sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Epistola a Casto Inholaru sobre o ideal Católico de Civilização

Graça, paz e bem

Não tendo, o protestantismo, forjado ideal próprio de Civilização, permaneceu oscilando entre dois extremos: O de Lutero, que fazendo da política, da economia e da org social 'caso de polícia' tornou-se padrão de todos os naturalismos subsequentes, do capitalismo ao nazismo e o de Calvino com seu ideal legalista, maniqueu e moralista de civilização Bíblica ou judaizante, assumido pelo pentecostalismo hodierno. Aqui nada de Cristão... Em absoluto. A um lado a aceitação de um padrão materialista e economicista e posteriormente de um padrão estatólatra e a outro a aceitação do padrão judaico ou mosaico r portanto de um padrão arcaico e ultrapassado mais primitivo do que o próprio islã.

Foi nesta luta entre extremos que o protestantismo enfiou a Cristandade dizendo que escolhesse entre um padrão naturalista materialista e um padrão judaico, como se fosse o Cristianismo infecundo, estéril e inútil em termos de organização social e como se não possuísse um ideal próprio de civilização, segundo sua especificidade credal.

O que quero dizer a ti é que os Católicos não tem obrigação alguma de aderir a qualquer tipo de proposta de civilização naturalista seja capitalista, comunista, anarquista, fascista ou nazista; devendo, muito pelo contrário resistir a todas elas e recusar-se a negociar. Afinal a proposta deles, sendo materialista, esta fundamentada neste mundo, enquanto a nossa proposta, sendo essencialista ou realista, procede de outro plano existencial. Assim a ética deles desconsidera amplamente a pessoa humana, enquanto a nossa afirma e assume os direitos da pessoa como sagrados.

Eles substituem a pessoa pelo lucro, negam sua liberdade, separam-na da comunidade, oprimem seu corpo e sua mente, rotulam-na artificialmente segundo o critério de raça, etc E o fim de tudo isto é a aniquilação da pessoa. Pois tudo isto é uma profanação. Mas nós afirmamos que a economia é um meio, que o grupo social é um meio e que a política é um meio tendo em vista a afirmação desta pessoa na perspectiva do bem comum. De modo que o fim último de toda ação humana é a realização pessoal e a aquisição da felicidade.

Grupo social, produção de bens, exercício da cidadania, etc tudo enfim não passa de instrumental tendo em vista o pleno desenvolvimento das potencialidades contidas na criatura racional e consequentemente a construção de uma personalidade equilibrada e saudável. Estamos criando as condições materiais e externas necessária a elaboração de uma personalidade cada vez mais normal. Isto quando propomos um ideal de Sociedade ou Civilização Católica e pugnamos por ele. Catolicismo e humanismo são as duas faces de uma mesma moeda pois os Católicos afirmando que Deus aspirou fazer-se homem não podem negar que santificou a existência que assumiu e que ao assumi-la visou o benefício ou a vantagem do ser humano.

Não possuísse o homem algo de digno e bom, e Deus não teria qualquer motivo para resgata-lo. No entanto se Deus decidiu resgata-lo... Neste caso aniquilar e abater o homem é abater a 'imagem e a semelhança' do Sagrado ou o Sagrado que esta nele.

Por isso o homem não pode nem deve ser abatido. Cumpre-nos imitar a Deus e resgata-lo de todas as situações indignas. Deus acreditou na emancipação, na libertação, na educação, no progresso, na evolução e no aperfeiçoamento do gênero humano e esta crença faz parte da instituição Cristã. O Deus Cristão foi otimista com relação aos homens e assim devemos ser nós.

Aquele que desespera do homem, pode apelar ao ex maniqueu ou cripto maniqueu Agostinho de Hipona, mas não ao Deus que veio ao encontro do homem. Pois esse Deus vem com poder e apto para reabilitar aquele que estreita a si. E unido espiritualmente a Jesus Cristo este homem muito tem a fazer, dando frutos sessenta por um, oitenta por um ou cem por um ao invés de enterrar suas moedas no chão...

