sexta-feira, 27 de julho de 2018

Editorial 01- 2018





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Desde que assumimos o gerenciamento deste Blog a proposta foi criar um ambiente destinado a compartilhar uma produção intelectual de qualidade, o que no Brasil não supõem um público muito amplo ou melhor, o que supõem um público restrito.

Assumimos este 'Diário' virtual contando com cerca de duzentos leitores mensais. Em alguns meses dobramos o número de leitores atingindo cerca de quinhentos por mês. Índice que foi mantido por alguns meses.

Devido a uma mudança de orientação - por parte do proprietário desta Folha, nosso amigo Félix, que converteu-se do agnosticismo ao Catolicismo Ortodoxo - em termos de princípios e valores, perdemos mais de 95% de nossos leitores e passamos a contar com dez ou cinco leitores mensais.

Não desanimamos ou tampouco mudamos para agradar ao público.

"Continuaremos a ser o que sempre fomos ou deixaremos de ser." é nosso lema.

De fato esta não é e jamais virá a ser uma Folha religiosa, confessional ou proselitista -  Nossas Folhas religiosas são 'O protesto' e 'Catolicismo Ortodoxo' Sem embargo disto, quanto a Ética - não confundimos Ética com moralidades ou costumes, os quais não nos interessam por serem relativos - no entanto, assumimos integralmente uma Ética Cristã e Católica voltada para a promoção integral da pessoa humana e expressa por valores como a liberdade, a justiça, a honestidade, a veracidade, a bondade, a tolerância, a sensibilidade, a alteridade, etc Tais nossos valores inegociáveis.

Pugnamos por uma Ética essencial e objetiva sucessora e continuadora do antigo ideal socrático platônico. Fanáticos pela justiça - inclusive em sua dimensão social - não abrimos mão da liberdade pessoal, sem a qual nos despersonalizamos e nos convertemos em escravos. Amigos da paz, não toleramos a injustiça.

Erguemos assim a bandeira do humanismo, pelo simples fato de, como Cristãos Católicos Ortodoxos, reconhecermos a 'capacidade' do ser humano, em comunhão com o sagrado, para praticar o bem no mais alto grau. Nós, como semi pelagianos assumimos a doutrina da Perfeição, da santidade, da impecabilidade... e não menos que os antigos gregos acreditamos que o homem foi feito para a virtude, a qual, por assim dizer, realizao-o e imprime sentido a sua existência. A Virtude sempre será prazerosa a consciência, mesmo quando nos incomode externamente...

Nós negamos que haja qualquer defeito metafísico no ser humano ou que seja mal por natureza. É o homem mau devido ao ambiente que o cerca, aos maus exemplos, a educação, a assimilação cultural. É algo que faz parte de sua condição, não de seu ser, e ele sempre será capaz de rever seus valores, de romper com o mal ou o pecado e de refazer-se a si mesmo. Nós adquirimos que quanto mais informado e culto é este homem tanto mais será livre. O mal nada mais é do que o desvio da vontade face a lei natural, o qual sempre poderá ser corrigido pela reeducação.

Claro que este homem é condicionado por diversos fatores e que quanto mais ignorante for e mais alienado, menos será a esfera de sua autonomia. Determinado no entanto este homem não é. Por isso nós não acreditamos no destino e tampouco no mecanicismo materialista.

Assumimos uma perspectiva evolucionista ou evolutiva mas não unilinear e se percebemos uma complexização ascendente em termos biológicos, sociais, técnicos e econômicos, temos sérios motivos para suspeitar quanto ao progresso humano ou ético. Não o constamos, quiçá porque nos concentramos no técnico e no econômico, na medida em que nossa civilização foi assumindo um caráter cada vez mais materialista ou, nos termos de P Sorokin, sensorial.

Desta substituição do ideal religioso - desfigurado pela reforma protestante - (Com seu viés solifideista ou não ético) - por um ideal materialista economicista, em seguida cientificista e por fim estatólatra /totalitário, resultou uma concepção relativista e subjetivista de existência que prevaleceu em todos os setores da vida: Na epistemologia, na ética, na arte... De modo que nada mais há de estável, de seguro ou de comum. Tudo foi substituído por hipóteses ou interpretações de caráter individual. Chegamos a um mundo em que não há verdade, ao menos em sentido transcendente. Tudo quanto existem são opiniões, e a própria ciência já foi classificada como descrição de fenômenos ou seja como algo aparente e em parte relativo a nós mesmos.

Para este homem contemporâneo, filho da reforma, da revolução francesa e do pós modernismo não há mais fé ou Cristo, nem Deus, conhecimento objetivo ou lei natural; e mesmo ciência. Todas as certezas acabaram-se e ele chegou ao nada absoluto. No entanto este homem não pode prescindir do transcendente ou do absoluto, cujo sentido íntimo transferiu ao estado, a raça ou mesmo o indivíduo e disto resultou a afirmação das místicas ou religiosidades seculares como o comunismo, o fascismo, nazismo e anarco individualismo; as quais afirmaram-se após o colapso do positivismo, cuja 'deidade' era o progresso ou a ciência. A própria razão, adorada pelos revolucionários franceses, não tardou a ser levada a guilhotina pelo irracionalista Kant, o filósofo de Lutero... Tais as culturas de morte contra as quais nos esbatemos nesta folha - faltando incluir apenas o liberalismo econômico ou capitalismo - e as quais juramos levar uma guerra sem tréguas.

Fiéis a nossa cultura greco romana ou a nossas raízes clássicas nós continuamos a defender o ponto de vista de Aristóteles ou de Antíoco de Askelon nos domínios do conhecimento humano. Nossas epistemologia e gnoseologia são objetivistas, realistas ou conceitualistas e nós afirmamos a existência de verdades universais que transcendam aos indivíduos com todas as suas implicações lógicas. Nós cremos no Bem, na Verdade e na Beleza como reflexos do absoluto.

Em nossa concepção integradora da existência há espaço para a religiosidade, a reflexão filosófica, a ciência... Mas o eixo coordenador de tudo é a Ética e a Ética humanista/personalista, voltada para a dignidade da pessoa humana.

Tais as fontes de inspiração deste Blog - A racionalidade, a vontade livre e os princípios do Bem, da verdade e da beleza; assim a tolerância, a justiça, a cordialidade, a honestidade, o amor, a estima pela paz, etc Valores dos quais fazemos praça e não ocultamos. Valores que não cremos serem ultrapassados, inviáveis ou relativos e que não julgamos pelas circunstância ou pela situação, pois de modo algum cremos que os fins justifiquem os meios, mas que os meios são sempre dispostos em conformidade com o fim.

Por isso, passado um ano, e tendo atingido a marca de mais de cem leitores por mês, agradecemos gentilmente a cada um dos senhores pela oportunidade de entrar em seus lares levando o pão do espírito e sólido alimento para a consciência. Certamente não concordamos com tudo ou a respeito de cada coisa, mas acreditamos na possibilidade do diálogo e sobretudo do entendimento mútuo enquanto fim último da liberdade. E assim a cada dia nos tornamos mais e mais racionais...

Neste Blog você continuara encontrando larga cópia de material tomado as áreas da Filosofia, da Psicologia, da Sociologia, das Ciências políticas, da Pedagogia, do Direito, da Literatura, da Arte, da Antropologia, da Biologia, da Teologia, etc Sempre permeado pelos valores enunciados. Esperamos contar com todos vocês e continuar sempre juntos, lutando por um mundo melhor, mais justo e fraterno.




"Nada do quanto seja humano me é indiferente." Terêncio

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