sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Do incômodo de ser um ser pensante

Mesmo estando cercado por pessoas, conversando e cultivando amizades eu me sinto mais só do que Robinson Crusoé. Sou pouco compreendido, mas isso tem uma razão: eu leio muito, eu reflito muito. Filosófo muito, enquanto meus interlocutores ficam no senso comum e não querem sair dele. As ideias do senso comum lhe são caras porque receberam-na do meio em que foram adestradas educadas. Ninguém quer pensar, pensar dói! Vai ver que era por isso Sócrates comparava o ato de refletir ao parto, visto que as gestantes sofrem para dar à luz.

Sei que não é nada fácil rever conceitos, mas quem deseja ser uma pessoa de verdade deve refletir, deve lançar uma jihad a si mesmo. Superando-se a si mesmo e gestando em si mesmo uma nova criatura tal qual a lagarta no casulo se transforma numa borboleta. Pensar é perigoso, o ser pensante é desagradável, é rotualdo como estraga prazeres, chato, crítico, amargo, etc... Quem reflete nunca está satisfeito, é um eterno inconformado. Bom do alto dos meus 34 anos posso afirmar com segurança que o caminho que iniciei aos 12 anos de idade de começar a ler por livre e espontânea vontade não tem mais volta.

Sei que em minha vida terei poucos, porém amigos sinceros que me aceitam do jeito que sou porque sabem quem eu sou e o que penso. No fim das contas caros navegantes quem tinha razão era o velho Raul Seixas: "Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquele velha velha opinião formada sobre tudo.

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