quarta-feira, 19 de abril de 2017

Tal a crise do Império romano, tal nossa crise...

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Tempos de crise, forja de pseudos salvadores.

"Oh quem poderá salvar-nos?" é pergunta que se ouve pelas esquinas.

Movida por falsos dilemas a mente binária ou dualista vacila entre soluções extremistas.

Foi exatamente assim as vésperas da queda do Império romano. Quando alguns cortesões, nobres e intelectuais colocavam a redenção comum nas mãos do despotismo imperial, quanto parte das massas depositavam suas esperanças de salvação nos bárbaros germânicos...

Assim havia quem pretendia salvar-se lambendo as botas do déspota imperial e quem estava prestes a abrir as portas de Roma a Alarico.

Lamentavelmente, para os desaventurados romanos, atidos a um padrão de pensamento pré científico, parece que inexistiam outras opções ou possibilidades. E que de fato se achavam entre a cruz e a caldeirinha.

Não tinham a mínima ideia a respeito dos fatores que haveriam de conduzir o Império a morte.

Não estavam aptos para diagnosticar as enfermidades que achacavam a administração pública.

Ignoravam supinamente a gênese ou causalidade dos males que afligiam a Sociedade.

Destarte, pouco ou nada podiam fazer para salva-la.

Os romanos, haviam chegado ao fim do túnel da história. Uma vez que o exercício da reflexão intelectual não lhes podia oferecer quaisquer respostas ou alternativas.

Viviam numa época pré sociológica. Na qual a investigação e a reflexão não haviam tocado ainda a constituição da Sociedade, e em que, mesmo as reflexões políticas de um Aristóteles ou de Dicearco de Messina, era conhecidas por um público bastante restrito.

Ciência política, sociologia, economia e filosofia da História, aquele tampo ou inexistiam ou não estavam no acesso da maior parte da população.

A precariedade os meios de comunicação e da própria estrutura educativa, era dramática. De modo que a crise não deixou de atuar sobre elas desde o começo.

Nem o imperador e seus auxiliares estavam a altura do desafio de salvar o Império romano, pelo simples fato de jamais terem assumido o tipo de governante filósofo ou de governante cientista, preconizado pelo sábio Platão. Via de regra jamais colocaram-se acima do tipo 'bon vivant' comum a tantos e tantos governante e por assim dizer bailavam a beira do abismo que devia engoli-los.

Os gregos ainda tentaram, por meio de um imenso esforço educativo - Inda que posterior a invenção democrática - formar um povo cidadão ou ao menos uma elite cidadã. A estrutura política concebida por eles, ainda que genial, acabou, por questão de funcionalidade administrativa, sendo absorvida pelo Império de Alexandre. Sua cultura jamais. Jamais a cultura grega desamparou os gregos, mesmo quando foram conquistados e dominados pelo turco. Jamais...

A romana no entanto, perdeu-se em certa medida juntamente com o Império. E quando Renasceu posteriormente não pode ser plenamente assumida. Por ter sido atalhada pela reforma protestante. A qual levou nosso mundo para outra dimensão e para uma dimensão absolutamente oposta aos ideais não só romanos, mas gregos e tradicionais de civilização.

A negação de nossa herança romana e grega parto do Ocidente para a Europa e da Europa para a Grécia contemporânea. Tal o roteiro de nossa apostasia cultural. Da Inglaterra, transpondo o Oceano, para a América do norte, e especialmente após o fim da primeira Grand Guerra, da América do Norte - Transpondo novamente o Oceano - a Europa, em seguida a Grécia e Rússia contemporâneas.

Sem querer, chegamos naturalmente ao nosso tempo. Tempo de crise, e como já foi dito de extremos.

Havendo quem encare o Trump, os EUA, a cultura Yankee - E pasme leitor benevolente, o liberalismo econômico (Capitalismo) - como salvadores e quem encare como o islamismo - Isto mesmo amigo leitor, o Islamismo! - como salvador.

É para ser desesperar!

O Trump ou os EUA nos salva dos muçulmanos, ou os muçulmanos nos salvam do Trump ou dos EUA. Eis o ouvimos da parte das massas...

Melhor desesperar de toda salvação!

Tudo quanto nos é posto aqui consiste em escolher alguém a quem servir ou em optar por um senhor: O Yankee ou o Turco.

Maldita servidão!

A coisa toda se restringe em escolher por quem deixar-se escravizar...

