quarta-feira, 18 de outubro de 2017

As principiais formas de alienação e fuga.

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Duas são as atitudes típicas do homem diante da realidade: A de conhecimento e a de alienação ou ignorância e duas as atitudes típicas do homem face ao conhecimento de uma realidade contrária a suas aspirações: O afrontamento e a fuga.

A alienação tem sido comumente explorada por aqueles que detém o poder. De modo a possibilitar-lhes o exercício de um controle discreto da Sociedade.

Embora saibamos que as situações de miséria são comumente frutos da exploração do homem pelo homem, aqueles que tiram benefício da exploração esforçam-se por convencer os explorados de que tais situações são consequências de fatores ou de causas bem distintos.

O objetivo deste artigo não é nada ambicioso. Pois limita-se a apontar algumas explicações alienantes produzidas ou utilizadas peplos donos do poder com o auxílio da mídia ou dos meios de comunicação de massa.

Não nos prenderemos aqui ao artifício mais comum que consiste em maquiar a realidade ou em distorcer sua aparência. Passando direto aos estratagemas com que buscam ocultar os fatores verdadeiramente responsáveis pelas situações/problema, ou sejam, as causas.

Afinal de contas na mesma medida em que a Internet ampliou o acesso da população a realidade vivida, enfraquecendo a maquiagem das situações, a necessidade de ocultar as causas dos problemas tornou-se ainda maior. Hoje mais do que nunca, o sistema, para proteger-se, precisa recorrer a alienação enquanto produção de causalidades falsas ou aparentes.

Assim enquanto a maçonaria conspirava verdadeiramente em favor do neo liberalismo, os líderes de diversas nações apresentavam os judeus responsáveis por todas as crises ou problemas que acometiam a sociedade. Durante muito tempo foram os judeus vilões 'reais' fabricados pela mídia de acordo com as necessidades de Estado ditadas pelo capital. Hoje continuamos assistindo a fabricação de outros tantos supostos vilões, já de talhe irreal ou fabuloso, e no entanto não menos suficientes.

Os ciganos também chegaram a ser acusados, embora em menor escala que os judeus e de modo geral quaisquer minorias étnicas ou religiosas tendem a se-lo em determinadas circunstâncias.

De qualquer forma chegamos a primeira fonte de alienação:

1 - Teorias de conspiração. Por trás de tudo quanto nos acontece de mal. Dos juros, da inflação, do arroxo salaria, da miséria, etc existe um determinado grupo de pessoas, que não correspondem ao governo e menos ainda a 'bolsa de valores'. Em algumas situações este grupo é identificado como sendo uma unidade étnica minoritária como os judeus ou os ciganos. Noutras com uma minoria religiosa como os hindus ou siks na Inglaterra. Nem podemos deixar de admitir que no tempo presente, os próprios radicais e terroristas afiliados ao islamismo sunita, correspondam a este propósito na Europa, tal e qual os latinos correspondem a ele nos EUA. Devemos no entanto deixar bem claro que os muçulmanos sunitas, com seu ideal de arabização e de implantação da sharia correspondem perfeitamente a este desígnio. Não estamos portanto querendo dizer - como os esquerdopatas ingênuos - que o radicalismo islâmico sunita não seja de fato um problema e um problema bastante sério para a cultura européia, o que estamos dizendo é que a simples presença desses fanáticos no cenário Europeu bem pode propiciar a edição de hipóteses simplistas em torno de uma monocausalidade que oculte o papel da economia de Mercado ou do sistema capitalista. Quando na verdade um problema não exclui o outro. O Capitalismo no entanto pode muito bem manipular a realidade a ponto de esconder-se por trás do radicalismo islâmico, convertendo-o em bode expiatório.

Atualmente no entanto, a grande massa de teorias conspiracionistas que povoam o imaginário popular, parece girar em torno da mitologia. O que não as torna menos impactantes e poderosas. Referi-mo-nos obviamente as quimeras divulgadas pelo espertalhão Dan Brown com o auxilio da imprensa ou da fábula dos Iluminati, bem como a sua reedição mais recente em torno dos tais reptilianos. Havendo inclusive quem vá mais além e avançando pelo caminho da religiosidade ou da alucinação postule um controle social exercido desde um lugar chamado shambala ou mesmo por extra terrestres ou habitantes do interior da terra... No tempo oportuno escreveremos um pequeno ensaio sobre todos esses delírios habilmente explorado pelos legítimos donos do poder, i é, aqueles que vivem de juros, mais valia, especulação financeira, etc

Naturalmente que este primeiro gênero de alienação nos remete facilmente ao segundo -

2) O fundamentalismo religioso. O fundamentalismo religioso, devido a seu teor fetichista, tem o vezo de eliminar todas as causas intermediárias e identificar o sagrado ou a divindade como causa direta de todas as coisas. Outra variante consiste em culpar um poder externo ou paralelo chamado destino e nem estou interessado em saber como o vulgo concilia a ideia de destino com a ideia de divindade. Por esta variante chegamos a crença na astrologia segundo a qual nossa condição é produzida pelos astros ou por suas condições, de modo que são eles os causadores tanto de nossa felicidade quanto de nossas desgraças. Certamente que essa crença precisa ser discutida num artigo a parte.

