E bem poderíamos falar em diversos Cristos: o Cristo feiticeiro ou pajé dos Osborn, o Cristo capitalista do Malafaia, o Cristo sabatista de E G White, o Cristo iconoclasta de Berg e Vrigen, o Cristo reacionário do R Reagan, o Cristo comunista de Fidel, o Cristo puritano de Calvino, o Cristo imoral de Lutero, o Cristo Miguel de Ch T Russel, o Cristo essênio dos esotéricos, o Cristo ET dos místicos, o Cristo neo platônico de Palamas, o Cristo descarnado dos sectários, o Cristo sádico de Agostinho, o Cristo infernista dos fanáticos, etc tantos Cristo quanto cabeças ou quanto pessoas...
Enfim, inúmeras e contraditórias são as versões com que nos deparamos...
Ficando o Cristo concreto, histórico ou real na penumbra, obscurecido pelas concepções humanas forjadas pelo ego.
E cada qual segue ditando um cristo que mais lhe agrade, um Jesus segundo sua própria imagem e semelhança, um Jesus fantasioso produzido pela imaginação.
Importa saber, num primeiro momento, que todos estes 'Cristos' podem ser reduzidos a dois apenas: O Cristo convencional, conservador e, por consequência judaizado - O Cristo dos fariseus! E o Cristo desconhecido, revolucionário, contestador da cultura, adversário dos preconceitos dominantes e, por consequência puro - O Cristo do Evangelho!!!
Agora por Evangelho devemos esclarecer que nosso Evangelho não é o Evangelho protestante, ou seja, a Bíblia; com sua Torá, seus mitos, suas fábulas e suas tradições podres condenadas pelo próprio Jesus. Não, nós não confundimos o Evangelho com o Gênesis, com os Salmos, os Provérbios ou Ester...
Quando dizemos Evangelho, queremos dizer Evangelho mesmo, na perspectiva Católica ou espírita. Mateus, Marcos, Lucas e João; eis o que entendemos como Evangelhos> as palavras e ensinamentos de Jesus Cristo e não quaisquer outras palavras que os homens ignorantes ou mal intencionados colocam em sua boca!!!
Afinal não poucas vezes ouvimos pessoas citando Gênesis ou Salmos como se fossem palavras de Jesus ou trechos do Evangelho. Ora nos ignoramos este Evangelho ou melhor esta falsificação descarada e malevolente.
Dois então são os Cristos: o de Lutero, que manteve um padrão Ortodoxo ou Católico e o de Calvino; aquele que vem DEMOLIR o judaismo, a Tanak, a Torá, a Mikrá, as tradições, os preconceitos, o talmud, o rabinismo, etc e por tudo abaixo, inaugurando um novo padrão, um padrão distinto a que chamamos Cristianismo ou Catolicismo; e aquele outro Cristo que vem deitar vinho novo em odres velhos ou costurar panos novos em tecido antigo e envelhecido, inserindo a mensagem Cristã no contesto da religião judaica para formar um ramo ou uma seita.
Um é fundador do Cristianismo outro reformador do judaismo!!! Um veio conservar outro substituir e alterar!!! Um é conservador outro contestador ou revolucionário... Qual deles é o verdadeiro Cristo???
Implica isto duas posturas diametralmente opostas a que já nos referimos no artigo precedente...
Diante do silêncio de Jesus a respeito das normas e regulamentos do judaismo antigo que conclusão devemos tirar???
Que foram mantidos por Jesus permanecendo válidos até nossos dias ou que pura e simplesmente caíram por terra???
Que permanece enfim do judaísmo?
Apenas aquilo que Jesus justificou e manteve expressamente por meio de seus ensinamentos ou tudo quanto ele não reprovou ou revogou nos mesmos termos???
Implica o silêncio de Jesus em revogação como queria Lutero e a consciência legitimamente Cristã ou implica manutenção como queria João Calvino e nossos fundamentalistas como Malafaia???
Nem perderei meu precioso tempo advertindo o leitor de que Jesus jamais revogou formalmente, por meio de palavras ou ensinamentos explícitos, a instituição mosaica da escravidão; motivo porque Paulo foi levado a tolera-la!!!
