Mantendo a mesma linha de raciocínio e coerência lógica expressa nos artigos anteriores, queremos expor a nosso pequenino, mas relevante, grupo de leitores, o sentido desse discurso que busca demonizar e descartar a Reprovação dos alunos que não obtiveram o mínimo para serem aprovados em termos de conteúdo.
Repetirei, como Catão; o censor, a exaustão, que os poderes econômico, religioso e político conjugaram suas forças, com o objetivo de fabricar massas.
Objetivo que os cidadãos, em especial os educadores devem buscar frustrar. Pois a partir da produção de massas jamais teremos uma democracia e menos ainda uma policracia, porém uma odiosa oclocracia.
Já nos referimos aos investimentos feitos pelas diversas esferas do poder com o objetivo de universalizar a educação ou de criar uma escola para todos. O que implicava a oferta de diversos insumos: Material, merenda, uniforme, transporte, etc
Desde então os investimentos nos domínios da Educação tornaram-se muito mais onerosos, caso tomemos por modelo os anos anteriores a década de noventa (90) - Quando o acesso a educação era restrito, pelo simples fato de que pais e responsáveis arcavam com todos os gastos, ficando os mais pobres fora da Escola.
Eram tempos precários.
E o modelo iniquo, por ser excludente.
Dirá você que agora dispomos de um modelo justo e humano.
E que certamente um número muito maior de pessoas tem aprendido...
Tenho sérias dúvidas quanto a isso.
De qualquer forma era necessário aumentar a quantidade ou universalizar a oferta do ensino, sem perder a qualidade.
O que implica recuperar, reprovar, etc
Jamais promover fraudulentamente ou por decreto quem não atingiu o mínimo necessário em termos de conteúdos, dada a relevância dos conteúdos para a vida, para o convívio, para a cidadania, etc
No entanto justamente a partir da época em que os gastos por parte do poder público tornaram-se mais onerosos, surgiu esse discurso falacioso, satanizando a reprovação dos que não atingiram o mínimo e defendendo, nas entrelinhas, a promoção de pessoas não habilitadas.
E todavia diplomas e certificados conferem possibilidades, sendo instrumentos de poder.
Destarte se produzir massas é sério problema, e dar-lhes voto outro problema, dar-lhes poder ou acesso é mais um problema.
Agora o que quero salientar é outro viés do discurso.
Caso o processo de ensino aprendizagem seja levado a sério e a reprovação admitida como recurso necessário ou indispensável, devemos ter em mente que a cada cinco alunos reprovados numa turma, teremos a necessidade de abrir mais uma turma a cada quatro ou cinco anos e mais uma escola ao cabo de uns vinte anos - Dobrando o número de escolas, professores e funcionários a cada quarto de século... Sem contar com os insumos por nós mencionados.
Isso numa triste conjuntura em que se fala em responsabilidade fiscal, cortes, limites, economia, Estado mínimo e outras perversões neo liberais tomadas ao modelo empresarial.
A reprovação de alunos não habilitados é meramente questão de economia ou de contensão de gastos - Fabricamos massas e corrompemos os fundamentos da democracia, do pensamento científico e do laicismo por 'razões' de natureza financeira - O Estado não quer investir na formação integral dessas pessoas...
Temos aqui, o mesmo agente, o Mercado, atuando contra a Educação, tal e qual atuado desastrosamente, contra a qualidade política, o patrimônio ecológico, o patrimônio histórico, o acesso a informação, a produção artística, o convívio tradicional, etc
Mais um flagelo do economicismo - Que nos empurra rumo a barbarie.
Não querem arcar com os custos de uma educação séria e de qualidade - A qual implica paulatino aumento da estrutura material, em termos de edifícios, professores, material, aparelhos... E é exatamente por isso que esse governo irresponsável e seus lacaios editam esse discurso anti reprovação...
Disto tiram proveito os demagogos, peritos em manipular as massas ineptas em proveito de si mesmos ou de seus patrocinadores... E encontram-se o político, o econômico e o sectário...
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