terça-feira, 18 de abril de 2017

Sobre o caráter e missão dos povos germânicos no contesto Ocidental II

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Na perspectiva de um helenizante ou 'grecizante' Cristão (Católico evidentemente - alias tome-se Católico por seu autêntico sentido Ortodoxo!)



Embora são sejamos germanófilos ou germanizantes, cumpre-nos tentar ser justos em nossas apreciações a respeito do valor dos fatos históricos e assim das invasões teutônicas do século V. Averiguando que nos trouxeram de ruim e que nos trouxeram de útil, bom ou proveitoso.

A respeito do aspecto negativo de tais invasões, relacionado com o eclipsar da cultura grego romana e portanto tanto do espírito filosófico quanto do espírito científico e ainda das letras e das artes, já nos pronunciamos no artigo precedente.

Quanto a perda inútil de vidas e efusão de sangue, como Cristãos deploramos sinceramente, mas reconhecemos que desgraçadamente assim tem sido século após século e - aqui o pior - que assim o é no tempo presente, em que um psicopata como D Trump, posando como dono do mundo, propõem-se a atacar a Coréia do Norte, com grave risco para toda humanidade e bilhões de vidas humanas. Tudo em nome do oportunismo, da vaidade, da arrogância, etc E tais sociedade ousam declarar-se Cristãs!

Ao menos a maior parte senão a quase que totalidade dos invasores germânicos eram pagãos ou arianos, e portanto infensos ao Dogma da Encarnação ou da divindade de Cristo, que é o padrão niceno ou atanasiano de fé. Hoje afetam adorar o Cristo, e matam e torturam, e roubam - pilhando nações inteiras - em seu nome! Onde chegamos!

Mas passemos sem delongas a ulterior missão dos povos germânicos na Europa.

Pois preservar o Europa era preservar o Catolicismo - Ao menos até a irrupção da falsa Reforma no século XVI - preservar o Catolicismo, preservar a parcela que este tomou a cultura antiga, grego romana, e preservar esta, preservar os fundamentos mais remotos de nossa Civilização. Os quais como já vimos deitam suas raízes mais remotas no antigo Egito e na antiga Suméria. Trata-se portanto de lutar por nossas raízes e por nossa identidade.

Sucede no entanto que por volta do século IV, após três séculos de ostensiva perseguição por parte do Império dos Césares, haviam os Cristãos desenvolvido um culto destemperado, uma mística ou mesmo um delírio, em torno do martírio.

Longe de nós negar a importância deste fenômeno da esfera pessoal da vida Cristã, quando organicamente relacionado com a confissão de fé, no seio de uma Sociedade não Cristã.

Equivoco no entanto, e dos graves, é transplantar a mesma dinâmica para uma Sociedade já Cristianizada ou para uma Sociedade pluralista e tolerante em que os Cristãos gozem de plena liberdade. Nem Jesus jamais pretendeu dar lições de política ou sociologia nos Santos Evangelhos, nem devemos nós transplantar o ideal do martírio para tais setores da existência. Permitindo ou assistindo passivamente a destruição de uma sociedade livre ou cristianizada por hordas de bárbaros sem educação. Isto não é Cristianismo e nada tem de Cristianismo, é moleza ou covardia.

O mesmo Cristão que em sua vida e em suas relações pessoais, tem o dever de dar a outra face quando agredido por outrem - E jamais negamos isto - no contesto de uma Sociedade Cristã ou tolerante ameaçada ou invadida por pessoas de mentalidade fanática, tem o grave dever, de como cidadão, empunhar armas e colaborar ativamente tendo em vista a defesa desta Sociedade. Pensando mormente nos idosos, nas crianças e nas mulheres e nos agravos que tais categorias de pessoas teriam de sofrer as mãos de um conquistador cruel.

A Solidariedade social constrange o Cristão a lutar por sua liberdade e pela liberdade de todos no contexto político ou imanente.

Tal a luminosa doutrina da guerra justa ou da legítima defesa na esfera social da existência. O Cristão não só pode como deve abdicar da livre resistência, e antes morrer do que matar, quanto a confissão de sua fé ou suas relações pessoais; jamais quando a sociedade se encontra em perigo. Aqui o outro é prioridade, especialmente os mais vulneráveis, e é necessário lutar e morrer por eles. O que demanda força, não apenas de corpo ou física, mas sobretudo de alma, em termos de valentia, coragem ou ousadia. Pois em certar situações é a coragem grande virtude.

É exatamente aqui que tocamos aos povos germânicos.

Pois representavam exatamente isto: Força física e valentia ou coragem. Predicados indispensáveis tendo em vista a contensão do flagelo muçulmano.

Como já dissemos devido a uma compreensão equivocada de martírio, a uma noção errônea de paz, a uma passividade estúpida que conduzia a inação e ao servilismo os antigos Cristãos 'romanos' não pareciam estar a altura de resistir a um inimigo tão formidável quanto o islã com sua jihad alimentada pelo fanatismo. Fazia-se mister injetar sangue novo nas veias do império para torna-lo forte e resistente.

