quinta-feira, 27 de abril de 2017

Clássicos - clássicos!


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Para os imbecis, idiotas, tontos, estúpidos, otários, etc envenenados pelo pós modernismo aqui vai o antídoto:


  1. As viagens de Gulliver Jonathan Swift
  2. Robinson Crusoé Daniel Defoe
  3. Orgulho e preconceito Jane Austen
  4. O último dos moicanos James Finimore Cooper
  5. Ivanhoé Walter Scott 
  6. Frankenstein Mary Shelley
  7. A comédia humana - Escritos Filosóficos (Três volumes - XV a XVII) Balzac
  8. O morro dos ventos uivantes Emily Bronte
  9. A cabana do tio Tomás Harriet Beecher Stowe
  10. Moby Dick Hermann Melville
  11. Bouvard e Pécuchet Gustave Flaubert
  12. Histórias extraordinárias Edgar Allan Poe
  13. Beleza negra Anne Sewell
  14. Minhas prisões Silvio Pellico
  15. O romance da Múmia Theofilo Gautier
  16. A feira das vaidades Willian M Thackeray 
  17. Recordações da casa dos mortos F Dostoevsky
  18. O grande inquisidor F Dostoevsky
  19. Os demônios F Dostoevsky
  20. O idiota F Dostoevsky
  21. Crime e castigo F Dostoevsky
  22. Os irmãos Karamazov F Dostoevsky
  23. O conde de Monte Cristo Dumas
  24. A letra escarlate Nathaniel Hawthorne 
  25. Alice no pais das maravilhas Lewis Caroll
  26. Os trabalhadores do Mar Victor Hugo
  27. O corcunda de Notre Dame Victor Hugo
  28. Os miseráveis Victor Hugo
  29. O Monasticon Alexandre Herculano 
  30. O bobo Alexandre Herculano 
  31. Guerra e paz Leon Tolstoi
  32. Ressurreição Leon Tolstoi
  33. A morte de Ivam Illitch Leon Tolstoi
  34. Dom Casmurro Machado de Assis
  35. Quincas Borba Machado de Assis
  36. Memórias póstumas de Braz Cubas Machado de Assis
  37. O alienista Machado de Assis
  38. A luneta mágica Joaquim Manoel de Macedo
  39. Um conto de Natal Ch Dickens
  40. David Copperfield Ch Dickens
  41. Oliver Twist Ch Dickens
  42. Os papéis de Pickwick Ch Dickens
  43. Diario íntimo Frederic Amiel
  44. As aventuras de Ton Saywer Mark Twain
  45. Hukleberry Finn Mark Twain
  46. O Germinal Emilé Zola
  47. Ben Hur Lewis Wallace
  48. O mandarim Eça de Queirós
  49. Drácula Bram Stoker
  50. As minas do rei Salomão Rider Haggard
  51. A volta ao mundo em oitenta dias Júlio Verne
  52. Viagem ao centro da terra Júlio Verne
  53. O fantástico capitão Nemo Júlio Verne
  54. Cinco semanas em um balão Júlio Verne
  55. As aventuras de Pinoquio Carlo Collodi
  56. O fantasma de Canterville Oscar Wilde
  57. O retrato de Dorian Gray Oscar Wilde
  58. Cartas a Theo Vicent van Gogh 
  59. A morte dos deuses Dmitri Merejkowsky 
  60. Quo Vadis? Sienkiewicz
  61. A ilha do tesouro Robert Louis Stevenson
  62. O médico e o monstro Robert Louis Stevenson
  63. O coração Ed de Amicis
  64. O livro do Jangal Kipling
  65. O fantasma da da ópera Gastão Leroux
  66. Menina Polianna Eleanor H Porter
  67. Platero e eu Juan Ramón Jiménez
  68. Os últimos dias de Pompeia Bulwer Lytton
  69. O poço de solidão Hadcliff Hall
  70. Por quem os sinos dobram Ernest Hemingway 
  71. Antonio Adverse Hervey Allen
  72. Anne Frank Diário
  73. O manto sagrado Lloyd C Douglas
  74. E o vento levou Margaret Mitchell
  75. Servidão humana Somerset Maugham
  76. O fio da navalha Somerset Maugham
  77. O pequeno princípe St Exupery 
  78. O castelo do homem sem alma A J Cronin
  79. Babitt Sinclair Lewis
  80. A fazenda Louis Bromfield
  81. Nada de novo no front Erich Maria Remarke 
  82. Elmer Gantry Sinclair Lewis
  83. O fim do mundo Upton B Sinclair
  84. O menino do dedo verde Maurice Druon 
  85. Ratos e homens John Steinbeck
  86. Luta incerta John Steinbeck
  87. As vinhas da ira John Steinbeck
  88. Sinuhe Mika Watari
  89. Claudio, o imperador Robert Graves
  90. O deserto do amor François Mauriac
  91. Os Thibault Roger Martin Du Gard
  92. Uma ponte longa demais Cornelius Ryan
  93. O mais longo dos dias Cornelius Ryan
  94. A última batalha Cornelius Ryan
  95. Negras raízes Alex Hayley 
  96. A nudez e a morte Norman Mailer 
  97. A canção do executor Norman Mailer 
  98. Memórias de Adriano Marguerite Yourcenar
  99. Criação Gore Vidal
  100. O imperador Juliano Gore Vidal

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A ideologia de Pedro Loujine e o 'Dar metade da capa a quem pedir'

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Não poucas vezes a alta literatura brinda-nos com a feliz oportunidade de refletir sobre diversos assuntos quais sejam religião, sociedade, economia, política, etc

Autores há cujas páginas oferecem-nos a possibilidade de abordar as mais variadas áreas do conhecimento humano. Tal a vastidão e profundeza de suas obras...

Felizmente escritores há, que a semelhança de Midas, tudo quanto tocam convertem em ouro fino e precioso.

Que dizer então se o próprio tema é de elevado quilate?

Assim Machado de Assis e Lima Barreto entre nós brasileiros. Eça entre os lusitanos. Flaubert, Balzac e Mauriac entre os franceses. Dickens, Swift e Defoe entre os ingleses. Os dois Sinclair (Upton Beal e Lewis) Melville e Jakc London nos EUA. Tolstoi e Dostoevsky entre os russo; mas, dentre todos os escritores este último. Entre os românticos: Swell, Bronte, Austen e Stowe. E entre os históricos Watari, Graves e Gore Vidal. Tais os clássicos, dentre os clássicos. Mas leiam Também Edgard Allan Poe. 

Era o predileto de Nietzsche e também de Freud com os quais aqui, estou de pleno acordo.

Preciso dizer que a acuidade psicológica do mestre russo é inexcedível?

Alias sendo 'Épico' por natureza e certamente tolstoiano, não posso deixar de curvar-me face ao moderno mestre universal da tragédia, e em cujas obras topamos com aquele sentido trágico tão peculiar a humana existência, tão patético e tão marcante.

A propósito de qual seja sua obra prima há variedade de opiniões. Assim uns são pelos irmãos Karamazov, uns pelas notas do subterrâneo, alguns por recordações da casa dos mortos, havendo ainda quem seja pelo grande inquisidor ou pelo idiota. A maioria dos críticos no entanto parecer ser por Crime e castigo, obra cujo lançamento acabou de completar século e meio no ano passado uma vez que foi publicada em 1866, no Diário russo, uma publicação mensal.

Uma coisa no entanto é certa - Ao ler qualquer escritor busque uma tradução que reporte ao original e não uma tradução de tradução.

Assim quanto a Crime e castigo não faça regateios e se possível for adquira a tradução feita por Pedro Petrovitch em 1930 e publicada pela Editora Americana. É integra, literal, absolutamente fiel, em que pesem ligeiros errinhos quanto ao vernáculo i é ao português, devido quiçá a edição. Há alguns dias lí um anúncio em que pediam trezentos reais por uma delas. Direi que se trata de um investimento...

Se puder ler antes ou se já leu "Recordações da casa dos mortos" ou "Memórias do sub solo" melhor. Delicie-se então.

Delicie-se porque aquilo é um desfolhar da alma humana, tocando a suas fibras mais íntimas.

Os períodos são imensos, gigantescos, colossais... Fazendo jus a complexidade do objeto.