Americanizar-se ou arabizar-se por completo, eis as belas opções que nos são oferecidas.

Jamais dei com tanta e tão miserável miséria.

É escolher entre merda ou bosta! Nem mais nem menos.

Pois se o capital reinar sobre nós trará a miséria, a ignorância e o enxame de seitas pentecostais e criacionistas vindas do Norte.

Agora se o turbante ganhar teremos a mais repugnante e vil das opressões representada pela Sharia com sua murtad, djzia e outras impurezas.

Aqui ou se abdica da liberdade de consciência, abraçando um sistema tão absurdo e estúpido quanto o islã, para ter acesso a alguns direitos muito sumários e a cidadania, ou o homem fica sendo sempre cidadão de segunda classe, ou como dizem Dimy.

Não haveria quadro pior, mesmo a título de imaginação, e estaríamos nós também no barco furado de nossos excelentes ancestrais não fosse por um ponto apenas!

Estamos ou melhor nos encontramos numa Época científica e portanto pós sociológica! Existe já ciências políticas como existe ciências econômicas e até Filosofia da História. Século V d C é página virada e até contamos com a Internet para trocar ideias, reflexões, informações, experiências, etc Elevando nossas vistas e horizontes muito acima do pensamento dualista, binário ou extremista que ainda teima em gritar: TRUMP ou ZARQAWY, EUA ou EIIS, MERCADO ou CALIFADO, CAPITALISMO ou CORÃO.

Capital ou turbante é uma ova companheiro.

Pois hoje o cenário científico e intelectual é mais amplo, vasto e profundo do que sua vã filosofia de botequim pode imaginar.

E para além dos extremos da imbecilidade contamos com uma imensa gama de possibilidades sociais.

Sem precisar mencionar anarquismo, comunismo ou fascismo; que são sistemas viciados, mencionarei apenas a riqueza contida nas diversas propostas socialistas.

Jamais o cenário intelectual contou com tantas elaborações humanistas, destinadas a promover o fenômeno humano.

Mais do que no passado longevo, temos hoje, graças aos meios de comunicação virtuais ou a Internet, a possibilidade de realizar o sonho de nossos ancestrais ou seja da democracia direta ou não representativa e de criar uma Sociedade policrática e cidadã numa escala até então impossível. Atualmente a Democracia direta já não precisa conformar-se com os limites da cidade estado, pode transcende-los e ultrapassa-los. Eis uma visão grandiosa face a teocracia dos asiáticos e a democracia arranjada, aparente, venal e burguesa dos Yankes, a qual jamais passou de plutocracia disfarçada.

De minha parte encaro a policracia como o melhor caminho para a realização do ideal socialista. Na medida em que permite ao povo tornar-se agente de sua própria História.

O que quero dizer é que o mundo ou panorama da cultura é imensamente maior e mais amplo do que Islã ou EUA.

Tudo quando temos ai são culturas problemáticas e estruturalmente defeituosas que jamais deram ou darão certo. Pelo simples fato de serem anti humanistas. Uma por inspiração religiosa e vício econômico, sobrepor o Ter ao Ser ou o Capital ao homem e outra por vício religioso, a intolerância.

Felizmente a História nos oferece outras lições e possibilidades.

Certamente que ela não se repete nos mínimos detalhes ou não vota 'in totum' atrás.

O que não nos impede, enquanto sociedade, de retomar certos princípios e valores presentes em nosso passado e assumir outra direção.

Se a História não pode ser reeditada a cultura certamente pode renascer.

Prova disto são os diversos renascimentos culturais experimentados por diversos povos e sociedades do curso da História. Assim no antigo Egito a Renascença Saíta, cujo objetivo foi retomar os princípios e valores presentes no dealbar daquele pais. Assim a sucessão de Renascimentos ocorrida na Europa durante a baixa Idade Média e começo da Idade Moderna.

Seria possível a afirmação de outros Renascimentos no futuro?

Por que não se já ocorreram no passado?

Por que não aproveitar-se duma cultura que no passado já deu certo ao invés de permanecer atrelado a padrões de cultura que sempre deram errado?

Por que ir em direção da KKK ou do Belt Bible... por que ir em direção do machismo, do adultismo, do odinismo, da homofobia, etc? Se podemos recuperar e resgatar nossas raízes gregas, na direção da liberdade e da vida Ética; numa perspectiva Humanista?

