sábado, 24 de julho de 2021

Entrevista - Parte final

01) Individualismo?

Egoísmo - O veneno do tempo.

02) Personalismo?

O ser humano recebe está condição, a condição humana. Nascemos já enquanto seres humanos, não como ou enquanto pessoas. 

Segundo Mounier nós nos tornamos pessoas por meio de um processo.

Nos tornamos pessoas quando saímos de nós mesmos e nos conectamos aos outros. 

Tornar-se pessoa é criar vínculos afetivos na dimensão do social.

03) Humanismo?

Continuação de um ideal grego ou melhor Socrático e/ou ainda platônico que afirma a essencialidade da Ética/moralidade, a livre iniciativa do agente social e a primazia da justiça enquanto princípio. 

Por via do Cristianismo ou do Evangelho, com o Dominicano Francisco de Vitória chegamos a noção da dignidade inerente do ser humano ou dos direitos humanos enquanto entidades essenciais.

Engloba atualmente uma coordenação entre valores derivados da política liberal, a forma democrática, a ética essencialista (Jusnaturalismo), os direitos humanos e a justiça social ou justicionismo. Tais os elementos que compõem. Impossível ser humanista sem ser politicamente liberal, democrata ou melhor policrata, jusnaturalista e essencialista; pois a adesão a tais princípios equivale sempre a promover ao máximo o ser humano.

04) Feminismo.

Antes que eu mesmo reconheça os abusos historicamente criados em torno deste ideal devo insistir que o abuso jamais tolhe o uso e que todas as instituições, mesmo as divinas, sofrem abuso por parte dos homens, assim o Evangelho a ser 'livre' ou 'subjetivamente' interpretado ou distorcido. Tal o caso do evolucionismo biológico, da ciência, da metafísica, do socialismo, do jusnaturalismo, da moral, etc Tudo sem exceção sofre abuso e por isso toda e qualquer solução iconoclástica torna-se inviável. Ou teríamos de abolir todas as coisas, todas as doutrinas e instituições, sem que nada restasse.

Todavia, dentro de suas medidas e pugnando por um objetivo justo é o feminismo, segundo J S Mill, amplamente libertador e poderoso aliado das instituições democráticas e liberais. Pois na medida em que nos libertamos libertamos igualmente aos outros, em especial aqueles que estão habituados a dominar, dentre todos os piores escravos enquanto escravos do ego. Ninguém liberta apenas a si mesmo, mas também aquele que o oprime. 

Assim quando a mulher cessa de permanecer presa ao fogão e a ignorância cessa de ser dominada pelo xeque, pelo rabino ou pelo pastor, assim de ser usada e manipulada por eles e de servir como espécie de arma contra as instituições democráticas. Sobretudo quando permitimos que a mulher instrua a si mesma, e que trabalhe, e que se sustente - É claro, sem abandonar de todo o lar, mas compartilhando-o com seu esposo. - e que tome suas decisões, que seja sujeito de direito, que se possa separar quando desejar, etc estamos libertando antes de tudo a prole, posto que a mulher, sendo escrava ou livre é sempre educadora. Portanto faze-la livre é como que criar um curso intensivo de liberalismo para a prole ou ainda prover uma atmosfera de liberdade tendo em vista a formação de cidadãos livres. 

Além disso reconhecer a equivalência de direitos e deveres para homens e mulheres é satisfazer uma demanda posta pela própria justiça uma vez que da parte da natureza inexistem diferenças essenciais entre os dois gêneros em termos de superioridade e inferioridade. Portanto quanto as mulheres e homens pugnam pela liberdade feminina e pela igualdade pugnam por uma causa essencialmente justa, destarte por um bem. 

Outro o caso das tais radifens, feministas fanáticas ou sectárias que postulam uma superioridade essencial para as mulheres, ora isto não passa do veneno machista invertido, o que da mesma maneira ocorre no campo do racismo ou do preconceito racial.

05) Quer dizer que há um racismo invertido?

