quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Intelectualidade e ateísmo, uma resposta definitiva






Certos professores há que em seus cursos asseveram ensinam a repetem, entusiasticamente, que a maior parte da intelectualidade - em termos de cientistas e filósofos - teria professado o ateísmo ou sido ateia. É coisa que se ouve sair dos lábios de qualquer sectário ateísta... E que as custas de ser repetida pelos prosélitos - mal informados ou intencionados - acabo se convertendo numa das tão decantadas 'verdades do tempo'. Particularmente os pensadores mais eminentes e brilhantes teriam sido ateus em sua quase que totalidade.

É o que se ouve, o que se repete, o que se crê...

Tal a fé.

Como já tivemos ocasião de abordar o tema em nosso pequeno cenáculo, aqui em casa, limitar-nos-emos a publicar o que já foi exaustivamente estudado e discutido por nós e pelos comensais.

E para tanto principiamos pela Bibliografia: Manual biográfico literários sobre as ciências exatas e naturais. Johann Christian Poggendorff 1863

A respeito desta obra faz-se mister declarar que constitui uma verdadeira Enciclopédia destinada imortalizar tantos quantos dedicaram-se a pesquisa científica (com exclusão das ciências humanas) até meados de 1860, transcrevendo suas biografias e abordando diversos aspectos de sua vidas, inclusive os pensamentos religiosos. Daí sua relevância neste campo. E já adianto que seu trabalho foi continuado - por outros uma vez que J C P faleceu em 1877 - até cerca de 1900 (volume quarto). Enfim não há como abordar científica e honestamente o tema da religiosidade ou do suposto ateísmo dos cientistas sem se recorrer a esta fonte que é sob diversos aspectos primária e essencial.

Quanto aos filósofos e suas crenças há o livrinho de Huberto Rohden 'Tu és o Cristo filho do Deus vivo" Vozes 1918

Dito isto passemos ao 'problema'


Buscando uma definição para ateísmo


Cujo primeiro aspecto é a irredutibilidade em termos de definição.

Sócrates dissera certa vez: Se aspiras dialogar comigo define os teus conceitos.

Assim se vamos debater em torno do ateísmo a primeira exigência a ser feita é que haja acordo a respeito do que seja ateísmo. Do contrário estaremos a dialogar inutilmente a respeito de 'fenômenos' diferentes...

E no entanto quanto a este aspecto ateísmo e judaísmo caminham de mãos dadas uma vez quer também o judaísmo recusa-se a um definição clara e objetiva.

Perguntas a um judeu? Que é judaísmo? E ele te responde: Crença, fé, religião; excluindo os ateus, incrédulos, budistas, etc

Perguntas a outro judeu: Que é judaísmo? E ele te responde: Judaísmo é povo, é a nação composta pelos descendentes do patriarca Abraão, e arrola em seu número: Ateus, materialistas, irreligiosos, budistas, etc

Segundo a primeira definição Nordau, Marx, Einstein, Asimov, Sagan, etc não são judeus. Já segundo a outra definição continuam sendo contados como judeus. De modo que no fim das contas serão milhões de judeus a menos ou a mais...

E qualquer trânsfuga religioso, relativista e mal intencionado sempre poderá alegar que a religião ou a fé judaica produziu uma 'elite' de intelectuais!

Outra não é a postura - sinuosa - do protestantismo. Quando o protestantismo recebe críticas por parte da Ortodoxia, do papismo, do espiritismo e de quaisquer outras religiões no sentido de ter promovido a incredulidade na Europa contemporânea, seus defensores negam veementemente que os protestantes 'liberais' - inda que pastores como Collani - sejam protestantes. Como negam veementemente que os unitários ou arianos (Testemunhas de Jeová) sejam protestantes... No entanto quando os mesmos críticos ou os incrédulos alegam que o protestantismo (claro que estamos nos referindo ao protestantismo 'ortodoxo' seja batista ou calvinista, e essencialmente 'biblicista') foi bastante pobre em termos de ciência, os apologistas protestantes não exitam arrolar Sir Isaac Newton, - que era unitário ou ariano - ou Sabatier que era liberal, isto quando não têm o desplante de arrolar os Bispos (sic) da Igreja Episcopal.

