sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

A 'lógica' da não reprovação...

Mantendo a mesma linha de raciocínio e coerência lógica expressa nos artigos anteriores, queremos expor a nosso pequenino, mas relevante, grupo de leitores, o sentido desse discurso que busca demonizar e descartar a Reprovação dos alunos que não obtiveram o mínimo para serem aprovados em termos de conteúdo.

Repetirei, como Catão; o censor, a exaustão, que os poderes econômico, religioso e político conjugaram suas forças, com o objetivo de fabricar massas. 

Objetivo que os cidadãos, em especial os educadores devem buscar frustrar. Pois a partir da produção de massas jamais teremos uma democracia e menos ainda uma policracia, porém uma odiosa oclocracia.

Já nos referimos aos investimentos feitos pelas diversas esferas do poder com o objetivo de universalizar a educação ou de criar uma escola para todos. O que implicava a oferta de diversos insumos: Material, merenda, uniforme, transporte, etc

Desde então os investimentos nos domínios da Educação tornaram-se muito mais onerosos, caso tomemos por modelo os anos anteriores a década de noventa (90) - Quando o acesso a educação era restrito, pelo simples fato de que pais e responsáveis arcavam com todos os gastos, ficando os mais pobres fora da Escola.

Eram tempos precários. 

E o modelo iniquo, por ser excludente.

Dirá você que agora dispomos de um modelo justo e humano.

E que certamente um número muito maior de pessoas tem aprendido...

Tenho sérias dúvidas quanto a isso.

De qualquer forma era necessário aumentar a quantidade ou universalizar a oferta do ensino, sem perder a qualidade.

O que implica recuperar, reprovar, etc

Jamais promover fraudulentamente ou por decreto quem não atingiu o mínimo necessário em termos de conteúdos, dada a relevância dos conteúdos para a vida, para o convívio, para a cidadania, etc

No entanto justamente a partir da época em que os gastos por parte do poder público tornaram-se mais onerosos, surgiu esse discurso falacioso, satanizando a reprovação dos que não atingiram o mínimo e defendendo, nas entrelinhas, a promoção de pessoas não habilitadas. 

E todavia diplomas e certificados conferem possibilidades, sendo instrumentos de poder. 

Destarte se produzir massas é sério problema, e dar-lhes voto outro problema, dar-lhes poder ou acesso é mais um problema.

Agora o que quero salientar é outro viés do discurso.

Caso o processo de ensino aprendizagem seja levado a sério e a reprovação admitida como recurso necessário ou indispensável, devemos ter em mente que a cada cinco alunos reprovados numa turma, teremos a necessidade de abrir mais uma turma a cada quatro ou cinco anos e mais uma escola ao cabo de uns vinte anos - Dobrando o número de escolas, professores e funcionários a cada quarto de século... Sem contar com os insumos por nós mencionados.

Isso numa triste conjuntura em que se fala em responsabilidade fiscal, cortes, limites, economia, Estado mínimo e outras perversões neo liberais tomadas ao modelo empresarial.

A reprovação de alunos não habilitados é meramente questão de economia ou de contensão de gastos - Fabricamos massas e corrompemos os fundamentos da democracia, do pensamento científico e do laicismo por 'razões' de natureza financeira - O Estado não quer investir na formação integral dessas pessoas...

Temos aqui, o mesmo agente, o Mercado, atuando contra a Educação, tal e qual atuado desastrosamente, contra a qualidade política, o patrimônio ecológico, o patrimônio histórico, o acesso a informação, a produção artística, o convívio tradicional, etc

Mais um flagelo do economicismo - Que nos empurra rumo a barbarie.

Não querem arcar com os custos de uma educação séria e de qualidade - A qual implica paulatino aumento da estrutura material, em termos de edifícios, professores, material, aparelhos... E é exatamente por isso que esse governo irresponsável e seus lacaios editam esse discurso anti reprovação...

Disto tiram proveito os demagogos, peritos em manipular as massas ineptas em proveito de si mesmos ou de seus patrocinadores... E encontram-se o político, o econômico e o sectário... 




quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

A Escola e o Terror da Reprovação...

Não sei porque pegou na Escola o gosto pela aprovação automática ou por meio de decretos políticos que fixam o número dos alunos que podem ser reprovados por sala, turno ou unidade... Alias assim fica fácil para o mesmo governo alegar que a educação esta dando excelentes resultados, uma vez que, por decreto, determina a aprovação dos que não estão aptos a serem promovidos.

Agora quanto os motivos, creio serem de natureza diversa. Há é claro o bônus pago pelo Estado ou pelas prefeituras com base nos resultados educacionais ou no número dos alunos aprovados. E quem desejará reter se é pago para promover... 

Mas há também outros fatores.

Pois há quem acredite e afirme que reprovação seja sinônimo de Evasão e portanto que é necessário aprovar o dito cujo ou a dita cuja para que não deixe a escola e fique nas ruas... Melhor o aluno na escola, bagunçando, fingindo que aprende, enrolando ou sendo promovido sem saber, do que nas ruas, a mercê das drogas ou da violência.

Por essa altura a escola cesso de ser escola ou instituição suja precípua função é instruir e educar. E virou já abrigo, ou hospedaria, ou qualquer outra coisa.

Reconheço o problema mas não posso admitir que passar o aluno sem nada saber seja a solução.

E quando esse aluno chegar aos anos finais e deixar a escola sem conteúdo algum... Que será dele em tais circunstâncias...

E caso não saiba ler bem e obtiver um serviço em que a leitura seja indispensável para o bom desempenho de suas tarefas...

Há quem opine que o aluno X não possa ser retido porque tem determinadas limitações (Não laudadas.) e jamais obteve assistência especializada na escola. 

Me permitam então fazer um aparte sobre o aluno devidamente laudado que nem sem obtém a devida assistência.

Seja porque seus pais ou responsáveis cobraram o poder público... 

Os pais eram omissos...

Neste caso que fez o serviço pedagógico da Unidade escolar... 

Não há orientador naquela rede. - De fato o caso é grave.

Afinal para que serve o Conselho tutelar... 

Se é apenas para amolar professores e gestores, recambiando as escolas e salas os alunos problema, ouso te-lo em conta de inútil. Útil seria caso observa-se as redes de ensino, fiscaliza-se as unidades, denuncia-se as prefeituras e fizessem que a inclusão fosse de fato inclusão e não enrolação ou abandono criminoso. Reparem para que de fato cada aluno especial, em qualquer sentido, tenha um auxiliar, de preferencia com formação pedagógica - Pois assim tal clientela adquiriria ao menos os conteúdos que é capaz de adquirir!

Abandonar a criança ou as crianças numa sala superlotada sob a regência de um professor sobrecarregado e não qualificado é ato criminoso, pois implica descumprimento efetivo da lei. A criança deve sim, estar no meio natural, porém, sendo assistida por um monitor habilitado. 

Neste caso todos: Pais, professores, gestores e conselheiros deveriam acorrer ao poder público e a seus órgãos com o objetivo de prover a criança da assistência a que faz jus. É o caso de reivindicar ou cobrar antes de aprovar.