Compreendendo uma das mais bizarras monstruosidades surgidas no curso da História humana não pode o racismo ser tolerado sob quaisquer formas ou expressões.

Temos então de falar no justo combate ao racismo por parte de um igualitarismo essencial absoluto, isto em termos de etnia, de direitos naturais e de deveres, mas não necessariamente em termos de cultura.

No entanto ao menos quando ao aspecto biológico ou natural podemos postular um igualitarismo essencial absoluto. Todos os seres humanos são absolutamente iguais em termos de direitos e deveres.

O que nos obriga a abordar o tema polêmico da inversão racial ou da reprodução do preconceito e da discriminação por parte dos africanos ou pretos.

Há inclusive uma Ideologia forjada por essa inversão, o pan africanismo. 

Aproveitando-se deste clima tóxico produzido pelo relativismo/subjetivismo os teóricos desta ideologia tem buscado demonstrar que foi o Egito antigo um espaço ocupado majoritariamente por negros ou que ao menos seus dirigentes os faraós foram praticamente todos negros. Fora de discussão a existência de uma Dinastia negra ou 'africana' procedente de Meroé e cujo principal representante foi Taharca, um grande faraó guerreiro. Dai concluir que todas as dinastias e que todos os Faraós e dirigentes egípcios foram pretos é uma desonestidade, mormente quando os egípcios sabiam perfeitamente discriminar os povos pretos do Sul sob o término de Nehesi e assim pinta-los de preto enquanto que a si mesmo pintavam de vermelho e a suas mulheres com rosa claro.

Seguem no entanto tais ideólogos adiante e quando não tentam demonstrar que também Sócrates era negro - rsrsrsrs... ousam repudiar a Sócrates e a toda Filosofia grega em bloco por não ser africana, o que denota já etnocentrismo ou racismo. 

Fato é, e lamentável, que tais discussões tem frequentemente ultrapassado o plano teórico e chegado ao plano prático da vida vivida. Eu mesmo, que por ser descendente de judeus e mediterrânicos não sou caucasiano mas moreno (Diria tipicamente semita.) ao ter questionado - Numa discussão pública! - as incoerências contidas no discurso de um negro africanista obtive a seguinte resposta por parte do Ideólogo: O Senhor não sabe de nada porque é um branco (Ora eu não sou nem negro nem branco mas semita ou mediterrânico, com uma parte de Ameríndio!) e eu não discuto ou diálogo com brancos, apenas com homens pretos.

Não hesito classificar esse tipo de resposta como racismo ou preconceito invertido. Posto que o homem insinua que os brancos e demais seres humanos sejam incapazes de compreender ou de pensar. Que sejam inferiores aos pretos quando ao aparelho cognitivo. Que seja impossível dialogar com quem não é negro! Francamente, como classificar tal tipo de atitude. A qual torna-se cada vez mais comum no Brasil... Bem, o que estamos assistindo hoje é a criação de um sectarismo étnico. Inclusive por parte de nossos povos indígenas, o que posso falar com pleno direito por ter em minha árvore uma ancestral indígena.

Não se trata portanto de pugnar pela liberdade ou por direitos iguais, e já estamos ouvindo mais uma vez e com complacência o velho e perigoso discurso da superioridade.

Da mesma forma como não há autoritarismo mau e autoritarismo bom numa sociedade avançada tampouco podemos admitir que haja racismo mau e racismo bom - Racismo algum é bom ou tolerável parta do branco, do negro ou do índio. 

Por ser favorável a igualdade, a liberdade e aos direitos de negros e índios nem por isso sou contra a totalidade da cultura branca ou européia, como se nada nela prestasse... Avaliações culturais feitas em bloco são sempre perigosas. Nada mais leviano do que lançar as favas o Cristianismo antigo junto com o capitalismo ou a Filosofia grega junto com o nazismo, ou ainda o pós modernismo com o jusnaturalismo ou a ciência. 