A Cristandade e Civilização salvaram-se porque em 732, em Poitiers nas Gálias, os sectários de Maomé depararam-se não com uma multidão de Cristãos narcotizados por um entendimento errado a respeito do martírio, mas com os francos, fortes e corajosos capitaneados pelo Prefeito do Palácio, Carlos Martel. Do contrário teriam sido os cristãos ineptos ou covardes, esmagados e a Europa ocupada de ponta a ponta, até os confins da Alemanha ou da Bulgária pelo islã, fechando o roteiro do Mediterrâneo, erradicando por completo o Catolicismo e com ele as fontes clássicas ou pagãs de nossa ancestralidade e cultura.

Teríamos um Ocidente aniquilado. E decerto não estaria escrevendo estas linhas ou sendo lido por vós, uma vez que não existiriam computadores ou Internet. Descoberta da América ou Colombo. Aviões, automóveis, trens ou tecnologia... Pois tudo isto é fruto ou resultado de outros caminhos, decisões e desdobramentos culturais; os quais não partiram do islã nem poderiam ter partido dele. Uma vez que a própria Mutazzila - um apropriar da Filosofia grega pelo primitivo islã - foi completamente exterminada pela Ortodoxia corânica ou sunita, firmada pelos imames Achari e Gazali.

Não passaríamos de uma sucessão de minaretes e muezzins enfileirados de Múrcia a Upsala ou Atenas! Com suas multidões de fanáticos curvados em direção da Meca recitando a shahada. Seria o fim inglório, trágico e patético duma saga iniciada 4000 anos antes no Egito e na Suméria. E o Epílogo teria sido em Tuors ou Poitiers em 732, onde poderíamos lavrar uma placa a guiza de epitáfio e marcar: Aqui jaz a Civilização Clássica * 3500 a C a + 732 a C.

No entanto fomos salvos da catástrofe total pelos germânicos ou francos em 732 e novamente no século XII graças as Cruzadas. As quais, ao contrário do que se ensina vulgarmente, jamais consistiram num ataque ou numa agressão, mas numa resposta necessária a jihad iniciada pelos fanáticos muçulmanos em 634 desta Era e jamais encerrada ao cabo de meio milênio. Tratou-se portanto de um mecanismo de defesa social ou duma iniciativa legítima. Duma resistência absolutamente necessária face a um inimigo insidioso.

O qual já havia arrebatado parte do antigo Império a ponta da espada e imposto violentamente suas crenças aos vencidos. Segundo a norma e regra assaz conhecida do: Converte ou morre! Práticada por eles ainda hoje, em pleno século XXI. Os Yazeds e Mandeus que o digam...

Lamentavelmente, temos de admitir, a antiga Cristandade latina não estava a altura do desafio lançado pela fúria dos maometanos. Não reconheciam que em certas situações extremas pode a força ser administrada para o bem na perspectiva da liberdade e da justiça. Chegando a ter a passividade e a inércia em conta de virtudes. O que veio a degenerar num pacifismo crasso e acrítico, o qual de modo algum é Cristão.

De fato o Cristão ama a paz e justamente por isto abastem-se de atacar a quem quer que seja. Mais: Se atacado, responde com nobreza, voltando a outra face ao agressor. E se sua fé é ameaçada, morre alegremente por ela. E afirma e divulga sua crença pura morrendo, jamais matando ou supliciando em nome de Cristo. Todavia se a Sociedade Cristã ou civilizada e tolerante é atacada, dispõem-se a resistir heroicamente, e a dar combate aos fanáticos e fundamentalistas, de modo a que não venham oprimir os mais fracos. Quando o que esta em jogo o grupo social e o regime da liberdade, postos sob o fogo da teocracia abjeta, então o Cristão, amante da paz, devera combater e lutar valorosamente.

A sociedade romana ou ante germânica não tinha esta compreensão.

Tiveram-na os povos germânicos ou construíram-na a partir de sua experiencialidade e devemos compreender esta elaboração como um contributo precioso sem o qual a Civilização iniciada junto aos grandes rios do Oriente jamais teria chegado em linha reta aos dias da ONU ou da Internet, sendo desviada do caminho ou ficando paralisada devido a adoção de um modelo de fé fetichista, teocrático e despótico, incompatível com o espírito de liberdade que conduziu-a até aqui.

Cabendo a nós o grave dever de ser gratos face a contribuição destes povos tendo em vista os ulteriores progressos da Sociedade Ocidental. Nela temos um problema a ser resolvido, que é o Capitalismo. O que não significa que ela mesma seja um problema em seu conjunto. Nós é que temos de distinguir uma coisa da outra, separando os elementos positivos e anteriores ao advento do Capitalismo, dos negativos afirmados a partir dele, ao invés de condena-la como um todo.

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