domingo, 5 de outubro de 2025

Episcopalismo, Ortodoxia, Catolicismos e ciência - Problematizando De Candolle e folheando Poggendorf

Nos três artigos anteriores elencamos, creio eu, quase duas centenas de cientistas, das diversas áreas do saber, todos romanistas ou Católicos Ortodoxos com o objetivo de demonstrar cabalmente que o padrão apostólico não se opõem a produção científica.

Pois entre os protestantes fanáticos (Calvinistas e batistas inclusive.) corre a lenda de que a igreja romana ou mesmo nossas igrejas apostólicas e Ortodoxas, são incompatíveis com a produção científica. Quando, ao menos aqui no Brasil, são exatamente eles ou sua seitas, que em nome da bibliolatria repudiam a Evolução biológica dos seres vivos, a esfericidade da terra, o heliocentrismo, a causa natural das doenças, etc aspirando reformar a Física, a Astronomia, a Biologia, a Geografia, a Medicina, a História, a Sociologia, a Psicologia, etc

De nossa parte não aspiramos demonstrar que a Ortodoxia ou que os Catolicismos sequer sejam mais favoráveis a produção científica que o protestantismo como um todo - Embora o sejam, indubitavelmente, face a certos grupos protestantes, notadamente mais 'ortodoxos' ou fundamentalistas, ou ainda calvinistas e pós calvinistas (Batistas) - uma vez que não acreditamos no paradigma da monocausalidade, e julgamos que a produção científica seja ativada não apenas por qualquer fé religiosa, mas, por um conjunto de fatores, assim também pela materialidade, pela cultura, pelo talhe psicológico, etc de uma dada sociedade (Podendo uma determinada religião atuar positivamente em conjunto com os demais fatores.)

De fato, os protestantes mais civilizados ou evoluídos, como Alphonse P de Candolle ou De Candolle o 'menor' (1806 a 1893) na "História da ciência e dos sábios nos últimos dois séculos" 1873, num determinado momento, tiveram de reformular a capiciosa tese de seus ancestrais e limitar suas pretensões. Efetivamente, na obra citada A P d C, após fazer um levantamento sobre as crenças de um determinado número de sábios 
(Limitado aos sábios 'matriculados' das duas grandes academias científicas - De Londres e de Paris.) constatou que proporcionalmente, face a fé exercida pela população, o protestantismo levava vantagem, e concluiu que o protestantismo seria, ao menos, mais favorável ao desenvolvimento científico que a fé apostólica romana.

Perceba que o autor não pretendeu afirmar que o papismo ou que nossas igrejas apostólicas, assim a fé Ortodoxa, seja adversária do padrão científico. O quanto sugere o pesquisador é que o protestantismo seja tanto mais favorável a ele. Isto repito, porque, proporcionalmente, o grupo não protestante, contaria com um número maior de sábios. E para cortarmos caminho, após declarar que diversos sábios eram filhos de pastores (E lá chegaremos), De Candolle junior, credita o 'sucesso' protestante no campo das ciências ao livre exame ou ao fato do protestantismo ser menos autoritário (kkkkkk Perdoem-me kkkkkk).

Tão menos autoritário que Lutero - Já que De Candolle citou Descartes, vamos citar o profeta alemão. - assim se referiu a Copérnico: 

"Houve menção a um certo novo astrólogo que queria provar que a Terra se move, e não o céu, o sol, e a lua. Isso se daria como se alguém estivesse andando em uma carroça ou em um navio e imaginasse que ele estava parado, enquanto a terra e as árvores estivessem se movendo. [Lutero observou:] “Então é assim que funciona: qualquer um que quiser ser inteligente não pode concordar com nada o que os outros estimam. Ele precisa fazer algo por conta própria. Isto é o que esse sujeito faz, desejando virar toda a astronomia de cabeça para baixo. Mesmo diante dessas coisas que são colocadas em desordem, eu acredito nas Sagradas Escrituras, uma vez que Josué ordenou que o sol parasse, e não a Terra [Josué 10:12].” Table Talks"

Já o churrasqueiro genebrino refere-se aos heliocentristas como desvairados, loucos e possessos do diabo em seu Sermão sobre a primeira carta do abençoado apóstolo Paulo aos Coríntios. E se o dr Sproul não conhece qualquer defensor do geocentrismo no tempo presente, que venha ao Brasil e visite nossas seitas judaizantes... Vanhacouto de milhares de terraplanistas, geocentristas, criacioburristas, anti vacis e compradores de pseudo milagres...

Observe portanto o leitor benevolente que entre a autoridade excessiva de um ser humano ou de um livro não há diferença alguma. Pois o que importa de fato é o grau da autoridade atribuída... Logo, a crença na inspiração plenária e linear da bíblia pode ser, e é, mais prejudicial do que a fé em alguns concílios gerais ou em algumas bulas do papa romano...

Vamos porém a De Candolle... 

Validada a conclusão do ilustre Botânico Suíço, sobre a desproporção entre o número dos cientistas romanos e protestantes, comparado com o grosso da população, deveríamos concluir que no tempo presente é a irreligiosidade muito mais favorável a produção científica... Ou mesmo que o Cristianismo, de modo geral, é um padrão anti científico...

Todavia, as aparências sempre podem ser enganosas. Assim a suposta contradição insolúvel entre fé ou Cristianismo e ciência. O que de fato temos é uma contradição insolúvel entre a bíblia ou o antigo testamento (E por consequência entre o protestantismo e a ciência.) desde os tempos de Simeon Seth ou desde os tempos de Copérnico e Galileu. A qual agravou-se ainda mais, com Lamarck, Darwin e wallace, no século XIX... Ou julga o Dr Sproul que caso Seth, Copérnico ou Darwin, acreditassem na inspiração plenária chegariam as mesmas conclusões...

Contradição alguma entre a totalidade das religiões ou da religiosidade humana (Desprovida de fetichismo) e a ciência. Contradição alguma entre os ensinos de Jesus de Nazaré e a Ciência - Uma vez que Jesus jamais envolveu-se com a imanência ou invadiu os domínios da ciência (Jesus nos veio comunicar o conhecimento sobre o mundo invisível ou REVELAR.) - contradição alguma entre o Evangelho e a ciência. Contradição alguma entre o Catolicismo, a Ortodoxia ou a Fé Apostólica (Voltada para as coisas divinas e celestiais) e a ciência.

Desonesto alegar que Galileu foi torturado ou morto, quando diversos clérigos papistas haviam aderido a tese de Copérnico antes dele. Desleal mencionar o nome de Mivart, o qual foi excomungado pelo cardeal Vaughan por ter questionado o dogma maléfico das penas eternas, não por ser evolucionista. Tendencioso omitir que o Bispo de Sura, acompanhado por diversos membros da Igreja papa, abraçou, quase que imediato a teoria da Evolução das espécies.

É portanto este falso dilema, um problema do protestantismo (E dos cristãos apostólicos judaizados, fetichistas e protestantizados.) e não da fé Cristã. Nem mesmo problema de judaísmo é, uma vez que os judeus há muito abriram mão de seus próprios mitos! É problema de bibliolatria... E por isso esse choque tremendo não apenas apartou definitivamente os protestantes 'ortodoxos' (Bem como seus aliados ou amigos infiltrados em nossas Igrejas) da produção científica como converteu-os em apóstolos do negacionismo.

O negócio da Ortodoxia é com a Trindade, com a Encarnação, com a divina Graça, com o Batismo, com a Eucaristia, etc e não com este mundo, não com a astronomia, com a biologia, com a psicologia, etc

Outro o caso do biblismo ou do Sola Scriptura, o qual necessariamente conduziu parte das populações protestantes ao letramento. Foi no entanto este letramento um impulso direto para a ciência... 

Ouvi de um erudito que muito provavelmente o ceticismo protestante direcionado contra a igreja antiga e os mistérios de Jesus Cristo, voltou-se contra a própria bíblia ou melhor, contra a tal inspiração plenária, a qual conscientemente buscaram demonstrar investigando o mundo natural. E na medida em que constatavam a puerilidade dessa crença, tornavam-se aberta ou dissimuladamente incrédulos e transferiam sua dedicação a pesquisa científica. 

É uma suposição bastante plausível que os bíblicos quisessem defender ou por a prova a autoridade do livro e que a partir daí se embrenhassem pelos caminhos da ciência. Como interessando-se pelo livro acabaram interessando-se igualmente pelo manejo da lingua ou pela literatura, campo há muito dominado pelos padres, os quais jamais seriam desalojados. 

De fato, ao preparar os artigos anteriores, nos conformamos com os padrões arbitrários do positivismo. Para cujos defensores a Filosofia e as ciências humanas são são conhecimentos legítimos ou dignos de credibilidade. A classificação arbitrária remonta a Kant. Nós no entanto acompanhando Dilthey, consideramos a Filosofia (Assim a estética e a arte literária) como um conhecimento válido e a História, a Sociologia, a Psicologia, etc como parte da produção científica. Produção alias, em que os Ortodoxos e os Romanos foram quiçá mais bem sucedidos que os protestantes. 

Outra a questão dos pastores e seus filhos. Padres ou ao menos Bispos e monges, não produzem filhos, por serem celibatários. Apesar disto o celibato lhes permite ou permitiu assistir os enfermos, os órfãos, os idosos, os miseráveis, etc prestando um trabalho social relevante. Naturalmente se tivessem filhos, teriam estes sido educados com esmero. Que os filhos dos pastores letrados tenham recebido uma educação primorosa não é algo com que nos devamos espantar. Quiçá nos devêssemos espantar de que nem todos se tenham obtido a genialidade... E todavia me parece ainda mais espantoso que não se tenham tornado igualmente pastores porém cientistas. Quando os padres casados do Oriente criaram autênticas dinastias sacerdotais...

De fato a ciência e o empenho desses homens veio a beneficiar amplamente a pobre humanidade (Tal o caso de Linneu, aquele a respeito do qual foi escrito "O que nosso bom Deus um dia criou. O nosso Linneu ora classificou!". Mas não a instituição Cristã, cujos pais haviam beneficiado diretamente. Diante disto folgo perguntar: Por que tais homens não se quiseram dedicar ao ministério eclesiástico... E a mim mesmo respondo: Quiçá por se terem fartado do livro, por se terem decepcionado com ele, por terem perdido a fé, etc Quiçá por considerarem o mundo natural ainda mais belo que o mundo invisível da fé... 