A própria crítica de Paulo em I Tm no entanto, da-nos a entender que já em seu tempo havia um grupo Cristão ou uma vertente abolicionista, a qual nós identificamos com a legítima mensagem do Evangelho, comunicada não por discursos formais, oralidades ou palavras; mas pelo exemplo ou pela conduta de Jesus, a qual vale mais do que mil palavras.
Tampouco dirigiu Jesus qualquer palavra de reprovação ao caráter machista não só da religião judaica mas da própria Torá, em cujos mandamentos é a mulher equiparada a escravos, jumentos, casas, etc ou seja a um objeto, a uma coisa...
Seja como for Jesus jamais pregou contra o machismo...
O que talvez tenha levado Paulo a afirma-lo como parte constituitiva do Cristianismo. Teorizando em suas epístolas a respeito da inferioridade feminina.
Estranho é que para justificar sua posição tenha Paulo recorrido a fábulas judaícas sobre a criação mágica e o pecado; alegando que a mulher fora criada após o homem e que pecará primeiro, seduzindo seu esposo... (I TM 2) donde infere: Cristo é a cabeça do Homem e o Homem cabeça da mulher ou uma espécie de mediador entre Cristo e o elemento feminino... daí ter a mulher de permanecer calada durante o serviço religioso, de cobrir-se com um véu de pano e de ser ensinada por homens... (I Cor 11) Quando podia ter recorrido a testemunhos e palavras de Jesus Cristo ou como ele mesmo costumava a dizer, ao argumento do 'Senhor'... no entanto, aqui e ali, no que diz respeito a escravidão e ao machismo não pode Paulo escudar-se em alocuções ou mandamentos de Cristo, mas na tradição rabínica apenas, ou seja, na 'fonte' Gamaliel, o que nos remete em última analise a Moisés e não a Jesus, ao judaismo antigo e não ao Cristo.
Em suma se o Cristo jamais condenou expressamente tais preconceitos fica patente que jamais afirmou-nos... pois do contrário Paulo não teria deixado de apelar aos mandamentos do Senhor.
Parece que o Senhor não deixou-nos qualquer mandamento machista, escravocrata ou estatólatra...
Teria no entanto Nosso Senhor expresso sua vontade por qualquer outra via???
Pelo Terceiro Evangelho capítulo 08 no entanto somos informados de que o Mestre vivia cercado por mulheres!!! Enquanto pelo quarto Evangelho capítulo 04 somos informados de que ousará confabular privadamente com uma mulher, alias prostituta, de Samaria!!! Mais ainda, que ousará discutir com ela a respeito do Messias i é discutir em torno da Lei com uma mulher... atitude formalmente condenada pelo Talmud!!! De fato a tradição judaica brindava com terríveis maldições todo aquele que ousasse ensinar a Lei a uma mulher ou discutir assuntos de natureza religiosa com o elemento feminino.
Veja só: Paulo decreta que a mulher permaneça calada e que seja ensinada por varão... enquanto o divino Varão, Jesus Cristo, discute livre e abertamente com uma mulher; permitindo que ela contra argumente!!!
Paro por aqui...
Dar-me-ei por convencido a respeito da nulidade do silêncio de Jesus no momento em que os calvinistas e pentecostais adquirirem escravos e tratarem suas esposas como seres de categoria inferior como desejava o Pastor Folwes...
Sim paro por aqui e lanço meu foco, o foco desta discussão sobre a inimizade do Senhor com os fariseus e sua paixão...
Fosse de fato Jesus um puritano, moralista ou fariseu por que raios teriam seus confrades apresentado-o como um filho da fornicação, um bastardo, um samaritano ou um diabo???
Caso tomemos em mãos o Evangelho, damos de imediato com a resposta:
ASPIRA ELE DERROGAR A NOSSA LEI.
Não o decálogo ou lei moral, a respeito do qual havia ele dito, quiçá diversas vezes: NEM UM PINGO OU TRAÇO DA LEI SERÁ DERROGADO.
Mas o restante da Torá ou do Pentateuco, ou o que chamavam de normas, regulamentos, estatutos, etc e que igualavam em dignidade ao decálogo...
