segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Uma ameaça chamada Marina Silva

A ex-ministra e hoje senadora Marina Silva é criacionista confessa e seguidora da igreja Assembleia de Deus. A ex-ministra já fez do ministério uma espécie de célula da Assembléia de Deus, convidando um pastor para orar. Mas orar para quê? Por que e para quem? O fanatismo dessa gente é tão grande que eles mesmo sabendo que o estado é laico, ferem a constituição para usar o Ministério do Meio Ambiente como uma célula da Assembleia de Deus.

O pastor funcionava no gabinete da então ministra como uma espécie de capelão e sua função era orar, talvez para converter os pagãos, idólatras e ateus do ministério. Tudo bem, pode ser que a senadora tenha sido movida por boas intenções, não duvido disso, até porque como já diz a sabedoria popular: De boas intenções o inferno está cheio.

O homem de Deus foi contratado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Desenvolvimento do quê? Só se for da Assembléia de Deus. De acordo com a revista Época foi responsável por quatro eventos.Ganhou R$ 70.000 pelo último deles.

Ainda de acordo com a revista ele se aproveitava de sua posição no ministério para divulgar o criacionismo, com o dinheiro de seus impostos, com o dinheiro dos meus impostos, como o dinheiro de nossos impostos. Como pode ser isso num país que é leigo?

“Como organizador de eventos ambientais, ele é um ótimo pastor”, diz Anaelise Schüller, que foi assessora de Vieira nos últimos três anos. A falta de separação entre Igreja e Estado também está estampada em um panfleto para o encontro “O Cristão e Criação”. O telefone de contato é o da sala de Roberto Vieira no ministério. (Revista Época)

Isso é uma falta de respeito total contra a Carta Magna do país, é pisotear a Constituição e zombar do povo, pois a nação laica que é não pode privilegiar religião nenhuma, inda menos quando se trata de uma facção do protestantismo neopentecostal.

Claro que o pastor funcionário do ministério do Meio Ambiente da Assembleia de Deus foi amplamente defendido e foi transformado numa vítima da perseguição religiosa. Essa gente é muito cara de pau, fazem as suas merdas suas trapalhadas e depois posam como mártires da intolerância religiosa. É muita desfaçatez!!! Agora criticar quem comete erros propositadamente é perseguição religiosa, esses pastores fanáticos querem dominar o Estado leigo, querem se valer do Estado, repito, que é leigo, para fazer cultos e promover suas superstições e ainda por cima querem que fiquemos calados! É muita petulância!

Ainda tem gente que acha que essa mulher tem um pé no socialismo e/ou que tem um pé no materialismo histórico. Ela (Marina Silva) é o avesso da dialética materialista, assim como Marx foi o avesso de Hegel. Um protestante pentecostal jamais será socialista, ora a Marina Silva é uma protestante pentecostal, logo não é nem será socialista, não enquanto pertencer a essa organização alienadora. O protestantismo pentecostal só pode ser reacionário, capitalista, e não é preciso ser nenhum Max Weber da vida para constatar isso, pois o discurso dos pastores é o discurso da teologia da propsperidade. Em sua cosmovisão a pobreza é uma desgraça, e se a pessoa não ficou rica é porque não teve fé, ou porque quebrou um pacto com Deus. Esse protestantismo é individualista ao extremo, não está interessado em ajudar aos pobres, simplesmente porque o pobre é culpado por sua pobreza. Esse é, amigos, o mundo da "evangélica" Marina Silva. Não sei como o PT pôde tolerar uma pessoa assim em seu meio, sinal de que o PT há muito tempo já não é o mesmo. Desde que se tornou assembleiana Marina já tinha saído do PT ideologicamente falando, mas precisava da legenda para se eleger, assim como da amizade com o Lula para obter um ministério.

A revista Época ainda na mesma edição fala de outra petista Benedita da Silva, também "evangélica" que se valeu das finanças do Estado para promover sua fé. Segundo a Época: Em 2003, a ministra de Assistência e Promoção Social, e também evangélica Benedita da Silva, foi criticada por ter usado uma passagem do ministério para participar de um culto evangélico em Buenos Aires. Foi obrigada a devolver o dinheiro. “

Se essa senhora ama tanto a sua religião por que não tirou do seu bolso? O que ela fez foi um roubo um desvio, e por isso teve que devolver o dinheiro aos cofres públicos. Também Benedita da Silva de esquerda só tem a legenda porque na prática a teoria é outra.

Agora o que me deixa mais indignado é que a dona do PSOL, que tanto criticou o PT com seu discurso moralista, quer apoiar uma candidata da burguesia. Se a Heloísa Helena fizer isso, vai mostrar para que veio, vai mostrar que é carreirista, hipócrita, enfim maquiavélica. E se fizer isso, ela que não me venha dizer que é socialista, marxista, etc...

Fico verdadeiramente assustado com a remota possibilidade de que Marina Silva consiga se eleger en que transforme nosso Estado laico num Estado teocrático da pior espécie. Se apenas sendo ministra teve a ousadia de colocar um pastor como funcionário do ministério, o que não há de fazer caso seja eleita? Colocará o Silas Malafaia como ministro da educação? Colocará o Marcelo Crivella como ministro da fazenda?

O único modo de evitar que essas minhas especulações e pesadelos se tornem realidade é não votar nessa senhora em 2010.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ganhamos mais um selo


Logo o Diário de um Bobo da Corte vai se tornar um blog filatelista, brincadeirinha. Pessoal ganhamos mais um selo de qualidade do blogueiro Carlos H. Barth, dono do blog Leite com Manga Faz Mal.


Ele elogiou a equipe deste blog, e este selo não é só meu, mas também pertence ao Domingos, Ravick e ao Chris.


Caros amigos e colaboradores, muito obrigado, sem a ajuda de vocês este blog não teria a riqueza e a diversidade cultural que tem.
E o muito obrigado ao Carlos pela apreciação e pelo belo presente.