O que nos leva a um problema de protestantismo relacionado com a opinião de De Candolle mas de modo algum considerado por ele. 

Com que direito os protestantes reivindicam honestamente o grande Newton... O qual, sabido é, escreveu contra o Deão Sherlock, a propósito da divindade de Cristo, assumindo a perspectiva unitária - Acaso os protestantes consideram o unitarismo como protestante... Não. E todos os dias negam-no diante dos romanos e dos Ortodoxos... E no entanto Voltaire e outros franceses costumavam afirmar que a Inglaterra estava já toda incrédula desde os setecentos, alias, época de Hume... E que seus sábios quando iam as igrejas iam apenas por costume ou distração. 

Tanto na Alemanha de Reymarus quanto na Inglaterra de Chillingworth a incredulidade se converteu em problema de protestantismo desde o século XVIII.

Quantos protestantes, desde então, sequer acreditavam na Trindade ou na Encarnação, quanto mais nos mitos do antigo testamento... ou na bíblia. 

O que nos leva a outro problema, de resolução ainda mais difícil - Ao menos quanto a Inglaterra, que é o do anglicanismo e seus distintos departamentos. 

Pois se com o passar do tempo foi de fato, a igreja de Inglaterra, protestantizando-se mais e mais - A ponto dos protestantes de hoje (Os quais contemplam o passado com as lentes do presente) ousarem apresentar o passado desta comunhão como totalmente protestante ou reformado - nós, pesquisadores e estudiosos, sabemos que nem sempre foi assim. 

Posto que a cabo de séculos oscilou entre uma estrita lealdade a tradição ou a identidade e a inovação. 

Que desde seus mais remotos primórdios contou ela com um poderoso partido episcopal, animado por uma fé bastante próxima da fé Ortodoxa ou do papismo (Muitas vezes, inclusive, opondo-se apenas a monarquia papal ou a sua política). Que esse episcopalismo consciente e militante, firmado por Elizabeth e liderado por William Laud, contou com sete teólogos padrão do mais alto nível. Que edificou soberbas catedrais, como a de St Paul. Que estabeleceu uma uniformidade litúrgica odiosa aos olhos dos sectários protestantes. Que produziu um H Hody e um Colenso. Que mereceu a simpatia e o apoio de diversos Bispos Ortodoxos Gregos como Erasmo de Esparta. Que deu origem ao movimento de Oxford...

E que foi avaliado como 'papista', herético, idólatra e anti Cristão pelos fanáticos bíblicos. Isto a ponto de O Cromwell transformar a Catedral de S Patrício, da Irlanda, num estrebaria...

Ouso dizer portanto, que a maior parte dessa Igreja jamais foi protestante... Como o setor anglo Católico ainda hoje não o é, militando no anglicanismo por questões de ordem política ou cultural.

Portanto classificar os anglicanos ou ingleses, em bloco, como protestantes, mesmo como luteranos - Senão como presbiterianos ou batistas, chega a ser pérfido.

Entre Hooke e Boyle, anglicanos leais e um não conformista qualquer uma larga distância.

Diante disto, alegar ou sugerir que a totalidade ou a quase totalidade dos cientistas anglicanos, dos séculos XVII e XVIII eram protestantes é no mínimo problemático. 

Que, Maxwell ou Faraday tenham sido protestantes é fato - Que Newton, Hooke ou Boyle o tenham sido é mais que duvidoso... Haviam unitários e haviam episcopais, anglo católicos... etc De modo algum uma uniformidade protestante.

Parte daqueles anglicanos certamente se sentiria muito mais próxima da Ortodoxia ou do papismo do que dos sectários não conformistas de seu tempo.

Já quanto aos sócios correspondentes de cada país, teríamos de considerar ainda o cálculo político - Uma vez que a partir dos séculos XVIII e XIX a posse de uma cadeira qualquer em tais sodalícios como que substituiu os títulos de nobreza. Por outro lado os franceses, a partir do século XVIII, assumiram - Ao contrário dos ingleses e alemães. - uma incredulidade sem aparências...

Outra questão relevante é a dos monges ou religiosos, os quais por voto (A exceção dos jesuítas.) de obediência ou por imposição do que acreditavam ser humildade, não podiam ingressar em tais instituições, mesmo quando convidados. 

O próprio período em questão, meados do século XVII, há cerca de 1850 tampouco deixa de ser arbitrário, pois desconsidera o período que vai de 1520 a 1660 i é quase século e meio em que a contribuição científica da igreja romana foi provavelmente maior. Tampouco considerou De Candolle as associações austríacas, italianas, espanholas, portuguesas ou húngaras.

O que torna sua pesquisa demasiado limitada e controversa, senão ideológica e eu a avaliaria como um recorte.

Outro o caso de um Poggendorf. Cuja pesquisa, muito mais abrangente, tanto nos domínios do tempo quanto do espaço - E sem limitações institucionais, afetou que dez por cento dos cientistas e pesquisadores eram clérigos papistas. Dez por cento sem contar os clérigos ortodoxos ou anglo católicos! Nada mal.

Não pude, a partir do 'Biographisch literarisches hansworterbuch zur geschichte der exacten wissenschaften' de Poggendorff - contabilizar o número dos cientistas e sábios romanos, ortodoxos ou anglo católicos, julgo porém que é bastante significativo...

Por fim, advirto que, caso os protestantes desejem reivindicar Newton, estejam dispostos a admitir que o neo arianismo ou unitarismo é de fato fruto de sua 'reforma' e muito teríamos a discutir.





sábado, 4 de outubro de 2025

O padrão apostólico, o Catolicismo Ortodoxo, a igreja romana e a Ciências III (Período posterior a reforma protestante) - Simples esboço

Tendo o propósito de estabelecer que o Cristianismo Episcopal, Católico, Apostólico ou Ortodoxo não é adversário da Ciência ou infenso a ela (Como malevolamente insinuam os sectários protestantes - Grande parte criacionistas, geocentristas e terraplanistas.) compusemos um catálogo com cerca de cinquenta sábios da antiguidade e da I Média, ressaltando a contribuição dos luminares do Oriente, de Edessa, Nusaybin, Bazra, Mossul, Gundishapour, Bagdad, etc os quais foram Oscufs, Abunas ou Cassis, Rahibs, etc E temos que essa nossa contribuição é inédita no Brasil.

Também elenquei os Frank: Bradwardine, Bacon, Grosseteste, etc - Que os fetichistas protestantes associam as trevas enquanto reproduzem entre nós os mitos grotescos da Torá. 

Naturalmente que esses pequenos e despretensiosos ensaios também servirão de impugnação ao mito ateísta ou materialista de que toda religião é necessariamente inimiga da ciência. Certamente vale tal afirmação para as 'religiões' do livro i é da Mikra ou do Corão. Não para os Catolicismos ou para a religião daquele Evangelho que não predica sobre a imanência, que respeita a demarcação e que respeita o campo da ciência tendo e vista a doutrina do M N I. 

De fato o criacioburrismo, geocentrismo, terraplanismo, dilúvio, etc e e mesmo a continuidade dos milagres (Eu sou cessacionista, conforme a fé, e admito apenas os milagres feitos por Jesus Cristo e pelos santos apóstolos, admitindo que cessaram por após a morte destes.) não fazem parte dos mistérios da fé ortodoxa, católica e apostólica. 

Agora, para completar minha obra, componho um segundo Catálogo referente aos homens da Renascença, em especial os Jesuítas e demais religiosos papistas, adicionando outra meia centena de homens ilustres.

Agora apenas mencionarei, neste terceiro elenco, os nomes dos pesquisadores e sábios Ortodoxos e papistas dos séculos XIX e XX.

Começando pelos mais ilustres -

  1. Enrico Fermi.
  2. Nicola Tesla.
  3. Antoine Lavoisier
  4. Theodoro Dobzansky
  5. Gregor Mendel.
  6. Dimitri Mendeleiev
  7. Georges Lemeitre
  8. Louis Pasteur
  9. Alexander Fleming
  10. Louis Braille
  11. A C Becquerel
  12. A H Becquerel
  13. Claude Bernard
  14. Theodor Schwann
  15. Jacques Barrande
  16. E E D Branly
  17. G T Cori
  18. P J W Debye
  19. P J Pelletier
  20. C A de Coulomb
  21. Karl Landsteiner
  22. Charles Nicolle
  23. Champollion 
  24. A I Silvestre de Sacy
  25. A H Anquetil-Duperron 
  26. L N Vauquelin
  27. Agustin Cauchy
  28. P A Letreille
  29. A W Conway
  30. John Casey
  31. H V Regnault
  32. De Chasles
  33. Jacques Babinet
  34. Amazat
  35. J Britten
  36. J H C Fabre
  37. Gay de Lusac
  38. Urban Le Verrier
  39. Feliz Dujardin
  40. P C F Dupin
  41. T H Boveri.
  42. A Alzheimer 
  43. J B Biot
  44. M E Chevreul
  45. G G de Coriolis
  46. J Boussinesq
  47. B Bolzano
  48. Pierre Duhen
  49. J B Dumas
  50. J P Muller
  51. Maxwell 
  52. H Fizeau
  53. J B de Crèvecoeur de Pertez
  54. Léon Foucault 
  55. M S Haldeman
  56. J B J O d'Halloy
  57. Stefan Banach
  58. Joseph Von Fraunhoffer
  59. A J Fresnel
  60. R J Hauy
  61. Charles Hermite
  62. J L Lagrange (Convertido in extremis)
  63. V Grignart
  64. Charles de la Vallé Poussin
  65. Victor Hess
  66. L J Thénard
  67. Camille Jordan
  68. W Killing 
  69. J J Audubon
  70. H L Le Chatellier
  71. Charles Nicolle
  72. Emile Picard
  73. Alexis Carrel
  74. Grigori Ricci
  75. Edouard Roche
  76. Angelo Secchi
  77. Paul Sabatier
  78. Teilhard Chardin
  79. Henri Breuil
  80. Ignaz Semmelweis 
  81. J B Senderens
  82. Joseph Stefan
  83. Gyula Féyni
  84. Ramon y Cajal
  85. T Wulff
  86. Carlos Chagas
  87. E T Whitakker
  88. Erich Wasmann
  89. John Von Newman
  90. Karl Weierstrass
  91. Paul Gibier
  92. Geoffroy St Hillaire
  93. J Tolkien
  94. Carl Von Hugel 
  95. Stephan Endlicher
  96. Guglielmo Marconi
  97. Pierre J V Van Beneden
  98. Alfred Wegener
  99. G Moscatti
  100. C F P Von Martius
  101. Hervé Faye
  102. Maria Klenova 
  103. Ed Heiss 
  104. Jean Theodore Lacordaire
  105. Johann Von Lamont
  106. J J Von Littrow
  107. Morgan Hebard
  108. Paul Dirac
  109. Vasily Dokuchaev
  110. Gabriel de Tarde
  111. Georg Jackson Mivart 
  112. Ph Pinel
  113. J E D Esquirol
  114. L R E Tulasne
  115. R Allers
  116. Henri Milne Edwards
  117. Louis de Broglie
  118. K J H Windschmann
  119. Franz Bopp

    Incompleto, porém suficiente. 

