segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Impressões sobre a 1ª feira anarquista da baixada santista



No dia 23 de agosto a cidade de Santos recebeu sua 1ª feira anarquista, com pessoas de todos os lugares do estado e até mesmo companheiros do Chile.
Para os que dizem que anarquia é sinônimo de bagunça é porque nunca estiveram numa feira anarquista, a feira estava muito bem organizada, e a organização da feira não contou com líderes nem dirigentes. Embora o espaço fosse pequeno todos encontraram espaço para fazer exposições de livros, revistas, fanzines, discos, camisetas, etc... Repito, a feira estava muito bem organizada como bem se vê pelas fotografias que foram tiradas e pelos vídeos que fizeram. Uma amiga minha foi na bienal do livro em São Paulo, e ela disse que a bienal estava um caos,  essas são as palavras que ela usou para caracterizar a desordem da bienal do livro: “Quem for a @Bienal do Livro se prepare para enfrentar filas quilométricas para tudo, para a falta de organização, para multidão, para preços iguais das livrarias físicas e mais caros que as virtuais.

Levem muita água! Uma garrafinha custa 4 reais!
Levem lanche, assim é menos uma fila para enfrentar!
Tenham dorflex na bolsa para quando a dor chegar, vocês não andam lá dentro e sim se arrastam.
Tenham cuidado com as crianças!
Quem é professor pode se cadastrar no site para não pagar (eu não achei) ou na porta ( não achei parte 2) , quem não é, compre pelo compre ingressos, assim é menos uma fila!”.


Pois é, em nossa feira anarquista ninguém precisou enfrentar filas, não teve falta de organização, pelo contrário, os anarquistas são bem organizados. Na feira anarquistas tinham várias editoras, e conversando com alguns representantes de editoras anarquistas eu mesmo consegui uns bons descontos. Ademais teve uma barraca de troca-troca de livros libertários, quem não quisesse ou não pudesse comprar poderia trocar livros por livros, até mesmo por alimentação vegana se fosse feita a proposta, houve uma troca do livro A Revolução dos Bichos por fotos de Sacco e Vanzetti. E a comida era cara? Não, a comida era natural, vegana, de ótima qualidade, limpa e o melhor, com um preço de baixo custo para o consumidor. Ali ninguém precisou passar fome. Dentro da bienal ninguém andou, mas na feira as pessoas se locomoviam com facilidade apesar do espaço apertado, porque lá as pessoas são libertárias e por isso se respeitam. Quanto as crianças, elas tiveram um espaço só delas e teve um cuidador para protegê-las. Caramba! Esses anarquistas pensam em tudo mesmo!

Mas a feira anarquista só foi para vender livros e comida? Não, de forma alguma, o principal objetivo da feira é divulgar os ideais anárquicos e lutar contra todas as formas de preconceito: racismo, homofobia, machismo, sexismo e tantos outros.
A feira anarquista teve vários debates, teve uma sessão de cinema que exibiu um documentário, teve oficinas, teve poesias, teve peça de teatro, show de palhaços, teve cantores de rap e o mais importante a presença de uma representante das Mães de Maio, a Débora Silva Maria que falou das conquistas das Mães de Maio e das denúncias contra os desmandos da polícia militar, principalmente a do estado de São Paulo.
A feira anarquista além de tudo isso foi um ótimo lugar para conhecer gente interessante e trocar ideias sobre literatura libertária, política e todos os problemas que afligem os oprimidos. Só encontrei um defeito na feira anarquista, é que durou apenas um dia e me deixou com um gosto de quero mais.


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