Minha resposta ao amigo Chris acerca do Batman

Li com vivo interesse seu artigo sobre o homem morcego, intitulado O mito da criatividade -70 anos de Batman. Creio que o Batman é um herói que rema contra a maré, um herói contracultural, um herói que vai contra o senso comum. Talvez seja por esse aspecto que seja tão admirado e lido.

Eu mesmo fui leitor de Batman em minha adolescência e já na idade adulta, e vou lhe dizer uma coisa Chris, aprendi muito lendo os Hqs do Batman. Mas o que me prendia a leitura do Batman não era propriamente o protagonista, mas os vilões como você pode ler o meu artigo que escrevi aqui no Diário de um Bobo da Corte.

Batman é um sujeito fictício mas teve grande influência no mundo real, e foi perseguido por um psiquiatra obcecado, como se fosse uma pessoal real. É interessante notar como Batman exerceu uma influência no mundo real mesmo sendo fictício. E mesmo sendo fictício foi obrigado a se adaptar graças aos caprichos de uma pessoa real que o odiava. Todo mundo pensa que o maior e o mais perigoso inimigo do homem morcego é o Coringa, mas não é verdade, o inimigo mais poderoso do Batman não se encontra nos quadrinhos, mas na história dos EUA. O maior inimigo do Batman foi o Dr. Wertham, caso lhe interesse, você pode ler mais sobre esse caso aqui.

Então caro Chris, como você pôde notar o Bobo também é fã do Batman e do seu mundo e você não precisa ter receios de abordar este ou quaisquer outros assuntos que lhe interessem, pois sei que é uma pessoa inteligente, culta e uma das poucas pessoas donas dos melhores insights.

Morreu depois que saiu do culto

Uma menina de 14 anos foi baleada ao sair do culto da igreja evangélica Assembleia de Deus. Lamento pela morte da adolescente que estava começando a vida. Mas acho interessante o fato ter acontecido com um membro da Assembeia de Deus, uma facção religiosa adepta da teologia da prosperidade, como se pode ver no vídeo abaixo.


"Milagres" ocorrem o tempo todo na Assembleia de Deus, seus fiéis falam o tempo em todo em "milagres". O estranho é que os milagres só acontecem dentro das igrejas, onde os incrédulos não podem presenciar e por não presenciar não podem se converter. Mas quando o milagre deveria acontecer de fato, o milagre não aconteceu e seria uma ótima oportunidade para os crentes provarem que milagres existem e que Deus está com eles. Uma família voltava para casa depois do culto e a filha de pais evangélicos, pessoas de muita fé, morreu atingida por uma bala perdida. Cadê o deus dos milagres? Onde está o deus dos impossíveis? Onde está o anjo do Senhor "que lhe protegerá para que teu pé não tropece em pedra alguma?" (Cf. Sl 91).

Por que deus não operou o milagre? Eles não tinham servido a Jeová dos Exércitos? É assim que o deus dos milagres paga a seus servos? Eles lhe fazem o bem e o Jeová lhes paga com a omissão. Ele que poderia ter enviado um anjo para proteger a menina, que poderia ter feito a bala ricochetear, ou ter feito a bala ter saído pela culatra. Nem ao menos Jeová ajudou os médicos a salvarem a menina.

Se essa família não tivesse ido ao culto para ouvir a lenga-lenga do pastor sobre milagres, a menina não teria morrido; Se tivessem ficado em casa, a menina estaria aí, sem milagre algum. E com tantos milagres e tantos testemunhos que essa família ouviu, não foi contemplada com o milagre nem de proteção, nem de cura e muito menos com o milagre da ressurreição. Por ter crido em milagres a menina morreu, se não cresse em milagres, a menina estaria hoje com a família.

Paga-se dízimos, dá-se dinheiro para as campanhas, fazem-se ofertas e deus não faz descer o maná do céu, não dá emprego, não dá namorada bonita, não cura ninguém, nem dá segurança. Porque é isso que os crentes vão buscar nessas instituições religiosas. O pentecostalismo surge como um quarto poder, (temos três poderes: legislativo, executivo e judiciário)ou como um Estado paralelo e os dízimos e o dinheiro arrecadado fazem as vezes de um imposto celestial que é "revertido" em saúde, (leia-se cura) segurança, (leia-se proteção) emprego (sindicato, bem-estar social).

Nós pagamos muitos impostos está certo que os impostos não são revertidos da maneira correta, mas nós ainda temos uma polícia, (ineficiente eu sei) saúde, (SUS que está precarizado), os crentes com o seu Estado paralelo nem isso tem, por isso como os outros mortais dependem do Estado oficial.

Quem disse que milagres não ocorrem na Assembleia de Deus? O milagre é transformar coisas inexistentes como bênçãos, orações em dinheiro. Como disse Albert Einstein: "Há duas coisas infinitas, o universo e a estupidez. Estou em dúvida quanto ao universo".

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O mito da Criatividade - 70 anos de Batman


Tag Comemorativa

Neste ano Batman faz 70 anos, ou melhor, há este tempo o personagem foi criado por Bob Kane. Quero aqui render-lhe um pequeno tributo, a meu modo. Caramba! O que este cara está pensando? Falar de Batman no intelectualíssimo Bobo da Corte? Sim, eu responderia sim aos puristas e ao fim do artigo espero ter convencido de que valeu a "lauda digital" desperdiçada. Espero que Felix não deseje me matar por escrever aqui sobre isso...


Batman é um herói que marca uma mudança conceitual do tipo herói na DC Comics, uma mudança conceitual também para a cultura ocidental. É perfeitamente o oposto de Superman.