    58 + 94 + 120 = 272

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

O padrão apostólico, o Catolicismo Ortodoxo, a igreja romana e a Ciências II (Período posterior a reforma protestante) - Simples esboço

Estando já em operação a reforma protestante, o cidadão germânico Georges Agrícola (01), vivendo entre eles porém mantendo-se fiel as crenças antigas tornou-se pai da mineralogia ao escrever a obra "De natura fossilium".

Um século depois Nikolaus Stenio (02), sueco e protestante convertido a IAR e feito cardeal, lanço os fundamentos da estratigrafia e geologia contemporâneas.

Michele Mercati (02) foi um dos primeiros a reconhecer que o material lítico pertencente a Idade primitiva é de origem humana, isto no século XVI. 

O conde L F Marsili (03) é tido como pai da oceanografia. 

Embora a partir de Johannes Kaub (Apostólico romano - apud Artigo precendente), os protestantes Otto de Brunfells (Discípulo de Lutero, o qual após se ter feito ariano foi o primeiro moderno a questionar a fidelidade dos Santos Evangelhos), Fuchs, Rauwolf e H Bock tenham se destacado como Botânicos na Alemanha, deve-se considerar que os primeiros jardins botânicos modernos foram criados num país papista - Nas cidades de Pádua (1545) e Piza (1546) - por iniciativa dos membros dessa religião e que se Rauwolf (04) fez suas viagens exploratórias pela Palestina e Mesopotâmia, os papistas Guilandinus (05) e Prospero Latini (06) fizeram suas viagens pela Grécia e Egito, recolhendo grande número de espécies.

Em 1566 é criado o 'Orto' di Roma, por Andrea Cesalpini (07), o qual produziu seu Herbário, com 260 páginas e 768 espécies de plantas, em 1563 para o Bispo Tornabuoni. Já em 1583 publicou ele o "De plantis libri XVI" produzindo a primeira tentativa científica de classificar as plantas, a qual muito influenciou John Ray. Compôs enfim o "De matallicis libri III" (1596), concordando com Agricola e sendo citado como referência por Lyell. 

Todavia foi Ulisses Aldrovandi (08), de Bolonha, o criador do jardim botânico (1568) daquela cidade, que mereceu - Tanto por parte de Linneu quanto por parte de Buffon. - o título de pai da "História natural" - Seu monumental Herbarium continha cerca de 4760 espécies e compreendia dezesseis volumes. Consta ter produzido ainda diversos catálogos de entomologia, ictiologia, ornitologia e mastozoologia. Ele compôs centenas de obras e parece ter criado o termo Geologia. Era parente do papa romano Gregório XIII, o qual apoiou seus trabalhos. 

Apesar disto o primeiro cientista a definir ou conceituar um vegetal foi Joseph Pitton de Tournefort (09). Aluno dos jesuítas, esse homem piedoso classificou cerca de 6.893 plantas, as quais dividiu em gênero e espécie. Foi seguido pelos Jussieu, cujo expoente máximo foi Antonie Laurent de Jussieu (10). O qual organizou um bem sucedido modelo de classificação. 

Entre 1570 a 1577 o Dr Francisco Hernandez (11), nomeado proto médico geral das Índias, elaborou um fichário colossal (Vinte e dois volumes) chamado "História natural da nova Espanha", o qual era, grande parte, derivado do conhecimento tradicional retido pelos povos originários do México. 

Já em 1590 o Jesuíta José Acosta (12) publicou a "História natural e moral das índias." O primeiro levantamento natural e antropológico sistemático sobre o continente americano. Cerca de meio século antes Fernandez de Oviedo (13) havia editado parte de sua não menos genial "História geral e natural das índias..."

Pierre Bellonius (14), o grande expoente da ornitologia (L histoire de la nature des oyseaux - 1555) do século XVI destacou-se igualmente por sua adesão a fé romana e oposição ao protestantismo. Ele também publicou um atlas sobre os animais marinhos: A "De aquatilibus" (1553), sendo seguido por Hipólito Salviani (15) com seu "Aquatilium animalium historiae" (1554) - Esse Salviani foi médico de diversos papas romanos.

Giovanni Alfonso Borelli (16) foi pioneiro na investigação da biomecânica ao estudar pela primeira vez as contrações musculares e foi um dos primeiros a idealizar um submarino. 

Francesco Redi (17), aluno dos jesuítas, demonstrou experimentalmente o equívoco da geração espontânea e tornou-se pioneiro na área da parasitologia. 


André Vesalius (18) - Autor da "De humanis corporis fabrica" e considerado como o pai da anatomia moderna era outro filho dedicado da igreja romana. Vesalius formou G Fallopio (19), o qual formou G F de Acquapendente (20) - Pai da embriologia. -  e este enfim Casserius (21), toda uma estirpe de anotomistas paduanos. Bartolomeo Eustachi (22) foi seu êmulo obtendo (Em 1550) a dispensa papal necessária para dissecar. 

M R Colombo (23), em Pádua, foi o primeiro a perceber o circuito pulmonar e disputa com Fallopio a descoberta do clitóris. 

J G Duverney (24) esta na base da teoria da audição. Completada por Domenico Cotugno (25). 
O sucessor de J G D, Jacob Winslow (26) fez diversas descobertas e contribuições na área da Osteologia. 


Paracelso (27), pai da Toxicologia e da antissepsia, foi clamorosamente apostólico romano até a morte. E seus trabalhos foram continuados e ampliados pelo insigne J B Van Helmont (28), considerado por muitos como o 'Fundador da química pneumática'. 

Abraham Ortelius (29) - Autor do "Theatrum orbis terrarum" e pioneiro quanto a Teoria da deriva continental não apenas era papista como foi recomendado ao rei Filipe II por Benito Arias Montano. 

Giambattista Della Porta (30) foi um polímata e empirista italiano que colaborava ativamente com as obras sociais dos jesuitas. Reaumur (31) foi também um polímata, porém francês, o qual inventou o termômetro que trás seu nome, estudou os corais, elaborou um catalogo entomológico, analisou a dinâmica das populações humanas e é considerado como um dos criadores da Ethologia. 

O Pe B Castelli (32) foi o pioneiro da Hidráulica e professor de Evangelista Torricelli (33). Seu 'opus magnun': "Sobre a medição das correntes de água" foi publicado em 1628. Torricelli também notabilizou-se pela piedade religiosa - A ele se deve a invenção do barômetro. 

O grande Galileu (34) - Que jamais foi torturado e menos ainda morto pela inquisição. - além de ter tido uma filha freira e ser o cientista que foi, sempre deu mostras de sincera piedade religiosa. Foi além disso pioneiro quanto a 'Demarcação' dos saberes ou MNI - Magistério não interferente. Foi ele que descobriu as fases de Vênus, já supostas pelo citado Castelli. Viviani (35), seu discípulo jaz sepultado consigo em seu jazigo. 

Também o Pe T Campanella (36), escreveu sobre a 'Demarcação' ou o MNI, além de compor a 'Cidade do sol' um ensaio de 'Utopia'. Alias o primeiro a escrever uma 'Utopia' foi o humanista Thomás Morus (37). E por citar Morus podemos citar seu amigo Erasmo (38), o pai e príncipe dos humanistas, o qual no fim de sua vida, percebendo o perigo, atacou a pseudo reforma protestantes em seu "Hyperapistes". 

A respeito de Johannes Kepler (39) muito se tem discutido sobre sua possível adesão ao papismo, uma vez que viveu e compôs parte de seus trabalhos junto a corte do Sacro Império, sob Rodolfo II. O Pe Paul Guldin (40), amigo e colaborador de Kepler, descobriu o Teorema que trás seu nome e que possibilita a determinação da superfície e o volume de um sólido em revolução. 

Também o terceiro astrônomo do tempo G D Cassini (41) não somente era papista como homem de grande devoção religiosa. 

O Jesuíta Scheiner (42) é cotado como possível descobridor das manchas solares e elaborou a primeira obra científica sobre o astro rei. 

Em 1639 o Jesuíta G B Supri (43)observou pela primeira vez as faixas de Júpiter. 

Joseph Von Fraunhofer (44), inventor do espectroscópio também foi um devotado apostólico romano. Da mesma forma J N Delisle (45), o qual era fortemente ligado aos jesuítas. 

O Pe Piazzi (46) publicou, em 1803 uma celebre catálogo contendo 7,646 estrelas e descobriu Ceres.

Girolamo Cardanus (47) foi o primeiro a introduzir as ideias gerais das equações algébricas, a formular os primeiros princípios sobre as probabilidades e descobriu os princípios da 'Junta universal'. 

Foi o Pe Cristoforos Clavius SJ (48) que ofereceu a Descartes (49) e a Leibnitz (50) a edição 'princeps' de Euclides. Já o Pe Marsenne (51) foi companheiro e par dos grande matemáticos abaixo citados> Descartes, Pascal (52), Fermat (53) e Gassendi (54). 