Este aluno no entanto, justamente por ter suas possibilidades limitadas, será promovido - Havendo amparo legal para isso. 

Já quanto ao aluno não laudado, deve a Orientação pedagógica, a equipe gestora ou o Conselho tutelar, solicitar aos pais ou responsáveis a ida ao médico, a realização de exames, etc sob pena de responsabilidade ou abandono. 

Agora enquanto não obtiver laudo ou a conclusão do médico for negativa, inexistindo qualquer problema físico ou mental, seja tratado como responsável, punido e se necessário reprovado.

Similar o caso do aluno materialmente necessitado ou cuja família seja problemática.

Insumos, como uniforme, merenda, material, etc ele efetivamente deve receber e recebe.

Neste caso esforce-se o mestre ou a mestra por ser receptivo, carinhoso, atento, cuidadoso, tolerante - Até onde se possa, etc 

Que se lhe ofereçam atividades de reforço ou complementares.

Satisfeitos, quanto possível for, tais demandas, seja esse aluno cobrado> Em termos de educação (Atitudinal) ou responsabilidade (Produção) tal e qual os demais.

Quando os pais e responsáveis se esquivam, o que todo esse povo > Professor, orientação, coordenação, gestão, conselho, etc deve fazer é trabalhar e colocar esses alunos em condições para serem devidamente cobrados e não ficar de braços cruzados para chegando fim do ano letivo alegar que tais alunos, por omissão da parte do poder público, fazem jus a aprovação - Quando por vezes absolutamente nada fizeram. E há meios porque possa ser o poder público cobrado e responsabilizado. 

Há quem alegue enfim, que a reprovação é sempre um ato subjetivo de rancor ou vingança por parte do professor, e devo dizer que é um argumento reducionista e miserável.

Claro que há professores que fazem mau uso da reprovação. Como o assassino faz mau uso de uma faca... E... nem por isso deixamos de usar a faca

Como diziam os antigos romanos: O Mau uso ou abuso não tolhe o uso.

Destarte se é execrável o uso da reprovação a guisa de vingança, outro o caso quando corretamente empregada, tendo em vista certos norteamentos pedagógicos, como um grau ou nível elementar de aproveitamento.

Injusto seria aprovar um aluno que não apenas nada aprendeu como não buscou aprender ou nada fez para aprender, e promove-lo nas mesmas condições que um aluno aplicado e responsável. 

Promover aquele que se esforçou ao máximo para adquirir o conteúdo mínimo exigido e reprovar aquele que pouco o nada fez para adquirir esse conteúdo é algo perfeitamente justo, desde que garantidos a todos os alunos as condições mínimas em termos de insumos e assistência.

Promover em massa ou como rebanho os que se aplicaram e os que não mostraram qualquer interesse é desestimular os primeiros ou sugerir-lhes que tanto dá estudar como não estudar.

Por isso tenho dito que não há ensino sem reprovação, como não existe educação sem punições ou castigos (Claro que não estou me referindo a castigos físicos ou a agressão!!!). Educar é sempre restringir. Ensinar é sempre considerar a retenção de determinados conteúdos, até que sejam eles atingidos. Aquele que em condições de igualdade com os demais e que tendo recebido a assistência a que faz jus, não atingiu o nível estipulado para cada conteúdo - Mesmo após diversas tentativas de recuperação! - permaneça no mesmo ano até atingir o nível estipulado. 

Mas professor, nesse caso o aluninho se sentiria humilhado...

Melhor a sala inteira se sentir injustiçada não é mesmo...

E assim caminha a humanidade por seus tortuosos caminhos. 


Educação - A farsa continua...

Li o artigo do economista Cláudio de Moura Castro 'No meu tempo a educação era muito melhor' publicado no jornal 'Estado de São Paullo' a quatro de setembro de 2022 e reproduzido, desde então, em diversos certames públicos.

Felizmente tenho uma cópia dele, tombada, em meu arquivo. A qual acabo de reler. 

Para esse autor a qualidade da Educação oferecida no passado é duvidosa e a ideia de que a Educação, de modo geral, esteja piorando, equivocada. Tal seu ponto de vista, a respeito do qual discordo cabalmente.

De fato em tempos pretéritos ou nas décadas anteriores aos anos noventa, não haviam exames institucionais de caráter estadual ou nacional que aferissem os resultados educativos.

E no entanto, pessoas que, como eu, nasceram em meados dos anos 70, tiveram a oportunidade de conviver com pessoas adultas ou mais velhas que haviam sido educadas nos anos 40, 50 e 60, i é, imediatamente após a grande reforma Capanema - Marquem esse nome! E o quanto posso dizer é que no decorrer dos anos 80 e 90 havia, por assim dizer, uma elite altamente educada, formada inclusive por pessoas que sequer haviam cursado alguma Universidade, mas apenas formado Ginasial ou como dizemos hoje ensino médio.

Era educação socialmente restrita...

Parece-me honestamente que sim ou que não era uma educação voltada para todos.

Socialmente restrita porém qualitativa ou de alta qualidade.

Quem teve o privilégio de conviver com tais pessoas saberá do que estou falando.

O defeito era ser socialmente restrita, e era defeito. 

A virtude era ser de alta qualidade ou relevante.

Quero problematizar isso.

Diz-nos Claudio Castro que temos um problema, e para mim é um problema. Pois declara que a Condição social do educando é forte determinante do rendimento escolar.

Tão inegável como o descobrimento da América, Claudio Castro e esquerda fuzarqueira de plantão.

Mas foi exatamente por isso que nossa Legislação determinou que os insumos relacionados diretamente com a Educação, seja graciosamente ofertados pelo Estado, assim uniforme, material, merenda, transporte, etc - O que de fato não era oferecido antes da década de 90. 

Costumeiramente se diz e crê que a partir da Educação é que podemos consertar determinadas situações de desigualdade social. Agora se a desigualdade econômica afeta de cheio os resultados educativos TEMOS UM CÍRCULO VICIOSO.

Tem se tentado quebrar parte desse círculo por meio dos já referidos insumos. 

É atitude relevante, mas não suficiente - Caso não se preste a devida atenção ao conteúdo educacional oferecido e enfim a estrutura do sistema educacional público em comparação com o privado.

Vamos porém aos exames gerais apontados por Castro ou aos resultados apontados por esse autor.

A primeira informação é que houveram alguns avanços nos anos iniciais do Ensino fundamental, e essa informação é de suma importância, pois estamos falando em alfabetização ou nas fases iniciais do letramento.

Nos anos finais porém - Sétimo, Oitavo e Nono ano, reconhece Castro que não houve avanço ou que este foi mínimo, embora corresponda a uma fase mais consistente da Educação. 

Castro no entanto nos quis trazer belas e boas notícias; diz-nos então que antes da Pandemia (2019) o Ensino médio deu um 'saltinho' - Na Prova Brasil. 

E aqui temos já um sério problema - Apenas Português e Matemática são avaliados, o que é altamente insatisfatório, ao menos, quanto o Ensino Médio, dada a Relevância da Biologia, da História, da Geografia e por que não da Arte...

Mas... Apesar disto, prossigamos.