Na ora de defender a fé os paladinos da reforma lançam tudo que é liberal ou incrédulo (ao menos com relação a totalidade da Bíblia) ou episcopal para fora da arca, o que por sinal é razoável. No entanto quanto se trata de compor 'Apologias' em defesa do protestantismo são quase sempre incluídos. É quando Hanack vira 'cristão piedoso'...

Tal o judaísmo, tal o protestantismo com suas divagações em torno de definição.

Tal o ateísmo.

Pois de modo geral na ora de cooptar prosélitos ou de fazer propaganda os ateus fogem a definição formal e objetiva de ateísmo enquanto 'Convicção a respeito da inexistência de Deus' ou ainda capacidade de demonstrar que Deus não existe, ou ainda como pura e simples negação de Deus, e põem-se a enfiar na 'igrejola' aqueles que apenas duvidam (tanto do ateísmo quanto do teísmo) ou consideram a questão inacessível ao conhecimento humano, assim os céticos, abstencionistas ou agnósticos de Comte. E como não param por ai, incluem ainda os agnósticos ingleses de Huxley os quais sequer - como Spencer e Stuart Mill cujas obras contém diversas alusões a um ser 'INCOGNOSCÍVEL' - ousam por em dúvida a existência de um Supremo Ser mas apenas sua definição ou cognoscibilidade a exemplo dos antigos gregos, e seguindo por este caminho 'largo e fácil' tantos quantos nas Sociedades mais avançadas do Planeta, como a Escandinávia, a Holanda, a Bélgica, a Suíça, os antigos países comunistas, etc simplesmente não têm qualquer vínculo religioso ou fé. Ficando os incrédulos ou indiferentes e matéria de religião alistados como 'ateus' mesmo quando as mesmas pesquisas explicitam, logo na linha abaixo, que essas pessoas admitem a existência de uma energia ou forma de consciência supranatural ou mesmo a existência de um Deus (!!!)

Diante desta manobra ou melhor farra, assiste-nos o pleno direito de perguntar onde é que está a honestidade ou melhor ainda, onde esta a maravilhosa Ética ateística que os leva inclusive a denunciar tudo quando seja religioso como desonesto ou falsificador???

Cade a seriedade, o espírito científico, a probidade, a moral, a Ética dos nossos apóstolos ateísticos???

Sim porque nesta mistura heteróclita e esdrúxula de conceitos que se opõem e excluem mutuamente como:
  • Deísmo
  • Agnosticismo
  • Indiferentismo religioso
  • Espiritualidade não institucional

Tudo quanto posso ver é safadeza mesmo.

No entanto como alguns ateus são mesmo tão fanáticos e obstinados quanto seus desafetos religiosos vou soletrar:

Os agnósticos ingleses - ou ao menos parte deles - que admitem a existência do Incognoscível, bem como aquelas populações das 'repúblicas' ateísticas que admitem a existência de um Deus não revelado ou de uma energia ou ainda de algo sagrado, merecem, ser classificados como deístas.

Como os deístas afirmam a existência de algo que transcende a vida e a matéria, é evidente que estão em oposição aos ateus que negam terminantemente a existência de qualquer coisa nesse sentido. Aqui a exclusão é manifesta uma vez que a afirmação e a negação incidem sobre o mesmo objeto - qualquer tipo de concepção que remeta a Deus.

Os agnósticos franceses ou positivistas da Escola de Comte e Litreé repetiram a exaustão que não eram ateus pelo simples fato de que o ateu - como o teísta - cuida saber a respeito de algo que ele agnóstico afirma nada saber. O agnóstico ao contrário do ateu e do teísta não assume posição a respeito do assunto, não afirma nem nega, abstém-se de formular qualquer juízo metafísico pois como I kant e D Hume não admite a validade desde tipo de conhecimento. Tanto que os agnósticos (aquele que não conhece) partindo de seu ceticismo inveterado classifica o ateísta como metafísico.

Filosoficamente, do ponto de vista da episteme, são posicionamentos inconciliáveis ou paradoxais e podemos asseverar que quando um Filósofo ou pensador define-se como agnóstico, esta querendo dizer em alto e bom som que não esta convencido a respeito da validade do ateísmo e que dele dúvida tanto quanto dúvida do teísmo.