Da mesma forma os matemáticos Descartes - Autor do "Discurso do método" e Fermat eram Católicos devotos e praticantes, assim como Personier (55), Viète (56), Cassini (57), Boscovic (58), Fresnel (59). O Pe B Cavalieri (60) mereceu os aplausos e elogios tanto de Galileu quanto de Leibnitz. Jacopo Riccati (61) descobriu a equação que leva seu nome e seu filho Vicenzo SJ as funções hiperbólicas. Tampouco devemos esquecer o genial Towneley (62), inglês e colaborador de Boyle.

Teodorus Moretus SJ (63) - Suas contribuições no campo da óptica foram reconhecidas por Robert Hooke. Também fez descobertas no campo da Física, Astronomia, da Hidráulica e da Teoria musical. Athanasius Kircher SJ (64) foi polímata - Foi um dos primeiros a observar os micróbios num microscópio e a sugerir que eram eles agentes patológicos, dedicou-se a invenções mecânicas (Parece que inventou o megafone e sugeriu a Lanterna mágica.) e criou um dos primeiros Museus (O Kircherianum) e segundo Alan Cutler, foi o último ocidental ao deter todo conhecimento de seu tempo. Ainda, segundo E W Schmidt foi ele "O último homem da Renascença". 

Bartolomeu Amicus SJ, explorou e desenvolveu o conceito de vácuo, relacionado com a filosofia aristotélica. 

O Pe Jean Picard (65) foi o primeiro cientista a medir com razoável grau de precisão em 1669\70 e a descobrir a fosforescência do mercúrio. Adrien Auzout de Ruão (66), amigo dos Jesuitas, construiu grandes telescópios para poder observar tanto as órbitas dos cometas quanto as crateras da lua e também fez importantes observações sobre o ar e o mercúrio no barômetro. 

O padre Edme Mariotte (67) descobriu a lei do volume dos gases independentemente de R Boyle. Ele também formulou uma das Leis da aerodinamica. Foi ainda inventor do 'Berço de Newton' e descobridor do ponto cego dos olhos. 

J M Marci (68) amigo dos Jesuítas foi pioneiro quanto o estudo das cores em relação com a luz. 

Leibnitz, após corresponder-se com  J B Bossuet, Bispo de Meaux, escreveu uma apologia perfeitamente Ortodoxa ou Católica e converteu-se em 'extremis' a igreja papa. Foi ele quem concebeu pela primeira vez as ideias de calculo diferencial e integral. 

Grotius (69), pioneiro quanto ao direito internacional, buscou conhecer a fé Ortodoxa e parece ter aderido a fé romana as vésperas de sua morte. 

Também o médico papista Malpighi (70) foi o primeiro a empregar o microscópio em estudos de anatomia. 

Quanto ao uso de balões temos por pioneiro um Padre, alias de Santos - Brasil > Bartolomeu Lourenço de Gusmão (71). Seguido pelos irmãos Montgolfier (72), igualmente papistas. 

O Pe G B Riccioli (73) elaborou o primeiro mapa conhecido da lua e também fez as primeiras investigações sobre a aceleração da gravidade na superfície da terra, testando empiricamente a Lei da queda dos corpos, teorizada por Galileu. 

Pierre Gassendi foi pioneiro quanto ao estudo das partículas da luz. Era sacerdote. Foi seu continuador o Pe F Maria Grimaldi (74), o qual descobriu o fenômeno da difração da luz.

Mihail Lemonosov (75) foi um polímata russo do século XVIII notável por sua devoção a fé Ortodoxa. Ele montou um laboratório em que fez mais de quatro mil experiências e enunciou a lei da conservação das massas quatorze anos antes de Lavoisier, anteviu a teoria cinética dos gazes e foi o primeiro a observar a atmosfera de Vênus e a obter mercúrio congelado. 

A respeito de Laplace (76), o qual para a glória do Cristianismo apostólico, ousou postular - Pela primeira vez na História - (Em seu "Sistema do mundo") um sistema natural expurgado de quaisquer intervenções inúteis (A única intervenção divina ocorre no mundo dos homens ou na História e é a Encarnação de deus.), corre uma narrativa distorcida sobre uma conversa que teria tido com Napoleão, na qual, segundo os ateístas, teria ele negado a Causa primeira. Quando o que de fato repudiou foram as tais intervenções 'a posteriori' feitas pelo Bom Deus com o objetivo de ajustar a máquina do mundo, o que de fato é ocioso. 

Por sinal a ideia de sucessivas e repetidas interferências de Deus na ordem do mundo já havia sido avaliada por Leibnitz como injuriosas a sabedoria divina. Já Laplace consta ter morrido como bom Cristão, assistido por dois sacerdotes romanos.

Luigi Galvani (77) legou a posteridade a obra intitulada "De viribus electricitatis in motu muscularis" 1791\1794 tornando-se pioneiro na área da bio eletricidade.

Também J B Lammarck (78) morreu, segundo necrológio publicado por sua filha nos principais jornais de Paris, confortado com os últimos sacramentos e assim como apostólico romano. E ele merece ser contado como um dos descobridores da Teoria da Evolução.

Alessandro Volta (79) inventou, em 1800, a primeira bateria, a qual veio a ser chamada pilha Voltaica e foi ela que possibilitou as descobertas feitas por sir Humphrey Davy, pouco tempo depois. 

André Maria Amperé (80) tornou-se famoso por deslindar as leis que regem os fenômenos elétricos e herdou a piedade religiosa de sua mãe. 

Era ainda papista devoto G B Morgagni (81), pai da anatomia patológica, o qual em 1761 publicou o "De sedibus et causis morborum per anatomem indigatis". Foi professor de anatomia em Pádua por 56 anos e sócio efetivo da Sociedade real de Londres e da Acadêmia de ciências de Paris.

O Pe Lazaro Spallanzani (82) foi pioneiro quanto ao estudo do processo digestivo. Foi também ele que descobriu o processo de fecundação entre os mamíferos. 

O médico Laennec (83), inventou o estetoscópio. 

Crítica bíblico documental -

Pereyré (84), convertido ao romanismo, foi o primeiro homem moderno a opor-se ao monogenismo. 

O igualmente convertido J Morinus SJ (85) (Com o protestante L Cappel.) endossou as primeiras dúvidas face a Massorá, a partir do pentateuco samaritano. O Pe Richard Simon (86) sistematizou a controvérsia na "História crítica do velho testamento". O médico romanista Jean de Astruc (87) identificou as fontes Javista e Eloista. O pe A Geddes (88) nas "Observações críticas sobre as escrituras hebraicas" 1800 antecipou grande parte do quanto seria constatado pela futura crítica alemã. Os doutores Salmeron (89), Mazius (90) e Bonefrerius (91) também deram suas contribuições sobre o assunto.

Por essa época J J Winckelmann (92) criou a arqueologia científica em Pompeia. 

Lista bastante incompleta.

sábado, 27 de setembro de 2025

O padrão apostólico, o Catolicismo Ortodoxo, a igreja romana e a Ciências I (Período anterior a reforma protestante) - Simples esboço

Anatólio, (01)Bispo de Laodicéia escreveu diversas obras sobre aritmética, geometria, física, retórica, dialética e astronomia.

Do mesmo modo Diodoro (02), Bispo de Tarso, compôs, no mínimo, uma obra sobre cosmologia, astronomia, cronologia, matemática e botânica, conforme testificam Suídas e Ebed Yeshua. 

Sinésius, Bispo de Cirene (03), foi aluno de Hipácia, filha de Theon e dissertou sobre astronomia e matemática.

Agostinho de Hipona (04), ainda que tenha fugido a Ortodoxia, compôs duas obras notáveis: Primeiramente aquela que deve ter servido de modelo aos ensaios sociológicos (A Mukadima ou Prologômenos) de Ibn Khaldun, a "Cidade de Deus" e em seguida as "Confissões", primeira tentativa consolidada em torno de uma biográfica introspectiva de caráter psicológico, a qual deve ter sido calcada nas "Meditações" do Imperador Marco Aurélio. 

Acontecimento significativo (No ano de 425) foi a criação da Universidade (Pandidakterium) de Magnaura, em Constantinopla, pelo Imperador Teodósio II. Tratava-se de um imenso complexo de instituições escolares superiores, com trinta e uma cátedras - Dez para Gramática grega e latina, dois para o Direito, uma para Filosofia e oito para Retórica, sendo que as de Direito e Filosofia foram criadas em 1046 por Constantino Monomachos. Haviam além disso Bibliotecas, academias de arte e oficinas práticas. 

Um século depois, em 530, Yhoanna Bar Aftonia, de Pieria, fundou, em Qennechre (Ninho da águia) o monastério que trazia seu nome 'Aftonia, o qual por quase trezentos anos - Até cerca de 811 (Quando foi destruído e saqueado por muçulmanos.) funcionou como uma espécie de Universidade ou centro estudantil na alta Mesopotâmia. Foi esse mosteiro um bastião da Filosofia grega {Especialmente da corrente aristotélica.}no qual inúmeras obras do 'Filosofo' foram traduzidas para o siríaco e posteriormente para o árabe - Posteriormente tais obras seriam traduzidas (Na Espanha) do árabe para o latim.

Além disso, os monges da Aftônia e outras casas siríaca, também traduziram, para o siríaco e para o árabe, diversos comentaristas, como Alexandre de Afrodisias, bem como Euclides, Porfírios, Galeno e produziram inúmeros comentários próprios e exposições didáticas. Assim Paulo (05), o persa, o qual estando em Nusaybin, compôs diversas lições sobre Aristóteles. Assim Ibn Zor (06). 

Nascido em 575 Mar Severios de Sebokht (07) foi o primeiro ocidental a mencionar os números arábicos ou melhor, indianos. Além disto ele compôs uma das primeiras obras sobre o astrolábio (Talvez tradução de Ammônio de Hermiae) e escreveu exposições sobre Aristóteles. 