É uma introspecção após a outra:

"Ignoro assim quais sejam as causas mais remotas a que aludi; porém o amigo deve conhece-las. É homem inteligente e sem dúvida deve já ter analisado a si mesmo."
Analise-se e se reconhecerá em algum de seus personagens seja Raskolnikoff, Razoumikhine, Nastasia...
Quando a mim, neste pequeno artigo, desejo focalizar o Pedro Petrovitch Loujine, noivo de Dounia, futuro genro de Dna Pulqueria e cunhado de Raskol...
Pretendo na verdade focalizar um dos 'discursos' de Pedro Loujine assente a pg 156 (e sg) da citada tradução.

A qual vale a pena reproduzir:

"Não, isto não é um lugar comum! Se me disserem: "Ama teu próximo." e eu queira realizar este conselho, que resultará daí? Respondeu Loujine. Rasgo minha capa e dou metade ao próximo e? Ficamos ambos si - nus... Assim a ciência, a seu lado, mandam-me atender somente a minha pessoa, já que tudo neste mundo baseia-se no interesse pessoal. Aquele que segue esta doutrina, cuida convenientemente de seus próprios interesses e fica com a capa inteira para si. Acrescenta a economia política que tanto mais sólida e feliz será uma sociedade qualquer, quanto maior for o número de fortunas particulares ou de capas inteiras dentro dela mesma. Logo trabalhando apenas para mim, trabalho, pela mesma razão, para todos os outros, do que resulta vir meu próximo a receber mais do que a metade de uma capa; e isto não a merce de liberalidades individuais; mas em consequência de um progresso geral. A ideia se me parece bastante simples; infelizmente levou muito tempo para propagar-se e suplantar a quimera e o devaneio; e no entanto não me parece que seja necessária uma inteligência acurada para compreende-la." 
Já a primeira vista percebemos que se trata de um parágrafo prenhe de considerações ou teorias religiosas, filosóficas, sociológicas...

Há coisa que se explorar ai.

Arqueologia para se fazer.

Ossos para desenterrar.

E hoje, a semelhança dos pós modernos - Pois não há quem erre sempre e apenas erre - vou iniciar minha análise de ponta cabeça ou começando pelo fim.

Quem não compreende o enunciado acima, no caso Jesus e os Cristãos (Especialmente os Católicos ou Ortodoxos) é perfeito idiota. Pois não é necessário ser um gênio ou ter um Q I elevado para atinar com sua 'excelência'. Merecendo o conceito de alteridade ou empatia ser lançado ao mundo das fábulas ou quimeras...

Noutras palavras: Amar o próximo, identificar-se com ele, denotar qualquer nível de sensibilidade, ser solidário, etc Não passa de tolice!

Por cerca de vinte séculos ou de dois mil anos tem este planeta, em sua maior parte, sido povoado por uma imensa cambada de estúpidos ludibriados por um galileu tosco de nome Jesus. O qual ao invés de ensinar-nos a ignorar o próximo, ensinou-nos a ama-lo. Mas que pateta esse galileu... Como demoraram tanto para crucificar um charlatão desses?

Todavia como não podia a verdadeira luz permanecer encoberta e posta debaixo da cama ou da mesa, em algum momento da História teve ela de brilhar.

Acontece que apesar da patética trivialidade enunciada pelo autor a luz só veio mesmo a brilhar com todo seu esplendor a partir do século XIX.

Mas onde?

Em que espaço privilegiado pairou tão fulgurante luz?

"Como nós russos nos deixamos fascinar por opiniões alheias."
Bem se vê por ai, que a luz não surgiu lá na pobre Rússia e nos confins da América Latina... Paragens habitadas exclusivamente por bestas... Não é assim?

Divino Dosto dai-nos tua luz?

"Sim. Por que razões haveria ele de emprestar se sabe que o senhor não o paga? Por compaixão? Mas Lébéziatnikoff, apóstolo das ideias novas, explicou-nos há dias que atualmente é a compaixão condenada pela ciência, e que é esta a doutrina corrente lá na Inglaterra, onde a economia política é o que o senhor bem sabe." p 17

Bingo! A luz resplandeceu em Albion, digo na Inglaterra ou Grã Bretanha e iluminou o mundo espancando as trevas do Evangelho e do amor... Coisa e gente parva e sem instrução.

O livro é de 1866. Passando-se a cena no mesmo no ou, quiçá, no ano anterior, 1865.

Vejamos então que se esta passando em 'Merry England' a esse tempo...

Temos a "Origem das espécies" publicada pelo grande Darwin em 58. Mas... Até ai tudo bem, Darwin, jamais e até o fim da vida, ousou aplicar a doutrina da seleção natural a organização das sociedades humanas. Não era Darwin darwinista social, pois o que ele pretendia explicar por meio da seleção natural era a evolução dos seres vivos em termos biológicos.

No entanto desde 1862 ou mesmo antes Herbert Spencer (Especialmente no "Sistema de Filosofia sintética") divulgava já suas teses sobre o Darwinismo social (A expressão propriamente dita viria a ser cunhada mais de meio século depois) distorcendo o pensamento do naturalista evolucionário. E cunhando termos inexatos como o 'triunfo do mais forte', enquanto para Darwin o mais apto não era necessariamente o mais forte, mas aquele que possuía um aparelho ou instrumental físico mais sofisticado.

Mesmo antes de Spencer alguns pensadores ingleses como Benthan haviam já esposado uma ética utilitarista. Ideia retomada e reformulada por Stuart Mill num sentido mais social.

Nietzsche viria a tonar-se porta voz de todas essas ideias vinte anos mais tarde. Delas resultando a doutrina do super homem, para o qual a ideia de compaixão para com os fracos, ineptos ou desajustados socialmente falando, é uma aberração.

Nem podemos nos compadecer daqueles que a dinâmica social marcou com o insucesso mas consentir que sejam aniquilados pela dor sem soltar um suspiro sequer!

Não se trata aqui de aniquilar ou de exterminar como queriam os nazistas (Os quais deram um passo mais a frente) mas apenas e tão somente de não se compadecer, de não interferir, de não tentar minorar ou suavizar a condição daqueles que foram vencidos pela existência.

Tal a doutrina formulada pelos ingleses em seus círculos sociais pelo idos de 1860, e a qual alude Pedro Loujine.
Continua -









quarta-feira, 26 de abril de 2017

Os primórdios do islamismo - JEAN PATRICK GRUMBERG

Texto de Jean Patrick Grumberg - Site www.dreuz.info 24/08/2014 - Traduzido do Francês pelo profo Domingos Pardal Braz articulista deste Blog

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Os primórdios da história do Islã apresentam aparentemente dificuldades insuperáveis ​​pois são em grande parte resultado do que podemos classificar como 'história oficial' elaborada, com intuitos propagandístico e proselitista a partir dos nono e décimo séculos d C pelos califas abássidas.

Este, tendo tomado posse do imenso império legado pelos Umayas, aspiravam sobretudo manter a coesão interna.

E havia uma forte razão para isto. Os milhões de seres humanos que se achavam sob seu poder não eram todos muçulmanos, mas judeus, zoroastrianos e em grande parte Cristãos. E, ao contrário do Islã tais credos achavam-se intimamente relacionados com as civilizações do passado e a cultura antiga, levando grande vantagem intelectual. Apesar de terem sido subjugados a força pelo conquistador árabe, os vencidos não estavam disposto a abrir mão de suas identidades, podiam inclusive debater com os vencedores e demonstrar a natureza primitiva e grosseira do islã.


O FIASCO MUTAZALITA 
O vencido, mesmo sem saber, quase conquistou seus conquistadores, pois a corrente da Mutazila, por muito pouco não mudou o curso da História. Professando a ideia de um Corão criado e não eterno ou imutável como o próprio Deus, alguns intelectuais muçulmanos acabaram se deixando conquistar pela Filosofia Clássica.

As obras de Platão e Aristóteles induziram alguns deles a introduzir os conceitos de racionalidade e livre arbítrio na nova fé. Evidentemente que a Mutazila não teria se afirmado não fosse a imensa miséria doutrinal e intelectual do islã a par da forte influência Cristã. Para quem estava na posse do poder era evidente que a fé islâmica estava em desvantagem, recuando-se e abandonando a arena das ideias. 
(Ao menos em algum momento houve real ameaça de helenização por via do Cristianismo, em especial do aramaico - Siríaco e Assírio; e depois pelo Bizantino) O parentético é nosso!
Da mesma forma como o vácuo antes existente foi preenchido pelo corpo das leis islâmicas ou sharia, havia a real necessidade de preencher do mesmo modo o vácuo doutrinal ou teológico e a própria estabilidade o Império o exigia. Os mutazilitas puseram-se a elencar argumentos favoráveis a tese de um Corão criado e portanto contingente e sujeito a sucessivas readaptações. Eles estavam cônscios sobre a existência de diversas versões contraditórias do Corão e estavam dispostos a discutir honestamente com seus rivais judeus e Cristãos.
Assumiram a fragilidade dos textos sagrados e demonstrando coragem e honestidade intelectual optaram por ir além da letra do livro permitindo que a razão humana fixasse um sentido melhor. No entanto este movimento de vanguarda, suscitando o pensamento crítico, não pode deixar de suscitar discussões e tumultos; o que o poder político estabelecido menos queria. O pretexto para a reação surgiu após um califa mutazila mais fervoroso ter recorrido a força para reprimir os mais arabizantes e tradicionais.