Superman tem seus poderes dada a condição especial sobre que nasceu, assim como outros heróis a um acidente especial que mudou suas vidas, a experiência científica a que foi submetido. Se pensarmos sobre uma análise das idéias que estão envolvidas na composição destes personagens veremos que eles nos falam de nossas próprias noções do herói, do homem de talento, do gênio.


Encurtando, para voltarmos ao Batman, o Superman e heróis com poderes especiais representam a nossa crença antiga em filhos dos deuses como Hércules, a pessoas previlegiadas por inspirações únicas, ao nosso mito cultural sobre a inspiração e a condição de sucesso como uma eleição dirigida por algo superior. Estes heróis são tipos alienantes uma vez que sua mensagem última é que "nós normais devemos deixar de buscar demais sonhos grandiosos, devemos deixar isso para os gênios da ciência, ao Superman, ao Bill Gates, pois isso de herói é para predestinados, para pessoas especiais."


Batman por outro lado, é humano, e aos oitos anos de idade, após uma sessão do filme do Zorro viu seus pais serem brutalmente assassinados. Mas ainda sim, Bruce Wayne é super rico, herdou um império de seu pai. Nada lhe custava abandonar tudo e viver uma boa vida de burguês. 


Wayne, no entanto, criou seu próprio caminho, não quis se calar diante de seu passado, ou contornar a violência sofrida por seus pais. Treinou dias e noites em sua mansão, recluso, foi para as ruas e começou a se preparar. Aprendeu sobre investigação e em alguns anos se tornou o combatente do crime. 


Batman representa a verdade sobre o sucesso, sobre a inspiração, de que Einstein e Darwin não foram previlegiados, (para citar alguns exemplos) mas apaixonados e obstinados por seus ideais. Darwin  colecionou besouros a infância toda, viajou durante cinco anos em pesquisa, publicou mais de uma centena de artigos menores ao retornar a seu país de origem para ganhar espaço e então depois de uma vida de dedicação escreveu "A Origem das espécie".


Batman ensina que basta acordar de seu real estado, sonhar com seu projeto de vida, investir em seu objetivo como seu principal projeto, ser obstinado e resistente as falhas e podemos ser herois.


Bruce Wayne abre o mundo do herói a todos. Celebremos os 70 anos deste grande herói!


Obs: O Mito da Criatividade é o nome do livro de Fábio Zugman, eu recomendo. Este post foi elaborado a partir da leitura do livro.

domingo, 22 de novembro de 2009

MAIS UMA GOTA NO OCEANO...


Boa Noite ao Leitores do Diário de um Bobo da Corte! Estou de volta! espero que não tenha pensado: Nossa, já??
Segue um texto escrito em 2004. Seu tema: Uma análise de Tempos Modernos, do audacioso Chaplin. Caso tenha pensado: Ixi, mais uma interpretação deste filme! Saiba que sim, pois se boas mensagens fosse fáceis de se disseminar, as pessoas saberiam mais frases célebres do que trechos de funk. Por isso sigo martelando...
TEMPOS MODERNOS


O filme Tempos Modernos de Chaplin, possue força sobrecomum no gênero. A possibilidade de significados para os signos utilizados para retratar a crise de 1936 , período entre guerras, se prolonga quase a exaustão; e é com esta força criativa e expressiva que o mesmo atravessa o "salão da casa do tempo", sem se deter, para fixar-se na constelação dos Clássicos.


Clássico é considerado todo produto da atividade artística que por si só estabelece-se como paradigma de seu tempo e para além deste plano se mostra atemporal, sempre atual e necessário. A grandiosidade começa desde a produção do filme, que trás como diretor e no papel de protagonista o insuperável Chaplin, que não satisfeito compunha as músicas de seus Filmes, como Smile (1) (2), que comprovam também a aptidão do mesmo para esta arte.


Obrigado a inserir sons no Filme, Chaplin que considerava o som no cinema como a massificação do mesmo, acaba distorcendo todos os sons existentes, excetuando sua primeira fala no cinema. A distorção além de protesto, contribui de forma notável para contextualizar sua obra, os sons de compreensão confusa são também uma forma perfeita e inovadora de afirmar que a comunicação e por conseqüência a própria razão naquele momento eram na verdade incompreensíveis, ou seja irracionais e não comunicativa, a coroação da razão instrumental.


Nos primeiros instantes surge a cena de um bando de animais, que é sobreposta pela dos operários saindo da fábrica. Esta montagem se mostra rica quando pensamos não somente no imediato, ou seja, que ali se vê a comparação do proletariado, do povo a condição de animais em bando, mas se lembramos que a primeira cena exibida no cinema foi também a da multidão , podemos pensar numa crítica mais ácida, que não se mostra impossível para o brilhantismo de Chaplin.


Ao sobrepor a manada com a cena da multidão é resgatado e criticado o próprio intuito com o qual o cinema principiou. Chaplin estaria a dizer de forma intertextual ao cinema , "olhe o cinema prometeu ser um espelho de seus anseios, mas o que a "indústria cultural, a indústria de massa" vêm desde então fazendo através dele com você é massifica-lo, torna-lo  uma regra, um animal, desrespeitando sua dimensão humano, a favor de uma situação "maquinal".
Outro aspecto interessante refere-se aos três ambientes onde a história se desenrola: A rua, lugar de manifestação, a cadeia, para onde o Estado mandava todo que representasse abertamente perigo a forma imposta e por último A fábrica, espaço de alienação e exploração, esgotam por completo a crítica a sociedade e os problemas da época. Chaplin assim enreda todas as possibilidades possível e relevantes, conseguindo tratar das três classes da época, e seu comportamento: à saber, o Estado e os poderosos, os militares e o proletário.