Parece que foram esses monges Cristãos nestorines e miafisitas que levaram o conhecimento da medicina clássica: Galeno, Dioscorides, etc A Gundishapour e em seguida a Bazra e Mossul criando uma tradição que, entre os árabes, prolongou-se até meados do século XII com Jó de Edessa (08), Sarkis de Reshain (09), Gabril Bakht Yeshue (10), Hunayn Ibn Ishaq (11), Isa al Kahhal (12), Ibn Khammar (13), Ibn Tayyib (14), Ibn Butalan (15), etc (O Baldac dos latinos) segundo podemos ler no 'Uyun ul anba fi tabaqat al atibba', a 'Enciclopédia' sobre os médicos do período islâmico e pré islâmico composta por Ibn Usaybi'a. Pois mesmo um ou dois séculos depois da afirmação Acharita (Da Ortodoxia sunita) os médicos Cristãos ainda rivalizavam com os médicos hebreus nas cortes dos califas (Como Harun Al Rashid, Mutawakkil, Al Mamun, etc). E foram eles que formaram as primeiras gerações de médicos infiéis.

Por isnads sabemos que Jó de Edessa verteu quase quarenta obra de Galeno para o siríaco e que Hunayn verteu-as ao árabe. Consta que o mesmo Jó teria traduzido diversas obras de Aristóteles. Jó foi um dos primeiros a escrever um tratado sistemático sobre a urina, o qual foi bastante citado pelos médicos islâmicos. 

Gabril, a seu tempo, destacou-se nos campos da zoologia, fisiologia e psicologia. 

O próprio Ibn Ishaq compôs um manual de Oftalmologia que é a primeira obra do gênero. Também escreveu uma das primeiras gramáticas árabes. E um exame dos assim chamados milagres. Por isso tornou-se um dos diretores da 'Casa da sabedoria' (Bayat al hikmah) criada por Al Mamun em Bagdad. 

Antemius de Tralles (16) publicou um trabalho sobre as elipses, adicionando descobertas suas as 'cômicas' de Apolônio de Perge. Ele foi um dos responsáveis pela edificação da Hagia Sophia. 

Isidoro Hispalense (17) idealizou a primeira Enciclopédia, as "Ethimologias", seguido pela colossal 'Suídas' (18)- Preparada pelos monges de Bizâncio - e enfim pelo "Speculum maius" de Vicente de Beuvais (19).

Beda de Yarrow (20), dito Venerável, foi apontado por Carlyle como o maior Historiador da Europa após Heródoto, devido a "História eclesiástica do povo inglês", sendo seu veredito corroborado por W Goffart. Antes dele o monge Gildas (21) havia composto o "Excidio".


Alias, quanto a pesquisa histórica devemos acrescentar a obra seminal de Eusébio de Cesareia (22), seguida pelas obras de Sócrates (23), dito escolástico, Sozomeno (24), Zacarias (25); o advogado e enfim de Teodoreto (26), Bispo de Cirro. Outra maior, ou melhor dizendo, monumental, elaborada por Filipe de Side (27), lamentavelmente perdeu-se. Cassiodoro (28), monde do Vivarium compôs uma "História Gothorum", cujo resumo, a "Gética" foi feito pelo Bispo Jordanes de Crotona (29). Temos ainda Zonaras (30), Estevão de Bizancio (31) e Jirjis Hamartolos (32), além de Anna Conmeno (33).

Em 787, o monge Alcuino de York (34), convocado pelo 'Imperador' Carlos Magno, deu inicio a principal empresa educativa do tempo: A criação das 'Escolas palatinas' junto aos condados e catedrais da Gália. Esse tipo e instituição tinha por base o Trivium e o Quadrivium. Foi ele que enviou Raban Maur (35) para civilizar o outro lado do Reno, de modo que Maur é até hoje cognominado "Preceptor Germaniae". Já os monges Cirilo e Metódios (36) criaram o alfabeto cirílico. 

Inútil afirmar, como Hastings Hashdall, que as universidades medievais surgiram espontaneamente ao modo de corporações de ofício educativas e portanto sem autorização de imperadores, reis ou papas, etc uma vez que surgiram num ambiente permeado pela religiosidade, alias apostólica romana, sendo impossível dissocia-las desse contexto religioso ou dessa cultura. A primeira delas foi a de Bolonha (1088) seguida pela de Paris (1150) e a de Oxford (1167) e no século XV eram cerca de vinte e cinco. 

O citado médico Nestorine Ibn Butalan de Bagdad foi o primeiro a empregar gráficos e tabelas em seus escritos. 

O monge Guido de Arezzo (37), tomando por base o Hino dedicado a S João Batista, inventou as notas musicais. 


O Papa romano Silvestre II ou Gerberto de Aurillac (38) - Além de ter inventado o relógio mecânico foi pioneiro quanto a divulgação dos numerais arábicos na Europa.

Fibonacci (39) deu continuidade e a iniciativa do papa romano e descobriu a sequência matemática que trás seu nome. 

Simeon Seth (40), magister et vestitor, foi o primeiro a elencar provas sobre a esfericidade da terra. Miguel Psellos compôs um livro sobre as propriedades dos alimentos. 

Roberto Grosseteste (41), Bispo de Lincoln escreveu textos sobre o som, a ótica, a geometria, a astronomia e as matemáticas, além de ser pioneiro quanto a fabricação dos primeiros óculos. Além disso preconizou a experimentação científica. 

Roger Bacon (42) - Discípulo de Grosseteste. - Destacou-se nas áreas da mecânica, da ótica e da geografia. Ele descreveu minuciosamente a observação, a hipótese e a experimentação enquanto estádios da pesquisa científica. Foi um dos pioneiros quanto ao conceito de Leis naturais.

A respeito de Alberto magno (43) consta ter dominado a lógica, a física, a astronomia, a matemática, a mineralogia, a zoologia, a botânica, a geografia, a música, etc Além de ter escrito uma livro sobre os animais, em que lançou os fundamentos da moderna ornitologia. Era  ensino seu que "A ciência não consiste em aceitar as opiniões alheias porém em conhecer as causas que atual por trás dos fenômenos."

Thomas Bradwardine (44), Arcebispo de Cantuária. Escreveu obras sobre matemática, geometria e física, especulando inclusive sobre o 'Vazio infinito' e dissertando sobre a 'Velocidade média' e sobre a 'Lei dos corpos em queda', além de corrigir a Lei do movimento de Aristóteles. 

Jean Buridanus (45), tornou ainda mais acurada a 'Teoria do ímpeto' de Philiponos, a qual serviu como ponto de partida para a inércia de Newton.

William de Ockhan (46), notável lógico, divulgou o princípio da parcimônia ou economia, o qual tem sido convertido em mono causalidade crassa pelos positivistas. Foi seguido pelo bispo de Halberstadt, Alberto (47), o qual aprimorou ainda mais a 'Teoria do ímpeto' do citado Philiponos.

Nicolau de Oresme (48), Bispo de Lisieux foi precursor da Geometria analítica, antecipando-se a Descartes quanto a teoria das coordenadas. No tratado "Do céu e do mundo" (1377) antecipou o geocentrismo de Copérnico. Analisou ainda, antes de Galileu, a questão da queda dos corpos. E ainda lançou as bases da economia na obra "De mutationes monetarum".

Nicolau de Cusa (49) além de antecipar-se a Copérnico quanto o heliocentrismo, realizou a primeira experiência moderna e preconizou a experimentação na medicina. Teve por amigo o geografo Paolo Toscanelli (50), o qual havia sido discípulo do polímata Leon Battista Alberto 51), um polímata que fez importantes contribuições no campo das matemáticas. 

Guttemberg (52), criador da imprensa, pertencia igualmente a religião romana e por sinal a primeira obra editada por ele foram as Sagradas Escrituras

Cristovão Colombo (53), foi outro sábio de grande projeção que floresceu antes da rebelião protestante e foi responsável por juntar ao velho mundo aquela quarta parte que chamamos América possibilitando a integração cultural de que ora desfrutamos. 

Leonardo Da Vinci (54), de Florença, em determinado momento tomou a decisão de estudar profundamente a fé apostólica romana e merece destaque por ter questionado a crença 'idiota' num dilúvio universal. Polímata ou gênio universal da estatura de um Aristóteles cultivou ele a matemática, a engenharia, a ótica, a matemática, a anatomia, a botânica, a música, a poesia, a pintura, a escultura e a arquitetura, sendo precursor da aviação e da balística. 

Regiomontanus (55) no "Algoritthmus demonstratus" foi uma das primeiras obras editadas no ocidente a conter álgebra simbólica. 

Alberto Brudzewsky (56) - Primeiro sábio a constatar que a lua se move em elipse. 

Nicolau Copérnico (57), polonês e diácono da igreja apostólica romana, foi o principal responsável pela divulgação do modelo heliocêntrico.

Em 1485 foi publicada na Alemanha, pelo médico Johann Wonnecke Von Kaube (58) o "Hortus sanitatis" primeira obra de História natural composta na Europa 'Cristã'. 




sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Resistência cultural, qual a melhor opção (Como escapar ao protestantismo e ao islã - Ao Brasil e a Europa.) II - ContinuaçãoGuardar

Seja-me permitido dizer com absoluta fraqueza. E por sinal como Historiador que folga estudar antiguidades clássicas e orientais a cabo de três décadas - Face aos assédios protestante e islâmico ideologia naturalista alguma nos poderá valer ou salvar.

Pois nem mesmo as Ideologias mais fortes e belas da antiguidade puderam salva-la da dissolução.

Refiro-me a obra daquele que Rousseau, contrapondo a Jesus Cristo, apontou como o maior ser humano de todos os tempos: Sócrates. Bem como a obra daquele outro grego que segundo afirmam os sábios era capaz de pensar por no mínimo cem homens: Aristóteles.

Em vão procuraríamos por melhores doutrinas ou por ensinamentos mais excelentes. E no entanto... Foram, um e outro, socratismo e aristotelismo, incapazes de salvar três ou quatro milênios de civilização.

Foi o aristotelismo, após uma magnífica floração e contra todas as expectativas, suplantado pelo platonismo, o qual acabou por ceder passo ao neo platonismo e enfim a teurgia ou feitiçaria... De fato foi aquele sóbrio realismo aristotélico engolido pelas toscas conjecturas de Platão e estas consumidas pelo irracionalismo e pelo ceticismo até chegarmos a Jâmblico e a magia, encantamentos e coisas do tipo. De modo que quando o herético Justiniano determinou o fechamento da quase milenar academia não passava ela duma tenda espírita...