Posteriormente, quando os tradicionais, favorecidos pelo clero, retomaram o poder a perseguição religiosa estourou violenta. Sob a inspiração dos imames
Achari e Gazali a mutazila foi simplesmente exterminada ao cabo de um século, e nem mesmo as ideias dos mutazilitas sobreviveram a eles. 

A crítica dos cristãos

E
sta controvérsia principiou no século VIII, cem anos após a morte de Maomé. Até então, os numerosos manuscritos cristãos que descreviam a religião dos conquistadores referem parcamente a qualquer texto sagrado. O Islam em seus primórdios não estava fundamentado em escrituras ou exegese e o conteúdo da fé não está definido.  E ele não passava duma forma sincrética em que entravam elementos do paganismo árabe, tradições talmúdicas e alguns elementos de doutrina Cristã.
Abd el Massih al Kinda (Banu Kinda) é um dos primeiros polemistas Cristãos. Floresceu pelos idos de 820 e focou sua crítica no texto do Corão alegando ter sido ele criado. Eis o que ele declarou: Após a morte de Maomé, as lutas entre Abu Bakre e Ali levou este último a vindicar seu direito a sucessão. Um dos meios que ele encontrou - Para adquirir legitimidade - foi mandar escrever os fragmentos dos oráculos ou palavras de Maomé num códice. Isto serviu de pretexto para que os demais membros da Shahaba i é os companheiros do profeta, compusessem também eles diferentes versões do Corão, a ponto de surgirem tantos corões quanto cabeças. 
Diante disto Ali angustiado, voltou-se para seu predecessor Otman rogando que pusesse fim aquele indecoroso estado de coisas. Eis a decisão de Otman: Decretou que todos aqueles códices e versões fossem levados até ele e mandou queimar todos, inclusive o de Ali  conservando apenas quatro, cujo texto canonizou. No entanto como ainda circulassem diversas cópias em versões em Madaim, Hajjaj ibn Yousuf, que era válido sanguinário, sentindo-se turbado diante de tantas controvérsias e discussões, mandou reunir todas as cópias restantes e queimar tudo. Não sem antes ter tomado as parecidas, canonizadas por Otman, e alterado diversas passagens e corrigido o texto, produzindo uma versão autorizada em seis cópias.

Diante de tais condições como demonstrar materialmente a diferença entre o conteúdo original e as versões dadas a luz posteriormente? Como rastrear um conteúdo original que foi suprimido? Como estabelecer uma crítica do livro?
(Sendo assim falar em Unidade do Corão é muito fácil não?) Parentéticos nossos!
No entanto a crítica de Al Kinda não parou por aiO conteúdo do Corão não foi poupado e o califa Mutazila Al Mamun teve de engolir da parte dele as seguintes palavras:

"Tudo quanto disse sobre o Corão são fatos e as evidências são de teu conhecimento. Para tanto demonstramos que o texto desse livro é desorganizado, confuso e incoerente. As diversas passagens são contraditórias e sem qualquer sentido. Como, sem trair sua ignorância, podes apresenta-lo como mensagem revelada e divina semelhante as de Moisés e Jesus? Certamente qualquer pessoa com um pouquinho de bom senso haverá de tirar tais conclusões a menos que ignore os rudimentos da História e da Filosofia. Eis porque não abandonamos nossa fé e não nos deixamos mover por tão falaciosos argumentos." 
Passados quase dois séculos a crítica de Al Kinda não envelheceu nem perdeu seu valor. 


Greve geral do dia 28 de Abril, aderir ou não?



O folheto acima me foi enviado por uma ex aluna acompanhado por um pedido de esclarecimento.

Passo ao esclarecimento solicitado.

O qual dou a público tendo em vista o benefício geral de todos.

O primeiro aspecto interessante a ser assinalado é o anonimato. Faz-se uma acusação a qual no entanto não se assume... Agora sendo verdadeira por que não se assume?

Geralmente quem publica coisas desse teor é a FIESP, o MBL e outras organizações insidiosas, terroristas, criminosas, mafiosas, etc

As quais nada fazem além de tecer calúnias com o objetivo de enganar e dividir o povo, tendo em vista seus próprios interesses sórdidos.

Prossigo:

"É greve sindical"

Aqui é coisa assume ares de supina e clamorosa idiotice.

Em português diríamos ser redundância.

A exemplo da famosa frase: "Chover no molhado."

Afinal que greve é individual? Eclesiástica? Empresarial?????

Há mais de século toda greve é sindical... Pois são os sindicatos mesmos que organizam os trabalhadores e mobilizam-nos quando há situações de risco, em que seus direitos são ameaçados.

Pois caso os trabalhadores continuassem a trabalhar como ovelhas, recusando a paralisar suas funções, não tardariam a ter seus braços e pernas envolvidos por grossos grilhões e a ter de trabalhar de sol a sol debaixo de chibata!

Tem ou não tem coisa melhor para o patrão?

Não são escravos porque tem direitos e tem direitos porque lutaram por eles.

No mínimo fazendo boicotes, paralisações e greves com o objetivo de legaliza-los e garanti-los, e isto quando fazer greve era quase proibido e criminalizado.

Sabia que aqui mesmo no Brasil não poucos trabalhadores foram assassinados por fazer greve?

No entanto eles sabiam muito bem que patrão só sente mesmo é no bolso, quando a produção e consequentemente o lucro são ameaçados. É a única arma de que dispõem o trabalhador com que defender seus direitos e por sinal, uma das melhores.

Quanto aos sindicatos são organizações ou coletivos sociais como quaisquer outros, assim como entidades políticas, empresas, igrejas, etc E como tais sujeitos a abusos. Afinal qual organização de origem humana que não sofra abuso?

Temos um Congresso formado por biltres que ja mereciam ter sido não apenas depostos, mas processados, punidos e encadeados a muito tempo por seus crimes de peculato, corrupção, venalidade, etc

Quer algo pior do que o Parlamento Nacional brasileiro com centenas de deputados e senadores 'respeitáveis' denunciados por certo empreiteiro???

O que nos leva por sinal ao setor empresarial... Tido por muitos em conta de Santo. Mas que representa o outro lado da moeda. Pois se há quem corrompa, há quem se deixe corromper, e se há quem se deixe corromper...

Nada mais podre do que este Congresso cuja maior parte dos membros foi eleita com recursos oferecidos pelos 'honestíssimos' empresários em troca de favores, como leis destinadas a converter os trabalhadores em escravos...

Assim se os Sindicatos defendem os direitos dos trabalhadores temos no congresso um Sindicato Maior e pior destinado a defender os interesses dos patrões e empresários em detrimentos dos interesses da população e dos trabalhadores...

Que é esse Parlamento senão um sindicado ao contrário ou sindicado as avessas composto por biltres, canalhas, salafrários, argentários, corruptos... prestes a assaltar uma população indefesa e retirar-lhes os direitos e da dignidade até converte-la numa malta de pedintes e mendigos?

Para não falarmos nessas igrejas corruptas, presididas por charlatães, os quais além de viver de dízimos e ofertas ainda se mancomunam com esses empresários e políticos com o objetivo de abater o povo trabalhador. E cometem esses crimes em nome de Cristo!!!

Certamente que os sindicatos tem lá seus defeitos, que não são perfeitos, etc NO ENTANTO TENHO CERTEZA ABSOLUTA DE QUE, em que pesem os tais defeitos e abusos, NÃO CHEGAM NEM AOS PÉS - em matéria de patifaria - DE NOSSAS CÂMARAS municipais, estaduais e federais; com seus ladrões engravatados, DESSAS EMPRESAS QUE FINANCIAM A CORRUPÇÃO E O CRIME, E MESMO DESSES 'EMPRESAS' RELIGIOSAS, A QUE CHAMAM IGREJAS.