Por que não resgatar nossas raízes autenticamente Cristãs e Católicas em termos de amor ao próximo, de amor a justiça, de amor a paz, de solidariedade, de fraternidade, de igualdade???

Por que ter vergonha de reconhecer que erramos, que nos desvíamos do bem, que temos feito um percurso errado... e de reconciliar-nos com nossas raízes?

As vezes, as vezes é necessário voltar atrás e retroceder para avançar. Pois partindo de um caminho errado ou de um desvio jamais atingiremos a meta ou o objetivo certos.

É as fontes de nossa cultura humanista que temos de tornar.

É a Atenas, Roma, Jerusalém, não Wittemberga ou Mecca, não Genebra ou Medina, não Washington ou Riad... Nossas referências são outras.

Temos de resgatar, de recuperar, de reafirmar o quando houve de positivo na cultura européia antes do advento dos tempos modernos.

Trata-se de uma reapropriação necessária face aos arroubos do islã e do americanismo com suas propostas viciadas. Não encontraremos paz ou redenção aderindo a modelos sociais incompatíveis com nossas raízes. Não encontraremos estabilidade adicionando outros tantos elementos díspares e aumentando a tensão em termos de cultura. Não encontraremos ou acharemos qualquer resposta num hibridismo amorfo e polimorfo.

Nossa cultura carece de homogeneidade e sentido, os quais só lhe podem ser introduzidos pela Filosofia e pela Religião, cujos elementos, em parte, ainda se acham presentes em seu universo. É por isso que temos de retornar a Filosofia clássica, a Sócrates, a Platão e sobretudo a Aristóteles; mestres de nossos ancestrais; e a Jesus Cristo, a seus apóstolos, a seu Evangelho, a sua tradição e a Igreja Antiga, Ortodoxa e Católica. Tais os elementos sobre os quais nossa Sociedade foi edificada há dois ou dois mil anos e meio. E cuja remoção impiedosa tem produzido tantos e tão clamorosos tumultos.

Pois uma casa ou construção não pode subsistir sem seus fundamentos e o fundamento de nossa vida social foi a um tempo Clássico e a outro Cristão. Nossa consciência foi alimentada por tais elementos, e agora mingua e morre a falta deles. Enquanto o ceticismo que se lhes sucede não constrói nada de absoluto e duradouro.

Se queremos recuperar nossa civilização cambiante, temos de começar recuperando nossa identidade e repondo as coisas em seus lugares.

Nem o ateísmo e nem o teísmo transcendente serão capazes de substituir o ideal de um Deus Encarnando e presente, como este que foi introjetado em nossas mentes pelo Catolicismo antigo e que nossos ancestrais encararam como ponto de partida para uma ação e transformação social e termos radicais. A maioria dos analistas superficiais parecerá um elemento supérfluo ou mesmo estúpido. Quando nos primeiros séculos e mesmo na Idade média correspondeu a um princípio catalizador das energias humanas e a luz do qual as estruturas legadas pela antiguidade começaram a ser poderosamente transformadas, concretizando, ao menos em parte o ideal preconizado por Sócrates.

Multiplicar palavras a respeito de tais transformações sociais, seria chover no molhado...

Quem quiser torne atrás e leia o quanto já foi escrito por nós a respeito da sociedade bizantina ou da idade média Ocidental...

Tudo quanto pretendemos expressar por meio deste artigo foi nossa recusa em compactuar com os extremistas. Para os quais nós nos deveríamos alinhar ou com os Americanizantes ou com os arabizantes; aderindo ao Trump ou ao Califa... E renunciando por completo a nossa orientação cultural e cortando pela base nossas raízes.

Quando este falso dilema já presente nas mentalidades as vésperas da queda do Império romano certamente não faz sentido algum num mundo já iluminado pelos clarões da Sociologia e das Ciências políticas, especialmente quando temos acesso ao mundo virtual da Internet, que é o meio de comunicação por excelência, e que nos permite elaborar uma discussão sobre a cultura a nível global ou universal.

Podemos, portanto e devemos buscar soluções mais ricas, inteligentes e interessantes fora deste miserável esquema binário. E não nos precisamos alinhar com quem quer que seja ou apoiar a quem quer que seja.

Por mim quero mais que os radicais islâmicos e Yankes exterminem-se una aos outros. Do que resultará um bem enorme para o resto da humanidade. Nem alla nem Mercado ou capital mas liberdade e justiça. Tal meu ponto de vista!

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