Já a figura de Sócrates não tardou, nos primeiros séculos desta nossa Era a ser substituída pelas patéticas figuras de Apolônio de Tiana e Alexandre de Abonútica, o segundo ao menos - Segundo Luciano de Samosata - um mistagogo charlatão.

Enfim nem mesmo os ensinamentos humanos mais puros e elevados foram capaz de manter aquela ordem de coisas e de regenerar aquela cultura pluri milenar. De modo que tudo veio fragosamente abaixo e sucumbiu.

Porém não sucumbiu por inteiro.

Pois ao tempo de Octaviano César, o 'Augusto', apareceu neste nosso báratro sublunar um homem virtuoso e exemplar, o qual não hesitou apresentar-se como o Ente Supremo, Legislador, organizador e mantenedor dos Universos. 

Viveu de modo digno e irrepreensível no meio da gente mortal e emulando com o ateniense, com Buda e Confúcio, enunciou o padrão de Ética mais elevado que até hoje possuímos, fundamentado na empatia, alteridade ou solidariedade. tolerância a respeito dos que creem de modo


Por meio da palavra e do exemplo sancionou a diverso (Ao recusar fulminar com raios a aldeia dos samaritanos.), um amor heroico que se estende até os contrários, um ideal crítico de paz, um escrupuloso zelo pela justiça, o culto piedoso da verdade, a disponibilidade ao perdão irrestrito, a lei divina da liberdade, a fraternidade universal, etc

Tão elevada a puridade de seus ensinamentos que não poucos objetores decidiram, arbitrariamente, lança-lo no mundo dos mitos, bani-lo da História e negar sua existência real (Dupuis, Strauss, E Bossi, Bernacchi, Antonio Miranda...) Enquanto outros, agindo como doidos (O dr Binet Sanglé) chegaram a questionar sua sanidade mental, pelo simples fato de se ter apresentado como Deus Nosso Senhor, mantenedor do Universo. Pois de fato esse grande homem foi, ainda é e sempre será uma pedra de escândalo, especialmente para seus falsos seguidores, adversários do Evangelho redentor.

Mesmo para o islã é ele uma pedra porquanto o livro deles o reconhece como 'Palavra de Deus', nascido miraculosamente de Virgem, enquanto que Maomé, nasceu de modo humano e natural de Abdullah e Aminah. 

Ademais enquanto este Jesus foi fiel aquela Lei que declara: Não assassinarás, Maomé tornou-se conhecido por ter mandado amarrar Umm Quirfa de Banu Faraza (A qual era uma mulher idosa!) a dois camelos e partida viva em dois pedaços, após o que foi esquartejada, decapitada e sua cabeça oferecida como 'mimo' ao 'santo' homem, o qual teria declarado na ocasião: "Um povo liderado por uma mulher jamais obterá sucesso.". Por mais caras de pau que tenham os maometanos não podem negar tais fatos, uma vez que constam na "Sirat rasul Allah" de Ibn Isahq (Sessão 980) e no Hadith de At Tabari (VIII,96).

E no entanto os ideólogos que costumam colocar em dúvida a existência de Jesus, Buda ou Sócrates (kkkk) nem de longe questionam a existência do líder desses bandoleiros saídos dos desertos com suas cimitarras...

Para a crítica imparcial dos ateístas, apenas aquele que decretou explicitamente a destruição dos ateus, materialistas e irreligiosos e que condenou a liberdade, tanto política quanto religiosa, tem direito a existência. 

Agora, tornando a Jesus, sejamos francos - sua existência, similar a de Çakia Muni, Confúcio ou Sócrates e digna de grandes civilizações, como a Índia, a China ou a Grécia, não faz sentido algum nos confins da Palestina ou nos desertos da Judéia. A de Maomé ou a de 'Moisés' ali se enquadram perfeitamente... A de Jesus melhor estaria em Mileto, Atenas, Antioquia e sobretudo Alexandria. Pois supõem a convergência de tradições culturais que só poderiam ser encontradas juntas naquela soberba Biblioteca, o centro do saber antigo. E no entanto, tais doutrinas e ensinamentos (Que lhes são atribuídos pelo Evangelho ou pela Igreja antiga.), a serem humanamente extraídos, suporiam décadas de pesquisa, e demandariam a atividade frenética de um Eratóstenes ou de um Calímaco e não de um bando de pescadores semi analfabetos de Cafarnaum... cf "Jesus, o mestre de Nazaré" Aleksandr Mien

E que resulta disto...

Resulta disto que o Cristianismo - Opondo-se tanto a guerra injusta quanto ao escravismo. - faz deitar o machado a raiz da árvore podre, como assevera E Gibbon no "Declínio e queda do império romano"

E no entanto, ao contrário do islã iconoclástico cf Robert Reilly "O fechamento da mente muçulmana" - o estro do Catolicismo Ortodoxo, ao mesmo tempo que conduz aquele mundo a seu fim, dissolve-o e destrói-o, igualmente preserva o que nele havia de mais precioso, para recompor e, sobre outras bases (Éticas), criar uma nova civilização. Cf Th Cahill "Como os irlandeses salvaram a civilização" (1995) 

De fato, o Catolicismo Ortodoxo (Em seguida, no ocidente, a igreja apostólica romana.) tudo recompõem, em torno dos mistérios de Jesus Cristo:


 A Ética: Politicamente liberal, religiosamente tolerante, anti escravista ou abolicionista, justicionista face ao poder do dinheiro ou ainda trabalhista, feminista ou a favor da igualdade de gênero, pacifista crítica ou não agressiva, ecologista, disponível, sensível, fraternal, solidária e assim voltada para as condições específicas da criança, do deficiente, do idoso, etc buscando suavizar as dores do mundo e converte-lo num lugar mais digno e melhor. 

A estética: Estimulando os ofícios da música, da arquitetura, da pintura, da escultura, do drama, da poesia, etc representados por Palestrina, Bach, Bruckner, Gnoud, J B Neumann, P A Vignon, J F Millet, F V E Delacroix, Gericault, B Thorvaldsen, J R de Hita, Gil Vicente, Petrarca,
 Shakespeare, Corneille, Racine, Dante, Camões, Cervantes, La Fontaine, T de Tasso, L Ariosto. cf Chateaubriand "O gênio do Cristianismo" 

E sobretudo na área do conhecimento, sustentando até o Vaticano II, o legado de Anaxágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, Antíoco de Ascalon e outros sobre a demonstração da verdade e seu critério. E sem embargo produzindo novas e dignas contribuições, com R Descartes ou Rosmini, dentre outros. Cf Fulton J Shenn "Filosofia da religião"

E ainda na área do que chamamos ciência - Sobre a qual escreveremos um artigo a parte.

Ora, tudo isto foi feito e pronto já estava, graças a ação profícua do Catolicismo Ortodoxo ou da igreja romana, antes que o protestantismo aparecesse no horizonte, como verdadeira Revolução, destinada a interromper bruscamente o rumo das coisas e imprimir-lhes uma outra direção: Cética, naturalista, materialista, economicista, relativista, ateística, modernista, nacionalista, etc numa só palavra: Perversa... e precipitar a infeliz Europa nos braços do islã.

O que o Cristianismo, com tanto esforço e trabalho fez, a rebelião protestante desfez... lançando os fundamentos de um mundo caótico e incapaz de manter-se face a barbárie muçulmana. 


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Resistência cultural, qual a melhor opção (Como escapar ao protestantismo e ao islã - Ao Brasil e a Europa.)

Diante da pressão exercida pelo protestantismo, cá no Brasil e pelo islamismo, lá na Europa a primeira ideia que se nos vem a mente é a de resistência cultural. A exemplo do Paraguai e do México temos de valorizar nossas coisas... Sem estereotipar ou converter-se num Policarpo Quaresma temos de questionar esse negócio de rock and Roll e Holywood com coca cola e faste food no Mc Donalds. 

Não estou dizendo, de modo algum, que devamos repudiar a pseudo cultura Norte yankee em bloco, como se por lá nada houvesse de bom. Certamente que em nossas vidas pode haver espaço para o Jazz, para o 'Cidadão Kane' de Welles, para sandubas de geleia com pasta de amendoim, etc 

No entanto como brasileiros que somos parece-me absurdo que conheçamos apenas aquele Rock melody do 'Air supply' (Que eu adoro) ou o repertório completo de um Nat, de um Sinatra ou de uma Houston e ignoremos por completo a produção musical brasileira e assim as obras de um Sivuca, de um Hermeto Pascoal, de um Moacyr Franco, de uma Roberta Miranda, de um Nhô Pai, de um Zé Fortuna, etc 

Um cuscuz paulista e uma 'Guaraná' também vão bem. Um pãozinho com manteiga, um Bauru, um bolinho de chuva... não fazem mal a ninguém. Claro que de vez em quando um Hamburguer pode ser tão bem vindo quanto uma pizza e um coockie tão saboroso quanto um biscoito de polvilho... Quero dizer que também possuímos uma cultura alimentar e que, sem abrir mão de uma variedade ocasional, devemos ser mais críticos face ao mercado ou a propaganda. Por que ao menos não experimentar o que é nosso...

Temos linho, algodão, casimira, etc, etc - Alias tecidos de diversa procedência e varia cultura. Por que essa fixação no jeans... 

Tanto pior quanto as tais marcas - Com esse fervor místico em torno de nomes. A bem da verdade deveríamos nos vestir apenas para cuidar do corpo. Todavia como até os animais, ao menos as aves, buscam melhorar a aparência, é compreensível que o traje possua também uma dimensão estética. No entanto o que um palavra acrescenta ao conforto ou a beleza de uma roupa... Em que a torna melhor ou pior... Que é que a sigla NIKE adiciona a um sapato em termos de uso ou comodidade... Nada...

De fato o consumismo parece mestre quanto a arte de distorcer aquela tendência natural que temos para nos destacar dos demais (Emulação), a qual para ser digna e justa deve estar associada a alguma competência ou a algum mérito e não a ostentação de um nome que reporta a riqueza. Pessoa alguma é melhor do que outra por ser rica ou ter posses - E alias o mais provável, inclusive, é que seja pior. O que nos torna melhores encontra-se dentro de nós ou no nosso interior e são nossas qualidades: O senso de justiça, a solidariedade, a lealdade, a honestidade, etc Não um pedaço de pano com um nome qualquer...