Momentos antológicos também não faltam. O protagonista na linha de produção apertando parafusos, não consegue nem mesmo no descanso, ou como será  mostrado mais a frente, nem mesmo fora da fábrica, abandonar os movimentos repetitivos, que demostram-se não só um desrespeito a criatividade humana, mas também algo que é capaz de arruiná-la. O homem nesta condição perde sua própria dimensão humana, sua liberdade, e sua forma de lidar com o mundo, com sua vida em sociedade, suas escolhas passam a ser determinadas pela sua forma de produzir, em uníssono com a noção marxista do processo de trabalho (1) (2).


A imagem do homem destruído pelo Sistema chega ao absurdo quando aparece a máquina de automatização de alimentação. Neste ponto a alimentação que é não só uma atividade fisiológica, mas de sociabilidade, entendendo-se aqui almoçar com os amigos e família,  deve ser automatizada para fins de produtividade. Não basta mais o homem chegar a empresa e trabalhar maquinalmente, para o sucesso da máquina, o ser deve se tornar máquina, e a máquina deve se tornar sua forma de pensar, de agir, de se alimentar.


Ocorrido mais alguns eventos novamente a imagem construída por Chaplin, se enche de significado. O protagonista que é engolido pela máquina da linha de produção, é também representado no Judas, o obscuro, de Thomas Hard,  o homem diante do nietzschiano  dragão de milhares de escamas, onde se vê escrito "tú deves", contextualizado para a época como máquina, mas universalmente inserido na problemática humana. Uma alusão ao processo de reificação do homem, a redução do ser diante da linha de produção a condição de coisa, também de engrenagem para os fins do processo.


Se não fosse a sutileza de Chaplin, a incapacidade do protagonista em lhe dar com as personagens femininas, fariam saltar lágrimas aos olhos. A mulher, representando a dimensão social, a afetividade, o mundo dos sentimentos reforçam a incapacidade do homem-máquina da época em lhe dar com sua própria natureza. A anulação de si mesmo que o processo causou, esta mesma anulação que torna tal sistema sustentável apesar de seu absurdo.


Por fim preso ao ser confundido como líder de uma manifestação, o protagonista se vê desrespeitado e tratado como nada ao ser regurgitado pela máquina. Mais a frente, o contra-senso, a mais triste realidade. Tratado como máquina, sugado pela fábrica e enfim descartado, o ser não encontra perspectiva possível, senão voltar ao seu lugar na linha de produção, ou em qualquer outro canto do mesmo Sistema que o descartou e tornou doente. A sua lógica é a da fábrica e do trabalho e para eles voltará, não é uma vida agradável em absoluto, mas já não pode enxergar para além do que viveu. O Sistema quer a miséria do maior número de indivíduos possíveis, pois a miséria é quem gera a ignorância e oprime. A ignorância é quem cega e a opressão, quem cala.


Seriam ainda inúmeras as imagens e as abordagens possíveis, tantas que perdem o propósito para um texto breve. Em fim Chaplin deixa-nos contudo uma visão de esperança. A cena final, onde o protagonista caminha de mãos dadas com a orfã, deixa em nossas mentes a possibilidade, a impressão de que em algum ponto do caminho, que percorrem em direção ao sol, serão felizes. Uma mensagem de esperança para seu tempo e o nosso.


Escrito originalmente em:12/05/2004. O texto não foi devidamente revisado.

Plantão Médico Homeopático

Vi esse vídeo na minha página de orkut, entre as atualizações de meu amigo Eli Vieira.

O serviço irracional da saúde por Richard Dawkins

Richard Dawkins faz uma abordagem acerca das medicinas alternativas e demonstra como são falsas e as "curas" realizadas por elas são apenas placebo.










quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Apresentação


Boa Noite ao Leitores do Diário de um Bobo da Corte!


Meu nome é Chris Robers e fui convidado para escrever no presente blog por meu amigo Fernando Rodrigues, ou Felix. Este é meu primeiro post grande novidade no blog!! e irei me limitar a falar um pouco de mim e qual minhas expectativas para os textos no blog.


Primeiro: Eu não sou comunista, socialista... nem sou anti...
Sou autor e proprietário dos blogs:
Olha o merchandising!!

A minha abordagem nos escritos para o blog serão, como indica a tag no topo do artigo, contracultural. Ah, fiz a tag para que facilite a identificação dos meus artigos assim fica mais fácil pularem o artigo tão logo vejam a figura.


Não gosto de senso comum e menos ainda de common sense. Assim como não gosto de verdade, por isso o que pretendo em meus escritos é apenas recolocar interrogações onde os demais já enxergam um dos sensos.


Pretendo postar uma vez por semana ao menos. Para meus posts irei usar sempre a tag contracultural.


Sou viciado em leitura e mulher, estudo livremente filosofia desde muito novo, me identifico com as idéias (ou boa parte delas) de Nietzsche, Sartre, Adorno, Horkheimer, entre outros. Mas também especialmente influenciado por minha formação Cristã, sem que isso me faça um religioso, mas sim um espiritualista. Religião é uma instituição, espiritualidade (definição grosso modo em psicologia) é o sentimento de que somos parte de um todo.


Um souvenir, já que falamos de religião e espiritualidade:
Costumo dizer que: religião é como culinária. Enquanto ser vivente temos uma necessidade essencial que é a fome - precisamos de nos alimentar-, mas o que defini se iremos devorar ovas, carne, frutas apenas, e se prepararemos o alimento cozido, frito, á moda indiana, ou se simplesmente iremos degustar crua, é a culinária. A forma de preparo do alimento é um fenômeno cultural, que não necessariamente tem por objetivo a necessidade essencial.
O mesmo se passa com a religião, esta é apenas uma manifestação cultural (que responde a outros anseios que não o natural) assim como a culinária. A necessidade essencial é a de integração, de encontrar-se no mundo, isto é espiritualidade.
Quem chegou até esta linha, muito obrigado pela paciência e até a próxima postagem!

O Diário de um Bobo da Corte não é stalinista.