E portanto todos os preconceitos arraigados em torno da estatolatria, do machismo, do adultismo, do escravismo, do racismo, da plutocracia e mesmo da homofobia.
Foi ao modo de vida dos fariseus que Jesus opos-se precipuamente em termos vitais, acolhendo as categorias de pessoas que a Torá e a tradição amaldiçoavam e com eles convivendo fraternalmente.
Foi sua intimidade com as putas, as mulheres, os pescadores galileus, as crianças, os estrangeiros, etc e sua afabilidade para com homossexuais, samaritanos, leprosos, escravos, etc que incompatibilizou-o por completo com os elderes de sua nação: os escribas, fariseus e chefes dos sacerdotes para os quais tais categorias de pessoas equivalia a réprobos e amaldiçoados!!!
A oposição aqui é mais em termos de praxis ou de conduta do que de pregação. A pregação de Jesus incomodava, é certo; mesmo sendo por vezes comedida. Sua conduta no entanto incomodava muito mais!!! Pois demonstrava cabalmente que ele não vivia como fariseu o escriba; mas em oposição a ele ou seja como um rebelde, um revolucionário, um contestador de valores!!!
Em termos morais e religiosos era Jesus um anti judeu ou um anti fariseu.
No sentido de que desprezava os preconceitos transmitidos pela cultura vigente em sua nação.
Sejamos franco: o Jesus a lá farisaica ou calvinista; cumpridor e observante da lei não incomoda nem um pouco... direis que incomodava porque apresentava-se como um Deus; direi que o admitiram como emanação do Deus único caso sanciona-se seus preconceitos e reafirma-se o dogma racista da eleição!!!
Era no entanto um anti jave, um deus anti mosaico, um deus revolucionário e subversivo e por isso foi odiado por eles; mais por contesta-los do que por apresentar-se como Deus.
Tampouco os lideres do Império romano perseguiram o Cristianismo antigo por questões de ordem religiosa pertinente a natureza divina; mas apenas e tão somente porque parte dos Cristãos opunha-se a escravidão e a guerra ou seja os fundamentos econômicos do Império e sem os quais não poderia ele manter-se. A plebe de fato bem podia acreditar que era uma questão de deuses... para as lideranças no entanto tratava-se apenas de uma questão política.
Assim o caso do Cristo e dos fariseus... antes questão de ética ou moral do que questão abstrata ou metafísica. O que os judeus não podiam suportar de modo geral era abrir mão daquele dogma que os tornava especiais ou superiores face a outra parte do gênero humano... Foi o sentido Católico ou universal da pregação de Cristo que exacerbou os elementos populares despertando sua fúria.
Já os escribas e fariseus devem ter ficado deveras chocados com o caráter 'imoral' ou pervertido da pregação Cristã em termos semelhantes aos do nosso Silas Malafaia... de fato Jesus bem pode ter sido encarado por eles como uma ameaça a ordem social vigente, a organização do trabalho, aos padrões familiares, etc Quiçá para eles nosso Mestre encarna-se a promiscuidade, a libertinagem, o deboche... pelo simples fato de acolher pagãos, samaritanos, galileus, mulheres, crianças e homossexuais; enfim os excluídos pela boa Sociedade, i é, pela gente da moral e dos bons costumes.
Daí ter contestado Nosso Senhor: veio o Messias como quem come e bebe!!! E com quem???
Em companhia de pecadores (prostitutas, homossexuais, etc) e publicanos...
De fato Jesus não se dava ao respeito... pois encontrava-se sempre em péssimas companhias.
Ele não precisava condenar a lei dos judeus com suas palavras.
Ele não precisava pregar contra os preconceitos judaicos.
Ele não carecia gritar que a origem de tais leis era puramente humana e que estavam derrogadas.