Como professor que atuou no Ensino Médio do Estado de S Paulo, por dezessete longos anos, e que ainda pertencia a este quadro em 2019 (Desliguei-me logo após a malsinada reforma da Previdência.) acho no mínimo estranho que tenha havido algum progresso. Observo no entanto que se, tal se deu de fato - Mantenho o benefício da dúvida! - foi anterior a implementação da Reforma que o arruinou com completo nos anos seguintes.

Refiro-me a trágica Reforma que introduziu no Currículo as quinquilharias inúteis de: Planejamento econômico, projeto de vida, empreendedorismo, etc e cujo escopo final é erradicar por completo as disciplinas de: Arte, História, Geografia, Sociologia e Filosofia, e consequentemente o que chamamos projeto Integral ou humanista, limitando-se, novamente, a formar mão de obra subalterna, empregados, operários, serviçais, etc

Significativo que após uma tênue e duvidosa melhora siga a demolição completa... Sob o pomposo título de Escola Integral. Sim, pois esse ensino médio integral - Ao menos no Estado de São Paulo - nada é além de uma creche para adolescentes, a qual possibilita a permanência dos pais e responsáveis fora de casa ou no ambiente de trabalho e favorece antes de tudo o setor econômico. Professores fazem o papel de babás, os conteúdos - Como descrevi acima. - tornam-se irrelevantes, as salas de aula se convertem em 'depósitos' e por ai s vai... 

Agora vamos ao PISA - E o PISA avalia justamente o último ano do Ensino Fundamental...

Que diz o PISA...

Estagnação - Brasil está paralisado há muitos anos e o que é pior quase na lanterninha ou nas últimas colocações.

E gastamos uma fortuna com os insumos...

É um tonel de Danaídes - Pois lançamos água por meio dos insumos, a qual se esvaí pelos buracos dessas reformas escabrosas, e de uma quase total indiferença ou omissão no que diz respeito a estrutura e o pessoal de nossas Escolas públicas.

Por estrutura me refiro aos prédios e instalações, bem como ao material de trabalho. Desde ares condicionados ou ventiladores, cortinas, vidraças, etc a lousas digitais, mapas, globos, biblioteca, etc

Quanto ao pessoal me refiro aos professores, cujos salários deveriam ser corrigidos de modo a tornar desnecessário o acúmulo de cargos. O docente deveria ganhar o suficiente para não precisar trabalhar em duas redes e assim, não se sobrecarregar. 

Outra questão, tão grave quanto, é a oneração intencional dos professores por meio da burocracia ou do preenchimento de papéis ou de relatórios inúteis. Tudo quanto sobrecarrega o professor, desgasta-o e se reflete negativamente na interação com os alunos.

Agora tornemos a questão do progresso...

Incrível que no Brasil não piorar seja motivo de comemoração.

Nos sentimos realizados porque os anos finais do E F encontram-se paralisados, tal e qual o E M...

E vibramos porque supostamente avançamos nos anos iniciais, i é, nos domínios do letramento ou da alfabetização. O qual nem sei como é avaliado... O que sei é que as professoras dos anos iniciais são pressionadas para promover os alunos analfabetos ou semi analfabetos até o quinto ano. Posto que chegam até nós, no sexto ano, um resíduo de alunos analfabetos que costumam seguir até o Nono ano... E já os tive, pasme (E sem laudo!) no E M - Analfabetos, e, perdoem a expressão > Idiotas, incapazes de compreender e de interpretar...

Para mim semelhante quadro é o de uma tragédia

Pois quando se mensura pelo geral se perde por completo a noção de particular.

Em geral apreciamos execrar a Idade Média e o analfabetismo reinante, a condição das massas dominadas, etc

E exaltar a simples capacidade para ler, escrever e calcular.

Porém tal capacidade de fato só é digna de admiração na medida em que o sujeito prossegue na caminhada do saber, ampliando mais e mais os seus conhecimentos. Em suma: O letramento ou a alfabetização só deveria ser encarada como benefício quanto corresponde a uma porta ou passagem...

É justamente aqui que entra a ideia de Rebelião de Massas, oclocracia, etc 

Nós estamos nos dando por satisfeitos com um Ensino meia boca ou demasiado elementar i é a nível de letramento ou de alfabetização e achamos que é grandioso... Mas não o é!

Ao alfabetizar sumariamente um idiota ou imbecil (Sem jamais torna-lo capaz de pensar!) e lança-lo no mundo da Internet ou mesmo de algumas Folhas pagas, com seus Fake news, estamos a cometer grave crime, do qual resultará imensa calamidade futura. 

Sim, pois essas massas idiotas e apenas sumariamente letradas, adquirem direitos de cidadania e passam a decidir os rumos da vida comum... Tornam-se eleitores e convertem nossa democracia em Oclocracia, desacreditando-a... As consequências vimos no início deste ano, com a tentativa de golpe teocrático. As massas que produzimos em nossas escolas querem já atentar contra nossa semi oclocracia, e massas se chocam contra massas... Quadro escabroso.

Os analfabetos da Idade Média, os idiotas, os imbecis e as massas por assim dizer não tinham manias de grandeza ou pretensões de chegar ao poder. As massas que produzimos, alentadas por um discurso democrático mal elaborado e já denunciado por Sócrates, aspiram pelo poder - Poucos entre nós aspiram auto educar-se para se tornarem dignos da vida democrática, esbater pelo bem comum e exercer a cidadania, e, os que o fazem são abatidos pelo número da multidão.

Multidão que no Brasil, sendo constrangida a votar, negocia seus votos ou vende-os descaradamente em praça pública, entregando o comando do país a demagogos sem consciência - Como esse Tarcísio de Freitas, que acaba de leiloar a nossa Sabesp!!!

Agora calculem quando esses elementos, promovidos com base no mínimo do mínimo ou mesmo sem nada saber obtiverem grau no Ensino Médio... E se, com dinheiro obtido no tráfico ou sei lá onde, custearem alguma Faculdade - Especialmente na modalidade EAD... Caso se tornem enfermeiros, cuidadores, médicos, advogados, arquitetos, etc Calculem os erros e imaginem o caos que teremos... Idiotas aplicando injeções e imbecis projetando ou construindo pontes!!!


Aumentamos ao máximo o número dos educandos. Mas abatemos a qualidade dos conteúdos e por isso, se antes, muito educávamos a poucos, hoje, pouco educamos a muitos. Quando bem poderíamos ter ampliado o número dos estudantes sem ter descuidado da qualidade do que é aprendido ou da Educação.

E a a suspeita que se me impõem é se não estamos fingindo ou apenas afetando educar a esses muitos...

Se antes províamos a tantos de carne por que não continuamos a fornecer carne ao invés de pão duro...

Não vejo porque a qualidade da Educação deva ser sacrificada a quantidade dos educados e acho isso inaceitável.

Rebaixar os níveis ou sacrificar os conteúdos para acolher ou satisfazer a muitos, ao menos para mim, não é educar. E é assim que nossa Educação se torna uma farsa. O professor fecha seus olhos e finge que ensina, enquanto pais e alunos fecham seus olhos e fingem que aprendem.