Aos ateus, ainda aqui acompanhando as diatribes dos pastores - quando tentam explicar porque o pagador de dízimos não obteve o milagres alegando que não tinha fé, que é um pecador, etc - resta o péssimo recurso de apresentar os agnósticos como 'ateus fracos', 'ateus medrosos', 'ateus tímidos', 'ateus enrustidos', pois ignorando, como toscos que são, o problema das origens do conhecimento, da gnoseologia, da episteme, da metafisica, etc não podem mesmo admitir que hajam agnósticos sinceros. Daí embrenharem-se pela via do subjetivismo crasso elaborando juízos de valor tão miseráveis em torno da intencionalidade e da sinceridade alheia. Porque recusam-se a assinar a fórmula de fé ateística todo agnóstico fica sendo fracote, tímido, covarde, medroso, etc

Alias nestes tristes tempos em que ateísmo virou moda entre as cabecinhas sem conteúdo que sem contentam em repetir as abobrinhas cozidas ou fritadas pelo Bernacchi e temperadas pelo Oiced Mocam, o fato de boa parte dos intelectuais recusarem-se a referendar o novo credo parece-nos sintomático. Afinal vivemos em tempos de liberdade não é mesmo??? E não há duzentos anos, sob o jugo infame das Inquisições... Ou sob o controle dos déspotas e tiranos.

Medo do que? Receio do que? Que tipo de temor respirariam os intelectuais agnósticos ou 'ateus enrustidos' numa sociedade democrática ou liberal?

Acaso os comunistas não alardeavam seu ateísmo e seu materialismo há cem ou cinquenta anos passados sem que qualquer um deles fosse acusado de 'ateísmo', mas de sedição, pelo simples fato de aspirarem alterar a ordem política e econômica vigente???

Quantos processos ou autor de fé anti ateístas foram realizados no Ocidente ao cabo do século XX???

Pelo modo com que os ateus expressam-se diríamos estar em Meca, Medina, Riad, ou em qualquer uma dessas maravilhosas sociedades muçulmanas em que os ateus são pura e simplesmente executados ou decapitados em obediências as leis do Corão ou melhor aos ditames da Sharia. E eu nem observo qualquer esforço por parte do apostolado ateístico de enviar missionários aos países muçulmanos com o objetivo de conquista-los a esta fé machista, adultista, homofóbica, escravista, etc que tantos males tem causado a pobre humanidade!

Por que raios precisam os ateus esconder-se ou ocultarem-se - com a máscara do agnosticismo - numa Sociedade livre? Será que lhes falta coragem (a essa imensa multidão que os ateus classificam como medrosa ou fingida) para afrontar uma simples crítica ou cara feia??? Admitindo que todos os agnósticos seja mesmo ateus ocultos ou disfarçados seríamos obrigados a concluir pela incapacidade crônica do ateísmo em comunicar coragem ou em despertar compromisso entre seus profitentes... Imagina então se como os antigos Cristãos ou as minorias Cristãs nas sociedades islâmicas essa manada de ateus fracos corre-se perigo de vida??? Haveriam de enfrentar a morte e de morrer por sua fé uma vez que não são capazes de enfrentar as críticas de uma Sociedade liberal?

Ao que parece não é o ateísmo apto para despertar aquela mesma firmeza com que os mártires cristãos souberam enfrentar o jugo do império romano.

Portanto como esperam pode enfrentar e resistir heroicamente a jihad islâmica que já se alevanta nos confins da Europa e ameaça submergir e destruir o berço de nossa civilização (Grécia e Roma, não Inglaterra!)?

Diante da facilidade e rapidez com que os ateus mais atilados classificam seus 'irmãos' e correligionários como 'medrosos' em tempos de democracia só nos resta concluir com o Papa ateísta Richard Dawkins que apenas o Cristianismo ou um retorno decidido a fé ancestral poderá fazer frente a ameaça do islã e salvar a Europa. Não fui em quem o disse querido leitor mas o autor de "Deus, um delírio', os créditos são dele, e a reflexão fica por sua conta...

Continua 

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