Vivia simplesmente como se elas não existisse e; apesar da reversão iniciada já nos tempos apostólicos, da conjuração Bíblica, da judaização e da puritanização contemporânea; a imagem do verdadeiro Cristo, do Cristo Histórico, do Cristo contestador, do demolidor de preconceitos, do Jesus humanista, católico, benemerente, filantropo, amante e amigo do gênero humano; ainda não pode ser totalmente borrada da consciência Cristã. Por mais que um Paulo, um Agostinho, um Palamas, um Lutero, um Calvino, um Malafaia, e outras tantas personagens sumamente influentes e poderosas tenham se esforçado, consciente ou inconscientemente; com o objetivo de obscurecer o sentido do Cristo histórico; parte dele ainda continua viva e operando em nossos corações.
No decorrer do processo histórico com toda sua complexidade, parte da liderança Cristã tentou e ainda tem tentando fanaticamente conciliar Jesus com os fariseus; o crucificado com os crucificadores, a divina vítima com seus algozes, o espírito do Novo com o do antigo testamento, o mosaismo com o Cristianismo, o Talmud com o Evangelho, etc perpetrando negociações sacrílegas e olvidando por completo as exigências da justiça, do amor, da verdade, da fraternidade e da dignidade humana.
Nós no entanto nos opomos a este novo e falso Cristo; a este Anas ou Caifas mascarado, a esta imagem distorcida e deturpada... E seguimos como em Emaus, ao lado do autêntico Jesus, do Jesus contestador de valores e demolidor de preconceitos, do Jesus campeão do anti farisaísmo, do Jesus adversário dos hipócritas, moralistas e puritanos... E como ele caminhamos ao lado das mulheres, dos homossexuais, das crianças, dos animais, dos trabalhadores explorados, etc enfim de todos os fracos, excluidos, oprimidos; ao lado de todos os que lutam pela liberdade!!!
Nós caminhamos com aquele que por subversão crucificado foi!
Implica isto duas posturas diametralmente opostas a que já nos referimos no artigo precedente...
Diante do silêncio de Jesus a respeito das normas e regulamentos do judaismo antigo que conclusão devemos tirar???
Que foram mantidos por Jesus permanecendo válidos até nossos dias ou que pura e simplesmente caíram por terra???
Que permanece enfim do judaísmo?
Apenas aquilo que Jesus justificou e manteve expressamente por meio de seus ensinamentos ou tudo quanto ele não reprovou ou revogou nos mesmos termos???
Implica o silêncio de Jesus em revogação como queria Lutero e a consciência legitimamente Cristã ou implica manutenção como queria João Calvino e nossos fundamentalistas como Malafaia???
Nem perderei meu precioso tempo advertindo o leitor de que Jesus jamais revogou formalmente, por meio de palavras ou ensinamentos explícitos, a instituição mosaica da escravidão; motivo porque Paulo foi levado a tolera-la!!!
A própria crítica de Paulo em I Tm no entanto, da-nos a entender que já em seu tempo havia um grupo Cristão ou uma vertente abolicionista, a qual nós identificamos com a legítima mensagem do Evangelho, comunicada não por discursos formais, oralidades ou palavras; mas pelo exemplo ou pela conduta de Jesus, a qual vale mais do que mil palavras.
Tampouco dirigiu Jesus qualquer palavra de reprovação ao caráter machista não só da religião judaica mas da própria Torá, em cujos mandamentos é a mulher equiparada a escravos, jumentos, casas, etc ou seja a um objeto, a uma coisa...
Seja como for Jesus jamais pregou contra o machismo...
O que talvez tenha levado Paulo a afirma-lo como parte constituitiva do Cristianismo. Teorizando em suas epístolas a respeito da inferioridade feminina.
Estranho é que para justificar sua posição tenha Paulo recorrido a fábulas judaícas sobre a criação mágica e o pecado; alegando que a mulher fora criada após o homem e que pecará primeiro, seduzindo seu esposo... (I TM 2) donde infere: Cristo é a cabeça do Homem e o Homem cabeça da mulher ou uma espécie de mediador entre Cristo e o elemento feminino... daí ter a mulher de permanecer calada durante o serviço religioso, de cobrir-se com um véu de pano e de ser ensinada por homens... (I Cor 11) Quando podia ter recorrido a testemunhos e palavras de Jesus Cristo ou como ele mesmo costumava a dizer, ao argumento do 'Senhor'... no entanto, aqui e ali, no que diz respeito a escravidão e ao machismo não pode Paulo escudar-se em alocuções ou mandamentos de Cristo, mas na tradição rabínica apenas, ou seja, na 'fonte' Gamaliel, o que nos remete em última analise a Moisés e não a Jesus, ao judaismo antigo e não ao Cristo.