Diante disso aparecem os mecanismos sinistros da progressão continuada, da promoção automática, da interferência criminosa do poder público; visando limitar o número de alunos reprovados por sala ou escola, etc E são nossos jovens e nossas crianças passados por debaixo da carteira ou sem saber o mínimo do quanto deveria ser exigido - Pois não cabe ao professor conceder notas ou números, mas somente aferir o quanto o aluno obteve!!!

Continua...


domingo, 3 de dezembro de 2023

Reflexões sobre a 'Lei de Cristo' e as doutrinas da inspiração plenária e linear.

Ao nobre e excelente W R


Graça, paz e bem no amoroso Redentor nosso Jesus Cristo.
Li com atenção e carinho as reflexões que tu publicaste na comunidade dos judeus, porém como minha resposta respeitosa foi truculentamente apagada por eles eu a reproduzo aqui.
Não me leves a mal, porém, a meu ver, é, o teu ponto de vista, equivocado.

Embora, rigorosamente falando, tua perspectiva pessoal esteja dentro dos limites da Ortodoxia, como uma theologumena ou opinião, é bem verdade que desde o século XIX tem sido utilizada, pelos companheiros e sucessores de Droysen, como uma explicação puramente naturalista sobre as origens do Cristianismo, beneficiando portanto um erro fatal.
De fato muitos Historiadores helenistas alemães propuseram que nosso Cristianismo, ao invés de ter sido revelado, nada teve ou tem de sobrenatural, correspondendo a uma evolução apresentada pelo Cristianismo alexandrino. E o quanto teríamos aqui seria um judaísmo helenizado ou helenizante forjado por Aristóbulos, Fílon e outros.
Noutras palavras, o Cristianismo não passaria de uma releitura, de uma reelaboração ou de uma alegorização do judaísmo.

Seria um judaísmo mais refinado ou um judaísmo mais profundo.

Mas sempre uma versão do judaísmo e uma facção ou corrente judaica.
E de fato se afirmamos que todos os mistérios do nosso Cristianismo se acham simbolicamente presentes na mikra, temos de nos perguntar se não é o Cristianismo a kabalah original e se contém o Cristianismo histórico algo de original ou relevante...
E ainda devemos indagar sobre que fica sendo Jesus Cristo, enfim sobre sua missão, sobre sua condição e seu significado.
Todo meu pensamento Teológico é niceno ou atanasiano, noutras palavras, rigorosamente encarnacionista. Busco criar um sistema articulado e orgânico ao destacar que cada artigo de fé parte deste mistério central e portanto um sistema que represente, por assim dizer, um salto ou mergulho na Cristologia profunda.
Confesso acreditar cumprir um desígnio ou uma missão: Recuperar ou resgatar a consciência cristã não apenas face aos recuos do papismo e do Anglicanismo, a vulnerabilidade da Ortodoxia oriental e a alienação protestante, mas sobretudo face ao islamismo. Minha própria concepção de Igreja, tomei-a de A Mohler, enquanto continuidade, progressão ou desdobramento do mistério da Encarnação.

Diante disso, me parece sumamente duvidosa, a existência de uma Revelação parcial ou de elementos da Revelação Cristã, anteriores à Encarnação do Verbo ou que dele não procedam. Já a ideia de uma Revelação integral, literal ou simbólica, do nosso Cristianismo, anterior ao mistério da Encarnação, me parece impensável e não posso crer nela.
Diante disso que ficaria sendo nosso Jesus, o Verbo encarnado?
Porta voz de Abraão, Moisés, Caleb, Finéias, Salomão, etc...

Me parece aberrante. Jesus um intérprete... Um comentarista... Alguém que se limita a fixar sentidos sem dizer nada de próprio ou de seu.

Me parece monstruoso. E não consigo nem posso ver Jesus assim, como o tipo de um exegeta que parte de livros.
Eu acredito que o Cristianismo, ao contrário do judaísmo e do islamismo, parte de uma pessoa viva ou de um homem Deus. Que é a auto comunicação de Deus. Que é algo de singular, de novo ou de diferente de tudo quanto existiu antes.
Julgo que Jesus Cristo não seja repetidor de qualquer coisa mas Mestre e Instrutor supremo - O qual falou com autoridade própria tudo quanto teria ouvido 'In sinu patris' i é o que diretamente trouxe dos céus.
Alias, me parece estranho que aqueles rudes personagens tenham enunciado os elevados mistérios do Cristianismo numa linguagem simbólica ou alegórica. Parece-me que nesse caso teriam sido mestres superiores aquele que teria ensinado, em tempo futuro, as mesmíssimas doutrinas, com expressões literais e palavras chãs.

Seria o judaísmo repositório de um Cristianismo enigmático e misterioso... Não o creio.
Nem acredito que os odres velhos da profecia pudessem conter o vinho novo da doutrina Cristã.
Creio que o Cristianismo procede do Cristo e que nosso Cristo imutável jamais orientou a moralidade baixa e vulgar da mikra. Entre a moralidade ou ética evangélica e a tanak vai abismo maior do que aquele existente entre os mortais e aqueles que se achavam no 'Seio de Abrão'
Nem posso crer que se omitiu o Verbo Jesus de corrigir, advertir e instruir os que supostamente acompanhava antes de se manifestar na carne. Mas não dou com tais correções divinas na Torá e sim com categóricas afirmações de que esse padrão vulgar de moralidade corresponde a vontade de Deus!
Quanto ao sentido das Sagradas Escrituras: 'Não me manifestei para abolir a Lei.' devo dizer que já foi dado e fixado pelos legítimos intérpretes, os padres da igreja, com brilhante claridade e que diz respeito a Lei divina e celestial do Decálogo ou dos dez mandamentos, os quais tendo sido gravados em tábuas de pedras foram colocados dentro da arca do pacto.

Não a Taurat. Não a mikra. E tampouco a totalidade do testamento antigo, como julgam as massas de iletrados ou semi analfabetos protestantes - Apenas ao Decálogo divino.
Por isso todas as outras partes da mikra ou tanak não foram apropriadamente abolidas, mas reconhecidas como não divinas. Isto pelo simples fato de não estarem vinculadas organicamente pessoa do Verbo encarnado Jesus Cristo fonte da vida.
Tanto que na parte mais nobre ou no coração mesmo do nosso Evangelho disse o Mestre: Ouviste o que dito foi (Porque os judeus atribuíam a Torá uma origem oral vinculada ais anjos.) aos ancestrais... EU PORÉM VOS DIGO.

Expressão com que pura e simplesmente pôs a luz tudo quanto era puramente humano ou natural no livro.
Jamais aboliu Jesus qualquer coisa procedente dos céus.
Só os protestantes cegos podem admitir que Jesus Cristo revogava ou alterava instituições divinas pelo simples fato de ser Deus Todo poderoso.