Do contrário Serra, Alckmin, Nunes, Caiado, Maia, Malta, Fortes, FHC, Maluf, Collor, Marcelo Oldebrechet, Everaldo, Feliciano, Campos, Malafaia e outros tantos batedores de carteira, mafiosos, canalhas, ladrões, traficantes, terroristas, criminosos, larápios, argentários seriam SINDICALISTAS e não demagogos, empresários ou pastores. Prova de que o que os sindicalistas tiram por fora - Se é que tiram e quando tiram - é como se diz, simples migalha, perto do que os outros marotos tiram quando escolhem milhão e tanto na cueca!

Caso sindicalismo fosse o babado, ou vaca em que se mamar na teta grande, todos os marotos que estão a mamar nas tetas do estado, das empresas e das igrejas, já teriam migrado a muito tempo para o Sindicalismo.

Portanto como, diante de um parlamento tão imundo e sujo, alguém se atreve a levantar o dedo mindinho contra os sindicatos e os sindicalistas?

'É farsa'

Só será farsa de o povo, enganado por seus opressores, não parar e sair as ruas.

Ai será farsa pior do que a de Inês de Castro.

Tomando o Congresso mais o TEMERário golpista, o povo por andadura... Bem a gosto da FIESP, entidade sinistra responsável por ter patrocinado o golpe.

Liderada pela CUT.

Evidente, ela é a Central Unica dos Trabalhadores... Entendem ou preciso soletrar?

Central Única...

Cabendo-lhe portanto convocar uma greve de tais dimensões.

E não sou eu quem há de questionar os atos da CUT partindo de sua idoneidade. AFINAL QUEM NO BRASIL TEM QUESTIONADO OS DECRETOS E LEIS PROMULGADOS POR UM CONGRESSO LADRÃO??????????

Preocupados com a idoneidade da CUT??????

E a idoneidade de um Congresso composto por mensaleiros da Oldebrecht - Alias um enxame de PSDbestas, PMBbestas, Democratas, etc, etc ,etc Uma chusma - quem questiona???

E quem se preocupou com a idoneidade do mafioso Eduardo Cunha, promotor do golpe destinado a derrubar a presidente legitimamente eleita?

Tinha a Dilma alguma culpa??? Não o sei... Não direi que sim nem que não.

No entanto fosse culpada que direito tinha esse Congresso composto igualmente por ladrões de atirar-lhe a primeira pedra?

Que direito tem essa malta de ladrões, corruptos, venais e celerados de julgar ou condenar a quem quer que seja?

Que idoneidade tem essa malta de pilantras?

Idoneidade alguma.

Portanto se alguém ousar perguntar sobre a idoneidade da CUT, temos de aconselha-lo: VAI PROCURAR A IDONEIDADE DO CONGRESSO!

E volta só no dia de S Nunca ou no 31 de Fevereiro quando encontra-la!

Temos ai não um Parlamento, mas o coração do crime nacionalmente organizado, e ainda tem que ouse espalhar panfletos contra a CUT???

"Suas coligações são militontos do Lula."

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Mais uma vez o aspecto ou fantasma do Lula assombrando o cérebro degenerado desses homens abjetos que sequer tem um pingo de virilidade para vir a público declarar que são contra os interesses do trabalhador brasileiro.

Destarte, para que o trabalhador, fique em casa enquanto seus direitos, bem como de seus filhos e netos são espinafrados por um presidente postiço e um Congresso composto por ladrões, saem-se mais uma vez com essa do Luladrão.

E a propósito a que vem o Luladrão sem o Aécioladrão, o Serradrão, o Nunesladrão, o Alckminladrão, o Cardosoladrão e outros tantos ladrões da oposição que ainda circulam livremente não só pelo Brasil mas no Congresso Nacional???

Serão santos os outros ladrões???

Chicaneiros e chicaneiras de plantão, é tão injusto manter um criminoso solto, quanto face a uma malta de criminosos clamar pela punição de um só, deixando os mais livres ou fingindo que não existem. Quando não cogitam em por um deles na presidência ou nele votar!!!! Sim porque votaram no ladrão Serra, votaram no ladrão Alckmin - Alias ladrão de merenda!!! - votaram no Ladrão Nunes... E ainda acobertam esses canalhas, lembrando-se apenas do Lula...

Se é mesmo para prende o Lula, não me oponham desde que prendam e encadeiem todos os ladrões do PSDB...

Nem vou eu mesmo rebater esses delírios obsessivos em torno do Lula.

Ladrão ou não, inocente ou culpado, corrupto ou virtuoso o Lula é odiado - Inclua-se a Dilma e o resto todo do PT - apenas por se opor aos interesses da FIESP e dos empresários, isto é a reforma da previdência, as privatizações, a reforma do Ensino Médio, a Terceirização, ao financiamento da propaganda política por empresas, etc. Eis o único motivo porque odeiam o PT.

Tem nada, nada a ver com corrupção.

Quem mais corrupto que FHC com seus 45 escândalos engavetados por um engavetador profissional e mega famoso por ter comprado a própria reeleição? Quem mais corrupto que o ladrão de merenda engravatado? Quem mais corrupto que o idealizador do rouboanel? Quem mais corrupto que o pentadelatado das Minas Gerais????

Corrupção é que não falta na 'oposição'...

Corrupção sobeja e sempre sobejou neste pais para lá de quase Trinta anos!

Não toca a corrupção... Apenas palavras vãs ou discurso pra 'inglês ver'.

Do contrário não conseguiriamos dormir ouvindo panelas batendo. Mas quem ouve?

A questão aqui, desde o começo, foi econômica. O golpe foi deflagrado por considerações de ordem trabalhista ou financeira: Satisfazer as aspirações acalentadas pela FIESP, a saber, a demolição da CLT e o restabelecimento da privataria... Nem mais nem menos!

Eis porque após a derrubada da presidente, elaboraram de imediado uma pauta neoliberal em tudo oposta aos interesses populares e destinada a exterminar os direitos dos trabalhadores, sabotar a educação, restringir as liberdades e garantias dos cidadãos, pilhar nossas riquezas, sujeitar o pais a dominação estrangeira, etc Nada de novo debaixo do sol... Tudo muito trivial e vulgar conforme a velha e embolorada cartilha do FHC...

A palavra de ordem aqui é fazer a República retroceder a Idade das Trevas i é aos anos 90 do século passado. E por a rés de chão tudo quanto Getúlio, Goulart, Brizola e outros heróis, legaram a esta nobre povo após tantas e tantas lutas.

Corrupção aqui foi e ainda é, como sempre, mera desculpa.

Não estão interessados nela, apenas em denegrir ou punir, como dizem o Lula.

Por isso seguem votando no PSDB, no PSDB, no DEM, no PSC e isto evidencia a falta de honestidade da parte deles.

Pois quem critica o roubo não deve roubar em ladrões.

A menos que o roubo se defina por senha: Apenas os trabalhistas roubam no Brasil, PSDB recebe doações e o Malafaia ofertas rsrsrsrsrsrs É muito cinismo! Cinismo demais!

É roubo porque PT. Quando PSDB rouba e FHC ou Aécio prevaricam, então não é nada... Nem se comenta, é como se ninguém soubesse, total indiferença. Aqui o roubo converte-se em virtude e as máscaras caem... Findou o espetáculo e começou o terror: A retirada dos direitos trabalhistas.

Passo então os verdadeiros objetivos da Greve geral de sexta feira, para que todos compreendam bem e cumpram com o dever ao invés de chorar e lamentar amanhã a desgraça dos filhos:





Ai está explicita e clara e pauta da greve.

Não Lula, mas OPOSIÇÃO CERRADA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E PRIVATIZAÇÕES!

Tal o objetivo, propósito, escopo desta greve. Nada mais necessário.


"CHEGA DE SUSTENTAR SINDICALISTA VAGABUNDO!"

Para que?

Pra sustentar empresário, patrão, chefe, industrial e banqueiro VAGABUNDO, PARASITA, CRUEL E SEM CONSCIÊNCIA???

Ai pode? Ai é bom...

E sustentar um Congresso vagabundo, cujos membros foram EXCLUÍDOS da reforma da previdência??? Para que continuem a se aposentar com trinta ou quarenta anos??? Em que pesem os privilégios, vantagens e benefícios de uma vida de parasitagem??? Sem falar nos roubos e venalidades???

Então eles ficam lá no bem bom, os marotos, locupletando-se as custas da sociedade trabalhadora, recebendo pensões e prebendas pagas pelos empresários, prevaricando... Enquanto o povo humilde paga a conta???