Uma visão equilibrada da realidade considera que cada etnia, povo ou sociedade contribuiu de alguma maneira tendo em vista a evolução do todo. Temos assim a caverna de Blombos na África do Sul como berço do progresso humano, mas também temos a Índia com os numerais arábicos, a china com a bússola, o papel, a pólvora, etc A Suméria, o Egito, a Grécia, etc como que formando uma grande simbiose social.

06) Equivalência ou igualdade cultural?

Tudo quanto faz o homem é cultura e hoje sabemos que até mesmo alguns tipos de animais produzem cultura.

O que não significa que sejamos obrigados a avaliar todas as formas de cultura como absolutamente iguais. Postular o contrário é forçar a barra e exigir submissão ao relativismo, ao relativismo ético inclusive (Nos termos de um L Levy-Bruhl.)

Tudo é cultura porém nem toda cultura tem o mesmo valor e podemos sim atribuir valores diferentes pretendendo que hajam formas superiores e inferiores de constelações culturais.

Em termos de cultura não posso deixar de afirmar algumas como superiores assim a sumeriana, a egípcia, a grega, a bizantina, a italiana da baixa Idade Média ou a francesa durante o século XVII... E o quanto temos para medi-las é considerar o que delas passou a nossa cultura ocidental contemporânea. Não posso alistar aqui a antiga cultura israelita por não acreditar que o fenômeno Cristão tenha partido dela como algo imanente, pelo contrário todas as investigações apontam para uma radical oposição entre o elemento Cristão i é o Evangelho ou Ética e aquela cultura. Eu encaro honestamente o fenômeno Cristão como algo sobrenatural ou Revelado, não como produto da cultura e jamais ocultei tal ponto de vista.

Todavia, caso tomemos por medida a imanência, Sócrates ou o socratismo se destacam em termos de Ética como algo universalmente relevante, assim a gnoseologia e a epistemologia de Aristóteles, bem como as contribuições de um Scottus ou de um Aquino, assim as de um Descartes ou de um Pascal, as de um Shakespeare ou de um Molière, as de um Dante, de um Camões, de um Klopstock ou de um Cervantes - São entidades culturais ou estéticas que não encontraríamos na Ilha de Páscoa, nas Ilhas Trobriand, entre os bosquímanos, xavantes ou anasazis. O que não quer dizer que para seus agentes tais culturas nada possuam de bom ou mesmo de belo. Efetivamente satisfazem as demandas de seus membros, sendo funcionais. Outro o caso dos exemplos acima citados, os quais satisfazem anelos universais e comuns a espécie de modo que mesmo um alacalufe, um hotentote ou um Puri deixaria de avalia-los como belos ou relevantes. Por isso é o Hecatonpedon visitado por pessoas de todas as partes do mundo, sem que seja avaliado como feio por quem quer que seja.

07) Arte moderna?

Psicologista e utilitarista.

Por ser psicologista ou meramente subjetiva admite que o artista determine suas regras, o que foge a qualquer tipo de avaliação objetiva. Partindo dela os concursos não fazem qualquer sentido, posto que toda avaliação meramente subjetiva é arbitrária. Nada mais complicado do que mensurar supostos estados de espírito ou emoções. Por isso que a arte clássica se limita a avaliar externamente as formas, as cores, etc podendo dar a público suas razões, o que num concurso qualquer é bem mais honesto. Tais razões sempre podem ser contestadas, estados de espírito ou emoções não. Alias, partindo de tais premissas qualquer pessoa poderia ser juiz em matéria de arte... E no entanto temos juízes??? Qualificados no que? Em nada que não esteja no teu ou no meu acesso.

Por ser utilitarista, pragmática ou funcionalista é esta arte filha do capitalismo com sua fabricação de objetos em larga escala, o que obviamente excluí o adorno como supérfluo por ser custoso. Nesta perspectiva, isento de adornos ou enfeites ociosos, cessam tais peças de ser obra de arte... posto que nada mais há nelas de humano ou de pessoal. A produção em massa é adversária da arte... O sapato de outrora era a um tempo um sapato ou objeto destinado ao uso e uma obra de arte por conter adornos, quase sempre feitos a mão. 