Posto que é Deus imutável e sem sombra de variação e sua vontade perpetuamente fixada no bem ou naquilo que é perfeito, jamais poderia ele alterar ou reformar sua própria lei. As coisas Santas e divinas são irreformáveis ou 'imexíveis' por definição. E se o protestantismo não reteve algo tão óbvio tal só serve para depor contra a capacidade cognitiva de seus afiliados. O protestantismo imagina sucessivas e infinitas reformas e assim destrói a fé... Até uma 'igreja' no antigo testamento imaginou... Mas nós postulamos uma revelação única, eterna, definitiva, fixa e imutável procedente da Encarnação do Verbo Jesus
Tais as minhas reflexões, as quais espero que te sejam úteis. Forte abraço fraternal.

Fragmento de uma resposta
De fato os apóstolos, bem orientados e guiados pela providência fizeram seleção e deram sentido a tudo quanto, no Antigo Testamento, pudesse ilustrar a Revelação comunicada pelo Verbo encarnado Jesus Cristo.
Selecionaram as partes mais nobres e excelentes e recebemos tais partes como divinas, mas não a totalidade do livro ou as partes que não estão diretamente relacionadas com o doador da vida Jesus Cristo. E temos acesso a elas guiados pelo Novo Testamento, nosso indicador e roteiro.

Tudo quanto era relevante e significativo no Testamento velho foi posto na Escritura do Novo Testamento, e cremos que esse trabalho foi suficiente, não incompleto.

Ademais o fato de que tenham, os homens base, extraído partes daquele registro não autoriza a quem quer que seja declarar que a totalidade daquele registro é divina.
Pelo contrário, caso toda mikra ou Tanak fosse divina, a providência teria orientado os apóstolos, não a selecionar trechos, mas a compor um comentário bíblico 'completo', como esses editados pelos protestantes, os quais vão da primeira página de Gênesis a última palavra de Malaquias, algo que sequer foi feito por qualquer padre antes de Beda, Alcuino e Ruperto, seguidos por Lira.
E só assim teríamos esse sentido total revelado pelos apóstolos bem orientados. Deixar esse encargo a homens falíveis até me parece irresponsabilidade.
De fato eu não vejo como a doutrina Cristã possa preceder seu veículo i é o evento da Encarnação de Cristo e isso me parece uma inversão ou subversão.
Acho complicado recorrer aos apóstolos e antigos padres com relação a doutrinas de inspiração posto que todos eles acatavam a doutrina da inspiração plenária, segundo a qual a tal bíblia como um todo era uma espécie de Enciclopédia dos escoteiros mirins, apta para tudo ensinar, até ciências e boas maneiras inclusive.
Felizmente hoje tal perspectiva subsiste apenas nas seitas de analfabetos como a bréia... Pois parte mais ou menos considerável dos Ortodoxos, romanos e anglicanos admitem a restrição ou o MNI e reconhecem que a tal bíblia seja um escrito meramente religioso ou espiritual, sem cominações naturais ou científicas, o que nos parece mais acertado.

E no entanto esta verdade incontestável era supinamente ignorada pelos apóstolos e padres. Porém quanto a esse ponto, toda Cristandade tradicional, deve ceder e separar-se deles. Assim evita-se a mentira e honorifica-se a verdade, o que é precipuamente Cristão. Já os fanáticos e fundamentalistas falsificam, mentem e buscam ocultar a realidade, o que nada tem de Cristão.
Da mesma maneira deve a Cristandade abandonar a opinião formal sobre a inspiração linear ou a crença num 'corão cristão' e conectar todas as coisas divinas ao Verbo Encarnado Jesus Cristo. 

Todas as tentativas inúteis para salvar o livro ou melhor a falsa opinião da 'bíblia unitária' acabam sempre, ainda que de maneira sutil, arranhando ou obscurecendo a autoridade do homem Deus Jesus Cristo, o único centro e fundamento de toda vida Cristã.

Amorosamente seu. Em Jesus Cristo


Fragmento da segunda resposta


A Igreja, esposa e serva, jamais foi inimiga ou adversária de Cristo. O protestantismo, dando prosseguimento as opiniões de Agostinho, entronizou o livro ou a tal 'bíblia una', no lugar do Homem Deus Jesus Cristo, e desde então a bibliolatria deu origem a esse imenso cipoal de seitas ou a essa Babel anti Cristã.

Lamentavelmente, a igreja antiga, apegada a ficção bíblica ou a ideia de um Corão cristão, jamais teve coragem suficiente para por o dedo no fundo da ferida ou ir a raiz do problema, gritando a plenos pulmões: Ao Evangelho ou ao Novo Testamento. E isso foi dramático, pois ela ficou travada e desarmada diante dessas seitazinhas exóticas...
Devemos no entanto restaurar todas as coisas, não num livro ou conforme o exame humano e falível, mas no Verbo Encarnado Jesus Cristo, do qual a igreja viva ou corpo místico, é extensão.
Para tanto convém situar o veículo ou critério externo da tradição apostólica ao lado do Evangelho Escrito, tomar o Evangelho escrito ou as palavras do Verbo Jesus como padrão de juízo para julgar os escritos do Novo Testamento e enfim, demolir sem contemplação a doutrina da inspiração linear, admitindo que, quanto aos registros judaicos, apenas as profecias e os tipos simbólicos de Jesus Cristo são divinos, porquanto vinculados a sua pessoa prestando-lhe vassalagem.

Algumas farpas contra o moralismo insipido.

Penso que o aborto deva ser objeto de consulta popular, plebiscito ou referendo, como qualquer outro tema público.

Pois as decisões tomadas num grupo social devem ser tomadas pela maior parte dos cidadãos.

Quanto a mim já declarei em diversas ocasiões ser contra o uso do aborto como forma de controle de natalidade ou planejamento familiar e sobretudo contra o financiamento público, no casos de mulheres que tenham condição de por ele pagar - Exceto em caso de estupro, má formação ou risco para a saúde da mulher.

Se por um lado não sou a favor de um 'libera geral' por outro não acho justo que mulheres pobres e semi analfabetas sejam criminalizadas por recorrer ao expediente do aborto em situações de desespero. Agravante disso é o machistóide ou o homem de bem, recusar-se a usar preservativo ou abandonar o rebento que fez sem pagar pensão - Deixando a mulher desamparada e em situação de penúria... E Igreja hipócrita opondo-se a Educação sexual das meninas e meninos da Escola pública e o que é ainda mais aberrante, ao controle de natalidade. Enfim se o clero deseja criticar tais mulheres com propriedade e justeza por que não as ajuda a criar os filhos... No dia em que o clero pagar pensão a tais mães e ajuda-las a manter seus filhos, cessará de ser um clero fariseu.

Independentemente do que, pense ou julgue sobre as variantes ou variáveis da sexualidade humana, quero, pela milésima vez, deixar bem claro que - homossexuais, trans sexuais, assexuados, pan sexuais, etc são todos seres humanos, produtores, contribuintes, e sobretudo sujeitos de direitos essenciais e inalienáveis.

Devem portanto, sob todos os aspectos, ser encarados como absolutamente iguais aos heteros e bissexuais e postos sob a proteção das leis.

Uma vergonha que suas uniões ainda não tenham sido objeto de reconhecimento legal neste país de bananas, em que fanáticos religiosos do pior tipo, ainda julgam reter algum poder político.