TROUXA DE QUEM ACEITAR PAGA-LA! TOLO AQUELE QUE NÃO CRUZAR OS BRAÇOS, SAIR AS RUAS E GRITAR A PLENOS PULMÕES CONTRA ESTE GOVERNO GOLPISTA, ILEGÍTIMO, ARBITRÁRIO E DESPÓTICO cujo único objetivo é satisfazer docilmente os interesses da FIESP e seus associados!

Infeliz de quem não sair as ruas para protestar contra esse ato criminoso e terrorista!

Vagabundos e parasitas estão ai ocupando as tribunas dos parlamentos, as mesas dos escritórios e os púlpitos das 'igrejas'. Eis onde se acham os vagabundos, canalhas, ladrões, argentários, safados, trambiqueiros, prevaricadores e corruptos!

O objetivo desta greve é o mais nobre, excelente, salutar, virtuoso e justo!

Impedir que nossos filhos sejam escravizados, nossas riquezas pilhadas, nossas instituições profanadas... Como foi nossa legalidade e nosso estado de direito por esse malsinado golpe, fonte de todas as desgraças subsequentes que se abateram sobre esta pobre nação!

O objetivo desta greve é opor-se a malévola reforma da previdência. Reforma por meio da qual você trabalhador e trabalhadora pagarão as contas desses demagogos enquanto degustam caviar mergulhados em leite ou champanhe... Reforma que agravando a miséria, aumentará a violência e atingirá a todos nós! Abriremos os olhos e contemplaremos aterrorizados o 'faroeste' do FHC - Porque aqueles foram tempos de faroeste ou coisa pior - ressurgindo do abismo!

Por isso urgem fazer greve, apoiar a greve, aplaudir a greve!








A morte da razão no islamismo - Crítica ao livro de Robert Reilly 'O fechamento da mente muçulmana'

Mutazilites




“Se a ignorância é realmente uma bênção ninguém deveria ler 'O Fechamento da Mente Muçulmana.'"

A frase acima sobre o benefício da ignorância foi proferida pelo personagem Cypher no emblemático filme Matrix. E parece que foi feita sob medida para aqueles que se recusam a ler um Boswell, um Kaldellis, um Harari... E a tantos outros pesquisadores aos quais acrescentamos Reilly. 

Eis ai algo que precisa ser lido ou que deve ser lido por tantos quantos não se satisfazem com a ignorância dos chavões, das repetições, dos modismos e dos lugares comuns.

De qualquer modo ou forma, se você prefere não ler Reilly ao menos não reclame quando seus filhos foram enforcados e suas filhas castradas!

Eu te avisei!


"Como prefiro conhecer a verdade, mesmo quando não seja agradável, achei o estudo de Robert Reilly sobre o pensamento sunita o livro mais esclarecedor de 2010."

O assunto esta em voga porque quatrocentos e cinquenta anos após a vitória de Lepanto, mais uma vez ainda, o islã esta as portas da Europa, do velho mundo e portanto do Ocidente ou do que ainda resta da Civilização (A qual esta premida entre EUA e Islã e sendo triturada).

Lamentavelmente não apenas das massas sempre incultas e alienadas, mas mesmo o leitor mediano ignora que seja o islã, cuidado que seja tudo uma coisa só.

Não sabe o que é carijismo, xiismo, sunismo e menos ainda que tenha sido mutazilismo, acharismo, qadarismo, etc

Resultando disto tremenda confusão.

Na medida em que as pessoas são levadas a imaginar ou a cogitar que o islã de hoje é o mesmo islã que até o século XI contribuiu a sua maneira para a recuperação do patrimônio cultural, filosófico e científico, destruído em parte pelas hordas dos primeiros muçulmanos que queimaram a grande Biblioteca de Alexandria.

Ledo engano e falso enleio.

Por isso temos de ler Reilly e prestar muita atenção no que ele nos conta:


"E Reilly conta a triste história de como uma grande batalha filosófica no seio do Islã, entre mutazilitas e os acharitas, moldou a história da fé e levou inevitavelmente à crise atual do Islã. Essa batalha intelectual – resolvida na metade do século IX – não foi uma discussão acadêmica e civilizada em torno de princípios meramente abstratos; foi uma disputa de suma importância, com implicações que se tornariam óbvias para os cristãos atentos do começo do século XXI."

Nem se tornaram óbvias para os Cristãos, os quais percorrem o mesmo caminho que os acharitas aberto a mais de milenio e meio por Agostinho de Hipona e alargado posteriormente por Ockham, Lutero, Pharran, etc

Sempre bom lembrar que não vivemos mais em tempos áureos de escolástica medieval.

E que o mesmo espírito irracionalista injetado no organismo cristão pelo ex maniqueu Agostinho de Hipona no século V e alimentado por Ockham foi canonizado por Lutero em pleno século XVI e - pasmem - transplantado para o plano da Filosofia pelo Luterano I Kant. No Ocidente Cristão ninguém mais odiou o Lógico e Mestre de todos os que sabem (Aristóteles) do que o Pai do protestantismo para quem o Perípato não passava de um pagão ultra endemoninhado.

Foi o auto proclamado reformador do cristianismo que comandou a primeira cruzada contra o Estagirita, o humanismo, a razão e a lógica; afirmando em termos tão incisivos quanto Achari e Al Gazali a miséria da razão humana e santificando o irracionalismo.

Portanto antes de lançar pedras contra o Islã temos de olhar para o próprio umbigo e fazer auto crítica - Temos muito que falar sobre Agostinho, Ockham, Lutero, Kant, Pharran... Afinal não há dia em que os pentecostais e calvinistas fazendo pouco caso da razão e apropriando-se indevidamente de certas passagens atribuídas ao apóstolo Paulo, fazem gala de que a Loucura de deus é muito superior a sabedoria dos homens... Com a qual identificam a razão, a lógica, etc como se estas não procedessem de Deus, e não devessemos dar a quem solicitar "As razões de nossa esperança."

O mais grave e lastimável é que esse espírito irracionalista e fanático, que encara com suspeita, tudo quanto seja humano, penetrou já a própria igreja romana por meio da RCC... Instilando seu veneno irracionalista pelo corpo dessa antiga comunhão... A ponto de terem trocado a reflexão teológica: sábia, ponderada e racional pelos delírios emocionalistas e tremeliques de Pharram e cia

Portanto, ao menos aqui no Brasil do século XXI (2017), ao contrário de Lawler não vejo esses Cristãos atentos a problemática da razão e preocupados.

Quantos dentre os fervorosos carismáticos leram e estudaram a Encíclica Fides et Ratio do defunto J P II?

Quantos dentre eles tem dedicado algum tempo a estudar alguma obra de escolástica?

Quantos ao menos tem estudado patrística ou doutrina social da igreja???

Então eu não percebo a existência de Cristãos preocupados não necessariamente com o problema do acharismo no islã, que é convergente, mas com o problema, colossal, do pentecostalismo e da RCC, cujos membros endossam o mesmo tipo de pregação irracionalista. Evidentemente que isto é assombroso em se tratando dos romanistas, suja comunhão possui um patrimônio escolástico de primeira grandeza. Mas eu não o percebo devidamente valorizado. 




"As principais disputas filosóficas geralmente sobrevivem por séculos. Os platônicos e os aristotélicos ainda hoje estão discutindo. Ecos dos debates no Concílio de Niceia ainda podem ser ouvidos nos departamentos de teologia das universidades católicas."




Nicéia é questionado e só pode ser questionado por quem tenha perdido por completo o sentido Católico e enveredado justamente pelas tortuosas veredas do biblismo protestante, da judaização, do irracionalismo, etc Mas passo a largo disto...

Nicéia não é algo que se discuta. Exceto pelos unitários...

O padrão atanasiano é fundamento pétreo da Ortodoxia Cristã.

Bem o valor da razão na perspectiva Cristão também é algo que jamais deveria ser discutido por um Católico.

No entanto Agostinho e sobretudo e acima de tudo Kant, o 'Filósofo de Lutero'...

E por ai afora seguem as incoerências, os paralogismos e as sórdidas traições.


Diante de tais aberrações nem preciso dar a público os motivos que me levaram a abraçar o Catolicismo Ortodoxo após ter sido 'resgatado' da superstição protestante pela igreja romana...




"Mas os mutazilitas não estão mais discutindo com os acharitas."