Supor que um corte de tecido com uma palavra qualquer gravada nos torne melhor do que os outros ou que nos confira alguma superioridade só pode ser a marca de imbecilidade... Coisa de gente idiota e vazia. De pessoas sem qualidade...

Não é todavia sobre qualquer tipo de contra cultura que quero discorrer neste artigo. Contra cultura superficial até mesmo lá, nos EUA, foi produzida. E chegou a tornar-se um negócio rentável.

O quanto quero abordar aqui é a contra cultura ideológica ou abstrata. Em termos de conceitos básicos ou matrizes de valores. Pois nossa resistência precisa no mínimo estar a altura da 'American way of life'. 

Não julgo que o modernismo ou o pós modernismo, ou ainda a pós verdade estejam acima do americanismo. Grosso modo os seres humanos, satisfeitas as exigências básicas postas pela existência, demandam pela Verdade ou ao menos por algumas verdades - Pois é a verdade o pão do espírito e não apenas de pão vive o homem...

O ceticismo, quando não reflete um estado mental mórbido, é reflexo de um projeto social frustrado. Assim a sociedade grega imediatamente posterior a morte de Alexandre, assim a Sociedade europeia posterior as duas grandes guerras... 

Em tempos de normalidade, estabilidade ou desenvolvimento tal patologia não floresce e, se e quando floresce, nada produz de relevante. 

Digo o mesmo a respeito do relativismo crasso e do subjetivismo absoluto ou solipsismo. Sobre tais areias são poucos aqueles que ousam edificar palácios ou castelos... 

As migalhas ou farelos do ceticismo, do subjetivismo, do relativismo, das narrativas, do discurso, etc os humanos preferem a posse segura de verdades aparentes, como as que lhe são oferecidas pelo protestantismo, pelo capitalismo, etc Pois como disse Bacon de Verulan, ao ateísmo preferem as fábulas sinistras do Corão ou dos Vedas... Assim a negação da verdade, preferirá esse mesmo homem a mitologia dos antigos hebreus e o fetichismo continuísta oferecido pelo protestantismo.

É o pós modernismo similar a concha, que justamente faz barulho ou ruído porque esta vazia... Ao nada ou ao nihilismo insonso o ser humano prefere mitologias e fábulas...

Damos em seguida com o africanismo - Dos batuques ou atabaques, orissás, comidas de santo, etc ou o indigenismo do cachimbo e do espírito da mandioca - Enfim as construções ideológicas de retorno a cultura ancestral. E o problema aqui é que a cultura ancestral é portadora de um fetichismo, porém de um fetichismo ágrafo ou iletrado, i é, pautado em tradições orais, costumes, etc enquanto que o protestantismo oferece a humanidade um fetichismo associado a um livro. 

Embora tais relações sejam bastante complexas não estou me referindo a pessoas ágrafas ou analfabetas porém a pessoas letradas que aderiram a uma religião não letrada. Se a um lado os iletrados tendem a encarar o livro como divino, os alfabetizados demandam pela segurança do registro escrito... Ao menos no ambiente urbano e ocidental parece claro que as formas de religião centradas no livros levam vantagem face as demais.

Ademais se, por questão de necessidade, a religião ágrafa ou tradicional está quase sempre na dependência da autoridade, a religião do livro sempre poderá acenar com a leitura\interpretação individual e delegar autoridade ao próprio indivíduo, a exemplo do protestantismo. Aqui a técnica exegética ou sua aparência, suplanta o sacerdócio, e, acenando com a liberdade, massageia o ego. 

Sendo assim as possibilidades de domínio por parte do protestantismo, com seu livre exame individual, acabam sendo maiores do que aquelas que foram reivindicadas pelo sacerdócio. Se o livro portador das palavras divinas pode ser interpretado por qualquer indivíduo, o indivíduo, em posse do conhecimento divino, bem pode invocar para si mesmo a autoridade divina. E de fato os fanáticos já não se apresentam como leitores do livro, mas como o próprio livro, reivindicando para si mesmos uma autoridade absoluta. 

Por isso não vejo como a religião primitiva possa rivalizar já com o protestantismo, já com a 'sifilização' moderna. E tenho tais arroubos primitivistas mais como uma moda. Aqui qualquer mínima dose de racionalidade ou empirismo é quase sempre letal. Pois não há, por exemplo, uma válvula de escape como o livre exame, a qual possibilite a criação de uma interpretação diversa.

Outro defeito bastante grave a ser considerado por parte de tais construtos religiosos é a ausência de um aparato ético consistente. Isto a ponto de alguns deles afirmarem-se como 'amorais' - Ora a grande demanda ou a principal demanda do tempo presente é a Ética. Claro que sempre se pode construir uma ética natural razoável... Sem embargo disto o elemento médio ainda edifica sua vida ética sobre fundamentos de caráter religioso, a falta dos quais essa vida ética apenas se esboça.

Sem embargo o supremo defeito de tais crenças - E o espaço onde se encontram com o protestantismo. - é a irracionalidade. De fato além do conteúdo fetichista que leva ambos os sistemas a predicarem sobre a imanência (Violando os limites da demarcação e invadindo os domínios que por direito pertencem a Ciência.) ambos os sistemas pecam pela total ausência de um arranjo racional semelhante a Alta Teologia Católica (Ou Ortodoxa).

Pois embora os conteúdos da fé ou da Revelação divina permaneçam sempre inverificáveis, a fé Ortodoxa e o papismo (A parte do agostinianismo irracionalista.) oferecem uma visão total ou cosmovisão capaz de relacionar organicamente os diversos mistérios e de apresenta-los de maneira sistemática, enfim como um conjunto harmonioso. Formam assim uma espécie de Puzzle, na medida em que cada verdade se vai encaixando até plasmar essa visão unitária. 

Quando observo o africanismo brasileiro (Sobretudo a Umbanda e, em menor medida o candomblé daqui.) o quanto encontro são criações tão sincréticas e irracionalistas quanto esoterismo, a rosa cruz, o ocultismo, etc As quais mostram-se sempre incapazes para satisfazer os intelectos mais exigentes, os quais anseiam por uma conexão orgânica e unidade de conjunto quanto os ensinamentos oferecidos. 

Neste terreno, o padrão apostólico, herdeiro da tradição racional e ética greco romana parece levar decisiva vantagem não apenas sobre os padrões religiosos tradicionais ou primitivos mas também sobre o protestantismo fixado na cultura judaica.



quarta-feira, 24 de setembro de 2025

O protestantismo como ponto de partida da civilização 'moderna' - Os aplausos dos 'cientistas', pensadores, etc

Acho curiosas essas apologias, escritas por autores protestantes, os quais folgam proclamar o protestantismo como uma espécie de cornucópia donde saiu a civilização moderna. Ainda me recordo das obras de E Levelleye, nas quais aponta a alfabetização e a concentração dos protestantes na leitura da bíblia como elementos propulsores do progresso. 

Os protestantes naturalmente que vibram com isso...

Vamos porém examinar tudo isso mais de perto.

Pois o que ora percebemos, neste momento, são massas protestantes compostas por: Terraplanistas, geocentristas, criacionistas da terra jovem, etc Calvinistas proclamando que sua reforma deve ser levada a Biologia, a Geografia, a Sociologia, a Psicologia, e a todas as áreas do conhecimento humano, tendo por base a bíblia - Leia-se Antigo Testamento... 

Peixes engolem seres humanos, mamíferos são apresentados como aves, e por aí se vai - Bela ciência essa que saí da cornucópia protestante. O que ora podemos observar no protestante mediano, seja brasileiro ou Yankee é seu ódio e sua oposição a ciência. Isto a ponto de nomes como Darwin, Freud, Malthus, Einstein, etc serem tabus e dos líderes, a exemplo de R R Soares, orientarem suas ovelhas a jamais fazerem quaisquer cursos universitários...

De fato em certas partes da Europa a alfabetização em larga escala, encetada pela reforma protestante parece ter encetado algum resultado aparentemente positivo. Mesmo porque o ser alfabetizado pode abrir portas, aumentar as possibilidades, aumentar o conhecimento e conduzir ao pensamento crítico... Portanto a tese de que uma religião do livro, que insiste sobre a alfabetização elementar, a primeira vista parece consistente. 

Porém não são os fatos sociais assim tão simples. 

A simples sugestão de que a leitura ou a alfabetização, como causa primária e imediata, teria acionado o avanço científico europeu nos levaria a plantear questionamentos bastante difíceis de serem respondidos. Pois ao que tudo índica a metalurgia de fundição foi inventada e desenvolvida pelas culturas ágrafas ou iletradas dos Andes e posteriormente recebida pelas nações letradas das Américas central e do Norte.

Também a organização do Império Inca - Cultura ágrafa, parece ter sido, em certo sentido, mais complexa e desenvolvida que a das cidades Maias ou mesmo que a do Império Asteca, como sabemos culturas letradas. 

Outro o caso dos países islâmicos, posto que é o islã uma religião centrada no livro e na leitura, e portanto na alfabetização há mais de mil anos... E no entanto revolução ou explosão científica alguma surgiu ali. E a exceção de Alhazém e Ibn Khaldun as contribuições do islã em termos de criatividade e pesquisa são quase que nulas - Outro é o caso de seu status enquanto transmissor de cultura, o qual não discutimos.

Os dados acima nos levam a problematizar a questão da leitura entre os primeiros protestantes e o papel da alfabetização nos primórdios de sua Reforma como explicação monocausal para o advento da ciência europeia. 

O quanto podemos conjecturar aqui é que um dos fatores responsáveis pela expansão do conhecimento científico na Europa do século XVI pode ter sido, e provavelmente foi, o hábito de leitura e a alfabetização. Logo não foi a leitura por si só e de modo algum a leitura da bíblia, e menos ainda a mentalidade protestante, que provocou essa escalada científica - O quanto aqui temos é que a leitura, estimulada pelo protestantismo, foi um fator, agindo em comunhão com diversos outros.

Grosso modo a leitura no seio do protestantismo, associada a bibliolatria ou a orientação para concentrar-se apenas na leitura da bíblia, entendida muitas vezes como antigo testamento, criou uma faca de dois gumes, pois ao mesmo tempo que facultou a alguns a possibilidade de ampliar o saber, também forjou uma servidão similar a maometana. 