Quero comunicar aos leitores do Diário de um Bobo da Corte que aqui neste blog temos alguns colaboradores:

Domingos (que vocês já conhecem)
Ravick (igualmente conhecido porque já falei dele algumas vezes)
Kléber (que escreveu apenas um artigo)
Alex Altofer (pessoa que admiro muito pela erudição e fé cristã)
Chris Robers (o mais novo membro que me ajudou muito, foi ele que mudou o visual do blog, com um fundo vermelho com a foice e o martelo)

Eu sou comunista, Domingos também é, Ravick não é comunista, o Kléber também não e tampouco o Alex e o Chris Robers o são.
Esses meus amigos tem plena liberdade para escrever o que quiserem, podem discordar de mim, mesmo porque não sou dono da verdade e se um dia quiserem sair do blog como colaboradores se assim o desejarem, e não vou ficar magoado.

Aqui temos cristãos e agnósticos, todas essas pessoas acima citadas lutam por um mundo melhor, por um mundo mais humano, por isso lhes deixo aberto o acesso para escrever o que bem entenderem, pois sei que não são adeptos da doutrina capitalista "da exploração do homem pelo homem" e nem são adeptos de crendices. Era isso o que eu queria falar, o recado está dado.

O Rap deveria ser proibido!

Acho que uma de minhas facetas que meus alguns de meus amigos não conhecem é que além de gostar de ópera, música clássica, cantos sacros, etc... também gosto muito de rap, rap, é isso mesmo que você leu.

Passei toda a minha adolescência ouvindo rap, bons tempos que não voltam mais. O rap semeou em minha alma a consciência das injustiças, e essa semente cresceu e se tornou a árvore da indignação.

Posso dizer que em muitas das redações que fiz na escola foram baseadas nos raps que eu ouvia. Desde que me conheço por gente sempre tive uma veia socialista, e creio que o rap ajudou essa minha veia socialista a aumentar.

Deixo aqui alguns vídeos de rap conscientizadores. Não espero que gostem, espero sim que reflitam nas letras e que possam sentir a mesma indignação que sinto diante das injustiças.

Em tempo: O Rap não é música de marginal, mas de marginalizados, i.é, pela sociedade burguesa que jogou e joga multidões na miséria.











quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Porque não votarei em Marina Silva

Acabei de assistir uma entrevista que a então ministra do meio ambiente Marina Silva, concedeu aos jovens da igreja adventista do sétimo dia.
A entrevista tratou do meio ambiente, do criacionismo, do D.I, e de um artigo do The guardian que aponta Marina Silva como uma das 50 pessoas que podem "salvar" o planeta.

A pré-candidata à presidência da República mostrou-se altamente fanática, fazendo várias referências à Bíblia, e não podia deixar de ser assim, posto que a entrevista foi feita por jovens judaizantes (que seguem mais a Moisés do que a Jesus).

A entrevistada disse que os cristãos tinham (e em se tratando de certas facções ainda tem) uma mentalidade de que Deus criou o mundo para eles e que podiam fazer o que bem entendessem, matando animais, destruindo as matas e poluindo os rios, devido a leitura do texto: "...enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra" (a entrevistada não citou o texto, mas aludiu ao mesmo nas entrelinhas).
Que esse texto leve ao desprezo da natureza há muito tempo que não é novidade para mim, a novidade foi que a senadora Marina Silva, demonstrou a farsa desse cristianismo fundamentalista.

Ela disse que os cristãos estão tomando consciência da natureza hoje (um pouco tarde ?). Muita gente já tinha a consciência de preservar o meio ambiente sem ler a Bíblia ou ter inspirações divinas.

O que chamou a minha atenção é que ela se confessou criacionista, claro não abertamente não com todas as palavras para não melindrar cristãos evolucionistas, agnósticos e pessoas de outras crenças e sem crenças adeptas da Teoria da Evolução.

A ex-ministra teve a ousadia de comparar a Teoria da Evolução ao criacionismo. Afirmou bom o fato da sociedade de um ensino pluralista, para que as pessoas possam escolher entre os diferentes pontos de vista. Era só o que faltava, a Teoria da Evolução não é mais um fato estabelecido, comprovado e que passou pelos testes de falseamento. Agora o evolucionismo é um ponto de vista, um palpite e por isso pode ser apresentada como uma mera opinião, assim como o criacionismo, e aí a pessoa terá a liberdade de escolher entre uma e outra opinião. Ela não precisa mais aceitar aquilo que é um fato estabelecido, ponto pacífico, porque todas as pesquisas, todas as evidências acerca da evolução não passam de palpites.

É ser muito desonesta ou ser uma pessoa completamente desinformada para colocar ciência no mesmo patamar que a religião. Crença não se prova, não pode ser falseada nem discutida, não pode ser pesquisada, etc... O D.I já foi demonstrado ser uma falsidade absoluta, quando Michael Behe foi refutado no tribunal no caso Kitzmiller.

Marina Silva quando propões que ambas "opiniões" sejam ensinadas em pé de igualdade, fere a laicidade do Estado, e sem perceber propõe a união entre o Estado e a Religião. O Estado laico não permite o ensino religioso mas tão só o ensino laico.

Caso a pré-candidata Marina Silva seja eleita presidente (que isso não aconteça!) para quem governará? Sim, ela tem chances de ser eleita, porque é da Assembléia de Deus e os fiéis dessas facções pentecostais votarão nela de olhos fechados porque em sua maioria não possuem estudos e fazem tudo o que seus pastores mandarem. Outros fanáticos verão em Marina Silva a fortaleza contra a "impiedade neodarwinista", e por isso não só votarão nela, como farão propaganda gratuita. A questão ambiental para um assembleiano, um iurdiano, presbiteriano é de pouca importância. São essas pessoas adeptas do criacionismo e do DI é que destróem a natureza, porque acreditam que Deus pode recriar tudo de novo do mesmo jeito e/ou até criar espécies novas como acreditava Georges Cuvier.