Em suma se o Cristo jamais condenou expressamente tais preconceitos fica patente que jamais afirmou-nos... pois do contrário Paulo não teria deixado de apelar aos mandamentos do Senhor.
Parece que o Senhor não deixou-nos qualquer mandamento machista, escravocrata ou estatólatra...
Teria no entanto Nosso Senhor expresso sua vontade por qualquer outra via???
Pelo Terceiro Evangelho capítulo 08 no entanto somos informados de que o Mestre vivia cercado por mulheres!!! Enquanto pelo quarto Evangelho capítulo 04 somos informados de que ousará confabular privadamente com uma mulher, alias prostituta, de Samaria!!! Mais ainda, que ousará discutir com ela a respeito do Messias i é discutir em torno da Lei com uma mulher... atitude formalmente condenada pelo Talmud!!! De fato a tradição judaica brindava com terríveis maldições todo aquele que ousasse ensinar a Lei a uma mulher ou discutir assuntos de natureza religiosa com o elemento feminino.
Veja só: Paulo decreta que a mulher permaneça calada e que seja ensinada por varão... enquanto o divino Varão, Jesus Cristo, discute livre e abertamente com uma mulher; permitindo que ela contra argumente!!!
Paro por aqui...
Dar-me-ei por convencido a respeito da nulidade do silêncio de Jesus no momento em que os calvinistas e pentecostais adquirirem escravos e tratarem suas esposas como seres de categoria inferior como desejava o Pastor Folwes...
Sim paro por aqui e lanço meu foco, o foco desta discussão sobre a inimizade do Senhor com os fariseus e sua paixão...
Fosse de fato Jesus um puritano, moralista ou fariseu por que raios teriam seus confrades apresentado-o como um filho da fornicação, um bastardo, um samaritano ou um diabo???
Caso tomemos em mãos o Evangelho, damos de imediato com a resposta:
ASPIRA ELE DERROGAR A NOSSA LEI.
Não o decálogo ou lei moral, a respeito do qual havia ele dito, quiçá diversas vezes: NEM UM PINGO OU TRAÇO DA LEI SERÁ DERROGADO.
Mas o restante da Torá ou do Pentateuco, ou o que chamavam de normas, regulamentos, estatutos, etc e que igualavam em dignidade ao decálogo...
E portanto todos os preconceitos arraigados em torno da estatolatria, do machismo, do adultismo, do escravismo, do racismo, da plutocracia e mesmo da homofobia.
Foi ao modo de vida dos fariseus que Jesus opos-se precipuamente em termos vitais, acolhendo as categorias de pessoas que a Torá e a tradição amaldiçoavam e com eles convivendo fraternalmente.
Foi sua intimidade com as putas, as mulheres, os pescadores galileus, as crianças, os estrangeiros, etc e sua afabilidade para com homossexuais, samaritanos, leprosos, escravos, etc que incompatibilizou-o por completo com os elderes de sua nação: os escribas, fariseus e chefes dos sacerdotes para os quais tais categorias de pessoas equivalia a réprobos e amaldiçoados!!!
A oposição aqui é mais em termos de praxis ou de conduta do que de pregação. A pregação de Jesus incomodava, é certo; mesmo sendo por vezes comedida. Sua conduta no entanto incomodava muito mais!!! Pois demonstrava cabalmente que ele não vivia como fariseu o escriba; mas em oposição a ele ou seja como um rebelde, um revolucionário, um contestador de valores!!!
Em termos morais e religiosos era Jesus um anti judeu ou um anti fariseu.
No sentido de que desprezava os preconceitos transmitidos pela cultura vigente em sua nação.
Sejamos franco: o Jesus a lá farisaica ou calvinista; cumpridor e observante da lei não incomoda nem um pouco... direis que incomodava porque apresentava-se como um Deus; direi que o admitiram como emanação do Deus único caso sanciona-se seus preconceitos e reafirma-se o dogma racista da eleição!!!