O Cristão verdadeiro e consciente de sua missão no mundo faz render a graça de Jesus Cristo por meio de obras, as quais não podem deixar de impactar a sociedade em que vive e de transforma-la. E tão compenetrados estavam os primeiros Cristãos a respeito do que deviam e do que não deviam fazer, que não tardou muito tempo para a Estrutura do Império Romano, sentir-se ameaçada por ele. Não foi sem razão que Ed Gibbons apresentou os Cristãos como responsáveis por sua queda, uma vez que os Cristãos recusavam-se terminantemente a alistar-se no exército - cujo fim era ATACAR E PILHAR as outras nações - e a ter escravos. Ora o fundamento da economia romana eram as guerras de pilhagem e o escravismo, resultando do pacifismo ou do semi pacifismo e da falta de escravos uma ascensão inflacional nada vez mais séria e a partir dela toda uma crise. Esta brecha na economia romana foi aberta pela ética Cristã e aquela estrutura colossal viu-se abalada e ameaçada.

Quando os bárbaros chegaram a crise já havia maturado, de modo que o Império estava não só fragilizado, mas destruído por dentro. Os bárbaros em muitos casos limitaram-se a ocupar certas partes do Império em que a administração imperial já havia entrado em colapso. Instalaram-se em espaços abandonados pelo antes todo poderoso Império romano. O Cristianismo antigo sendo fiel a seus princípios optou por abolir a chaga da escravidão, mas antes do advento da sociologia, não sabia como resolver o problema do trabalho... Vestígios da antiga civilização romana associados as instituições peculiares aos bárbaros deram lugar a um nova ordem, a ordem medieval, que foi uma reorganização das instituições.

Nem por isso conheceu aquele antigo mundo - Ociental - a paz externa e interna. Requisito fundamental para que a mãe Igreja educasse aqueles povos e produzisse uma civilização própria. Civilização autenticamente Cristã foi produzida apenas e unicamente no Oriente, sendo representada pelo Império Bizantino. E é uma desgraça que suas instituições sociais ainda não tenham merecido estudo acurado e atento por parte dos estudiosos ocidentais, em especial pelos Cristãos. Pois trata-se da primeira experiência social e talvez única, em que o Cristianismo pode encarnar-se e inspirar na mais larga escala a organização dos negócios públicos e a implementação do bem comum. A esse respeito leiam as obras do bizantinista Anthony Kaldellis ao menos quanto ao aspecto político.

Tornemos porém ao Ocidente - que é nosso foco - sabendo que a Civilização Cristã Bizantina foi aniquilada pelo islã há cerca de setecentos anos. Cedendo lugar a uma nova ordem.

O ocidente continuou a ser atacado a abalado pelos bárbaros nórdicos até meados do ano 900 ou mesmo 1000, quando a Escandinávia principiou a ser Cristianizada. A evangelização da Escandinávia foi fator de suma importância para o ulterior desenvolvimento das Sociedades europeias pelo simples fato de ter produzido relativa estabilidade. Relativa porque a Europa continuava a ser ameaçada pelos muçulmanos procedentes do Oeste e do Sul e porque os nobres e senhores feudais, mantendo os costumes germânicos não cessavam de lutar e de fazer guerras uns contra os outros.

Ainda aqui foi a Igreja que teve de tomar a iniciativa de introduzir a paz por meio da trégua de Deus, idealizada por Gerardus. Eis outra instituição ou fator que não podemos menosprezar. Pois ao cabo de um século ou de século e meio a paz interna havia avançado ainda mais. Todavia o século XII já estava as portas... E o islã jamais havia deixado de ameaçar ou de atacar fosse o Império Bizantino ou os reinos cristãos do Ocidente, dando continuidade a sua jihad. Pacificada e reorganizada a Europa lançou-se a empresa das Cruzadas, empenhando suas forças por mais de dois séculos... De modo que apenas pelos idos de 1250/1300 pode a Igreja cogitar em plasmar uma Civilização Cristã no Ocidente, segundo permitiam-lhe as circunstâncias externas e materiais.