Se os dois "palpites" podem ser ensinado nas escolas, é evidente que a maioria optará pela opinião que Deus criou o mundo de acordo com o Gênesis ou que certos órgãos requerem projetista inteligente dada a complexidade irredutível da mesma, o que em outras palavras quer dizer que não houve evolução alguma, e se houve alguma foi através de um passe de mágica. A maioria dos alunos apoiará o criacionismo fundamentalista ou aqueloutro travestido de ciência, e isso porque o ensino de biologia das escolas públicas é deficiente, e por ser deficiente os alunos se curvarão perante a pseudociência. Se o criacionismo ou DI entra nas escolas laicas, não entra como ciência, porque não é ciência, entra como ensino religioso para tentar debelar a ciência.

O evolucionismo não é um ponto de vista como quer a futura presidenciável Marina Silva, não. Lamarck, Darwin, Wallace, Haldane, Dobzhansky entre outros não eram meros aventureiros, mas pessoas que dedicaram suas existências às pesquisas. Muito diferente de padres, pastores, rabinos e xeques que já tem verdades reveladas e que podem "refutar" a ciência com versículos e suratas.

Se o leitor deseja um Estado leigo, com um ensino melhor ou menos ruim não vote em Marina Silva; Agora se deseja ver um talibã tupiniquim aí é outra conversa...
Segue o vídeo da entrevista da Marina Silva para os que preferem ver com os próprios olhos e ouvir com os próprios ouvidos as pérolas da ex-ministra do meio ambiente.

#111 Entrevista com a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva from Matheus Siqueira on Vimeo.

Capitalismo = Canibalismo

Vi esse vídeo no blog Na Práxis, uma verdadeira lição de moral para os que defendem esse sistema desumano que é o neo-liberalismo.

domingo, 15 de novembro de 2009

Ex-pastor ensina como levar dinheiro de idiotas

Só assistindo mesmo. Como tem gente estúpida por esse mundo afora!


Teologia da Escravidão






Ontem li um livrinho do bispo católico apostólico romano caótico romântico, Dom Antônio de Castro Mayer, de infeliz memória. O livrinho é uma carta pastoral: Carta Pastoral sobre a Realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O referido opúsculo é um tratado político, travestido de teologia. Em muitos dos seus testículos textículos, Dom Antônio se mostra um bispo politiqueiro. Dom Antônio era um homem inteligente e tinha uma grande cultura eclesiástica. O estilo do livro (carta) é atraente e didático, apesar de ser altamente retrógrado.

Os setores reacionários da Igreja Romana vivem a criticar a teologia da libertação, dizem que a teologia da libertação é politicagem, que os padres desse movimento só falam de política e nada do Evangelho, etc... Quem diz isso, de duas uma, ou nunca leu essa carta de Dom Antônio de Castro Mayer ou quer tapar o sol com a peneira. No primeiro caso perdoamos a ignorância, mas não podemos perdoar a malícia e a hipocrisia do último caso.

O objetivo de Dom Antônio é mostrar ao leitor que a sociedade laica é uma peste, um perigo para a salvação das almas. Para chegar ao seu objetivo, o bispo se vale de muitas táticas: manipulação do Novo Testamento, da patrística e do próprio discurso.

Diz o bispo de Campos na carta que Jesus é rei, por isso a Igreja tem uma festa para Cristo Rei, mas Jesus Cristo não é rei no sentido figurado, mas em sentido real, e aí o papa de Campos cita alguns textos do Novo Testamento "provando" que Jesus é Rei de fato, rei do céu e da Terra. Dom Antônio mostra que o único modo de Jesus Cristo reinar na sociedade é reinar através de sua igreja: Católica Apostólica Romana. E para isso, mais uma vez, Dom Antônio "prova" através da patrística e dos documentos pontifícios que o Estado deve estar subordinado à Igreja.

Para o insigni... insignificante prelado ainda hoje deveria existir a união da Igreja e do Estado, e de acordo com sua medieva visão, é função do Estado defender a Igreja e reprimir as falsas religiões. Sim, o Estado segundo o seu parecer deve servir aos interesses da "Santa Madre Igreja".

Dom Antônio apoiado por documentos pontifícios antigos diz que o laicismo é uma peste, porque tenta solapar a Igreja de Jesus Cristo. O laicismo dificulta a salvação das almas, porque nivela todas as religiões em pé de igualdade: a verdadeira (que é a Igreja Católica Apostólica Romana) e as falsas (todas as outras). Citando Pio XII de infame memória diz que o "erro não tem direito à existência" (por erro subentenda-se outras religiões ou religião nenhuma).

É função do Estado ajudar as pessoas a encontrar a verdade e a salvação, e o Estado faz isso, quando promove a Igreja Romana, como religião oficial do Estado.

Agora vamos desmascarar o "santito" de Campos.

Dom Antônio diz que o Estado tem poder mas que o poder civil é menor que o poder eclesiástico e que as autoridades civis devem estar subordinadas às autoridades eclesiásticas, uma vez que o poder espiritual é maior que o temporal.

A Igreja em seus primeiros séculos foi perseguida pelo Estado, a religião cristã era proscrita por diversos fatores que não vou expor aqui por falta de tempo e para não alongar o texto. A Igreja Cristã em seus primórdios nunca precisou do apoio do Estado para crescer, embora os cristãos tivessem o dever de respeitar o Estado constituído, porque como afirmou o apóstolo Paulo: "toda autoridade vem de Deus" (Rm 13,1).