Aos que são contra tais formas de sexualidade concedo-lhes a faculdade de crer e de ensinar que seu 'bom deus' punirá tais pessoas - Com fogo, enxofre, etc - no além túmulo e sobretudo o direito líquido e certo de não pratica-las. Pois a lei não pretende fazer com que os heterossexuais se unam a pessoas do mesmo sexo, pelo que não lhes diz respeito. De fato a mania de decidir pelo outro ou de comandar o outro deve cessar.

E desde que não haja prejuízo ou agressão, pessoa alguma tem o direito de se sentir agredida por outra... Do contrário se retire, como diz o ditado popular. Por fim se como vocês costumam dizer é o heterossexualismo natural, exemplo algum poderá ser capaz de sequer atenua-lo, pois o que procede da natureza não pode ser alterado facilmente. Ideologia de gênero não pode ser confundida com LIBERDADE SEXUAL ou usada para ataca-la. Quanto aos que são contra a liberdade sexual, sugiro que se encostem no muro das 'lamentações' ou se transfiram para Meca, Riad, etc A liberdade sexual é uma conquista da civilização e o posto disso chama-se barbarie.

Imitadores de Deus...





Parece-me que, face ao Bom Deus, sejamos ainda menores do que as pequenas formigas em comparação conosco. Quiçá tratando bem esses e outros seres pequeninos nos aproximemos mais da bondade divina. Deus, mesmo sendo infinitamente maior do que nós, nem por isso, nos esmaga... Por que mais do que colossal, imenso ou infinito é Deus Bom!!! Abstenha-mo-nos portanto de matar qualquer inseto pequenino - Desde que não nos importune a nós ou a nossos animais! - pelo simples fato de sermos maiores do que eles e podermos faze-lo.



Oclocracia ou, quando a Democracia desanda...

Dever nosso, i é, dos que sustentam os ideais do Liberalismo político e da vida democrática, velar para que nossa democracia não se venha a converter numa qualquer outra coisa ou em algo que os antigos chamavam Oclocracia, ou seja, o domínio das massas imbecis.

De fato um conceito sadio de democracia supõe sempre algo a que se chame povo ou um conjunto de cidadãos. Em contraposição a povo temos massa, algo inconsciente e formado por homens e mulheres ignorantes, idiotizados, acríticos e manipuláveis. 

As massas não parecem ter ideais muito elevados e por isso mesmo contentam-se em ter satisfeitas suas necessidades mais elementares como comer, beber, fumar, procriar e curtir, nada muito além... Via de regra são as massas miseráveis ou carentes de quase tudo, e por isso seus ideais são básicos ou elementares...

Isentas de qualquer ideal político as massas não oferecem qualquer perigo para os poderosos ou para os demagogos. 

Já por serem extremamente dóceis e manipuláveis.

Por questão de necessidade as massas se vendem e vendendo-se são contidas.

Basta que o líder ou os lideres lhes deem> Pão e circo i é Pão, churrasco, cerveja, sexo fácil, fumo e ruídos para que se satisfaçam e não incomodam. As massas contentam-se com migalhas ou esmolas ofertadas pelos demagogos e por isso são oportunas.

O cidadão, tendo uma condição de vida média e satisfeitas suas necessidades básicas, bem pode alçar-se as regiões do abstrato, idealizar algumas coisas - Como a partilha do poder! - e aspirar por elas. Por ter atingido certo nível de consciência é o cidadão uma ameaça para o demagogo e também para o patrão, para o mago...

As massas e o zumbi, não incomodam a quem quer que seja, não representam ameaça alguma, não são causa de inquietação...

E no entanto a questão que aqui se coloca é a do acesso ao poder.

Pois desde que mundo é mundo, são as massas, sutil ou declaradamente, controladas.

A bem da verdade são compradas por meio das migalhas ou esmolas que recebem.

E sendo as massas o que são, não vejo outra solução possível.

Por isso a Democracia atribui o acesso e o controle do poder a outra entidade, a que chamamos Demos ou Povo, uma agremiação formada por cidadãos conscientes, a cidadãos formados por um processo educativo ou emancipatório.

Agora para que tal elemento político - O Povo, exista de fato, é necessário um ingrediente econômico.

As massas alienadas tanto hoje quanto nos belos tempos do Império romano, são formadas pelos miseráveis, pelos que quase nada tem e pelos que, quase nada tendo, sequer podem satisfazer suas necessidades básicas. Posto que a miséria produz a dependência e a falta de acesso a educação produz a conformidade.

Uma economia que produz miséria impulsiona o processo de massificação e tira vantagem da massificação, gerando um círculo vicioso reforçado pelo fundamentalismo religioso e pela tirania ou pela demagogia. 

Para que haja povo ou um conjunto de cidadãos conscientes, devem eles, economicamente falando, gozar de uma condição média > A qual lhes franqueie acesso a certo nível de comodidade ou conforto, e possibilite a formação do espírito por meio da instrução.

No tempo presente, as estruturas econômicas, a situação política e certas expressões religiosas, conjugaram-se, tendo em vista a produção de massas ou de pessoas sem consciência. Isto porque almejam controla-las econômica, política e socialmente, tornando sua servidão invencível.

Se o setor responsável por gerir o processo educativo, curva-se diante dos poderes econômicos e diante dos clamores suscitados pelo sectarismo religioso, não se deve esperar coisa alguma dele, a exceção de uma instrução aparente.

Oferecer as massas uma educação de qualidade ou uma instrução esclarecedora equivaleria a entregar aos presos a chave da cela, e o carcereiro, imbuído de sua vocação, não o fará.

Temos massas, fabricação acelerada de massas, despersonalização, desumanização... E temos um discurso politicamente liberal ou democrático, o qual, dentro de certas condições é não apenas válido como desejável.

Eu aspiro por ideais democráticos e por uma vida democrática que garanta, na perspectiva mais ampla, o exercício das liberdades.

Porém democracia só se faz com povo ou é feita, é construída, é implementada, pela atuação de cidadãos conscientes. Alias quanto mais direta um democracia é, melhor é.

Com massas o que temos jamais será democracia porém Oclocracia. Algo em entram diversos ingredientes, como demagogia, certo nível de manipulação ou dominação sutil e acordos.

Implica a Oclocracia, que as massas tenham certo nível de acesso ao poder ou que obtenham algo em troca - Como o cão, a quem o gatuno atira um osso, para poder ter acesso a casa que pretende roubar... As vezes esse osso poder até ser um pedaço de carne ou mesmo um suculento bife - Uma vez que o assaltante obterá ouro...

É uma espécie de troca. 

Por meio da qual as massas alienadas obtém os 'bens' que, por absoluta, falta de educação ou instrução, veio a desejar - Pois caso fosse educada aspiraria por outras coisas ou por verdadeiros bens.

Contentam-se as massas com - Futebol, carnaval, novelas, showzinho gospel, falsas moralidades, cachaça, fumo, drogas, sexismo, etc enquanto os demagogos rapinam o erário. Fornecido o ópio ou o circo, as massas não se mexem, não se movem, permanecem inertes...

