segunda-feira, 13 de junho de 2016

SANTO AMBRÓSIO SOBRE OS DEVERES DOS MINISTROS (ML 16, 66-67)



Suponhamos que algumas pessoas possam não temer estas penas ou as saibam burlar. Por acaso é coisa digna tirar algo de outro? Tal vício é próprio de servos e familiar aos de condição ínfima. É de tal forma contrária à natureza, que mais parece que a miséria é causa dele, do que a persuasão da própria natureza. Os furtos ocultos são próprios dos escravos e a rapinagem pública, dos ricos.
O que pode haver de mais contrário à natureza do que despojar o outro em sua própria vantagem? O afeto natural nos inclina a estarmos atentos, suportarmos doenças e aceitarmos trabalhos em lugar de outros e só proclama digno de glória aquele que trabalha pelo bem-estar de todos, mesmo à custa de perigo para si próprio. Cada um de nós deve considerar mais honroso o fato de haver salvo sua pátria do perigo, do que haver salvo a si mesmo, bem como considerar mais elevado, o fato de servi-la do que acabar a vida tranquilamente em ócio e em deleites.

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