Não existem mais mutazilitas no islã desde o século XII - Marque bem isto querido leitor, antes de classificar seus oponentes como islamofobicos e repetir semelhantes desrazoados! - pelo simples fato de terem sido denunciados por heresia, sacrilégio, blasfêmia e exterminados.



"No Islã o debate acabou – não porque um argumento provou ser mais persuasivo que o outro, mas porque uma escola invocou sua autoridade para silenciar a crítica."

Leia-se os acharitas apelaram a espada do Califa, e com base na instituição do Murtad, criaram uma inquisição, dando cabo de seus inimigos.

Mas o Cristianismo também teve suas inquisições, dirá o leitor exercendo sua criticidade.

Lamentavelmente a igreja romana, desde o século XIII, contou com uma Inquisição e o protestantismo desde que surgiu, no século XVI, com uma Inquisição rival ainda mais violenta (A respeito da qual os meios de comunicação costumam silenciar por questão de conveniência.).

O que nos leva a constatar que não houve Inquisição durante todo primeiro milênio do Cristianismo e tampouco na parte Oriental da Igreja i é nos domínios da Igreja Católica Ortodoxa. Houve portanto um setor ao menos do Cristianismo sem Inquisição. Seja justo e considere isto!

Agora por que não houve Inquisição nem durante o primeiro milênio desta Era, nem na parte Oriental da Igreja?

Simples, por que não ha qualquer mandamento inquisitorial nos Santos Evangelhos ou mesmo em todo corpo do Novo Testamento e tampouco na tradição da Igreja i é nos ensinos dos Santos Padres. Não se alastrou por todo mundo Cristão e nem mesmo se firmou definitivamente nas Cristandades ocidentais porque não partiu da essência mesma ou do espírito do Cristianismo. Do contrário a igreja grega teria tido sua inquisição e as inquisições romana e protestante chegado até nossos dias!

Importa saber que a Inquisição, seja romana ou protestante, foi suprimida há coisa de dois séculos e que não percebemos qualquer clamor generalizado no sentido de restabelece-la, salvo talvez em pequenos grupos de sectários radicais - Sempre protestantes é claro - que aspiram restabelecer a lei de Moisés. Referi-mo-nos aos judaizantes e reconhecemos que são um problema sério decorrente do calvinismo e do pentecostalismo.

Todavia mesmo a maior parte deles é incapaz de cultivar tais pensamento sem alguma medida de vergonha ou pudor, pelo simples fato de, de vez em quando, darem com as fuças nas palavras de Jesus ou nos Evangelhos, no Sermão do Monte, nas Bem aventuranças...

Outra é a realidade do islã e totalmente distinta.

Uma vez que a mesma instituição que deu cabo dos mutazilitas, a murtad, continua viva e operando entre eles. Pelo simples fato de constar no Corão e na Sunah, sendo encarada como divina! Tal a djzia, tal a jihad... Tal o imposto do infiel e a guerra santa contra os que não aderem a sunah! É dogma de fé indiscutível aos olhos do bom muçulmano. Nós temos uma Trindade que não afeta a vida de ninguém... Eles não tem Trindade alguma ou Deus encarnado, mas tem Murtad, Djzia, Jihad, em pelo século XXI, e se vangloriam disto!!!

A violência, a agressão, a intolerância, etc são princípios constituitivos do islã ou dogmas de fé, assentes no Corão, na sunah, nos hadiths. Não é algo a respeito do qual se discute civilizada e ponderadamente, mas algo que pôs a perder os instruídos mutazilitas!

No islã não há Duns Scott, Aquino, Pedro Auriol, Tarantaise, etc Porque seriam condenados comop heréticos.

A igreja romana, tão levianamente acusada por seus críticos, permitiu o desenvolvimento de uma teologia escolástica em suas fileiras, e de cujo exercício resultou a emancipação e autonomia do pensamento filosófico e crítico no Ocidente. Caso ela tivesse procedido como o islã e mandado Tomás as gemônias jamais teríamos chegado até aqui...

Então não me venham dizer que religião é tudo igual ou tudo a mesma coisa porque isso é conversa fiada de quem jamais examinou a fundo a questão.

Aqui o posicionamento do Catolicismo antigo - Face a razão e a Filosofia - foi um enquanto que o do islã (E posteriormente o do protestantismo como hoje o do pentecostalismo e da RCC) foi outro. Sendo totalmente distintos os caminhos percorridos por ambas as comunhões religiosas.



"Os mutazilitas tentaram a mesma síntese entre fé e razão que os filósofos medievais realizaram no Cristianismo. Embora aceitassem inteiramente a autoridade do Corão, os mutazilitas acreditavam que a fé islâmica poderia sujeitar-se à análise lógica, e as palavras de Alá conformar-se-iam às exigências da razão humana."
Eles estavam corretos porque se Deus é a fonte do princípio racional, este princípio externo deve ter sua fonte interna na própria vida de Deus, o qual por sinal é imutável.

Devendo a Revelação divina por necessidade, estar de acordo com o princípio racional.


"Mas os acharitas tinham outra idéia."

Esta ideia é expressa por Gazali na Destruição da Filosofia. 

Gazali a semelhança de Hume e Kant recorre as exposições de Sexto Empíreo, Aenesidemus, e outros céticos com o objetivo de abater a razão e glorificar a fé cega e irracional.

Perceba-se portanto como a crítica do ceticismo não é de todo incompatível com certa modalidade de fé. Dentre nós o exemplo mais vivo neste sentido é Montaigne o qual declara insistentemente buscas asilo na fé. Segundo alguns autores o próprio Kant teria dito que o fim último de sua crítica a capacidade racional era a exaltação da fé, da fé cega e luterana é claro.

Evidentemente que tudo isto fica bem quando associado a uma teoria metafísica que lhe sirva de substrato, como a tal doutrina da depravação total tomada a Agostinho. Como os antigos gregos ignoravam supinamente tais dogmas sinistros em torno da corrupção total do homem, o ceticismo jamais pode firmar-se adequadamente entre eles e sua epistemologia, a exemplo de sua antropologia, sempre foi otimista.

Tal o caso de Kant o qual tampouco pode introjetar ou implantar sua crença agostiniana/luterana no corpo da Filosofia, ficando seu meio ceticismo desprovido de quaisquer bases ou fundamentos mais sérios e suspenso no ar. Supondo sempre no entanto, que há algo de 'errado' com o homem ou que este é um tipo de ser defeituoso...




"Essa escola de pensamento defende que o Islã exige submissão absoluta à vontade de Deus. Pensar que Alá esteja sujeito à razão é indecente, até blasfemo, na visão dos acharitas. Os acharitas não aceitam sequer a mais fundamental análise lógica do Corão; eles exigem obediência incondicional à palavra de Alá."


Eles apresentam um deus incoerente, logo um deus que não pode existir.



"Quando algumas passagens do Corão entram em contradição com outras, os mutazilitas dizem que a razão guiará os fiéis até a verdade. Os acharitas não fazem uma tal concessão à razão humana. Se Alá deseja ser contraditório, eles dizem, quem somos nós, simples mortais, para questionarmos o todo-poderoso? Assim, o princípio da não-contradição, o princípio mais fundamental do pensamento racional, é posto de lado, e o Islã entra nos domínios da desrazão."


Eles atribuem a Deus a vontade de ser imperfeito! Enquanto negamos que Deus seja livre, pelo simples fato de ser necessariamente perfeito e sempre atuar com absoluta perfeição.

"O triunfo dos acharitas, diz Reilly a seus leitores, representa o fechamento final da mente islâmica."


Portanto se acha que o islã de hoje é o mesmo islã meio progressista dos mutazilitas do século XI, esta redondamente enganado e precisa rever seus pontos de vista.

Se espera algo de bom do islã sem a mutazila...

Por outro lado de espera a ressurreição da mutazila após ter entrado em óbito há quase mil anos...

Resta ao islamófilo sincero o dever de primeiramente abraçar o islã é claro, e depois de tentar restabelecer ou restaurar a mutazila, compondo a fé muçulmana com as exigência da racionalidade e da ciência.

É a via mais excelente para quem acredita na possibilidade do islã reconciliar-se com as fontes de nossa civilização greco romana.

Que nossos críticos demonstrem que estamos errados reformando o islã, ou... morrendo tentando e sendo enforcados nas praças de Meca, Riad, Damasco, Cairo...



"Com os mutazilitas, algum diálogo inter-religioso teria sido possível."



Sim porquanto fundamentado nos elementos comuns da percepção e da razão.