O Estado demagógico, por meio da cultura, condiciona as massas a fruírem de tais 'bens', inclusive ocultando-lhes outros bens, que de fato são bens. Apenas para em seguida fornecer-lhes tais bens, e assegurar a paz: "O que eu quero é ser feliz na favela onde eu nasci.".

Mas só é feliz na favela e nela deseja viver, quem por ignorar horizontes mais amplos, cuida ser ela, a favela, o mundo...

Ocultem o mundo, o outro mundo, aos aprisionados, e eles se sentirão super felizes dentro da caverna...

A Educação hoje consiste basicamente nisso: Em mostrar o que já se conhece e jamais apresentar o que não se conhece ou ignora. E nem podemos aspirar pelo que ignoramos.

Mantemos o discurso em torno da democracia e do liberalismo político, mas não concedemos as massas pleno acesso ao poder.

É o caminho da Oclocracia. 

A passagem para o caos.

Pois em certo momento poderão as massas exigir mais.

E se um dia, por obra do deus acaso, conquistarem o poder e exercerem o controle...

Conhecemos, lamentavelmente, a ditadura de um ou de alguns.

Que seja ditadura de um grupo social ou uma ditadura de massas, ignoramos supinamente.

O quanto quero dizer é que ao fabricar massas podemos estar forjando um futuro terrível ou pior que tudo quanto já vivenciamos.

Deveríamos estar instruindo, educando, formando cidadãos críticos, dirigindo para a Ética, personalizando, humanizando... 

O que o Estado, a serviço do lucro e da superstição, tem feito é semear a miséria, despersonalizar, desumanizar, promover a ignorância, expandir a alienação, etc - Com o que se solapa a democracia e se suscita críticas intempestivas, não poucas vezes justas.

Não poucas vezes o que se repudia e combate não é a Democracia ou o tipo ideal de vida democrática porque aspiramos e sim essa corrupção chamada Oclocracia - O domínio das massas idiotizadas. 

Muitas vezes o que se rejeita e combate é apenas sombra de democracia ou uma democracia degenerada e decadente.

Tal o quadro sinistro das coisas...

Nossa democracia se vai desacreditando.

O clamor das massas imbecilizadas e satisfeitas aumenta dia após dia. Como nuvens que prenunciam uma tempestade...

No Brasil parte das massas identitárias ocupa-se de coisas totalmente inúteis, como em elevar o Funk e o 'ripe rope' ou a dança de rua, as alturas... Enquanto o outro lado, deseja a instauração de uma Teocracia bíblica...

De extremo a extremo vagam as massas... 

E não sabemos no que resultará tudo isso.






sábado, 2 de dezembro de 2023

O Estado deseducador ou onde esquerda e direita se tocam...

 Acho difícil ou até ingenuidade acreditar que a educação pública, gerida por um Estado associado ao Mercado e a seitas religiosas fundamentalistas, cumpra seu desiderato, que é a produção de cidadãos críticos e reflexivos.

Até onde podemos observar o Estado, dirigido por demagogos, se tem empenhado em produzir massas manipuláveis já para os empresários, já para os charlatães religiosos e até poderíamos falar num processo de massificação. Mesmo porque o 'político', o patrão e o pastor beneficiam-se da ignorância alheia.

Enquanto profissional da Educação tenho que responsabilizar direita e esquerda - Embora a direita seja muito mais feroz e proativa. - por semelhante estado de coisas. 

A direita pretende fornecer aos cidadãos uma educação sumária ou elementar que o habilite apenas a ler, calcular e, no máximo, decorar uns nomes e umas datas... Nada que permita ao ser racional contemplar, conhecer, avaliar e inclusive transformar o mundo em que vive ou a sociedade em que esta inserido. É a famosa educação positivista ou positiva, destinada a produzir funcionários ou criados. Acho que decidir o futuro dos jovens e crianças e limitar seus horizontes, equivale a um crime hediondo...

Já a esquerda, no afã de inserir os meninos e meninas pobres na escola, satanizou levianamente a reprovação, e, face as mazelas sociais, implantou a aprovação sumária ou automática, sendo acompanhada por muita gente de boa vontade, que alega omissão por parte do poder público - E o lema é: O educando não pode ser responsabilizado... De acordo> Porém converter a educação numa farsa não me parece ser a solução correta.

O resultado desse afã foi uma queda ou rebaixamento abissal no que tange a qualidade da educação. Conclusão: Inserimos muitos para que aprendam muito pouco - Quando deveríamos ter inserido muitos para que aprendessem muito, cobrar o poder público, sanar as mazelas instauradas na estrutura educacional, instruir, cobrar, exigir responsabilidade por parte dos educandos, reforçar a noção de dever e, quando necessário for, punir e reprovar, sem o que não se educa.

Por esse caminho chegou-se a mentalidade pós modernista, insuflada por essa esquerda desmiolada e aproveitada com gosto por aquela direita canalha acima descrita. 

Quero dizer que nossas crianças não mais vão a escola para aprender conteúdos significativos e relevantes ou ferramentas que possibilitem-nas ascender socialmente, mas coisas populares ou que aprendem já em seu ambiente. Não mais se torna de abaixar-se até a realidade do educando para eleva-lo, porém de lá ficar - Abaixo, com o popular ou chulo... Exatamente conforme aquela 'música' horrenda: 'Quero ser feliz na favela em que nasci' > Educação virou isso, escola pública virou isso: Funk, 'ripe rope', dança de rua, capoeira, sei lá mais o que, para essa esquerda cirandeira; economia, projeto de vida, empreendedorismo, etc para a canalha de direita... E a Educação não transcende, não mostra nada de novo ou de diferente para essa clientela, na acrescenta... 

Pois o que chamamos de Educação, a esquerda chama de ideologia burguesa e a direita de ideologia de esquerda. E em níveis diferentes (A direita advertimos é bem mais hostil e nem toda esquerda é pós modernista!) parece que contribuem para produzir cidadãos estúpidos ou imbecis, seja por meio dessa educação positiva\mutilada ou através dessa cultura popular que se dá por satisfeita. 

Em meio a semelhante caos estabelecem-se prêmios ou bônus para que professores, diretores e supervisores aprovem o maior número de alunos possíveis, de modo que os defensores da reprovação passam a ser malvistos e caçados por seus próprios colegas de trabalho. Pois o lema é passar a criatura a todo custo, inda que não saiba ler ou calcular > E chega ela ao sexto ano - Analfabeta ou semi analfabeta. Afinal: A prefeitura ou o Estado não a apoiou como deveria... E não podemos culpabilizar o aluno... Então enganemos o infeliz, dando-lhe um diploma falso, que não significa coisa alguma... E com essa ideia de justiça consolamos nossa consciência ou ocultamos essa fome insaciável de bônus.

E o empenho é tal que nos municípios supervisores pressionam diretores e diretores pressionam professores para que mudem suas notas i é para que aumentem suas notas, de modo a passar a todos e a promover analfabetos e semi analfabetos. A rede estadual de S Paulo vai muito mais longe> Diretores e vice diretores há que falsificam as assinaturas dos professores relutantes em colaborar... Professor há que reprovou formalmente o aluno em Conselho, apenas para ve-lo aprovado no ano seguinte sem saber como... Que o ministério público faça uma grande oitiva ou sindicância nessas organizações...