O Capitalismo por meio do utilitarismo separou a arte da produção. Por meio da arte moderna separou a arte do belo ou o belo da arte, substituindo o belo por impressões psicológicas vagas e indefinidas. 

Separar o objetivo do subjetivo e priorizar um dos dois será sempre obscurecer e distorcer. Pois é o humano a um tempo objetivo e a um tempo subjetivo. Sendo apanágio da arte despertar um impacto sentimental por meio da contemplação da beleza e não despertar emoções indefinidas por meio do grotesco, ou ainda servir como meio para descarregar as emoções com exclusão da beleza.

Não posso ver a arte como estância destinada a manifestações derivadas do inconsciente. E sim como expressão do quanto haja de mais belo na realidade ou no mundo exterior, portanto a nível da consciência. Por tais razões só posso encarar a arte moderna como um desvio.

Para encerrar o assunto a arte deve ser inútil por definição como sentenciou Paul Valery, não poder ser delineada por editores com propósitos lucrativos. Via de regra o que é editável, lucrativo ou barato é lixo, isso mesmo lixo, e não arte. Não é feita a arte para ser consumida em alta escala pelas massas mas para ser degustada por almas sensíveis. 

Após ter engendrado o modernismo e a tal cultura de massas o liberalismo econômico continua a empobrecer e a ameaçar a arte. 

08) O Funk, a música contemporânea de modo geral.

Por tornar-se psicologista como a arte moderna de modo geral a música converteu-se em som ou melhor em ruído ou barulho, quando no passado era harmonia entre notas ou composição. E sequer precisava ser alta para se degustada - "O barulho jamais faz bem e o bem não faz barulho." é lema que cabe perfeitamente a música.

A música moderna enquanto barulho tanto pode significar invasão cultural ou reprodução ditada pelo ritmo das relações sociais (Líquidas segundo Z Baumann) e da produção econômica, como podería significar uma tentativa de fuga da realidade por meio da dispersão, posto que o barulho aliena e dispersa. Neste caso o barulho na música faria o mesmo papel que as micaretas religiosas do pentecostalismo (Alias tão barulhento quanto.), as drogas, a hipersexualidade, os jogos eletrônicos, etc criando uma espécie de realidade paralela. 

De um modo ou de outro o barulho sempre dispersa, aliena e afasta o homem da interiorização e da reflexão. É algo sem conteúdo por ausência de notas e composição, i é, de melodia, exceto na perspectiva da arte moderna que é, como vimos acima, psicologista e emocionalista. Ora o emocionalismo exacerbado é inimigo da reflexão.

Para além disso as mensagens divulgadas pelo funk são quase sempre perniciosas: Hipersexualismo ou erotismo deslocado até a pornografia, machismo, homofobia e até mesmo estímulo ao consumo de drogas... nada de eticamente elevado ou educativo. 

Quando embrenha-se pelos domínios da dança converte-se o Funk em calamidade, supondo que consista a dança a balançar a bunda, em balançar o peito ou em simular a cópula. Claro que um espetáculo de dança ou opera pode ter um conteúdo sexual ou erótico, outro o caso de reduzir toda trama ou todo espetáculo em atos de natureza sexual, aqui o quanto temos é um reducionismo tosco. Dança para mim é balé e música para mim é ópera, criações nas quais bem pode haver algum espaço para o erotismo mas que não se reduzem a ele situando-o num drama ou numa narrativa. Seguidamente a ópera temos os consertos ou a música instrumental, a qual também supõem uma trama ou narrativa. Também a música folclórica ou regional pode conter um repertório bastante rico. Ora música é composição, narrativa e trama, não apenas som. O simples vocal já é sinal de reducionismo ou empobrecimento ditado pelas circunstâncias acima citadas. Nada educativo.

09) Não é sua concepção de arte elitista?

Massivista é o que não é.

