domingo, 12 de outubro de 2014

AÉCIO E SEU “CHOQUE DE GESTÃO” NA EDUCAÇÃO MINEIRA




O texto a seguir é do meu amigo Camilo Gomes Jr., dono do blog A voz da espécie , Camilo é advogado e apaixonado por ciências e nas horas de folga é cientista político. Ele reuniu vários artigos que desmentem o candidato mineiro Aécio Neves em seu horário de propaganda política.


Uma das coisas que mais me irrita na propaganda do Aécio é a mentirada deslavada, sobretudo quando fala na Educação de Minas sob os governos tucanos (incluindo seus dois mandados consecutivos).

Mentira, porque bastaria uma consulta (que ninguém faz) e logo se saberia que o que ele diz não bate com a realidade.

Abaixo destacarei alguns pontos do programa tucano para ferrar com os professores e com a Educação em Minas Gerais. As informações vêm da Profª. Beatriz Cerqueira, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) — baseando-se em “estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), relatórios do Tribunal de Contas do Estado, e mesmo as publicações oficiais do governo”¹ — e do Sr. Henrique Torres, professor de Geografia na rede estadual mineira há mais de 15 anos²:

• O governo tucano em Minas manipula as informações sobre qualidade da educação, divulgando apenas o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB), enquanto outros indicadores que apontam os problemas simplesmente são omitidos da população.

• O tal programa Fica Vivo, ao contrário do que diz Aécio, não conseguiu diminuir a violência. Na verdade, a taxa de homicídio em Minas aumentou 80% de 2001 a 2011.

• Os programas do Governo tucano mostrados na TV não passam de propaganda enganosa: eles não atingem a maioria dos municípios mineiros. Só para citar um exemplo, o famoso Poupança Jovem, de que Aécio tanto fala, atende apenas NOVE municípios — lembrando que Minas é o estado brasileiro com o maior número de municípios no Brasil, 853 ao todo.

• Simplesmente faltam hoje 1.010.491 de vagas no Ensino Médio. Ou seja, mais de um milhão de adolescentes mineiros ficam fora da escola não porque não querem estudar, mas porque não há onde estudar.

• Na Educação Infantil, não é muito diferente: 65% das crianças mineiras não conseguem uma vaga.

• O governo tucano em Minas não paga o Piso Salarial Profissional Nacional aos profissionais do Magistério, conforme determinado pela Lei Federal 11.738/08 e decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Desde 2008, os professores lutam pelo pagamento desse piso. Para se ter uma ideia da situação vergonhosa dos profissionais de educação no estado: em 2010, o piso nacional era de R$ 1.024,67; mas, em Minas, muitos professores com licenciatura plena, em escolas estaduais de diversos municípios, estavam ganhando apenas R$ 550,00 por uma jornada de 40 horas semanais (ou seja, oito horas por dia).

• O governo tucano congelou a carreira de todos os trabalhadores em educação até dezembro de 2015.

• O governo tucano em Minas simplesmente acabou com o Fundo de Previdência dos Servidores Estaduais (Funpemg), o qual já tinha capitalizado mais de R$3 bilhões para aposentadoria dos servidores.

• Em 2007, o governo Aécio efetivou 98 mil servidores públicos NÃO CONCURSADOS, uma prática sabidamente ilegal. Graças a isso um terço dos professores mineiros, que estavam nesse situação (isto é, sem concurso), tiveram de ser demitidos em 2014, após determinação do STF. Consequência disso, hoje faltam 1,5 milhão de profissionais da educação nas escolas públicas de Minas Gerais.

• Outra consequência da irregularidade cometida por Aécio citada acima foi que essa efetivação ilegal fez com que milhares de professores que haviam sido aprovados em concurso não pudessem ser nomeados entre 2007 e 2014, pelo simples fato de que suas vagas já estavam ocupadas, de maneira ilegítima, por aqueles professores que, por causa de sua situação irregular, resignavam-se, calados, ao salário humilhante, abaixo do piso nacional, que o governo passou a pagar a partir de 2008.

• Durante o governo Aécio, em média, CINCO professores concursados se demitiam POR DIA, na rede estadual de Minas Gerais. Afinal, além do salário mais baixo do Brasil, os profissionais de educação anda tinham de enfrentar o despreparo da polícia para lidar com suas greves e o simples silêncio do governo, que se recusava a negociar condições melhores.

• Destaque-se ainda que a desculpa de Aécio Neves, de que “a educação no país inteiro é um caos”, é mais uma conversa fiada desse senhor. Minas Gerais é nada menos que o 3º estado mais rico do Brasil; porém, paga até hoje O PIOR salário para professores da rede estadual no país. No estado mais pobre do país, Roraima, o salário pago é QUASE DUAS VEZES MAIOR.

• Por fim, lembremos que o tal “choque de gestão” de Aécio significou levar o estado para a antepenúltima posição no ranking de investimento em Educação (dentre os 26 estados do país, Minas é o 24º nesse quesito). Por outro lado, a dívida do estado cresceu, e hoje Minas é o 2º estado mais endividado do país.

E ainda há muita gente aplaudindo isso tudo. Pelo visto, educação é uma coisa que está mesmo fazendo falta. Muita falta.




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FONTES:

¹ http://www.viomundo.com.br/denuncias/beatriz-cerqueira.html


² http://plantaobrasil.com.br/news.asp?nID=82117

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LEIA TAMBÉM:




http://www.otempo.com.br/cidades/cinco-professores-se-demitem-por-dia-das-escolas-estaduais-1.717680


http://www.viomundo.com.br/denuncias/o-desabafo-do-professor-com-a-crise-da-educacao-em-mg.html



http://www.robertomoraes.com.br/2013/04/desabafo-e-distencia-de-professor-da.html



http://amp-mg.jusbrasil.com.br/noticias/2926973/minas-e-o-estado-que-paga-salario-mais-baixo-para-professor-diz-jornal

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