Pouco antes disto havia criado as primeiras Universidades (no Ocidente!) cogitando agora em criar outras tantas. De 1300 a 1500 dedicou-se a Igreja a alfabetizar o seu povo e a produzir uma Europa cada vez mais letrada, em oposição aos séculos precedentes. E foi a partir deste letramento inicial que renasceram as letras, a Filosofia e enfim a própria Ciência. As Letras com Dante, Petrarca, Bocaccio... ou se queres com Chaucer, Froissart, etc E depois com Gil Vicente, Camões, Cervantes, La Fontaine, Moliére, Shakespeare, Tasso, etc todos como salientou M Chateaubriand no 'Gênio do Cristianismo' filhos da Igreja. A Filosofia com Erasmo, este ainda, filho da Igreja e a ciência com os não menos Católicos Vitorino da Feltre, Guttemberg, Colombo, Luis Vives, Da Vinci, Copérnico, Vesalius e Agricola. 

Haviam ainda as Santas Casas de Misericórdia e estavam prestes a surgir os institutos de S João de Deus e de S Camilo de Lelis. Os irmãos de S Jeronimo educando um número cada vez maior de jovens e crianças. As corporações controlavam de modo relativamente eficiente e humano a produção do trabalho. Cujas retomava as lições do Direito Romano... E já se podia vislumbrar, pelos idos de 1500 o dealbar duma nova Civilização, já não medieval, reconciliada com sua herança greco romana, e ainda assim Cristã, por inspirar-se em princípios e valores Cristãos. Já se vislumbrava um novo ideal, sintético de Civilização: Clássico pela Filosofia, artes e Ciências e Cristãos pela fé e pela Ética.

Tal o panorama no comecinho do século XVI...

Certamente não faltavam problemas a serem resolvidos, assim o infame tribunal da Inquisição com sua origem exógena e espúria, assim o poder temporal dos papas romanos, assim a presença do agostinianismo e do maniqueismo/puritanismo em certos setores da igreja, etc Não se tratava certamente de um paraíso, a ser visto com lentes cor de rosa, ou romantizado. Mas os elementos a um lado greco romanos, e a outro Católicos estavam postos para um síntese harmoniosa, evitando o posterior conflito entre Filosofia/Fé e Religião... E os extremos do materialismo a um lado e do espiritualismo descarnado/ idealismo a outro.

Haviam amplas possibilidades e a Igreja romana, apesar de seus erros, acalentava o ideal de um Civilização e um ideal próprio tomado já a Platão, parte a Jesus ou a Paulo.

Foi quando, como um raio caindo do céu, manifestou-se Lutero e com ele e por meio dele a revolução protestante com sua Bíblia ou 'Corão Cristão' (Calvino). Criando uma nova situação totalmente diversa, em que um Cristianismo dividido e em luta perderá a direção espiritual da Europa. Todo reino dividido perecerá! Cindida a Cristandade em dois grupos e logo numa multidão de pequenas seitas prevaleceu disto o poder secular. Desde então o político não mais temeu guiar-se por outros princípios e por arrostar das pequenas seitas a grande Igreja. E mesmo quando declaravam-se Católicos pela fé os príncipes mostravam-se irredutíveis as exigências da Ética Cristã. Agora, após Lutero, Maquiavel era possível...

Por outro lado a Igreja romana, aspirando apoiar-se no poder político desses homens calculistas e sem fé, e por medo de verem-nos abraçar o protestantismo foi dando-lhes cada vez mais corda, abjurando de seu antigo ideal de Civilização Cristã, tolerando-lhes os caprichos e permitindo a elaboração de um ideal social cada vez mais naturalista. Desde que teve uma rival no protestantismo, a igreja romana teve, a revelia sua, de refugiar-se cada vez mais no domínio isolado de uma fé teórica e tornar-se cada vez mais descarnada. Permitindo que o Cristo se apartasse cada vez mais daquele mundo insano refugiando-se nas nuvens do céu. O Cristo converteu-se num ser etéreo e distante ou Salvador mistico, espiritual e abstrato, cessando de ser legislador de seu povo. Graças ao protestantismo, e esta foi a intenção de Lutero, o Cristo legislador saiu completamente de cena.