"Mas com os acharitas, não há base para uma discussão razoável porque a própria razão é tida em desprezo."Mortas a percepção - A qual nos conduz a uma experiencialidade comum em torno do mundo externo ou da realidade - e a razão - A qual nos conduz a uma reflexão comum - fica impossibilitada qualquer possibilidade de diálogo, por falta de um elemento comum a partir dos quais os homens se possam entender e chegar a algum acordo.

A mesma crítica, evidentemente, cabe aos céticos. Evidentemente que me refiro aos céticos metafísico, não aos cartesianos, cuja dúvida é metodológica e provisória. 

É exatamente aqui que os fideistas e os negadores do conhecimento se encontram.



"Desta forma o pensamento islâmico desde o século IX ficou marcado com o desinteresse pela consistência, pela análise, pela exploração científica. Não é coincidência, Reilly observa, que as grandes descobertas do mundo árabe ocorreram antes do despertar do poder islâmico. Nem é surpreendente que o desenvolvimento das nações islâmicas esteja bastante atrás das ocidentais."
Das premissas a conclusão.

Preciso dizer porque o islã é criacionista?

Mais ainda - preciso dizer porque a crença na inspiração Linear e Plenária da 'Bíblia' ou o Biblismo é igualmente criacionista e fetichista?

Preciso explicar que entre o pensamento e praxis científicas e o padrão de pensamento fetichista representado pelo criacionismo há um abismo intransponível?

Da mesma maneira como o pensamento magico fetichista típico do islã aniquilou por completo um padrão de pensamento científico ou racional e todos as sociedades muçulmanas levando-as a mais completa paralisia e atraso, o criacionismo arvorado em dogma pelas seitas protestantes representa a maior ameça já enfrentada pelo pensamento científico desde seus primórdios.

Não há sobre a face da terra um único cientista de renome, consagrado e reverenciado por suas contribuições e descobertas que acredite das monstruosidades registradas no antigo testamento a respeito da terra, dos céus, dos mares, dos animais, dos seres humanos... ou nas quejandas assentes no Corão. A crer em tais mitos, fábulas, contos, etc estará morto para o pensamento crítico... E não fará ciência, como não a fazem pentecostais e sunitas ortodoxos...

Ah mas no passado Faraday... 

Acontece que Faraday e outros pioneiros viveram há mais de duzentos anos. Praticamente antes de Hutton, Lyell, Lamarck, Darwin, Mendel, etc Queremos dizer antes que fossem feitas as descobertas que tanto revolucionariam a geologia, a biologia, etc Com as quais como cientistas não poderiam deixar de concordar. Eles pertenceram a uma outra era (Pré científica)... Hoje nossa compreensão científica de mundo e natureza são totalmente diversas.

Eles ainda podiam ser honestos creno em alguns mitos e fábulas por força da cultura.

Nós que vivemos muito depois de Buffon, Hutton, Lyell, Perthes, Lamarck, Darwin, Mendel, Mayr, etc não. Não temos justificativa para negar o obvio, aceitando uma coisa e negando outra, e selecionando segundo nos convém.




"Infelizmente, a vitória acharita foi, ao que tudo indica, definitiva, porque uma vez afastada a razão, não há mais maneira de resolver disputas além da imposição da força."

Desde então, mais do que nunca - Pois o princípio da força já lá estava assente! - os homens tiveram de ser convertidos a ponta da espada ou exterminado. Prevalecendo a lógica do 'Converte ou morre'.


"O Islã tornou-se uma fé inteiramente definida pela prática da vontade: a vontade de Alá. Se um mutazilita ousasse sugerir que o Corão deveria ser examinado pelo prisma da razão, os acharitas o acusariam de haver blasfemado contra a fé, e sua vida estaria em perigo."

É um sistema no interior do qual não se pode raciocinar a respeito de um livro inteirinho...

O que torna as pretensões do Catolicismo, com seus quarenta dogmas alusivos ao mundo imaterial ou invisível bastante sumárias... (Face ao protestantismo com sua fé na Bíblia inteira ainda mais rsrsrsrs)




par Lawler, 
Philip - 'The Most Eye-Opening Book of 2010' - ENTRE ASPAS

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Tal a crise do Império romano, tal nossa crise...

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Tempos de crise, forja de pseudos salvadores.

"Oh quem poderá salvar-nos?" é pergunta que se ouve pelas esquinas.

Movida por falsos dilemas a mente binária ou dualista vacila entre soluções extremistas.

Foi exatamente assim as vésperas da queda do Império romano. Quando alguns cortesões, nobres e intelectuais colocavam a redenção comum nas mãos do despotismo imperial, quanto parte das massas depositavam suas esperanças de salvação nos bárbaros germânicos...

Assim havia quem pretendia salvar-se lambendo as botas do déspota imperial e quem estava prestes a abrir as portas de Roma a Alarico.

Lamentavelmente, para os desaventurados romanos, atidos a um padrão de pensamento pré científico, parece que inexistiam outras opções ou possibilidades. E que de fato se achavam entre a cruz e a caldeirinha.

Não tinham a mínima ideia a respeito dos fatores que haveriam de conduzir o Império a morte.

Não estavam aptos para diagnosticar as enfermidades que achacavam a administração pública.

Ignoravam supinamente a gênese ou causalidade dos males que afligiam a Sociedade.

Destarte, pouco ou nada podiam fazer para salva-la.

Os romanos, haviam chegado ao fim do túnel da história. Uma vez que o exercício da reflexão intelectual não lhes podia oferecer quaisquer respostas ou alternativas.

Viviam numa época pré sociológica. Na qual a investigação e a reflexão não haviam tocado ainda a constituição da Sociedade, e em que, mesmo as reflexões políticas de um Aristóteles ou de Dicearco de Messina, era conhecidas por um público bastante restrito.

Ciência política, sociologia, economia e filosofia da História, aquele tampo ou inexistiam ou não estavam no acesso da maior parte da população.

A precariedade os meios de comunicação e da própria estrutura educativa, era dramática. De modo que a crise não deixou de atuar sobre elas desde o começo.

Nem o imperador e seus auxiliares estavam a altura do desafio de salvar o Império romano, pelo simples fato de jamais terem assumido o tipo de governante filósofo ou de governante cientista, preconizado pelo sábio Platão. Via de regra jamais colocaram-se acima do tipo 'bon vivant' comum a tantos e tantos governante e por assim dizer bailavam a beira do abismo que devia engoli-los.

Os gregos ainda tentaram, por meio de um imenso esforço educativo - Inda que posterior a invenção democrática - formar um povo cidadão ou ao menos uma elite cidadã. A estrutura política concebida por eles, ainda que genial, acabou, por questão de funcionalidade administrativa, sendo absorvida pelo Império de Alexandre. Sua cultura jamais. Jamais a cultura grega desamparou os gregos, mesmo quando foram conquistados e dominados pelo turco. Jamais...

A romana no entanto, perdeu-se em certa medida juntamente com o Império. E quando Renasceu posteriormente não pode ser plenamente assumida. Por ter sido atalhada pela reforma protestante. A qual levou nosso mundo para outra dimensão e para uma dimensão absolutamente oposta aos ideais não só romanos, mas gregos e tradicionais de civilização.

A negação de nossa herança romana e grega parto do Ocidente para a Europa e da Europa para a Grécia contemporânea. Tal o roteiro de nossa apostasia cultural. Da Inglaterra, transpondo o Oceano, para a América do norte, e especialmente após o fim da primeira Grand Guerra, da América do Norte - Transpondo novamente o Oceano - a Europa, em seguida a Grécia e Rússia contemporâneas.

Sem querer, chegamos naturalmente ao nosso tempo. Tempo de crise, e como já foi dito de extremos.

Havendo quem encare o Trump, os EUA, a cultura Yankee - E pasme leitor benevolente, o liberalismo econômico (Capitalismo) - como salvadores e quem encare como o islamismo - Isto mesmo amigo leitor, o Islamismo! - como salvador.

É para ser desesperar!

O Trump ou os EUA nos salva dos muçulmanos, ou os muçulmanos nos salvam do Trump ou dos EUA. Eis o ouvimos da parte das massas...

Melhor desesperar de toda salvação!

Tudo quanto nos é posto aqui consiste em escolher alguém a quem servir ou em optar por um senhor: O Yankee ou o Turco.

Maldita servidão!

A coisa toda se restringe em escolher por quem deixar-se escravizar...

Americanizar-se ou arabizar-se por completo, eis as belas opções que nos são oferecidas.

Jamais dei com tanta e tão miserável miséria.

É escolher entre merda ou bosta! Nem mais nem menos.