Era no entanto um anti jave, um deus anti mosaico, um deus revolucionário e subversivo e por isso foi odiado por eles; mais por contesta-los do que por apresentar-se como Deus.
Tampouco os lideres do Império romano perseguiram o Cristianismo antigo por questões de ordem religiosa pertinente a natureza divina; mas apenas e tão somente porque parte dos Cristãos opunha-se a escravidão e a guerra ou seja os fundamentos econômicos do Império e sem os quais não poderia ele manter-se. A plebe de fato bem podia acreditar que era uma questão de deuses... para as lideranças no entanto tratava-se apenas de uma questão política.
Assim o caso do Cristo e dos fariseus... antes questão de ética ou moral do que questão abstrata ou metafísica. O que os judeus não podiam suportar de modo geral era abrir mão daquele dogma que os tornava especiais ou superiores face a outra parte do gênero humano... Foi o sentido Católico ou universal da pregação de Cristo que exacerbou os elementos populares despertando sua fúria.
Já os escribas e fariseus devem ter ficado deveras chocados com o caráter 'imoral' ou pervertido da pregação Cristã em termos semelhantes aos do nosso Silas Malafaia... de fato Jesus bem pode ter sido encarado por eles como uma ameaça a ordem social vigente, a organização do trabalho, aos padrões familiares, etc Quiçá para eles nosso Mestre encarna-se a promiscuidade, a libertinagem, o deboche... pelo simples fato de acolher pagãos, samaritanos, galileus, mulheres, crianças e homossexuais; enfim os excluídos pela boa Sociedade, i é, pela gente da moral e dos bons costumes.
Daí ter contestado Nosso Senhor: veio o Messias como quem come e bebe!!! E com quem???
Em companhia de pecadores (prostitutas, homossexuais, etc) e publicanos...
De fato Jesus não se dava ao respeito... pois encontrava-se sempre em péssimas companhias.
Ele não precisava condenar a lei dos judeus com suas palavras.
Ele não precisava pregar contra os preconceitos judaicos.
Ele não carecia gritar que a origem de tais leis era puramente humana e que estavam derrogadas.
Vivia simplesmente como se elas não existisse e; apesar da reversão iniciada já nos tempos apostólicos, da conjuração Bíblica, da judaização e da puritanização contemporânea; a imagem do verdadeiro Cristo, do Cristo Histórico, do Cristo contestador, do demolidor de preconceitos, do Jesus humanista, católico, benemerente, filantropo, amante e amigo do gênero humano; ainda não pode ser totalmente borrada da consciência Cristã. Por mais que um Paulo, um Agostinho, um Palamas, um Lutero, um Calvino, um Malafaia, e outras tantas personagens sumamente influentes e poderosas tenham se esforçado, consciente ou inconscientemente; com o objetivo de obscurecer o sentido do Cristo histórico; parte dele ainda continua viva e operando em nossos corações.
No decorrer do processo histórico com toda sua complexidade, parte da liderança Cristã tentou e ainda tem tentando fanaticamente conciliar Jesus com os fariseus; o crucificado com os crucificadores, a divina vítima com seus algozes, o espírito do Novo com o do antigo testamento, o mosaismo com o Cristianismo, o Talmud com o Evangelho, etc perpetrando negociações sacrílegas e olvidando por completo as exigências da justiça, do amor, da verdade, da fraternidade e da dignidade humana.
Nós no entanto nos opomos a este novo e falso Cristo; a este Anas ou Caifas mascarado, a esta imagem distorcida e deturpada... E seguimos como em Emaus, ao lado do autêntico Jesus, do Jesus contestador de valores e demolidor de preconceitos, do Jesus campeão do anti farisaísmo, do Jesus adversário dos hipócritas, moralistas e puritanos... E como ele caminhamos ao lado das mulheres, dos homossexuais, das crianças, dos animais, dos trabalhadores explorados, etc enfim de todos os fracos, excluidos, oprimidos; ao lado de todos os que lutam pela liberdade!!!
Nós caminhamos com aquele que por subversão crucificado foi!