quarta-feira, 12 de junho de 2013

Eu exonerei do meu cargo de professor de geografia




Algumas pessoas ficaram surpresas com a minha declaração de exoneração do meu cargo de professor de geografia do estado de São Paulo. Eu exonerei por vários motivos: baixa remuneração, muita cobrança, pouco ou nenhum reconhecimento, alunos que não querem aprender, isto é, em sua maioria, alunos mal-educados e uma categoria totalmente desunida que é a categoria dos professores.

Passei no último concurso para professores do estado de São Paulo, fui  convocado fiz o curso da EFAP e uma segunda prova, assumi meu cargo como professor, trabalhando por 4 meses, numa carga de 24 aulas, fora as aulas que eu tinha que preparar em casa, preparar provas e correção das provas. Uma verdadeira escravidão, só quem está em sala de aula sabe. São salas superlotadas, os professores tem que fazer chamada quase berrando porque os alunos conversam ao mesmo tempo em que os professores, tem que chamar a atenção dos alunos, enfim se aborrece muito e se aborrece de tal forma que chega em sua residência esgotado.

Como o senhor desgovernador do estado de São Paulo não deu aumento e nem melhorou as condições de trabalho, e, como eu não quero destruir minha saúde física, nem minha sanidade mental, achei por bem me exonerar, até porque na escola não estou fazendo um papel de professor mas de palhaço, de babá, de carcereiro, de psicólogo dentre outras funções que não fazem parte dos deveres da docência.

Não sou professor para aturar má educação de alunos ou para aturar comportamentos inadequados, não. Sou professor para ensinar o que aprendi, sim, transmitir conhecimentos, e, desculpem-me os pedabobos que não gostam desse discurso, mas é muito fácil falar quando se é um teórico, quando se faz palestras, se escreve livros sem nunca ter pisado numa sala de aula. Deixo claro que aqui não estou falando dos grandes teóricos como Piaget, Vigotsky, Wallon, Freinet entre outros, estou falando dessa gente que ganha dinheiro às custas da educação, ensinando os professores serem professores sem que estes escritores tenham sido professores ou se o foram não mais o são.

Minha saída do estado tem vários motivos e o principal deles é dizer um NÃO contra os desmandos do Geraldo Alckimin e de seu partido demagogo, fascista e mentiroso, sim mentiroso pois nas propagandas diz que o PSDB investe na educação, é isso.


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