foi um sanguinário é considerado santo e tem sua festa litúrgica.
Quando a Igreja canoniza imperadores, reis e nobres quer com isso divinizar o Estado ou buscar apoio nas autoridades constituídas.
Outro fim das canonizações é lucrar em cima do "santo", pois numa canonização se gasta muito dinheiro (ao menos na romana), depois de canonizado, as lojas católicas (e também ortodoxas) vendem muitas imagens (no caso da Igreja Ortodoxa, vendem-se ícones que são quadros pintados), santinhos. As Igrejas se constituem em centros de peregrinações e com isso se enche de romeiros e também de dinheiro que é o melhor.
Os candidatos preferidos para serem canonizados são os taumaturgos, justamente porque esses fazem o milagre de multiplicar o dinheiro para a igreja. Santos que fazem o bem como Santo Tomás Morus e São Vicente de Paulo nem são muito queridos, nem conhecidos nem festejados. Mas de vez em quando é bom canonizar um santo de verdade, porque afinal de contas o povo não é de todo bobo.

2 comentários:

Unknown disse...

Não me supreenderia se o Papa Bento XVI, o Pontífice Joseph Alois Ratzinger, ou os futuros dignitários eclesiáticos da Santa Sé canonizassem Adolf Hitler, Mussolini, Stalin,..., Sadam Husein.

Anfilóquio de Fayum disse...

CPSV quem canoniza Constantino, Carlos Magno, Joana D'Arc entre outros bem pode canonizar Hitler, Stálin e Mussolini entre outros.