Uns pela educação sumária e mutilada, outros pela cultura popular, outros - Mais práticos, pela prebenda a que chamam bônus. - parecem que todos estão de acordo quanto a aprovação automática dos analfabetos e semi analfabetos.

Acham inocente ou inócuo promover quem pouco ou nada aprendeu e até ousam dizer que reprovar é castigar o aluno ou vingar-se dele, que é ato de rancor, etc 

Bem - Lhes damos um diploma e lhes franqueamos passagem...

Não chegarão a lugar algum, disse-me um colega suspirando...

Calma professor, disse-me ele, contenha-se, daí não sairão enfermeiros, cozinheiros, arquitetos, médicos, etc

Calei-me... Inutil discutir com pessoas tão bem intencionadas (Bônus). Mas pensei comigo mesmo: EAD.

Caso venham a adquirir uma graninha se vão matricular num curso virtual e pagar para que alguém faça as atividades por eles... Arriscarão na prova... E quiçá com um pouco de sorte cheguem a aplicar injeções, a preparar alimentos ou até a desenhar algum projeto. Dessa rebelião ou ascensão de massas despreparadas e idiotas porém diplomadas resultará o caos...

O número de erros em áreas nas quais o erro acarreta desastres escabrosos aumentará exponencialmente. 

Impossível que a queda, por nós provocada, na qualidade educativa não se reflita, daqui há algumas décadas, no desempenho profissional de parte da população, o qual experimentará considerável declínio. Outra possibilidade é a falta de profissionais habilitados em diversos campos, o que afetará diretamente a oferta de diversos serviços essenciais.

No tempo da ditadura a Educação tinha qualidade porque era para poucos e não para todos...

Triste verdade que não apoiamos.

Hoje, no entanto, parece que é a Educação para todos, mas aparente...

Antes tínhamos educação para poucos - Hoje não há temos para quem quer quer seja i é não temos educação...

Mas sabem ler e escrever... Um maior número de cidadãos.

Ok - Mas não promovam quem não atingiu suficiência. Pois também a reprovação, em certos casos, produz melhorias.

Quiçá nem todos sejam absolutamente iguais, e alguns precisem se esforçar mais ou muito mais. É possível. Neste caso há que se estabelecer certos requisitos mínimos, além de dar máximo apoio possível. Há que se investir... E também de reprovar, quando não houver condições.

Por fim me pergunto quanto essa ideologia anti reprovação significa em termos de economia ou de $$$ e julgo que essa pergunta seja necessária. Afinal, em tempos nos quais o Estado assume uma responsabilidade cada vez maior por parte dos insumos educacionais, a quem cabe o investimento... Nesse caso, aluno reprovado, investimento dobrado.

Antes não era a reprovação satanizada porque os pais arcavam com seus custos. Agora que o Estado assume parte dos custos é a reprovação proscrita como algo essencialmente deseducativo ou maligno - COINCIDÊNCIA...

Saibamos analisar criticamente cada discurso...



Apresentação do Cristianismo Histórico não deturpado pelos Ocidentais ou latinos (Protestantes e romanos)


- Jamais existiram quaisquer Adão e Eva, criado a partir do barro ou magicamente feito a partir de uma costela.
Como jamais existiram árvores do bem e do mal, serpentes com asas ou patas ou ainda um jardim do Éden.
Tudo isso não passa de um relato mitológico produzido a partir do 'Enumah Elish', um relato babilônico ancestral. Alias nesse relato é o homem feito a partir do barro de modo a significar seu alto valor posto que do solo barrento da Mesopotâmia eram feitos os tijolos com que se construíam as cidades, os potes de cerâmica e até mesmo as tabuinhas com que se escrevia.
Em sua ingenuidade os antigos hebreus copiaram o relato ancestral, o que se enquadrava perfeitamente em sua mentalidade era mágico fetichista ou pré científica.
Forçoso declarar que nada há de histórico ou real em tal relato. No máximo teríamos uma ilustração alegórica sobre a presença do mal no mundo ou ainda sobre a ação organizadora do espírito sobre a matéria, ainda que muito mal compreendida. O mais provável é que o elemento material seja eterno e que o elemento Imaterial ou divino atue eternamente sobre ele produzindo uma infinidade de mundos.


- E no entanto o mal moral ou ético está presente no mundo dos humanos desde seus primórdios e representa uma infidelidade a própria consciência, testemunha de uma Lei superior e divina.

- Naturalmente que o mal moral faça pressupor, naqueles homens, consciência ou conhecimento e livre vontade. Embora o raio dessa consciência dependa das circunstâncias histórico sociais. Nem precisa ser sua extensão idêntica a nossa.

- A própria doutrina Ortodoxa declara e admite que esse mal, não metafísico ou essencial, perpetuou-se pelo exemplo, i é, através da educação, da cultura, etc Não se trata portanto um mal juridicamente imputado a pessoas inocentes e menos ainda a uma 'massa' de seres humanos. Pois não é próprio da justiça infinita transferir a culpa do criminoso aos inocentes e isso é sempre aberrante.

- Tampouco corrompeu ele por completo a natureza humana, a ponto de afetar a racionalidade e a livre vontade ou as capacidades para conhecer e decidir, limitando-se a feri-la ou debilitada. Nem poderia qualquer ação humana destruir por completo a 'Imagem e semelhança' de nosso bom Deus.

- Disto resultou a alienação da espécie com relação ao Sagrado ou uma ruptura. Noutras palavras: Perdeu o ser humano sua comunhão com Deus e com o todo ou o universo e, a partir daí, fragmentou-se ainda mais. E por esse caminho chegamos a ambivalência e ao conflito interno.

- Para sanar, recuperar, purificar e educar esse ser fragmentado e decadente, a Trindade consubstancial e indivisível, assumiu a natureza humana e se manifestou na carne.

- Nem as pessoas divinas se separaram - Qual fossem diferentes deuses. - e deram morte uma a outra ou pagou a excelsa divindade qualquer coisa a quem quer que fosse. Pois não há poder superior a ela nem é ela masoquista.
Quis a divindade partilhar da nossa condição e padecer na cruz para manifestar sua solidariedade ou seu amor e ser nosso companheira na jornada da dor e do sofrimento. E tal é um ato de infinita nobreza, gentileza, benevolência e filantropia. Embora seja Deus impassível em si mesmo, tornou-se nosso camarada por meio da natureza humana a que se uniu.
Imolou portanto a si mesmo apenas para nos atrair a si.

- Por fim todos os humanos, mesmo após a morte e sem dúvida alguma até o dia do juízo final, tem a possibilidade de se unirem a Jesus Cristo ou de abandonar o mal e passar ao bem. E alguns de nós tem a esperança de que tal possibilidade se estenda para além do juízo final e de que todos sejam recuperados ou restaurados no Deus encarnado Jesus Cristo.

Tal a versão original, legítima e correta do Cristianismo - Sem Triteísmo, expiação, predestinação ou penas eternas. - não deturpada pelos papas romanos, reformadores protestantes e sobretudo Agostinho. A Ortodoxia oriental é testemunho histórico disto.