Entre os muçulmanos é deus quem tudo decide por meio do Qadar ou de seu decreto eterno. Tudo quanto se sucede com os homens, inclusive a repartição de bens e riquezas, é resultado da vontade eterna de alá, daí a título de qualquer coisa exclamarem: Esta escrito ou seja Maktub! Alá é que causa terremotos, maremotos, epidemias, incêndios, e todas as formas de desgraça que acometem o gênero humano sendo de todo inútil rebelar-se contra elas. Tal a causa primária da resignação e apatia observáveis em tais sociedades. Assim em número maior ou menor de Cristãos prevalecem as mesmas ideias embora jamais tenha sido assumidas pela Teologia Católica e sejam cada vez mais rechaçadas como absurdas. No entanto alguns fanáticos, mesmo entre o clero, insistem em adotar semelhante ponto de vista. Bem mais comum é a crença dos protestantes na predestinação, característica dos calvinistas. Os quais por via do antigo testamento não tem sido indiferentes a crença fetichista segundo a qual Deus também seria causa imediata de todos os acontecimentos naturais e sociais, doutrina que aproxima-se deveras do fatalismo islâmico.

Ultimamente os sectários protestantes elaboraram uma versão bem mais refinada do fetichismo associando-o - pasmem - a dinâmica do Mercado e por assim dizer santificando-o ou canonizado, tal e qual o papa canoniza seus santos. Assim os pentecostais, para os quais o milagre não é apenas possível, mas absolutamente banal, conceberam a ideia segundo a qual a divindade recompensaria os contribuintes da igreja, isto é aqueles que sustentam o pastor por meio de dízimos, não apenas com saúde ou conquistas amorosas, mas sobretudo com emprego, dinheiro e fortuna; tornando-os ricos e bem sucedidos, exatamente conforme as metas e ideais da Sociedade capitalista, os quais certamente encaram acriticamente como absolutamente Cristãos. Ainda nesta perspectiva aqueles que são mal sucedidos financeiramente (i é os que não ficam milionários) pertencem ao número dos descrentes, dos pecadores ou dos que tem a fé demasiado fraca. Os que pertencem a primeira categoria não fazem jus a fortuna. Os que pertencem a segunda categoria estão sendo punidos ou castigados. Já os que pertencem a terceira categoria estão sendo provados na medida em que permanecem pobres. Importa saber que como pouquíssimos entre eles enriquecem de fato, jamais cessando de lavar banheiros, são amiúde enfiados pelo pastor numa das duas categorias acima, i é na dos pecadores ou na dos que por algum motivo tem fraca fé e estão sendo provados. Deus certamente lhes esta reservando algo, pelo que devem esperar. Assim vão vivendo de esperanças e protelando o dia da 'graça' até morrerem ou virem de fato a perder a fé. Importa terem contribuído bastante e não poderem recuperar a grana perdida.

Embora seja raro no espiritismo kardecista não é lá muito raro na umbanda e outros grupos sincréticos que além das enfermidades e problemas afetivos, também os problemas financeiros como o desemprego sejam relacionados com a doutrina do Karma, praticamente na perspectivas do Hinduísmo. Noutros cultos, no protestantismo ou mesmo no catolicismo popular o insucesso financeiro, como quaisquer outros problemas é muitas vezes relacionado com o mal feito ou seja, com a o catimbó, com a feitiçaria, com a bruxaria, com os assim chamados trabalhos ou mesmo com simples pragas ou maldições.

Bem se vê que uma pessoa simples a ponto de dar crédito a qualquer uma destas 'explicações' e cujo padrão de pensamento é mágico fetichista ou infantil, jamais poderá suspeitar quanto as verdadeiras causas dos males que a afligem como a incompetência por parte do Estado, a dinâmica do Mercado, etc Não pertence a carga de suas possibilidades a aceitação de causas comuns, naturais ou materiais, as quais ela simplesmente não percebe e por incapacidade invencível. Culpara sempre o destino, deus, o karma ou uma bruxa e jamais o regime assalariado, a usura, o lucro, etc


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