Porém prefiro dizer educativa, integral ou ainda essencialista.

Lamentavelmente as massas apropriaram-se do belo, da expressão artística ou a Arte, com exclusão do povo, e fizeram delas um monopólio. Estabelecendo inclusive uma segregação, por saberem que a Arte educa e humaniza.

Diante disso as esquerdas simplistas, desorientadas e iconoclásticas passaram a votar imenso ódio ao quanto seja clássico, humano e educativo por ter sido apropriado pelas elites burguesas. Já os bens materiais não querem os revolucionários iconoclásticos, apenas os culturais ou imateriais, posto que Sorel deixa bem claro que os bens econômicos devem ser conservados... Que brincadeira de mau gosto é essa? 

Julgo que a posse de tais bens culturais e das expressões clássicas da arte deva ser recuperada pelo povo, tal seu valor educativo e humano.

Alias a intencionalidade dos burgueses ao privar tais grupos do acesso a tal conteúdo foi justamente brutaliza-los ou desumaniza-los. No que foram bem sucedidos até certo ponto. Do contrário não teríamos sunitas, pentecostais, carismáticos, comunistas e anarquistas circulando por todos os lados... 


10) Alienação?

Fuga de uma realidade que nem sempre podemos viver ou transformar.

Mesmo o intelectual ou humanista precisa alienar-se em certa medida e até certo ponto da realidade ingrata a que busca transformar, nem sempre com sucesso (Ao menos imediato.) Tal a alienação saudável, destinada a abastecer e a reabastecer, representada pelo consumo moderado de licores, pelo consumo parcimonioso do fumo, pela degustação culinária, pela boa música, pela composição poética, pelo teatro, pelas exposições de arte, etc 

Há no entanto quem movido pela angústia ou pela frustração fuja a toda medida. Chegando a uma dependência insuperável.

Quanto as formas há diversas: Jogos eletrônicos, Televisão, Futebol, hipersexualidade, cigarro, álcool, entorpecentes, comida, o fanatismo religioso ou ideológico, etc Tais os assim chamados vícios - Os quais se tornam patentes quando afetam a qualidade de vida do sujeito. 

Quanto ao mais terríveis como o álcool ou as drogas, na medida em que as sensações produzidas pelas substâncias mais fracas vão se tornando costumeiras ou banais a tendência é consumir substâncias, bebidas ou drogas, mais fortes, o que subindo vai em escala até a morte ou o suicídio por overdose no último caso ou por algum tipo de enfermidade quando ao primeiro caso. 

Quanto as demais formas, tanto mais inocentes, via de regra limitam-se a reduzir ou a disfarçar a realidade dada, convertendo o sujeito em prisioneiro inconsciente. De modo que se exila no mundo da bíblia, dos romances, da novela, do futebol, da hipersexualidade, da realidade digital paralela, dos jogos eletrônicos, etc E o que temos aqui são prisões, grades ou cárceres invisíveis. 

No mais das vezes é um alienado - A peregrinar de alienação em alienação. - uma espécie de morto vivo ou zumbi...

11) Como evitar uma tal condição?

Distrair-se com as formas de alienação inocentes e episódicas. Vá ao Teatro, a exposições, a espetáculos musicais, feiras de arte, etc Ouça boa música, cante, dance, desenhe, pinte, esculpa, modele, recicle, pratique algum esporte ou faça dinástica, jogue com familiares ou amigos. Faça palavras cruzadas, pesca palavras e todo tipo de joguinhos diariamente. Reserve um tempo para isso, pois tudo isso é higiene mental que ajuda a descontrair. 

Observar a vida vivida: Passear, viajar, ler jornais e revistas, etc

Manter-se bem informado ou simplesmente cultivar um ritmo de leitura.

