sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Todos os animais são iguais mas alguns animais são mais iguais que os outros

"Todos os animais são iguais mas alguns animais são mais iguais que os outros", esta frase de George Orwell, nunca fez tanto sentido como nos dias atuais.

Os ateus, e todos os evolucionistas criticam os criacionistas porque estes se creem uma criação à parte, porque consideram o homem o rei da criação, conforme reza o Gênesis 1:26: Então Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra." 

A Teoria sintética da evolução vem demonstrando ano após ano que o ser humano não é uma criatura singular nem mesmo mais evoluída, uma vez que todos os animais evoluíram de formas diversas, e o homem é mais um dentre os animais. 
[Esta é a árvore da vida de Darwin, ele via a evolução como uma árvore com vários galhos. Ou seja, não-linear, diferente de Lamarck que via a evolução como uma escada cujo topo estava o ser humano como a criatura mais evoluída.]

[Segundo Robert Chambers (que era um evolucionista ao seu modo e não podia ser diferente porque desconhecia as ideias de Darwin até porque se antecipou a este) a evolução de F (peixes), R (répteis) e B (aves) levava aos mamíferos e por conseguinte ao ser humano.]

Eu sou evolucionista darwinista e aceito o veredito dos fatos o homem é apenas mais um ser vivo que evoluiu de um ancestral em comum a todos os seres vivos. Isso é ponto pacífico e não é isso que eu critico em certos ateus e cientificistas, o que eu critico é a sua incoerência. 

Na teoria são evolucionistas mas na prática são tão ou mais criacionistas que os criacionistas, ou são evolucionistas lamarquianos ou à moda de Robert Chambers que acreditava que os registros fósseis mostram um progresso encaminhando para o ser perfeito que é o homem. Sim, eles agem desse modo. Explico-me. Na última semana um grupo de ativistas invadiu o instituto Royal e resgatou beagles que eram usados em testes para cosméticos e esses cientificistas de plantão que se dizem darwinistas, protestaram, vociferaram contra a atitude dos ativistas. Argumentavam assim no facebook: "Não querem que animais sejam testados mas tomam vacina e aspirina" e chegaram a postar esta foto de Carl Sagan, aí embaixo.

Como se a ciência estivesse acima do bem e do mal e não fosse limitada por valores...

No youtube cheguei a assistir um vídeo do Eu ateu, canal do (Yuri Greco) explicando e defendendo testes em animais, assisti até o ponto onde ele disse que não poderia haver testes em humanos porque tem a questão bioética, parei aí. Parei de assisti-lo por causa da incoerência. Porra!!!! Como um cara darwinista que acredita que não existem seres mais evoluídos ou menos evoluídos vem falar uma caca dessas? Ora, se há questões bioéticas para o homem, logo ele acredita que o homem ou é mais evoluído que as outras espécies ou acredita que o homem é um ser especial da criação mesmo não havendo criador algum. Não, eu não sou a favor em testes nem em animais nem em humanos, que usem métodos substitutivos ou que a ciência encontre métodos para isso. 

Os argumentos dos cientificistas continuam: "Tem que se fazer testes em animais pois disso advém benefícios para a espécie humana". Aí certos cientistas como a doutora Suzana Herculano-Houzel e também cientificistas que aceitam a teoria da evolução caem em contradição, logo eles que tanto criticam Aristóteles e ateleologia, pois ao afirmar que podemos dispor dos animais para nosso benefício, estão afirmando com sua atitude que a finalidade dos animais é servir ao homem ou que a finalidade do homem é ser feliz e para isso pode dispor da natureza como bem entender, ou seja, existe finalidade na natureza, justamente o que criticam. 

Se essas pessoas negassem a evolução ou se ao menos se tornassem lamarquistas eu até aceitaria suas "razões" para os testes em animais... Cadê a coerência?

2 comentários:

J.L.Tejo disse...

Pois é, Fernando. O centro é a vida, daí biocentrismo. Vida, animal inclusive; e o homem -será que é preciso lembrarmos isso?- nada mais é, ele próprio, que um animal também... O seu traço distintivo, o pensamento lógico-abstrato (e olha que há quem diga que também os animais possuem capacidade de abstração, vide por exemplo os questionamentos levantados por Carl Sagan em "Os Dragões do Éden" em fins dos anos 70), lhe torna, justamente, mais responsável pelas demais espécies e pelo planeta ;)

Fernando Rodrigues Felix disse...

Caro Tejo gostei muito do seu comentário e concordo com cada palavra do que você disse.