quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Nietzsche revisitado

Infelizmente, eu também tenho os meus preconceitos e não é fácil se desvincilhar deles. Ano passado procurei estudar um pouco sobre Nietzsche para escrever contra ele, neste artigo aqui. Eu fiz isso não tanto por causa de Nietzsche mas por causa de seus sectários, que fazem de sua obra uma espécie de "Bíblia Sagrada". Quando eu participava ativamente das comunidades de filosofia no Orkut, eu discutia muito com os nietzscheanos. Alguns deles eram arrogantes e não sabiam debater, partindo para ad hominem e outras falácias. Vendo que seus seguidores eram arrogantes, prepotentes, que sofriam de vitimismo agudo eu associei essas características à Nietzsche.

Comecei a odiar Nietzsche há muito tempo e nessa época eu odiava a Marx também. Mas o meu ódio por Nietzsche começou a aumentar por esses comportamentos agressivos e dissimulados desses que se dizem discípulos seus.

Então imaginei que deveria ler alguma coisa sobre Nietzsche e detoná-lo, foi o que fiz. Li algumas obras sobre o pensador e alguns textos seus de compreensão difícil.

Mas depois eu decidi a pesquisar mais sobre o assunto para não cometer injustiças com o filósofo alemão. E li muito sobre o Nietszsche e tenho comprado suas obras. Depois ter lido sobre sua vida e obra, Nietzsche já não se me assoma como um demônio, um espírito das trevas, etc...

Hoje bem sei que Nietzsche tem seu valor como pensador. Uma coisa é Nietzsche e outra coisa são seus seguidores. Não posso julgar um homem por seus discípulos. Seria a mesma coisa dizer que Cristo era um mercenário, egoísta e malvado porque os seus discípulos são assim.

Nietzsche criticou o cristianismo por causa dos cristãos que dicotomizaram o mundo. O que não é do bem é do mal. Desse modo a religião aprisionou os homens, tornando-os infelizes. E nesse sentido tenho que concordar com o filósofo alemão.

Nietzsche falou da transvaloração dos valores que seria uma mudança dos valores, pois os valores não são eternos nem universais. Os valores foram criados pelos homens e o homem deve criar novos valores para que possa superar a si enquanto homem e tornar-se o além do homem. Por exemplo valores que hoje estão sofrendo mudança: a família monogâmica heterossexual. Hoje parcela da sociedade já aceita o amor homossexual e até o reconhece em alguns países. Isso é uma transvaloração de valor que pode criar o novo homem que é chamado por Nietzsche de o além do homem.

Outra ideia de Nietzsche é o Eterno Retorno, mas não o eterno retorno enquanto metafísica, mas aqui nesse mundo. Todo momento que vivemos deve ser eternizado e devemos ter o amor pela vida em quaisquer circunstâncias, pois elas podem se repetir.

O Eterno retorno me permite errar e errando posso acertar quando tal evento se repetir e quando eu acertar é um passo para eu me tornar o além do homem. Exemplo: Quando eu ficar doente, não devo me desesperar, mas viver o momento com plenitude e quando eu voltar a ter saúde viver plenamente o outro momento e quando voltar a adoecer, poderei lembrar que já fiquei doente e tranquilizar-me e que isso é o meu destino e o de todos os seres humanos, o amor fati.

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