Busque conectar-se ao todo ou ao universo cultivando alguma forma de espiritualidade. Entre num belo templo religioso: Ortodoxo, romano, anglicano, judaico, budista, etc eleve o pensamento, faça uma prece mental, respire moderadamente, aproveite o silêncio, deguste a música religiosa, contemple as expressões artísticas do espaço, etc 

Tudo isso te ajudará a ser mais resistente, a conhecer a realidade, a suportar tal conhecimento e a lutar com objetivo de melhorar as coisas. 

12) Homofobia?

Sinal dos tempos ou de nossa profunda decadência. 

O fenômeno da homofobia é um dos mais escandalosos e incoerentes que se tem manifestado neste tempo.

Pois se trata de um elemento cultural semita ou judaico - Assim presente na abominação islâmica. - que nada tem de Cristão assumindo por parte considerável dos Cristãos e pela quase totalidade dos protestantes que se situam para além do calvinismo e do pentecostalismo. Pois eles de fato por professarem a terrível do 'corão cristão' ou da inspiração plenária, linear e verbal, são judaizantes, sectários e fundamentalistas, sempre a serviço da Torá ou da Mikrá, mesmo quando a maior parte dos judeus esclarecidos dela já se desprendeu há muito. Aqui, sem dúvida alguma, são os judeus bem mais civilizados.

Repito, perigoso, extremamente perigoso esse 'Elo de ligação' com o islamismo, há outros (Como o machismo e o adultismo.) este porém é o mais forte deles e pode servir como via de acesso...

Condenar a homo afetividade sem estar firmado em Jesus Cristo (Legislador completo e divino que jamais a condenou.) implica condenar o que mais fingimos admirar: A Cultura e civilização gregas, e dar Sócrates, Platão, Aristóteles, Parmênides, Anaxágoras, e outros gregos ilustres por degenerados e perversos! Esse mesmo Sócrates que Rousseau declarou ser pouco menos do que Jesus Cristo! Esse mesmo Platão núncio da justiça! E esse mesmo Aristóteles que serviu de modelo ao Aquino! Pois todos estes viveram numa sociedade homo afetiva ou homossexual.

E essa mesma Sociedade homossexual, que deveria ser monstruosa, legou-nos o Teatro, a História, a Filosofia, Os cânones de Polikleitos, os rudimentos da ciência... 

Mesmo os odinistas que afetam grande amor a inculta Esparta deveriam estar cientes de que eram os espartanos praticantes do homossexualismo, inclusive aquele valente Leônidas, que por mais de três dias conteve um milhão de persas, cujas flechas podiam obscurecer a luz do dia... Não era maricas ou efeminado mas era homossexual - Ponto e basta.

Assim grande número de intelectuais e cientistas que costumamos da mesma forma reverenciar, a começar por Leonardo D Vinci. 

Grosso modo é a homofobia uma forma de hipersexualidade invertida e deslocada. 

Pois implica dar por importante o que não possuí qualquer importância ou sentido. Equivalendo a um transtorno moral, pois o que devíamos considerar é se determinada pessoa é justa, compassiva, leal, veraz, etc e não qual seja sua opção sexual, o que é eticamente irrelevante.

Tomo tal afirmação ao Evangelho de Cristo onde não deparo com fartura de matéria sexual, a qual os neo cristãos emprestam tanta importância. Repito é tomar o Mestre por incompleto, insuficiente ou leviano. Quando penso em coisas espiritualmente relevantes julgo terem sido sempre abordadas por aquele cuja origem é divina. 

Daí parecer-me que o pensamento de Jesus corresponde ao oposto do pensamento farisaico, centrado no traje, no cardápio ou na dieta e enfim na sexualidade. Não observo Jesus Cristo decretando o uso de determinado traje, como não o vejo recomendando dietas ou roteiros sobre o que comer ou beber e tampouco sancionando ou condenando práticas sexuais. Parece que exterioridades ociosas e costumes não são o foco do Evangelho redentor.