Pois se o capital reinar sobre nós trará a miséria, a ignorância e o enxame de seitas pentecostais e criacionistas vindas do Norte.

Agora se o turbante ganhar teremos a mais repugnante e vil das opressões representada pela Sharia com sua murtad, djzia e outras impurezas.

Aqui ou se abdica da liberdade de consciência, abraçando um sistema tão absurdo e estúpido quanto o islã, para ter acesso a alguns direitos muito sumários e a cidadania, ou o homem fica sendo sempre cidadão de segunda classe, ou como dizem Dimy.

Não haveria quadro pior, mesmo a título de imaginação, e estaríamos nós também no barco furado de nossos excelentes ancestrais não fosse por um ponto apenas!

Estamos ou melhor nos encontramos numa Época científica e portanto pós sociológica! Existe já ciências políticas como existe ciências econômicas e até Filosofia da História. Século V d C é página virada e até contamos com a Internet para trocar ideias, reflexões, informações, experiências, etc Elevando nossas vistas e horizontes muito acima do pensamento dualista, binário ou extremista que ainda teima em gritar: TRUMP ou ZARQAWY, EUA ou EIIS, MERCADO ou CALIFADO, CAPITALISMO ou CORÃO.

Capital ou turbante é uma ova companheiro.

Pois hoje o cenário científico e intelectual é mais amplo, vasto e profundo do que sua vã filosofia de botequim pode imaginar.

E para além dos extremos da imbecilidade contamos com uma imensa gama de possibilidades sociais.

Sem precisar mencionar anarquismo, comunismo ou fascismo; que são sistemas viciados, mencionarei apenas a riqueza contida nas diversas propostas socialistas.

Jamais o cenário intelectual contou com tantas elaborações humanistas, destinadas a promover o fenômeno humano.

Mais do que no passado longevo, temos hoje, graças aos meios de comunicação virtuais ou a Internet, a possibilidade de realizar o sonho de nossos ancestrais ou seja da democracia direta ou não representativa e de criar uma Sociedade policrática e cidadã numa escala até então impossível. Atualmente a Democracia direta já não precisa conformar-se com os limites da cidade estado, pode transcende-los e ultrapassa-los. Eis uma visão grandiosa face a teocracia dos asiáticos e a democracia arranjada, aparente, venal e burguesa dos Yankes, a qual jamais passou de plutocracia disfarçada.

De minha parte encaro a policracia como o melhor caminho para a realização do ideal socialista. Na medida em que permite ao povo tornar-se agente de sua própria História.

O que quero dizer é que o mundo ou panorama da cultura é imensamente maior e mais amplo do que Islã ou EUA.

Tudo quando temos ai são culturas problemáticas e estruturalmente defeituosas que jamais deram ou darão certo. Pelo simples fato de serem anti humanistas. Uma por inspiração religiosa e vício econômico, sobrepor o Ter ao Ser ou o Capital ao homem e outra por vício religioso, a intolerância.

Felizmente a História nos oferece outras lições e possibilidades.

Certamente que ela não se repete nos mínimos detalhes ou não vota 'in totum' atrás.

O que não nos impede, enquanto sociedade, de retomar certos princípios e valores presentes em nosso passado e assumir outra direção.

Se a História não pode ser reeditada a cultura certamente pode renascer.

Prova disto são os diversos renascimentos culturais experimentados por diversos povos e sociedades do curso da História. Assim no antigo Egito a Renascença Saíta, cujo objetivo foi retomar os princípios e valores presentes no dealbar daquele pais. Assim a sucessão de Renascimentos ocorrida na Europa durante a baixa Idade Média e começo da Idade Moderna.

Seria possível a afirmação de outros Renascimentos no futuro?

Por que não se já ocorreram no passado?

Por que não aproveitar-se duma cultura que no passado já deu certo ao invés de permanecer atrelado a padrões de cultura que sempre deram errado?

Por que ir em direção da KKK ou do Belt Bible... por que ir em direção do machismo, do adultismo, do odinismo, da homofobia, etc? Se podemos recuperar e resgatar nossas raízes gregas, na direção da liberdade e da vida Ética; numa perspectiva Humanista?

Por que não resgatar nossas raízes autenticamente Cristãs e Católicas em termos de amor ao próximo, de amor a justiça, de amor a paz, de solidariedade, de fraternidade, de igualdade???

Por que ter vergonha de reconhecer que erramos, que nos desvíamos do bem, que temos feito um percurso errado... e de reconciliar-nos com nossas raízes?

As vezes, as vezes é necessário voltar atrás e retroceder para avançar. Pois partindo de um caminho errado ou de um desvio jamais atingiremos a meta ou o objetivo certos.

É as fontes de nossa cultura humanista que temos de tornar.

É a Atenas, Roma, Jerusalém, não Wittemberga ou Mecca, não Genebra ou Medina, não Washington ou Riad... Nossas referências são outras.

Temos de resgatar, de recuperar, de reafirmar o quando houve de positivo na cultura européia antes do advento dos tempos modernos.

Trata-se de uma reapropriação necessária face aos arroubos do islã e do americanismo com suas propostas viciadas. Não encontraremos paz ou redenção aderindo a modelos sociais incompatíveis com nossas raízes. Não encontraremos estabilidade adicionando outros tantos elementos díspares e aumentando a tensão em termos de cultura. Não encontraremos ou acharemos qualquer resposta num hibridismo amorfo e polimorfo.

Nossa cultura carece de homogeneidade e sentido, os quais só lhe podem ser introduzidos pela Filosofia e pela Religião, cujos elementos, em parte, ainda se acham presentes em seu universo. É por isso que temos de retornar a Filosofia clássica, a Sócrates, a Platão e sobretudo a Aristóteles; mestres de nossos ancestrais; e a Jesus Cristo, a seus apóstolos, a seu Evangelho, a sua tradição e a Igreja Antiga, Ortodoxa e Católica. Tais os elementos sobre os quais nossa Sociedade foi edificada há dois ou dois mil anos e meio. E cuja remoção impiedosa tem produzido tantos e tão clamorosos tumultos.

Pois uma casa ou construção não pode subsistir sem seus fundamentos e o fundamento de nossa vida social foi a um tempo Clássico e a outro Cristão. Nossa consciência foi alimentada por tais elementos, e agora mingua e morre a falta deles. Enquanto o ceticismo que se lhes sucede não constrói nada de absoluto e duradouro.

Se queremos recuperar nossa civilização cambiante, temos de começar recuperando nossa identidade e repondo as coisas em seus lugares.

Nem o ateísmo e nem o teísmo transcendente serão capazes de substituir o ideal de um Deus Encarnando e presente, como este que foi introjetado em nossas mentes pelo Catolicismo antigo e que nossos ancestrais encararam como ponto de partida para uma ação e transformação social e termos radicais. A maioria dos analistas superficiais parecerá um elemento supérfluo ou mesmo estúpido. Quando nos primeiros séculos e mesmo na Idade média correspondeu a um princípio catalizador das energias humanas e a luz do qual as estruturas legadas pela antiguidade começaram a ser poderosamente transformadas, concretizando, ao menos em parte o ideal preconizado por Sócrates.

Multiplicar palavras a respeito de tais transformações sociais, seria chover no molhado...

Quem quiser torne atrás e leia o quanto já foi escrito por nós a respeito da sociedade bizantina ou da idade média Ocidental...

Tudo quanto pretendemos expressar por meio deste artigo foi nossa recusa em compactuar com os extremistas. Para os quais nós nos deveríamos alinhar ou com os Americanizantes ou com os arabizantes; aderindo ao Trump ou ao Califa... E renunciando por completo a nossa orientação cultural e cortando pela base nossas raízes.

Quando este falso dilema já presente nas mentalidades as vésperas da queda do Império romano certamente não faz sentido algum num mundo já iluminado pelos clarões da Sociologia e das Ciências políticas, especialmente quando temos acesso ao mundo virtual da Internet, que é o meio de comunicação por excelência, e que nos permite elaborar uma discussão sobre a cultura a nível global ou universal.

Podemos, portanto e devemos buscar soluções mais ricas, inteligentes e interessantes fora deste miserável esquema binário. E não nos precisamos alinhar com quem quer que seja ou apoiar a quem quer que seja.

Por mim quero mais que os radicais islâmicos e Yankes exterminem-se una aos outros. Do que resultará um bem enorme para o resto da humanidade. Nem alla nem Mercado ou capital mas liberdade e justiça. Tal meu ponto de vista!