segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A crise do capitalismo mudou o modus vivendis dos japoneses



Num mundo no qual as pessoas são o que consomem, que deixam de ser para ter, e que trabalham apenas em função do que a mídia propaga como bom, belo e verdadeiro, como bem demonstrou o vídeo A História das Coisas, chamou minha atenção a atitude tomada pela sociedade japonesa durante essa crise financeira.

A sociedade japonesa é extremamente consumista, consumista porque capitalista. E por isso pode servir como termômetro desse sistema nesfasto.

"Não faz muito tempo - escreve Hiroko Tabuchi - muitos japoneses compravam tantos melões por R$ 180 e tantas bolsas por R$ 1.800 que o Japão era o único país do mundo onde artigos de luxo eram considerados produtos do mercado de massas.
Os consumidores japoneses mantiveram essa reputação até mesmo durante a estagnação econômica dos anos 1990. Mas a recessão atual fez algo que quedas econômicas anteriores não conseguiram: converteu os japoneses em frequentadores de lojas de descontos".

Nem os japoneses conseguiram resistir a essa crise do capitalismo! E agora buscam as lojas de descontos, sinais dos tempos!!!

As japonesas que sempre compraram artigos de luxo, dentre eles a famigerada bolsa Louis Vuitton, já não estão comprando, porque ser chic "dói" no bolso.
Uma jovem japonesa disse: "Louis Vuitton não me atrai nem um pouco. Antigamente as pessoas achavam que precisavam de uma bolsa para se enquadrarem na sociedade. Mas garotas mais novas, como eu, já não pensam assim".

Japoneses estão consumindo menos frutas (importadas) por causa do preço. Com a crise até a venda de guarda-chuvas aumentou. E o que isso tem que haver com a crise financeira? Simples. Antes da crise, os japoneses costumavam pegar táxis logo que a chuva começava a cair, agora compram guarda-chuvas e fazem seus percursos à pé.

Se os japoneses até então pensavam nas marcas hoje pensam nos preços, conforme seus próprios testemunhos: "Em vez de pensar nas marcas, hoje me preocupo com o preço", disse Maki Kudo; Chie Kawano disse: "O preço é minha preocupação número um. Não preciso de nada luxuoso".

Quando o bolso aperta e a grana fica curta, o negócio é economizar, porque o capitalismo só não poupa a classe média e pobre.

Fonte das citações: The New York Times (versão brasileira) Folha de São Paulo 28/09/09 pág.2

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