Por isso não me ocupo de tais questões. Como não crio caso num restaurante pelo fato dos demais escolherem um prato diverso do meu. Tendo, a bem da verdade a uma dieta ética. Todavia nem por isso, eu, que detesto nabos, chuchu, chicória, almeirão, etc vou esmurrar os que consomem tais vegetais. Repugna-me o gosto do cação, porém de modo algum incomodam-me os que comem esse peixe. Estendo o mesmo juízo ao vestuário: Jamais usaria uma calça boca de sino, porém jamais agrediria qualquer pessoa pelo simples fato de usa-la. O fato de qualquer um de nós ser avesso a prática da pederastia não nos autoriza a cercear o gosto ou a liberdade alheia, não nos autoriza sequer a julga-la, e antes nos obriga a tolera-la.

Imagine só o ouvinte caso as pessoas começassem a agredir umas as outras devido a considerações em torno da dieta ou do vestuário... Que seria das paz social e da tranquilidade.

Uma vez que os vegetarianos, veganos, carnívoros, vitorianos, sumários, etc não nos atacam, agridem ou prejudicam fazem crédito a tolerância e ao respeito como quaisquer cidadãos. Diga-se o mesmo dos homossexuais, transsexuais, etc uma vez que a ninguém atingem ou causam dano com suas práticas fazem jus a tolerância e ao respeito, como quaisquer cidadãos da república ou contribuintes. Agredi-los ou buscar cercear suas liberdades só pode ser fruto do preconceito, o que de modo algum pode ou deve ser admitido pela Lei. 

Tampouco posso admitir que preocupe-se Deus com tais questões, exceto se Jesus Cristo o tivesse dito. Ele no entanto silenciou. 

Considero portanto que a homofobia não passe de tolo preconceito, oriundo da antiga cultura judaíca. Irrelevante que Paulo sendo fariseu filho de fariseu e aluno do Rabino Gamaliel a tenha condenado em nome de sua cultura. Necessário seria demonstrar que Paulo estava firmado ao menos no Evangelho Oral ou na pregação ministrada pelo Redentor. Temos no entanto que Paulo em diversas situações, como prisioneiro da cultura, foge do Evangelho - Assim quando sanciona a o machismo, o adultismo, o estatismo, o escravismo... Reportando sempre a cultura hebraica e jamais a Revelação Cristã. O próprio Paulo em seus escritos teve ocasião de declarar: Digo eu, não o Senhor, o que deveria ter repetido outras tantas vezes. Como Cristão não paulinista repudio a homofobia.

13) Adultismo?

Desde o 'Emílio' de Rousseau é a criança sujeito de direitos, e assim deve se-lo, sendo-lhe garantido o direito de brincar assim como o direito de não ser explorada ou tratada como um empregado e, evidentemente o direito de jamais ser espancada.

Deve a criança ser educada pelo exemplo de seus pais, pela explicação, pela argúcia, e não pela chibata. Deve a criança ser levada a imitar o comportamento de seus pais ou a aceitar as instruções fornecidas por ele com base em sólidos vínculos de afeto construídos. É a partir do amor que deve seguir a imitação, a obediência... Como foi explicitado por Wallon e Rogers o caminho da educação se chama afeto ou amor. E nada temos a acrescentar. Seja amável para com seus filhos e a educação deles estará garantida. Por outro lado, sem afeto ou amor jamais se chegará a qualquer lugar.

14) Especismo/instinto

Está já suficientemente demonstrado que os grandes mamíferos não somente pensam como produzem cultura. Diante disso a palavra mágica instinto já não faz sentido algum.

Auto cognoscentes, inteligentes, capazes de construir relações afetivas... Não podem mais ser os animais tratados como coisas ou objetos. Pelo que se tornam sujeitos de direito. Relação que se não pode ser avaliada por eles pode ser perfeitamente avaliada por nós, criaturas racionais.

Alias não é pelo padrão deles que devemos julgar o quanto percebemos sobre eles porém a partir do nosso padrão, que é racional e ético, e é claro que uma ponderação racional baste para afirma-los como sujeitos de direito e objetos de respeito.

Tem portanto Peter Singer quando pleiteia sua libertação animal em obra já clássica.










Nenhum comentário: