sábado, 28 de fevereiro de 2015
Impeachment da Dilma
Certa parcela da população brasileira que é manipulada pelos meios de comunicação e pela falta de estudos, deseja ardentemente o impeachment da presidente Dilma Roussef. A Dilma pode sofrer um impeachment? Pode, desde que seja assaz comprovado que ela é corrupta, que tenha provas contra ela. Um mau governo não pode ser deposto porque não agrada a gregos e troianos.
Evidentemente que nenhum governo presta, porque governar é dirigir é mandar, é preciso lembrar que todo político é financiado por empresários que depois pedem o retorno daquilo que eles investiram.
O presidente da câmara autorizou as mulheres dos deputados podem viajar gratuitamente nas aeronaves do governo. Ninguém se revolta pedindo a cassação do mandato do Eduardo Cunha, ele que é evangélico e fanático e contra os direitos das mulheres, contra o aborto e tudo isso em nome de sua fé.
Qual é o perfil dos que querem a deposição da presidente da república? São fanáticos religiosos, com pouca instrução, são moralistas e ignoram a história e todo processo político. Apenas reproduzem o que veem por aí, até reproduzem notícias falsas de uma página reacionária.
A quem interessa o impeachment? Interessa à mídia venal que manipula certa parte da população, que deseja um governo mais dócil aos seus projetos. Interessa também aos demagogos que podem criar pretexto para depor a presidente e introjetar nas mentes das pessoas que elas foram atendidas, que a democracia existe e que o povo é soberano e isso deixará o povo anestesiado e feliz, além de que isso deixaria o povo com uma sensação de que a democracia funciona.
O problema da corrupção não é de um partido, o problema da corrupção é que esta é inerente ao sistema, e isso já foi analisado exaustivamente desde o século XIX e por todo o século XX e em várias partes do mundo por Bakunin, Kropotkin, Jean Grave, Tolstói, Sébastien Faure, Malatesta, Octave Mirbeau, Jaime Cubero entre outros. Sendo assim de nada adianta pedir o impeachment da Dilma, pois essa farsa da democracia representativa vai ficar mais forte, mais reacionária, mais nacionalista e mais corrupta porém as redes de televisão não mostrarão a verdade. De nada adianta trocar de partido ou de presidente uma vez que a corrupção é inerente ao sistema.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
Bons professores e salários baixos uma contradição invencível
Imagem retirada do site: www.guiaindaial.com
É impossível que haja bons professores com salários baixos e isso por diversos motivos. Os professores como os outros seres humanos precisam sobreviver: alimentar-se, vestir-se, pagar aluguel, impostos, contas, despesas com filhos, etc... Evidentemente que se o(a) professor(a) ganha pouco, ele não terá como "honrar" seus compromissos, logo ele terá dois ou três cargos: dois públicos, um público e um privado e até mesmo dois públicos e um privado, será nesse caso um(a) verdadeiro(a) escravo(a) e quem perde com isso são os alunos e isso porque o(a) professor(a) acorda cansado(a) e pouco disposto(a), vai trabalhar sonolento(a) e ao fim do dia vai estar exausto(a) e estressado(a).
Eu já passei por isso, quando tive que lecionar em escolas de duas prefeituras, acordava cansado, pouco tempo para preparar aulas, e eu de duas uma, ou preparava aula para os alunos da manhã ou preparava aulas para os alunos da EJA, vivia esse dilema constante, isso porque precisava dos salários de ambos os municípios, senão estaria em maus lençóis. Os ex-alunos que tive naquela época nunca reclamaram do meu desempenho, principalmente os alunos da EJA, mas eu me cobrava internamente mesmo sabendo que em parte a culpa não era minha mas do sistema massificante.
Tenho ouvido de alunos que certos professores dormem em sala de aula, outros mandam copiar lição do livro, isso porque não tiveram tempo de preparar aulas, há pouco tempo alunos meus contaram de uma professora de geografia que passou a mesma prova durante o ano todo e não sabia explicar a matéria de modo que alguns tomaram horror pela disciplina que leciono, geografia.
Se o salário de um professor fosse bom o suficiente para que ele não precisasse trabalhar em dois ou três empregos, a educação só teria a ganhar, pois o profissional da educação poderia descansar mais, trabalhar com disposição e bom humor e preparar suas aulas coisa que raramente acontece e por isso a maioria das aulas são tão maçantes.
Felizmente desde o ano passado disponho de tempo para alimentar minha mente, estudar e preparar minhas aulas mas por outro lado ganhava muito pouco, cerca de R$ 1.500 mensais, ano passado eu queria fazer uma pós-graduação mas por causa do meu baixo salário por ter pego poucas aulas não me sobrava dinheiro para que eu pudesse especializar-me, então tinha que especializar-me por conta própria o que sempre fiz pois sou autodidata. Mas muitos professores que não tem a cultura do autodidatismo precisam fazer cursos de especializações mas acontece com eles o que aconteceu comigo, sobra pouco dinheiro e mais uma vez quem sai perdendo são os alunos.
Ademais nem governo, nem os alunos, nem a equipe gestora, nem o povo em geral pode exigir uma educação de qualidade enquanto o professor tiver um salário baixo e sendo obrigado a trabalhar em duas ou três redes.
Certos esquerdistas acham importante lutar por R$ 0,20 da passagem de ônibus mas não vejo ninguém lutar por uma educação de qualidade, não vejo ninguém questionando para onde vai o dinheiro do Fundeb e nem vejo as pessoas entrando para os conselhos de educação. Enquanto o professor estiver proletarizado (causa) a educação também estará proletarizada (efeito).
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Da falência da educação brasileira
Não há quem não se interesse por educação, todos os setores da sociedade, todos os grupos sociais e indivíduos que adotam as mais diversas ideologias. Padres, pastores, espíritas, ateus, comunistas, conservadores, economistas, políticos, anarquistas, todos se interessam por educação.
Desde que me tornei professor sempre me interessei por educação, mais especificamente por pedagogia, didática e neurociências. Pois tenho consciência que um bom professor precisa conhecer pedagogia a fundo, ter uma boa didática e saber como funciona o cérebro humano e como este processa as informações, como aprende e apreende.
Muito se escreve e se publica sobre pedagogia e teorias pedagógicas então por que cargas d'água a educação no Brasil está falida como bem mostrou o Enem do ano passado? Se há tanta gente discutindo educação, se há tantos sábios e entendidos no tema por que a educação do Brasil está falida em todos os sentidos?
A falência da educação brasileira tem vários componentes: Aprovação automática, salas superlotadas, professores desmotivados pelos baixos salários, falta de reconhecimento pela equipe gestora, salas superlotadas, burocratização do ensino, professores mal preparados principalmente pelos discursos à distância, outro dia ouvi um professor falar menas ao invés de menos e outro li no facebook uma futura professora atropelando a ortografia, não que eu seja um Olavo Bilac ou um Rui Barbosa mas tem coisas que os professores não podem errar, primeiro porque devem ensinar e depois porque os alunos independentes da matéria sempre perguntam ao professor como se escreve ou se pronuncia tal ou qual palavra e se ele ou ela ensina errado os alunos vão acreditar e reproduzirão esse e outros erros.
Quanto aos professores despreparados, um professor contou-me que uma professora de ciências era criacionista e uma coordenadora contou-me que uma outra professora de ciências não acreditava que o núcleo da Terra fosse sólido, uma vez que o núcleo é mais quente que o manto. Isso para não falar nos professores que tenho encontrado ao longo de minha carreira, um pior que o outro. Quando tinha competência não tinha caráter e quando tinha caráter não tinha competência. Poucos professores conheci que realmente merecem o título de mestre/professor.
Temos no país uma receita pronta para o caos. Evidentemente que os políticos brasileiros se interessam pela educação somente em época de eleição, depois premiam seus amigos como secretários da educação, leiloam cargos de confiança e por aí vai. Os professores que deveriam ser politizados constituem uma categoria individualista e imediatista. Acho engraçado, esses professores que logo ao concluir faculdade e ingressam no estado (estado de SP) como categoria Ó, se acham gente, se enxergam como superiores e muitas vezes esses péssimos profissionais dominam suas próprias matérias.
Há ainda aqueles professores que tem conhecimento da matéria que lecionam mas não tem didática e reproduzem aquele discurso mais do que ultrapassado: "Eu ensinei, eles é que não aprenderam", quando na verdade só há ensino quando há aprendizagem.
Ano passado eu tive o imenso desprazer de conhecer um professor de matemática que foi meu colega de trabalho, um homem já velho, arrogante, cujas aulas eram ditatoriais. Esse homem em suas conversas na sala dos professores mostrou-se racista e homofóbico e sempre pronto defender os valores patrióticas e o discurso do... "antigamente"...
Como se pode notar a educação tem vários problemas e nenhuma solução, não porque não existam soluções, o que não existe é a vontade de mudança seja dos professores, seja das equipes gestoras, seja dos pais dos estudantes e dos próprios estudantes de escolas públicas.
Penso que a solução, é uma escola democrática, com uma gestão descentralizada, com professores altamente preparados com salários dignos da profissão e com pouca ou nenhuma burocracia. Se assim não for nada mudará, porque como alguém escreveu mui sabiamente: "De nada adianta procurar resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas".
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Uma aula de filosofia no Shopping Center
O protagonista de nossa história será um professor de história e de filosofia, mas antes de começar a narração quero descrevê-lo para o(a) leitor(a) que não o conhece.
Nosso protagonista tem 1,70 m. de altura, é ligeiramente obeso, tem ascendência europeia direta, o pai era português, muito parecido com um mouro, e, o filho saiu a cara do pai cuspido e escarrado, não, não usemos esta expressão pois ela está errada, esta expressão sofreu uma deturpação por pessoas que tinham pouca cultura, a verdadeira expressão é: saiu a cara do pai esculpido em carrara (mármore carrara), os ouvintes desta expressão ou porque não ouviam bem ou porque tiveram educação deficitária transformaram o dito numa outra coisa que não faz o menor sentido. Perdoem-me a digressão e voltemos ao nosso protagonista, como eu havia dito, ele é ligeiramente obeso, tem 1,70 m. de altura a pele bronzeada, cabelos negros e compridos, um cavanhaque igualmente negro e um bigode semelhante ao de Nietzsche que ele tanto odeia, odeia Nietzsche e não o próprio bigode. Seu nariz é pequeno e fino num rosto enorme, rosto oval, com olhos grandes, negros e faiscantes, seu lábio inferior é carnudo, o que faria a alegria de muitas mulheres, daquelas que adoram lábios carnudos. O personagem em questão é uma figura exótica, sim exótica. Ele veste bermudas floridas, bem ao estilos dos surfistas, calça sapatos mocassins e veste camisas sociais e anda com uma pequena bolsa à tiracolo onde carrega sempre um ou dois livros, bolsa jeans, velha e desbotada, que recorda aquelas bolsas que as crianças da antiga pré-escola carregavam. Nessa bolsa ele amarra um lenço que pode ter mil e uma utilidades. Ele sempre anda com um boné inglês ou outro chapéu estranho. É uma figura que se destaca entre aqueles que vestem-se de forma uniforme e seguem as tendências da época, poderia dizer que ele é um ser atemporal, mas não posso porque assim como nós, ele é mortal.
A história que narrarei a seguir poderia ser um conto, mas não é, não é um conto, não é uma ficção, é um fato ou melhor foi um fato presenciado por umas 50 ou 60 pessoas, salvo engano.
Era uma noite quente mas não tão quente que fosse sufocante, estava um calor agradável para sair, para passear. Céu limpo, sem nuvens, portanto sem ameaça de chuvas torrenciais tão comum ao período.
Então, o nosso protagonista, que é meu irmão de consideração convidou-me para comermos algo bom na praia, as palavras que despertaram meu interesse foram: "eu pago". Incontinenti, larguei tudo o que fazia e fui, pois já estava de banho tomado e com roupas trocadas e fomos.
Pedi que antes de chegarmos à praia passássemos no Shopping Brisamar para ver o que estava passando no cinema. Ao chegar naquele lugar havia ali alguns bate-estacas, seguranças em seus ternos pretos e a maioria deles, parda e negra, barrando a entrada adolescentes de periferia, não por causa do rolezinho, mas porque não tem dinheiro para consumir e Shopping não é lugar para passeio mas para consumir e pobre ou consome muito pouco ou não consome nada.
Vi um jovem de 14 ou 15 anos mirrado, com camisa pólo desgastada, calça jeans e que calçava um tênis de marca não sei se era ou não original e ele foi barrado por um segurança, o Domingos Pardal Braz, este é o nome do nosso protagonista, logo se revoltou e tomou as dores do rapaz e disse:
- Por que ele não vai entrar? Por que você está proibindo a entrada dele?
- Senhor - disse o segurança - não se intromete, ele sabe o que fez.
- Vocês não deixam ele e outros como ele entrarem porque são pobres, porque são garotos da periferia.
- O senhor é o que dele? O senhor é alguma coisa dele?
- Eu sou professor, ele é meu aluno e ninguém vai impedi-lo de entrar, ele vai entrar comigo.
- Se ele aprontar qualquer coisa lá dentro o senhor será responsabilizado.
- Eu assumo a responsabilidade.
Ele abraçou o aluno, e triunfantemente entraram no shopping, o garoto não se continha de felicidade, ele não acreditava que o seu professor o defenderia dos brutamontes e nem que conseguiria adentrar no shopping. Já dentro do shopping o professor o alertou que não fizesse nada de errado. O shopping estava apinhado de jovens da periferia. Ele despediu-se do aluno e seguimos para o quarto piso e filmes bons, nada. Como não tinha nada interessante deixamos aquele lugar. Ao sair do shopping vimos muitos adolescentes pobres, alguns brancos mas a maioria parda e negra discutindo com os seguranças. Então o homem sanguíneo (assim o considero de acordo com a teoria dos 4 humores de Hipócrates), tomou a defesa desses meninos, e começou a bater boca com os seguranças sem ter medo deles e sem ter vergonha do povinho de classe média falida. E ele deu uma aula de filosofia e de sociologia que nunca dera na sala de aula, e essa foi sua melhor aula. Falou contra a discriminação e contra o preconceito racial e questionou porque jovens brancos com roupas novas e de marca original podiam entrar e os jovens de periferia não. Questionou a falta da justiça e da igualdade e sendo ofendido pelos seguranças ameaçou voltar e meter-lhes um processo. Ele causou um alvoroço, os jovens gostaram e comemoraram e dali fomos embora entre vaias e elogios.
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Esquisitices - Esquerdices
Se o historiador Eric Hobsbawn fosse vivo eu recomendaria que escrevesse um novo livro: A era do mi mi mi. Sim, leitor(a), A era do mi mi mi, porque a esquerda tem umas idiossincracias que eu nunca vou entender. Eu não sei se é a esquerda do Brasil ou se isso é mundial, acho que é mundial, porque certa vez George Bernard Shaw escreveu: "Só não temos o socialismo ainda por culpa dos socialistas". Chego à conclusão que a esquerda é burra! Sim, leitor(a), a esquerda é burra, idiota, estúpida mesmo! E, olha que me considero progressista e até mesmo libertário... Mas a verdade é que a maioria dos "revolucionários" marxistas nunca leu as obras de Marx nem mesmo as obras mais curtas e fáceis e a maioria dos anarquistas que gostam de citar Bakunin pra cima e pra baixo nunca leu um livro sequer deste autor.
Mas o que espanta-me na esquerda brasileira é que eles defendem o indefensável, e ofendem-se com meras opiniões. Se você apoia o Charlie Hebdo já é motivo para esquerda emotiva e os anarco-emotivos ficarem ofendidinhos e isso é também motivo para que lhe chamem de islamófobo(a). Não se pode criticar o islã, os mulçumanos são uns coitadinhos perseguidos pelo ocidente capitalista e mau. Essa esquerda confunde religião e práticas religiosas com povo. Islã não é povo, islã é religião, assim como o budismo, o cristianismo e tantas outras religiões. Como essa esquerda doentia não quer que eu critique o islã, se vejo que o Boko Haram matou duas mil pessoas na Nigéria, se vejo o Estado islâmico praticando suas barbaridades e se vi a milícia talebã levar o Afeganistão para o século 10 antes de Cristo? E toda essa sujeira veio do islã, não veio do budismo, não veio do catolicismo, não veio do hinduísmo... Mas eles continuarão justificando o injustificável, como diz a sabedoria popular: "o pior cego é aquele que não quer ver".
Também tive oportunidade de ver no facebook uma página dedicada a defender o pensamento negro criticando mulheres negras que desejam casar com brancos, para essa gente doente, uma mulher negra deve casar com negros, para deixar a "raça" mais pura, ao menos é o que a página dá a entender.
Uma moça negra não gostou do conteúdo da página e o(a) administrador(a) da página no anonimato chama a moça de negropeia.
Então de acordo com essa gente uma mulher negra tem que casar com um homem negro? Se ela casa com um branco, ela é racista? De quem é a vida? Não é da mulher negra? E se ela quiser casar com um branco o que essa página tem haver com isso? Agora querem obrigar as mulheres negras a casarem com negros e as que não fazem isso são racistas e traidoras a ponto de serem chamadas de negropeias. A mim não importa quais motivos levam uma mulher negra a se casar com um branco, isso diz respeito apenas à ela e a ninguém mais.
Tanto comunistas, como socialistas e também anarquistas em geral tem o péssimo gosto de cultivar o feio, alegando que o feio é popular e se alguém desdenha uma arte feia, desdenha o povo pobre. De modo que para ser "comunista autêntico", "socialista de verdade" e "anarquista verdadeiro" é preciso gostar do que o povo gosta, é preciso ser como o povo, se o camarada ou companheiro não gosta do que gosta o povo então ele é considerado como pequeno-burguês e preconceituoso.
Ontem, eu coloquei uma charge onde Nietzsche opinou sobre o funk carioca, foi o quanto bastou para um debate acalorado e emotivo.
Algumas pessoas começaram a questionar-me porque o funk não era música e eu expliquei porque não tinha ritmo, nem harmonia e que os "cantores" nada cantam, tem vozes horríveis e suas letras são machistas isso quando não reproduzem os valores do capitalismo.
Aí um "libertário" que deve também ser analfabeto funcional escreveu que eu afirmei que funk não é cultura, o que é uma inverdade. Funk é sim cultura, tudo o que é produzido pelo ser humano e que é transmissível é cultura, isso não significa que essa cultura seja bela, boa e verdadeira, segundo a tríade de Platão.
Evidentemente que o "punk" nas entrelinhas disse que sou preconceituoso porque não gosto de funk e porque não considero funk como música, disse-lhe que gosto de rap, porque como diz a abreviação em inglês, rap é ritmo e poesia, que surgiu na Jamaica na segunda metade do século passado. Disse-lhe que o rap é popular e belo porque bem construído, diferente do funk carioca. Não contente com minhas opiniões o "libertário", o "punk", o "anarquista" deletou-me e bloqueou-me do seu círculo de amizades. Já tive oportunidade de conversar uma ou duas vezes com o sujeito que é pós-modernista, daqueles que negam toda a verdade e toda objetividade. Ele não crê que exista a verdade a não ser aquela verdade de que a verdade não existe. Se nada tem valor absoluto, se nada é absolutamente verdadeiro por que exasperou-se? Por que bloqueou-me? A discussão para mim não foi de preconceito, mas de questão estética, nada mais que isso. Não sou obrigado a gostar de uma coisa artisticamente feia só porque é do "gueto", das comunidades. Não, mil vezes não. Isso nada tem haver com racismo ou preconceito como querem um grande número de idiotas da esquerda seja marxista, seja libertária.
Da mesma forma que eu não gosto de funk, também não gosto da arquitetura modernista (Oscar Niemayer), não gosto da literatura moderna, cito como exemplo de poeta detestável e de mau gosto, Carlos Drumond de Andrade que tem uma "poesia" que diz mais ou menos assim: "No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra...". Isso não é poesia nem aqui nem na China, não tem poesia, não tem significado e não provoca a catarse. Também detesto as pinturas modernistas, detesto as esculturas modernistas que nada significam porque significam tudo, pois o que vale na contemplação não é o que o artista quis mostrar mas a subjetividade de cada um. Será que os esquerdistas acusar-me-ão de ser anti-povo agora? Mas Niemayer era proletário? Sei que era comunista, proletário nunca foi, até porque proletário não fazia arquitetura na época em que ele estudou. Será que Carlos Drumond de Andrade nasceu e viveu na periferia?
Como o(a) leitor(a) pode perceber não é o preconceito que move-me mas o amor dos cânones da boa escrita, da boa pintura, da boa escultura, da boa arquitetura... Uma arte pode ser bela ou não e isso independe de ser ou não popular. Uma arte pode ser bela ou feia independente de ter sido feita por burgueses. Em arte não se leva em questão o economicismo dos marxistas e nem o emancipacionismo das artes.
O que eu desejo ardentemente é que as classes populares tenham acesso a um teatro de qualidade, que possam ir à orquestras sinfônicas, que possam frequentar pinacotecas, museus, etc... Que essas coisas deixem de ser monopólio dos ricos e sejam patrimônio de todo o povo, mas para isso é preciso que o povo tenha educação de qualidade e não fazer o jogo da burguesia como faz essa esquerda doentia, ensinando-lhes que a cultura do gueto é a cultura do pobre e música clássica é um lixo e tem que ser detestada porque foi criada por burgueses. Quando a esquerda faz isso, priva o povo sofrido das melhores coisas já produzidas pela humanidade. Se isso é ser esquerda, então eu não sou esquerda, se ter um discurso demagógico é ser esquerda então não comungo das ideias dessa esquerda.
Tanto comunistas, como socialistas e também anarquistas em geral tem o péssimo gosto de cultivar o feio, alegando que o feio é popular e se alguém desdenha uma arte feia, desdenha o povo pobre. De modo que para ser "comunista autêntico", "socialista de verdade" e "anarquista verdadeiro" é preciso gostar do que o povo gosta, é preciso ser como o povo, se o camarada ou companheiro não gosta do que gosta o povo então ele é considerado como pequeno-burguês e preconceituoso.
Ontem, eu coloquei uma charge onde Nietzsche opinou sobre o funk carioca, foi o quanto bastou para um debate acalorado e emotivo.
Algumas pessoas começaram a questionar-me porque o funk não era música e eu expliquei porque não tinha ritmo, nem harmonia e que os "cantores" nada cantam, tem vozes horríveis e suas letras são machistas isso quando não reproduzem os valores do capitalismo.
Aí um "libertário" que deve também ser analfabeto funcional escreveu que eu afirmei que funk não é cultura, o que é uma inverdade. Funk é sim cultura, tudo o que é produzido pelo ser humano e que é transmissível é cultura, isso não significa que essa cultura seja bela, boa e verdadeira, segundo a tríade de Platão.
Evidentemente que o "punk" nas entrelinhas disse que sou preconceituoso porque não gosto de funk e porque não considero funk como música, disse-lhe que gosto de rap, porque como diz a abreviação em inglês, rap é ritmo e poesia, que surgiu na Jamaica na segunda metade do século passado. Disse-lhe que o rap é popular e belo porque bem construído, diferente do funk carioca. Não contente com minhas opiniões o "libertário", o "punk", o "anarquista" deletou-me e bloqueou-me do seu círculo de amizades. Já tive oportunidade de conversar uma ou duas vezes com o sujeito que é pós-modernista, daqueles que negam toda a verdade e toda objetividade. Ele não crê que exista a verdade a não ser aquela verdade de que a verdade não existe. Se nada tem valor absoluto, se nada é absolutamente verdadeiro por que exasperou-se? Por que bloqueou-me? A discussão para mim não foi de preconceito, mas de questão estética, nada mais que isso. Não sou obrigado a gostar de uma coisa artisticamente feia só porque é do "gueto", das comunidades. Não, mil vezes não. Isso nada tem haver com racismo ou preconceito como querem um grande número de idiotas da esquerda seja marxista, seja libertária.
Da mesma forma que eu não gosto de funk, também não gosto da arquitetura modernista (Oscar Niemayer), não gosto da literatura moderna, cito como exemplo de poeta detestável e de mau gosto, Carlos Drumond de Andrade que tem uma "poesia" que diz mais ou menos assim: "No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra...". Isso não é poesia nem aqui nem na China, não tem poesia, não tem significado e não provoca a catarse. Também detesto as pinturas modernistas, detesto as esculturas modernistas que nada significam porque significam tudo, pois o que vale na contemplação não é o que o artista quis mostrar mas a subjetividade de cada um. Será que os esquerdistas acusar-me-ão de ser anti-povo agora? Mas Niemayer era proletário? Sei que era comunista, proletário nunca foi, até porque proletário não fazia arquitetura na época em que ele estudou. Será que Carlos Drumond de Andrade nasceu e viveu na periferia?
Como o(a) leitor(a) pode perceber não é o preconceito que move-me mas o amor dos cânones da boa escrita, da boa pintura, da boa escultura, da boa arquitetura... Uma arte pode ser bela ou não e isso independe de ser ou não popular. Uma arte pode ser bela ou feia independente de ter sido feita por burgueses. Em arte não se leva em questão o economicismo dos marxistas e nem o emancipacionismo das artes.
O que eu desejo ardentemente é que as classes populares tenham acesso a um teatro de qualidade, que possam ir à orquestras sinfônicas, que possam frequentar pinacotecas, museus, etc... Que essas coisas deixem de ser monopólio dos ricos e sejam patrimônio de todo o povo, mas para isso é preciso que o povo tenha educação de qualidade e não fazer o jogo da burguesia como faz essa esquerda doentia, ensinando-lhes que a cultura do gueto é a cultura do pobre e música clássica é um lixo e tem que ser detestada porque foi criada por burgueses. Quando a esquerda faz isso, priva o povo sofrido das melhores coisas já produzidas pela humanidade. Se isso é ser esquerda, então eu não sou esquerda, se ter um discurso demagógico é ser esquerda então não comungo das ideias dessa esquerda.
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