Era a religião pagã que perseguia o cristianismo, pois o paganismo era a religião oficial do Estado. E o paganismo por ser uma religião natural precisava do apoio do Estado já que não podia contar com a intervenção divina ou com o testemunho do sangue: "Sangue de mártir, semente de cristão". Tertuliano

Quando o prelado diz que o Estado tem deveres para com a religião, ele não está fazendo teologia, mas politicagem. Não está pregando o Evangelho mas os interesses da instituição a qual pertencia. O bispo sabia que o único modo de se controlar uma sociedade era criar um "Estado cristão". No fundo o líder dos tradicionalistas de Campos bem sabia que "os fins justificam os meios". Maquiavel

Ao afirmar que o estado deve submeter-se à Igreja, outra coisa não fazia Dom Antônio, do que se fazer um César no lugar do César. Assim como o cristianismo foi proscrito do Império Romano, assim o prelado queria proscrever todas as religiões. Isso não é cristianismo, mas paganismo puro! Quem leu os Evangelhos, sabe muito bem que Cristo Jesus nunca pensou num Estado teocrático; que Jesus nunca falou em dois poderes: temporal e espiritual. Os primeiros cristãos muito diferente desse último cristão que foi D. Antônio, escreviam aos imperadores para que não perseguissem os cristãos, alegando razões de sobra para isso. Os primeiros cristãos não pediam a proteção do Estado, pediam apenas que não perseguissem os cristãos como se fossem bandidos, uma vez que os seguidores do Cristo eram pacíficos, honestos, virtuosos e viviam com todos os homens. Informações como essas podem ser encontradas na Apologia de Tertuliano.

O prelado de Campos seria coerente ao defender o estado teocrático se fosse judeu ou mulçumano porque os fundadores (Moisés e Maomé) dessas religiões não eram somente líderes religiosos mas eram também estadistas. Talvez tenha herdado esse atavismo de suas leituras vétero-testamentárias... Mas que fique claro que Velho Testamento não é o Novo e vice-versa e que Moisés não é Jesus e o contrário é também verdadeiro.

No fim de sua obra Dom Antônio mostra aos seus fiéis os perigos do Estado laico para a fé Católica: o divórcio, os anticoncepcionais, o aborto, a retirada das aulas de religião da escola pública, etc... O Estado com sua laicidade tenta solapar o ensino tradicional da Igreja sobre a "moral e os bons costumes". Laicizar não é uma garantia de liberdade, pois a liberdade no pensamento do bispo tirano, só deve existir para seguir a verdade, isto é, a Igreja Católica.

Enfim, a obra de dom Antônio de Castro Mayer é um tratado político de fundo maquiavélico, despótico, no qual camufla seus escritos com o nome de Jesus, com as Escrituras Santas e com a Sagrada Tradição. Depois, os reacionários ainda tem a petulância de falar que a teologia da libertação não passa de politicagem, que os padres não devem se intrometer na política, etc... Os teólogos da libertação não podem falar em política, só os padres ultareacionários é que podem. Quer bispo mais politiqueiro que Dom Antônio? Só se for o "bem-aventurado" Pio IX de inglória memória. E assim se faz a teologia da escravidão.

Créditos: foto do site: http://www.beneditinos.org.br/

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Professor revela mitos e verdades sobre Charles Darwin

Um vídeo com pouco mais de três minutos, onde o professor Nélio Bizzo, da faculdade de educação da USP, consegue uma façanha inaudita: falar sobre Darwin e sua vaigem no navio Beagle, sobre criacionismo, e que teísta não significa necessariamente criacionista, nem ateísmo é sinônimo de evolucionismo.
O professor ainda diz que todos os seres vivos hoje são produtos da evolução. Dizendo pouco num tempo brevíssimo, disse muito porque disse profundamente.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Um exemplo de cientista e de cristão



O Padre George Coyne é um verdadeiro exemplo de homem equilibrado, mesmo sendo religioso defende a Teoria da Evolução e diz que a ciência não tem como provar a existência de Deus e essa mesma ciência também não pode dizer que Deus não existe. Pois o objeto da ciência é a matéria, e se Deus existe ele não pode ser verificado justamente por ser imaterial.

O padre Coyne tem admiradores até mesmo entre os ateus e céticos tal a seriedade de sua postura como cientista e religioso. O padre Coyne demonstrou que não existe conflito entre a fé e a ciência. Ele é (o padre Coyne) um tapa na cara dos criacionistas e um tapa na cara dos ateus que dizem que cristãos evolucionistas são incoerentes ou que são todos burros e fanáticos. (Não são todos os ateus que dizem isso, mas há quem afirme.)

Leia a entrevista que o padre George Coyne concedeu à Folha de São Paulo aqui. E outra entrevista pode ser lida aqui.

Caso queira ler mais entre a relação cristianismo e evolucionismo sugiro os seguintes links, publicados aqui mesmo: O Cristianismo e a Teoria da Evolução e
Cristianismo e Teoria da Evolução II .

Agora estamos no BlogBlogs

BlogBlogs.Com.Br

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Campanha do MEC: Seja um professor

O que o MEC não mostra:















Campanha do Diário de um Bobo da Corte: Não seja professor

O Blog Diário de um Bobo da Corte está lançando a campanha: "Não seja professor!" É isso mesmo que você acabou de ler.
O MEC lançou não faz muito tempo, a campanha "seja Professor", cuja propaganda muito bonita e atrativa mas que não condiz com a verdade. O vídeo pode ser visto logo abaixo.




Para o MEC lançar essa campanha risível é porque está desesperado. Sabem que muitos professores estão abandonando a profissão devido ao baixo salário, devido as inúmeras cobranças, devido aos péssimos alunos (que não são a maioria, mas acabam por estragar uma boa classe), devido à falta de boa infra-estrutura: materiais pedagógicos, salas de informática, data-show, etc...