E aqui chegamos ao ponto nevrálgico: Pois a mesma leitura - Que produziu muitas vezes o abandono não apenas da bibliolatria, do antigo testamento e da judaização (Sem dúvida um imeso benefício.) quanto a diversos cientistas promissores {E tornaremos novamente a isto mais a frente.} produziu da mesma maneira o abandono do Evangelho ou da fé e forjou os primórdios da incredulidade em que tombamos.

Agora por que em um grupo seleto a leitura ou a alfabetização acionada pelo protestantismo potencializou a práxis e o pensamento científico enquanto que, noutro, i é, nas massas, produziu o exilio de Nicolas Steno, a condenação de Nils Celsius (Upsala - 1679) e a destruição do laboratório de J Prestley???

Certamente porque a estimulação dos primeiros dependeu não apenas da leitura, mas de outros tantos fatores ou de condições preexistentes. 

Agora quanto ao cultivo da ciência no decorrer do processo, há indicações consistentes de que parte dos sábios protestantes (Especialmente a partir do século XVIII) tornaram-se grande parte céticos ou descrentes mantendo, na maioria das vezes, uma adesão meramente externa e formal a suas comunidades. O que era facilitado tanto pela falta de 'poder' por parte das seitas quanto pelo livre exame. Newton por exemplo, apesar de teísta era unitário, tendo inclusive impugnado o Deão Sherlock. Muito apocalíptico porém muito pouco niceno, atanasiano ou leal ao Evangelho de Cristo. Ora Newton não era uma singularidade quanto a isso... E já os iluministas franceses costumavam registrar, em meados do século, que por volta de 1700 a quase que totalidade da elite intelectual inglesa era descrente ou irreligiosa.

Após termos apontado tais incongruências temos de nos perguntar sobre o que é civilização, progresso, desenvolvimento, etc Sobre quem está tecendo tais elogios ao protestantismo. Sobre as intenções e objetivos de quem elogia, etc uma vez que cada uma dessas definições e desses elogios é portador de uma enorme carga de subjetividade.

Há muito pouco tempo ainda era o desenvolvimento mensurado pelo PIB ou soma de riquezas produzidas por uma dada sociedade, como se vê um critério meramente econômico que ignora a questão de como tais riquezas são divididas entre os setores que compõem essa sociedade, se são tais riquezas divididas e de como vivem tais pessoas.

E imagine só o leitor squantas e quantas polêmicas inúteis foram travadas em torno desta definição unilateral...

Daí o padrão ou critério atual a partir do qual avaliamos a condição de uma dada sociedade não ser mais o PIB e sim o IDH i é a qualidade de vida oferecida aos cidadãos i é Alimentação, habitação, saneamento, saúde, educação, etc

Da mesma maneira convém questionar o tal desenvolvimento ou o tal progresso e seus mentores...

Surpreendentemente esses senhores que costumam aplaudir o protestantismo não são apenas incrédulos como seus ancestrais porém ateístas militantes, materialistas e cientificista, a exemplo do Dr Dawkins, o famigerado autor de 'Deus um delírio'. Cito Dawkins aleatoriamente pois há um grande número de ateus e cientificistas admiradores do protestantismo e detratores das igrejas apostólicas, o que tem uma razão de ser.

Talvez você pense ou imagine que o testemunho dos cientificistas e ateus é um testemunho insuspeito, e desinteressado, logo indubitável e leal. Porém não é bem assim e posso te assegurar que há aqui um interesse calculado, uma tática ou estratégia.

Pois sabem os cientistas, e perfeitamente bem, que é o protestantismo uma crença frágil, inconsistente e bastante fácil de ser impugnada, haja visto o conteúdo mitológico hebraico, derivado da inspiração plenária\linear.

De fato os cientificistas ateus estão muito bem informados sobre a condição do protestantismo e  habilitados para confrontar o fetichismo vétero testamentário. Consequentemente eles nada temem do protestantismo e parte de seu quadro, alias, é composto por ex protestantes...

Por ter substituído a pessoa do Cristo e a mediação da Igreja pala suposta infalibilidade absoluta da bíblia tornou-se o protestantismo alvo predileto de uma crítica irreligiosa fundamentada na ciência. E essa crítica é bastante bem sucedida.

Para o protestante médio, que chega a identificar o Cristo ou o Cristianismo com a bíblia, demonstrada a inexistência de Dário, o medo, da torre de Babel, de gigantes, de serpentes com asas ou patas, dos sátiros, do Leviatã, do Beheemot, da Lilith, das compostas do céu, dos pilares da terra e de tantas outras bizarrices fica comprometida a existência de Deus ou a Credibilidade de Cristo e por ext., o Cristianismo como um todo... 

Em suma, devido a um único erro vétero testamentário, a questões de mitologia/cultura hebraica, fetichismo, etc converte-se o bibliólatra em ateu fanático ou materialista radical e, não poucas vezes, entusiasta do cientificismo, o qual abraça com fervores místicos.

Avanço nesta análise sugerindo que parte significativa do ateísmo militante e proselitista deriva justamente dos 'conversos' oriundos do protestantismo. Os quais mesmo quando repudiam a existência de Deus ou do mundo invisível, conservam a mesma mentalidade fanática tornando-se irreligiosos fanáticos. Mudam de teoria, ideia, conceito, fé, etc porém mantém o mesmo tipo de espírito...

Alias acontece a mesma coisa com os protestantes convertidos ao papismo ou a Ortodoxia. Os quais costumam trazer para a igreja e nela introjetar seus vícios, como o apreço pelo antigo testamento, gosto pelos mitos judaicos, cosmovisão amenricanista, etc

Saem essas pessoas do protestantismo, porém o protestantismo - Enquanto mentalidade ou cultura. - não sai delas. Por isso costumo a dizer que trocar de fé ou de ideologia é, muitas vezes irrelevante. Necessário é ser coerente.

Ainda sobre os conversos ao ateísmo, e geral os ateus oriundos do espiritismo, do papismo, da ortodoxia, e de outras opões religiosas são fracos, dóceis, tolerantes, pacíficos... Enquanto que os ateus oriundos do protestantismo são extremamente agressivos, ferozes e acintosos.

Tornando aos cientistas que costumam a aplaudir o protestantismo, tudo quanto querem é favorecer a passagem dos Ortodoxos, Papistas ou espíritas ao protestantismo - Justamente porque o protestantismo, sendo tanto mais frágil e vulnerável, está no acesso da incredulidade.

Sendo cada erro do antigo testamento uma brecha no sistema protestante, sabem os profetas da incredulidade que há no protestantismo centenas ou milhares de brechas que podem produzir um 'choque de realidade' - E deste choque de realidade: Ao se perceber que o homem não foi feito a partir de um boneco de barro ou a mulher de uma costela.. - a apostasia...

Outro o caso das Igrejas apostólicas ou do Cristianismo antigo - Imune a qualquer choque de realidade, posto que quando puro e esclarecido, fundamentado ou centrado no mundo invisível, sobrenatural, transcendente, imaterial e inacessível aos sentidos. 

Da mesma maneira como conhecem - Os ateus, materialistas e incrédulos. - perfeitamente bem, o protestantismo (E seu calcanhar de Aquiles, que é o antigo testamento ou a inspiração plenária\linear.) também conhecem suficientemente bem o Catolicismo Ortodoxo e o papismo (Mesmo pós Vaticano II ou esculachado.), tendo-os por mais resistentes a sua propaganda.

Nesse caso, qual o caminho mais indicado para atingir os Ortodoxos e romanistas... Por meio do protestantismo, aproximando-os do protestantismo... Pois a mesmo que o indivíduo seja imensamente burro ou ignorante não engolirá essas baboseiras de bonecos de barro, costelas, sátiros, leviatãs, etc e tomará o caminho da incredulidade.

Como disse, tudo não passa de tática ou estratégia e elogiar o protestantismo significa no fim das contas encaminhar os espíritos para um padrão de Cristianismo tanto mais rude e grosseiro quanto indefensável de Cristianismo. É elogiar um Cristianismo que não se pode defender com sucesso da propaganda ateísta ou cientificista. É buscar fortalecer um inimigo tanto mais fácil de combater e buscar enfraquecer os inimigos tanto mais difíceis de dar combate.

Antes de lançar um ataque frontal contra a cidade de Cristo, os ateus e materialistas aspiram enfraquece-la ou destrui-la por dentro - Querem como que nela introduzir um vírus que a debilite e esse vírus é o protestantismo, com sua bibliolatria tosca, seu meio ceticismo, seu subjetivismo crasso, etc 

Pois o que encaram como 'civilização' ou desenvolvimento outra coisa não é que o próprio ateísmo, o materialismo ou no mínimo o positivismo\cientificista i é a substituição não apenas da fé religiosa, mas inclusive da Filosofia, do racionalismo ou da metafísica pela ciência - Essa instituição tão servil face aos interesses do mercado ou aos poderes econômicos, que jamais confronta. 

Tecem os ateus, materialistas, incrédulos e cientificistas rasgados elogios ao protestantismo justamente por estarem convencidos - E quanto a isto não estão equivocados. - que o protestantismo foi e é a Revolução primordial que conduziu parte do Ocidente ao ateísmo, ao materialismo, a incredulidade, etc Aplaudem o protestantismo porque sabem ter sido ele o caminho para a derrocada do Cristianismo...

Pelo simples fato de ter ele, o protestantismo, injetado o vírus do ceticismo em suas veias... Lançando dúvida sobre os ensinos da Igreja. Logo lançando dúvidas sobre a Igreja (Apostólica.) Para em seguida duvidar de seu fundador e esposo! Pois quem haverá de acreditar num 'deus' que fundou uma igreja descartável ou com prazo de validade...

Não devemos portanto, nós Cristãos legítimos, filhos das igrejas apostólicas, invejar os elogios e aplausos que a incredulidade tributa ao protestantismo. Pois como colaborador ele faz jus a eles. Ele os merece. 

Da Ortodoxia ou mesmo do papismo jamais sairiam capitalismo, comunismo, anarquismo, nazismo, positivismo, modernismo e outros tantos rebotalhos...