segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Considerações filosóficas sobre The Walking Dead

Depois de ler 11 Hqs (histórias em quadrinhos) da série The Walking Dead, refleti sobre algumas ideias interessantes lançadas nessas estórias.

Num mundo pós apocalíptico seria responsável, ético deixar uma criança de 7 anos empunhar uma arma? Lori a mãe de Carl acha inadmissível porque sua moral ainda é uma moral do mundo pré apocalíptico, moral judaica-cristã ocidental que prega ser inaceitável tal coisa. Só que o mundo mudou e a moral não é eterna nem universal, isto é, não é válida para todos os tempos e lugares. O que Rick pensa é que a criança também corre perigo e nesse mundo novo e inóspito ela terá que aprender a sobreviver desde cedo porque tanto ele quanto a mãe não poderão protegê-lo a todo momento.

O bom da série The Walking Dead é que ela põe questões éticas na prática, diante de tal situação seria lícito ou não deixar uma criança com uma arma de fogo ou deveria se correr o risco de deixá-la sem essa proteção e sem o preparo para manusear armas?

Mas num mundo que a criança já cresce com medo, vê gente devorada por zumbis, vê adultos atirando nos mortos vivos isso já não é traumático e desumano para ela, então porque além de tudo deixá-la à mercê do perigo iminente?

Num mundo mudado de uma para outra como numa revolução, muitas pessoas não aguentam a pressão e se transformam em verdadeiros animais predadores, foi o que aconteceu com Shane que não se adaptou ao novo mundo e nem com a ideia de que seu amigo Rick não tinha morrido. Não acredito que Shane tenha mudado, apenas externou o seu ID. Queria se apossar de Lori, sentiu ciúmes de Rick e ao se ver frustrado no amor ficou com ódio de seu "rival" e amigo, legítimo marido de Lori. Tyreese numa conversa com Rick conta porque desconfiou dele na primeira noite. Ele disse que esse mundo novo transforma as pessoas e fala de um velhinho simpático que tinha conhecido e quando foi buscar comida na loja saqueada, ele, sua filha, e o namorado de sua filha se separaram e o velhinho simpático tentou estuprá-la. Olha só, num mundo caótico, sem uma sociedade organizada, acaba por diminuir a atividade do superego de certas pessoas, que redunda em viver somente pelos instintos, sem freá-los.
Rick diz essas palavras para seu novo amigo: "...Creio que temos boas pessoas aqui... acho que vamos ficar bem... Mas, honestamente... não sei o que se passa na cabeça de cada um. Para mim, isso é mais assustador do que qualquer monstrengo podre tentando comer minha carne". Interessante essas palavras, pois o protagonista sabe o que são os zumbis, o que eles fazem e sabe como se defender deles, mas dos seres humanos, ele tem medo porque nunca vai saber que reações terão porque não sabe o que se passa em suas cabeças e isso é de fato assustador e assustador porque acaba desconfiando de todos. Os humanos numa linguagem figurada perderam em parte sua humanidade, essa situação levou muitos à loucura ou a viver apenas pelos instintos básicos de sobrevivência. São essas minhas reflexões, gostou? Comente. Não gostou? Teça suas críticas e aponte as falhas para eu possa corrigir. Por ora é só.

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