Saída de Cristo pela porta dos fundos ou defenestrado pela janela, produziu um espaço vazio ou um nicho, que foi produzido pelo cálculo ou por conjecturas puramente naturais, até que por um tempo, o materialismo, já convertido em positivismo, voltou-se contra a própria noção de Ética naturalizada, encarando-a como vestígio da religião.

Tanto pior no cenário ocupado pelo protestantismo ou pelas seitas protestantes onde bastante cedo a confusão doutrinal produziu a incredulidade e esta o materialismo, expresso sob a forma do liberalismo econômico ou capitalismo. Cristo foi substituído por Mamon e o aspecto mais admirável foi que até mesmo alguns Católicos (além de não poucos protestantes) avaliaram (e ainda avaliam) semelhante estado de coisas como aceitável. Cristianismo é uma coisa, diziam eles, e economia outra... A economia tem seus próprios princípios e por isso NADA tem a ver com Cristianismo. Mas o Cristianismo era ou é nossa fonte de Ética! Então a economia vai bem sem Ética ou possuí uma ética própria, uma ética sua, guiada pelas necessidades do Mercado!

E no entanto, amigo leitor, é a economia atividade precipuamente humana e que influência a vida de milhões e milhões de seres humanos.

O que quero dizer é que com ou sem Cristianismo o Capitalismo tem insistido doentiamente na negação de uma ética externa a si ou de uma Ética pautada na pessoa. Repudiou a Cristo e com ele Sócrates, com o qual tampouco se reconciliou, embora a Ética de Sócrates não seja religiosa (e tampouco naturalista mas espiritualista ou teista).

Posteriormente, em conexão com o Capitalismo ou como forma de reação a ele, surgiram outros tantos ideais de Civilização naturalista. O Comunismo mostrou certa sensibilidade - alias tomada aos socialismos religiosos, inspirados em sua maior parte no Evangelho ou no Catolicismo - face a condição sofrida dos trabalhadores, mas permaneceu preso a superstição materialista reproduzindo suas limitações em termos de análise do próprio Capitalismo e ignorando supinamente seu caráter de 'Geist' (ou espírito) assinalado por Sombart. Indispôs-se além disto com o fenômeno da liberdade e com toda expressão democrática (inclusive com o ideal grego de democracia direta) e assumindo um caráter totalitário tomado a Buonarotti e Blanqui, tornando-se conspiracionista e terrorista com Lênin (embora até certo ponto esta posição pudesse ser justificada face a autocracia csarista) por via de Sorel. Converteu-se posteriormente numa mistica ou religiosidade abstrata, a ponto de converter os escritos do SOCIAL DEMOCRATA Marx (A expressão é tomada a seu companheiro Engels) e os panfletos de Lênin em escrituras canônicas ou inspiradas cuja inerrância não pode ser questionada e portanto numa receita de bolo aplicável a todos os tempos e lugares. E eles acreditam ingenua e idealisticamente que podem mesmo adiantar o processo histórico por meio de armas e guerrilhas...

O anarquismo ocidental com Nietzsche, Molinari, Bastiat, Tucker, Rand, Rothbart, etc jamais sai da trilha apontada por Max Stirner no 'Uno e sua propriedade' podendo ser definido em termos psiquiátricos de psicopatia. Chegando a infectar o anarquismo socialista dos russos, cujos principais teóricos - Kropotkin  e Bakhunin - sequer são lidos ou conhecidos, a ponto de serem descritos como compatíveis com Stirner cuja opinião criticam e buscam impugnar a todo instante. E parte destes anarquistas - já mencionei Sorel enquanto fonte de Lênin - também se mostra favorável a violência, a sedição e ao terrorismo a que chamam 'propaganda pelo fato'. Em que pese a oposição marcada de outros tantos anarquistas - Éticos e de inspiração Cristã - como Thureau, Ballou e Tolstoi. Da mesma forma como os romanistas, os protestantes, os liberais economicistas e os comunistas também os anarquistas cometeram suas atrocidades tanto na Comuna de Paris quanto durante a Revolução espanhola, ocasião em que indispuseram-se com a gente simples boa dos campos (cuja cultura, como os comunistas, jamais puseram compreender) ao destruírem seus símbolos religiosos. E com opressão destruíram supostos símbolos de opressão, colhendo o ódio que semearam com sua hipocrisia. (Ao menos os comunistas não vivem falando em liberdade).

