Hoje assisti ao documentário brasileiro o Renascimento do parto, indicado por minha amiga Amanda Ortega. O documentário aborda a questão do crescimento desnecessário de partos cesarianos e da imposição que os médicos fazem as gestantes. A maioria dos médicos obstetras não querem perder tempo com o parto normal que não tem dia nem hora certa, não querem esperar o trabalho de parto, então inventam desculpas para as gestantes tais como: "Você é muito magra", "você é muito obesa", "o bebê é muito grande", "o bebê é muito pequeno", "o bebê corre risco de morte", etc... Na verdade todas essas desculpas são conveniências para os médicos. O documentário mostrou que o número de cesarianas cresce espantosamente nas vésperas de feriados e isso porque a maioria dos médicos não quer passar os feriados trabalhando, esperando as gestantes entrar em trabalho de parto. É muito mais fácil para o médico usar o bisturi, fazer umas incisões e um parto rápido.
O parto deixou de ser um ato da mulher colocar uma criança no mundo para ser um ato cirúgico, um ato controlado e agendado pelos médicos, eles é que decidem quando as crianças irão nascer. As mulheres já não tem o controle. Elas são tratadas como doentes e incapazes de dar à luz sozinhas. Os médicos obstetras em geral convencem as gestantes a não enfrentar o parto natural, assustam as gestantes falando da dor do parto, que é um risco, etc..., e as gestantes acabam se convencendo de que os médicos estão lhes fazendo um favor. É evidente que o parto cesariano salva muitas vidas mas em condições de perigos reais, mas em casos em que não há perigos nem para a mãe nem para o bebê o próprio parto cesariano pode oferecer riscos as ambas as vidas. Bebês que nascem através de cesarianas podem ter problemas respiratórios, muitos deles não tem a gestação completa e nascem prematuros. É muito importante o trabalho de parto tanto para a mulher como para a gestante, o bebê recebe uma carga hormonal dizendo que ele já está pronto para nascer, coisa que não ocorre com o parto cesariano. O parto cesariano é cruel tanto para o bebê como para a mãe, pois o bebê logo que é retirado do ventre materno, é pesado, limpo ou levado para uma incubadora por ter nascido prematuro. Diferentemente do que ocorre com o parto natural onde o bebê logo que nasce pode ir para os braços da mãe.
Esse parto artificial (cesariana) está se tornando rotina quando deveria ser exceção e isso por questões econômicas (médicos ganham pouco com parto natural e cesáreo, então optam pelo mais fácil que é o parto cesariano). Como os médicos são mal remunerados por essa prática tão importante que é a assistência à gestante é evidente que vão optar pelo caminho mais rápido e fácil, e claro, quantos mais partos fizer mais ganhará. Infelizmente, a vida (que é algo sagrado) tornou-se mercadoria, e aqui vale mais a produção do que a qualidade do trabalho.
Muitas das coisas que os médicos dizem para as gestantes não tem quaisquer respaldos científicos mas os médicos que se julgam semi-deuses, senhores acima do bem e do mal, não admitem ter suas autoridades contestadas. Durante toda a história da evolução humana o parto natural sempre funcionou por que agora não funciona? Por que o número de partos cesáreos cresce cada vez mais e o de partos naturais diminuem? Muitas mulheres são submetidas à força ao parto cesáreo porque isso convém aos médicos que além de ganharem pouco por tal atividade não terão paciência para esperar a gestante entrar em trabalho de parto. O parto humanizado deveria ser interesse de todos para que as futuras gerações tenham direito ao parto humanizado e para que as mulheres não sejam mais vítimas das arbitrariedades dos médicos.