domingo, 13 de março de 2011

O Comunismo e a família

Acabei de ler o opúsculo "O comunismo e a Família" de Alexandra Kollontai no qual versa sobre a evolução da família ao longo da história. É um opúsculo que dá para ler em 15 minutos e fazer reflexões por 15 horas, 15 dias, 15 anos e por um sesquicentenário.
Recomendo para quem gosta de política, ou melhor, para quem gosta da boa política de ler este escrito que é atualíssimo.

Partindo da dialética a autora mostra que a família não é uma instituição imutável, mas que sofre mudanças no tempo e no espaço. E isso os próprios russos podiam ver como a família tinha mudado com as instalações das fábricas, as mulheres que outrora dependiam de seus maridos, tinham que trabalhar porque os salários de seus companheiros estavam defasados. Então, aquela família patriarcal na qual a mulher trabalhava somente em casa e cuidando dos filhos, deixou de existir.
As famílias que viviam longe da industrialização, segundo Kollontai, eram mais felizes, pois o homem trabalhava fora de casa e a mulher trabalhava em casa e o seu trabalho era produtivo, pois ela produzia telas, roupas, manteiga, etc... E o excedente podia ser vendido nos mercados, desse modo a mulher ajudava a enriquecer o Estado. E esse modo de vida era comum em toda Rússia, mas veio o capitalismo e destruiu essa família e esse modus vivendi. O capitalismo fez da mulher uma operária, mas não a isentou dos trabalhos domésticos, pelo contrário a sobrecarregou e tornou seu trabalho doméstico improdutivo, pois varre a casa, lavar roupas e cozinhas não produzem mercadorias para consumo in loco e muito menos os seus excedentes. Mas também qual seria a razão da mulher produzir manteiga se numa fábrica a produção é muito mais rápida e os produtos postos à venda são mais baratos do que se ela fazer manualmente em sua casa?

Uma vez que a mulher se tornou operária cabe ao Estado comunista cuidar da mulher e também do homem criando restaurantes populares, o que a pouparia de cozinhar em casa. Mas também lavanderias para que não tivesse o trabalho de lavar suas roupas, as do marido e a de seus filhos, desse modo o Estado lhe aliviaria as penas e ela poderia aproveitar esse tempo para se divertir ou para se instruir.

Também no Estado comunista, segundo a escritora revolucionária, a mulher não precisaria mais depender do salário do marido e esta muitas vezes quando dependia do salário do marido ficava acorrentada ao homem numa vida infeliz, muitas vezes apanhando e sofrendo humilhações deste. Sendo o casamento deixaria de ser uma prisão para ser um,a livre associação baseada no amor e não na dependência econômica.

E na verdade a URSS fez tudo isso pela emancipação da mulher e hoje vemos alguns desses avanços nas sociedades capitalistas nas quais vivemos. As ideias comunistas de certo modo triunfaram. Hoje vemos creches públicas, restaurantes populares, tudo isso já eram ideias de alexandre Kolontai na década de 20 do século passado.

Quem quiser ler mais é melhor ler o opúsculo da Alexandra Kollontai no link acima no início deste texto. Apenas quis suscitar no leito o desejo de ler tal obra e me dou por contente se consegui tal façanha.

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