Por mais boa vontade que tenha o professor, ele não pode "transformar" o mundo como quer o MEC, e são vários os fatores:
a) Classe com mais de 40 alunos. Quem é professor sabe que é impossível dar uma boa aula com 4o alunos ou mais. A aula não rende porque com uma classe cheia, a tendência é a dispersão e a falta de controle da mesma; Para dar uma boa aula, o professor precisa que a escola tenha no máximo 25 alunos por sala;
b)Com salários baixos, o professor não pode dar uma boa aula. Por quê? Porque ele precisará dar aulas em outras escolas sejam privadas e/ou municipais/estaduais. Ou seja, ele passa o dia todo lecionando e por falta de tempo não pode preparar suas aulas, porque precisa complementar sua renda em outra(s) escola(s). Se tivesse um salário decente, não precisaria se preocupar em complementar a renda e nesse caso poderia preparar suas aulas porque teria tempo disponível;
c) Os alunos por serem menores de idade, praticamente só tem direitos e poucos deveres, se é que tem algum dever. Como sabem disso, alguns se aproveitam para ofender professores, xingá-los e até agredi-los fisicamente;
d) Os bons alunos não conseguem estudar por causa dos colegas bagunceiros e porque a classe está cheia, o bom professor assim como os bons alunos sentem-se desestimulados;
e) O professor vive estressado pelas cobranças de pais, alunos, direção etc...
f) A classe dos professores é uma das mais desunidas que existem, por isso conseguem pouco ou nada em suas reivindicações, e por isso mesmo, o governo tripudia sobre os professores.

Com isso não quero dizer que todos os professores são maus profissionais e não gostam do que fazem. Há muitos bons professores nas escolas públicas desse imenso Brasil. Na escola onde trabalho há ótimos profissionais, mas não vou declinar os nomes para não cometer a injustiça de não citar um nome ou outro por esquecimento.

Há muito mais coisas a dizer sobre o assunto, mas não vou fazer tal para não cansar o leitor. Certamente que teremos novas oportunidades para abordar tão espinhosa questão.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Conferência do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis

Se você adora ciência e tiver tempo recomendo que assista a conferência do neurocientista Miguel Nicolelis. Agora, se você não gosta de ciência por não conhecê-la, aí está o momento oportuno. Ao invés de perder tempo com a Rede Globo e outras emissoras que não vão lhe acrescentar nada interessante: cérebro humano, ciência, tecnologia, etc... Recomendo que assista essa conferência, isto é, se você deseja ter um pouco de cultura. Quem já tem vai quere ainda mais. Boa aula com o professor Miguel Nicolelis.


Conferência com Miguel Nicolelis emociona o público from Duetto Editorial on Vimeo.



Conferência com Miguel Nicolelis emociona o público from Duetto Editorial on Vimeo.



Conferência com Miguel Nicolelis emociona o público from Duetto Editorial on Vimeo.



Conferência com Miguel Nicolelis emociona o público from Duetto Editorial on Vimeo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A crise do capitalismo mudou o modus vivendis dos japoneses



Num mundo no qual as pessoas são o que consomem, que deixam de ser para ter, e que trabalham apenas em função do que a mídia propaga como bom, belo e verdadeiro, como bem demonstrou o vídeo A História das Coisas, chamou minha atenção a atitude tomada pela sociedade japonesa durante essa crise financeira.

A sociedade japonesa é extremamente consumista, consumista porque capitalista. E por isso pode servir como termômetro desse sistema nesfasto.

"Não faz muito tempo - escreve Hiroko Tabuchi - muitos japoneses compravam tantos melões por R$ 180 e tantas bolsas por R$ 1.800 que o Japão era o único país do mundo onde artigos de luxo eram considerados produtos do mercado de massas.
Os consumidores japoneses mantiveram essa reputação até mesmo durante a estagnação econômica dos anos 1990. Mas a recessão atual fez algo que quedas econômicas anteriores não conseguiram: converteu os japoneses em frequentadores de lojas de descontos".

Nem os japoneses conseguiram resistir a essa crise do capitalismo! E agora buscam as lojas de descontos, sinais dos tempos!!!

As japonesas que sempre compraram artigos de luxo, dentre eles a famigerada bolsa Louis Vuitton, já não estão comprando, porque ser chic "dói" no bolso.
Uma jovem japonesa disse: "Louis Vuitton não me atrai nem um pouco. Antigamente as pessoas achavam que precisavam de uma bolsa para se enquadrarem na sociedade. Mas garotas mais novas, como eu, já não pensam assim".

Japoneses estão consumindo menos frutas (importadas) por causa do preço. Com a crise até a venda de guarda-chuvas aumentou. E o que isso tem que haver com a crise financeira? Simples. Antes da crise, os japoneses costumavam pegar táxis logo que a chuva começava a cair, agora compram guarda-chuvas e fazem seus percursos à pé.

Se os japoneses até então pensavam nas marcas hoje pensam nos preços, conforme seus próprios testemunhos: "Em vez de pensar nas marcas, hoje me preocupo com o preço", disse Maki Kudo; Chie Kawano disse: "O preço é minha preocupação número um. Não preciso de nada luxuoso".

Quando o bolso aperta e a grana fica curta, o negócio é economizar, porque o capitalismo só não poupa a classe média e pobre.

Fonte das citações: The New York Times (versão brasileira) Folha de São Paulo 28/09/09 pág.2

domingo, 1 de novembro de 2009

Mudanças do clima, mudanças de vida

Documentário do Greenpeace riquíssimo nas explicações sobre os impactos do aquecimento global. A abordagem é bem didática. Ótimo vídeo para professores de geografia trabalharem com seus alunos.

Uma verdade inconveniente

Uma Verdade Inconveniente é um documentário de Al Gore, político norte-americano dedicado a combater o aquecimento global. Tudo o que tenho a dizer desse documentário é que é um excelente documentário, numa linguagem acessível a todas as pessoas.

As imagens do vídeo não são muito boas e nem as legendas, mas a mensagem do vídeo supera a má editação das imagens e legendas. Se você não assistiu, assista; caso tenha assistido, vale a pena ver de novo!