Portanto se você é anarquista e não respeita a liberdade que o outro tem, de estar equivocado... qual diferença entre você e os adeptos da inquisição a que critica? Se busca impor a 'liberdade' sua incoerência salta a vista. Dar a liberdade é sempre dirigir e dirigir oprimir, portanto... Você destrói a opressão alheia com a sua opressão... E tudo não passa de substituição.

Em seguida vieram os fascistas com seu culto cego ao estado, uma concepção puramente formal de ordem, uma ideia mecânica de obediência e como se vê alijaram o espírito e a liberdade tão caros ao ideal Católico, aproximando-se mais do ideal ditatorial de um Calvino com sua fascinação pela disciplina. Perceberam o problema da cultura mas reduziram-no a dimensões nacionais, quando temos diante de nós um problema continental ou universal e portanto Católico. Tiveram o mérito de criticar a peste do americanismo, mas não poucas vezes deram as mãos aos Yakees, cujo ideal de civilização é de matriz calvinista e essencialmente anti humanista e anti Católico. Tem questionado a essencialidade dos direitos da pessoa humana, que é decorrência natural de nossa doutrina jusnaturalista. E chegou a justificar as guerras de agressão ou conquista, em conexão com a doutrina expansionista do espaço vital, e portanto repudiando a doutrina da 'guerra justa' nos termos propostos pela Igreja... etc, etc, etc Assumindo um caráter essencialmente anti Católico e anti Cristã.

Podendo-se dizer o mesmo do Integralismo, com sua obsessão pela monarquia e o autoritarismo - os quais ousa apresentar como dogmas eclesiásticos - condenada já por Leão XIII. Parte de seus membros por sinal tem encarado a santa Igreja como uma espécie de muleta destinada a santificar o Estado e foi exatamente este ponto de vista instrumental a respeito da Igreja ou do Cristianismo que justificou a excomunhão de Ch Maurras. 

A respeito da abominação nazista já nos manifestamos detalhadamente numa das epístolas anteriores.

O que temos a dizer é que nenhum desses ideias ou destas propostas naturalistas de civilização satisfazem a consciência dos Católicos mais ilustrados.

Para os quais o ideal de civilização deve inspirar-se nos elementos da ética Cristã, sendo por eles fecundados.

Nós só podemos compreender a afirmação desses esquemas naturalistas nas mentes dos Católicos mal informados como decorrência de um estado de coisas criado e transmitido pela rebelião protestante. Cujos principais promotores questionaram o aspecto Legislativo da Revelação Cristã ou do Evangelho, definindo do Cristianismo como fé e nada mais e como uma fé voltada exclusivamente para o além. Foi o solifideismo protestante que desprendeu o Cristianismo ou a fé Cristã do mundo material, abrindo uma brecha no Império de Jesus Cristo tal e qual o Cristianismo havia aberto uma brecha no Império de Augusto.

Antes do advento do protestantismo a ideia de Catolicismo era orgânica, a saber, em torno de diferentes áreas da existência fecundadas pela mesma fé ou ética. Aqui temos um espirito ou uma religiosidade que confere sentido a todas as atividades executadas pelo fiel e que inspira sua vida por inteiro. Todas as atividades humanas, inda quem sem tocar a forma, são como que de alguma forma reguladas pela visão Católica de mundo ou pela ideologia Cristã. Produção e distribuição de bens, cidadania, legislação, educabilidade, etc tudo acaba sendo influenciado pelos princípios e valores tomados ao Evangelho.

O que implica dizer: Temos um ideal de organização social e de civilização, por meio da qual a razão e a liberdade ou seja a Filosofia, a ciência e a política harmonizam-se não apenas com a fé mas acima de tudo com a Ética Cristã, ou se queres, ao menos com a Ética teista de um Sócrates. Importa dizer que prevalece um humanismo.







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